O senado, onde a oposição é maioria, resolveu se presentear com um aumento, de R$ 97,5 mil para 107, 4 mil por mês para cada senador. Coitados, estavam passando penúrias! A justificativa deles foi “o ciúme dos deputados”, que fizeram o mesmo...
Logo eles, tão revoltados com os gastos governamentais com cartões corporativos. Lembram-se que eles denunciaram à Nação o desperdício, pelo Ministro dos Esportes, de R$ 8,00 com uma tapioca? Vejo na minha lembrança os senadores Agripino Maia (DEM) e Arthur Virgílio (PSDB), revoltados, clamando por CPIs.
Mas, diferentemente dos gastos governamentais, os senadores não permitem a transparência com os seus gastos das verbas públicas. É segredo.
Essa estarrecedora notícia de novo aumento autoconcedido foi publicada hoje no Correio Braziliense, em reportagem de Leandro Colon. Vejamos:
“Senadores querem aumentar verba de gabinete em mais de R$ 1 milhão”
“Na calada, o Senado está a um passo de aumentar a verba de gabinete dos parlamentares, ao criar mais um cargo de assessor de confiança para cada um dos 81 políticos. O salário integral da função é de R$ 9.979,24. Somando os gabinetes, mais os das lideranças partidárias e membros da Mesa Diretora, o novo cargo vai gerar um custo mensal de R$ 900 mil, fora despesas com encargos sociais e horas extras.
O ato que cria essa função, chamada de assessor parlamentar, já está pronto e assinado pelos líderes partidários e integrantes da Mesa. O documento, no entanto, repousa com discrição numa gaveta da diretoria-geral do Senado para ser publicado nos próximos dias.
Para não fazer alarde, o ato não precisa passar agora pelo plenário. Resolução a ser aprovada no fim deste ano ratificará, de uma só leva, essa decisão e outras administrativas que forem editadas pela Casa durante 2008. Uma estratégia comum para despistar medidas impopulares.
A criação do cargo é uma reação dos senadores à decisão da Câmara de aumentar a verba de gabinete dos deputados. No mês passado, a Mesa Diretora da Casa aumentou de R$ 50,8 mil para R$ 60 mil o valor disponível aos deputados para a contratação de funcionários.
Enciumado, o Senado decidiu fazer a mesma coisa. Mas, para não encarar o desgaste de elevar o custo dos gabinetes cada vez mais inchados, os senadores optaram por um caminho discreto, sem barulho.
O regimento permite ainda o milagre da multiplicação: transformar um cargo de assessor que ganha R$ 9 mil em quatro vagas de R$ 2,4 mil. Nada mal para um gabinete que já conta, no rol de funcionários de confiança, com cinco assessores técnicos, seis secretários parlamentares e um motorista. Juntos, eles são responsáveis por uma folha de pagamento de cerca de R$ 97,5 mil mensais por senador.
Sem falar nos cargos efetivos, que são aqueles ocupados por quem fez concurso público: um chefe e um subchefe de gabinete, cinco assistentes técnicos, um analista legislativo e um técnico legislativo.
Os 81 senadores têm direito, ainda, além do salário de R$ 16,5 mil, a R$ 3 mil de auxílio-moradia, R$ 15 mil de verba indenizatória, R$ 733 para uso da gráfica e R$ 500 para telefone residencial. Eles recebem também 13º salário, e mais outros dois, um no início e outro no fim do ano, para ajuda de custo, além de 25 litros de combustível por dia, com carro e motorista, e quatro passagens de ida e volta para o estado deles.”
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