Achei! Encontrei uma pasta com recortes e anotações que eu fazia desde a década de 80, até há poucos anos. Ela estava perdida após uma reforma no meu apartamento. Quando encontrava algo interessante, recortava ou anotava e guardava sem nenhum objetivo, às vezes sem preocupações de anotar a fonte.
De vez em quando, vou transcrever aqui um ou outro recorte.
Por exemplo, reproduzo o texto a seguir, baseado em um artigo de Jorge Boaventura, publicado no jornal Folha de São Paulo de 5 de outubro de 2004:
RECORTES - 1
O QUE ACONTECE QUANDO UMA POTÊNCIA MILITAR DÁ UM CALOTE GLOBAL?
Nada em seu prejuízo. Ao contrário, ela lucra e muito.
Em 1961, quando a França, sob o governo de George Pompidou, solicitou aos Estados Unidos que trocassem os dólares, que ela possuia guardados nos EUA, pela quantidade pré-acordada contratualmente de ouro depositado em Fort Knox, recebeu uma surpreendente e estarrecedora resposta do governo norte-americano.
O ouro previsto não existia! Foi um gigantesco calote da dívida em escala planetária.
Os EUA e a sua sempre aliada grande mídia não designaram assim, com essas palavras grosseiras. Com no governo tucano de FHC, eles também sempre foram doutores em cinismo. Designaram aquele golpe, eufêmica e gentilmente, de "quebra do padrão ouro". Substituíram, sem perguntar aos seus credores, o ouro devido pelo dólar que faziam imprimir quando queriam.
O lastro do dólar passou, desde então, a ser não mais o ouro, mas o formidável poderio militar dos EUA. Cada vez mais, passaram a empregar esse poder com brutalidade, como oportunos exemplos de retaliação e de sanção, com fins econômicos e geopolíticos.
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