O jornalista Paulo Henrique Amorim, mestre da ironia fina, escreveu esta semana no seu blog “Conversa Afiada”:
“O Presidente Fernando Henrique Cardoso, o Farol de Alexandria, aquele que iluminava a Antiguidade, agora salvou o Capitalismo.
Como já mostrou o Conversa Afiada, foi ele quem descobriu a Lei da Gravidade e fundou a Geometria Euclidiana.
Agora, o Farol salvou o Capitalismo.
Ele diz e o PiG [Partido da Imprensa Golpista] repete incansavelmente – e seus epígonos, como Gustavo Franco – que o “pacote Brown”, o que salvou o Capitalismo a ponto de os Estados Unidos o imitarem, nada mais é do que uma cópia do Proer.
O Farol se esquece de dois pequenos detalhes.
Em democracias, como na Inglaterra, na Alemanha, na França, nos Estados Unidos, o Proer seria impossível.
Sabe por quê, caro leitor ?
Porque o “pacote Brown” pressupõe duas coisas:
1) o contribuinte que botar dinheiro nos bancos – através do Tesouro - vai receber o dinheiro de volta, se os bancos se recuperarem.
2) com a compra de ações preferenciais pelo Tesouro, quando os bancos voltarem a dar dinheiro, as ações sobem e o Erário (o contribuinte) embolsa a grana.
Quer dizer, o contribuinte põe e tira.
Aqui, no Proer, o contribuinte pôs e não tirou.
Segundo, a vigilância externa.
No “pacote Brown”, há organismos fora do sistema do Executivo – fora do Ministério da Fazenda, da Receita ou do Banco Central – para vigiar os bancos e acompanhar a utilização dos recursos injetados.
E o Proer ?
O contribuinte viu a cor do dinheiro?
E o contribuinte acompanhou o que os bancos beneficiados pelo Proer fizeram?
O Proer do Farol só foi possível na “ditadura do pensamento único”.
A ditadura do neoliberalismno do Presidente Fernando Henrique, apoiada invariavelmente pelo PiG.
Houve um momento na privatização que, num grampo, o “Bomba Atômica”, ou melhor, o Fernando Henrique dizia assim: os jornais estão apoiando ATÉ DEMAIS, não ?
“Até demais”.
Pois é, caro leitor, aqui, o controle externo ao Proer foi feito pelo PiG – até demais...”
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