sábado, 25 de outubro de 2008

SE É PARA IMITAR O GORDON BROWN, VAMOS IMITAR DIREITO

No seu blog “Conversa Afiada”, o jornalista Paulo Henrique Amorim publicou ontem o seguinte irônico e interessante texto:

O PiG e a oposição estão muito nervosos com a “estatização”.

Quando a “estatização” começou nos governos comunistas da Inglaterra e dos Estados Unidos, o PiG e a oposição brasileira ficaram quietos: sequer mencionavam a palavra “estatização”.

O problema da “estatização” do Governo Lula não é “estatização “ de mais.

É “estatização” de menos.

O Governo tem que “estatizar” mais, no seguinte sentido, se é que pretende imitar Gordon Brown, esse comunista de comer criancinhas.

O Banco Central do Henrique Meirelles tem que vigiar e acompanhar os bancos estatais que comprem ações preferenciais.

E vigiar e acompanhar os bancos e empresas que venderem ações preferenciais ao Estado.

Vigiar e controlar, para defender a grana do cidadão, o que deve ser o princípio básico de qualquer sociedade democrática.

(Não foi isso o que fez o Farol de Alexandria [FHC], com o “Proer”, aliás ...)

É preciso criar mecanismos para saber se o dinheiro público foi bem empregado.

Se, e quando, as empresas e bancos se recuperarem, o Estado tem que estar pronto para revender as ações a empresários particulares e devolver o dinheiro do cidadão ao cidadão.

Portanto, o que falta no Plano Mantega-Meirelles é um controle – de preferência – FORA do Executivo para vigiar a boa administração do dinheiro publico.

É o que fizeram Gordon Brown e Henry Paulson, esses notórios comunistas de carteirinha.

Os comunistas Paulson e Brown também condicionaram a compra de ações preferenciais de bancos – uma estatização provisória e parcial – a que os bancos voltassem a emprestar à produção e ao consumo.

Aqui, não.

O Plano Mantega-Meirelles entrega o dinheiro do compulsório aos bancos, os bancos compram títulos do Tesouro e o dinheiro volta ao Banco Central.

É a chamada “ciranda financeira” da Maria da Conceição Tavares: os bancos se locupletam com as altas taxas dos títulos do Governo.

E a produção e o consumo ficam a ver navios.

O que falta, portanto, no Plano comunista de Mantega e Meirelles, inspirado nos regimes comunistas da Inglaterra e dos Estados Unidos, é mais estatização: trancar os banqueiros numa sala, zerar os micos cambiais, e mandar emprestar.

O PiG e a oposição podem ficar tranqüilos.

Essa estatização do Governo Lula, por enquanto, é uma estatização medrosa.

O Governo Lula tem medo dos bancos ....

O Gordon Brown, não”.

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