O blog do jornalista Mino Carta publicou 5ª feira:
“Respondo a Marco Clerris. Meu caro, as comparações entre a Itália e o Brasil são, no mínimo, muito difíceis. Sim, existe um certo desequilíbrio entre Norte e Sul, como se dá no Brasil no sentido oposto. Sim, há uma boa fatia de brasileiros que se parecem com os italianos nas manifestações do seu temperamento. Mas a semelhança não vai muito além disso. Por exemplo: por incrível que pareça, o Brasil é muito mais país que a Itália, até hoje, na prática, uma colcha de retalhos.
Há diferenças profundas entre uma região e outra e até entre uma cidade e outra.
Entre uma aldeia e outra, entre um vale e outro. Diferenças lingüísticas, e alguns dialetos são verdadeiras línguas. Diferenças nos hábitos, na culinária, na música, na cultura na acepção mais ampla. Ao mesmo tempo, a península tem milhares de anos de história e a sua miscigenação foi completada há muito tempo.
Perspectivas novas, deste ponto de vista, abrem-se agora com a imigração dos chamados extra-comunitários e do leste europeu. Este processo, de todo modo, no Brasil, está em pleno andamento. A Itália é terra em grande parte pedregosa, se excluirmos o vale do Po e alguns espaços férteis. E tem montanhas nevadas em todo canto, ao norte com os Alpes e ao longo da península, como espinha dorsal, com os Apeninos. O Mediterrâneo que a banha é raramente bravio e tem marés que se medem em dezenas de centímetros. E há os monumentos, os cimélios, a documentar a longa história. Sessenta por cento das obras de arte do mundo ocidental estão na Itália. E ali as estações têm fisionomias próprias e inconfundíveis e setenta por cento do território está sujeito a riscos telúricos. Etc. etc. etc.”
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