Lembram-se do caso da venda de votos para a reeleição de FHC? Somente dois deputados vendedores foram punidos. Os corruptores não.
Não sei por que isso me veio à memória ao ler no UOL a notícia abaixo, divulgada pela agência inglesa de notícias BBC:
ADVOGADO É CONDENADO POR ACEITAR PROPINA DE BERLUSCONI
“Um tribunal de Milão condenou nesta terça-feira a quatro anos e meio de prisão um advogado britânico considerado culpado de receber uma propina de US$ 600 mil (cerca de R$ 1,2 milhão) do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
O caso do advogado David Mills ganhou grande destaque na imprensa britânica. Ele foi casado com a ex-ministra da Cultura britânica Tessa Jowell - atualmente a principal autoridade britânica encarregada da organização da Olimpíada de 2012 em Londres.
Mills, que promete recorrer da sentença, teria aceitado o suborno como pagamento por ter dado falso testemunho em dois julgamentos de corrupção que envolviam o primeiro-ministro italiano.
Os promotores alegaram que Mills usou o dinheiro para pagar uma hipoteca que tinha em conjunto com Tessa Jowell. Ela foi inocentada depois de uma investigação realizada por autoridades do Parlamento britânico.
Berlusconi nega que tenha pago suborno ao advogado, que não estava no tribunal para receber a sentença. Mills era um dos consultores de Berlusconi a respeito de paraísos fiscais em outros países.
A promotoria alegou que o premiê pagou a Mills para que ele não revelasse detalhes de companhias estrangeiras durante dois julgamentos anteriores em 1997 e 1998. Nestes julgamentos, Mills deu seu testemunho como perito judicial.
O advogado inicialmente reconheceu ter recebido dinheiro de Berlusconi "como reconhecimento" pelo depoimento prestado, mas depois afirmou que o dinheiro tinha sido dado por outra pessoa.
Depois de chegar ao poder pela terceira vez em 2008, Berlusconi propôs uma polêmica lei que garante imunidade legal às quatro autoridades máximas da Itália, o que inclui o posto de primeiro-ministro.
A lei foi aprovada nas duas câmaras do Parlamento italiano. Os partidários de Berlusconi alegaram que a emenda era necessária para permitir que as autoridades de Estado se concentrassem em seus trabalhos sem nenhuma distração jurídica.
Quando deixar o cargo de primeiro-ministro, Berlusconi ainda poderá ser julgado, a menos que os crimes de que é acusado tenham expirado segundo as leis italianas.”
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