sábado, 28 de março de 2009

CASTELO DE AREIA & MENSALÃO

Li hoje no blog “Cidadania.com”, de Eduardo Guimarães:

“Não deveria ser necessário dizer muito da Operação Castelo de Areia – adoro esses nomes de operações policiais! –, da Polícia Federal. Para bom entendedor, as escutas telefônicas e ambientais promovidas pela investigação já deveriam ter deixado claro como e por que tudo aconteceu.

A oposição tucano-pefelê e seus jornais, revistas e telejornais estão dando uma de joão-sem-braço ao dizerem que as doações que aparecem na Operação Castelo de Areia sendo feitas da empreiteira Camargo Correa para a oposição, teriam sido “legais”.

Oposicionistas dizem: “E daí que recebi doações da empreiteira? O PT também recebeu. E as minhas, pelo menos, estão registradas na prestação de contas à Justiça Eleitoral”.

Mas que belezinha, não? Quer dizer que alguém acredita que a Polícia Federal faria uma operação dessa envergadura, que um juiz autorizaria as escutas e as prisões só porque as investigações mostraram que PSDB, PFL e outros receberam doações legais de uma empreiteira? Não lhes parece um raciocínio muito torto?

Caro amiguinho tucano ou pefelê, peço que você entenda o seguinte: as investigações mostram que vocês receberam dinheiro por fora, capicce? O fato de terem recebido 300 mil “por dentro” não prova que não receberam “por fora”, ok?

Aliás, transcrição das gravações da PF aos executivos da Camargo Correa hoje nos jornais mostra que as expressões “doação por dentro” e “doação por fora” aparecem o tempo todo.

Mais curioso ainda – aliás, de matar de rir – é o “argumento” de que seria impossível que o PT não tivesse recebido também dinheiro por fora, porque o PT participou do mensalão, blablablá, blablablá...

É interessante que lembrem o mensalão. Se analisarmos este e aquele caso, veremos a diferença gritante de tratamento que a mídia deu a um e a outro e como esse tratamento parece invertido.

Primeiro, vamos estabelecer um fato irrefutável - ao menos até o momento: a teoria sobre o mensalão nunca passou disso, de uma teoria, referente à qual jamais se achou qualquer prova.

E qual era a teoria do mensalão? A de que o governo Lula mandou subornar parlamentares para que votassem de acordo com seus interesses no Congresso.

A imprensa inteira comprou essa teoria, apesar de que a única coisa provada até hoje nas denúncias sem provas do ex-deputado Roberto Jefferson foi que alguns parlamentares do PT receberam doações eleitorais “por fora”. Jamais foi provado que o governo federal organizou o tal esquema.

Agora comparem o que aconteceu em 2005, quando Roberto Jefferson denunciou o suposto “mensalão” sem ter uma única prova, com o que está acontecendo hoje, quando uma operação eminentemente policial, autorizada por um juiz de Direito, mostra – e prova – que tucanos e pefelês, entre outros, receberam dinheiro “por fora” de uma empreiteira envolvida em superfaturamento de obras públicas.

De Eliane Cantanhêde, da Folha de São Paulo, a Reinaldo Azevedo, no site da Veja, uma fila de jornalistas indignados com suposta “agressão ao Estado de Direito” que seria acusarem o PSDB e o PFL, agressão que não viram quando Bob Jeff fez denúncias contra o PT em 2005 sem oferecer uma única prova.

Tudo isso me leva a crer num fato: se começarem a investigar direito, talvez descubram por que é que tem tanto jornal, revista, tevê etc. indignados com “agressões” aos “direitos constitucionais” de uns e insensíveis aos de outros.

A PRISÃO DA DONA DA DASLU

Fica difícil deixar de notar como é que aparece um monte de gente com pena de bandidos ricos quando eles vão em cana, enquanto que quando o bandido é preto e pobre esses "sensíveis" pedem mais paulada, sem se importarem se ele está doente ou deprimidinho.

Contudo, como a dona da Daslu, Eliana Tranchesi, foi condenada a um século de prisão em primeira instância, cabendo ainda várias apelações, seria interessante que a polícia e a Justiça explicassem qual é a necessidade de prendê-la agora, ainda mais quando se sabe que essa prisão cairá se não provarem que a condenada oferece risco à sociedade ou que pretende fugir.

Temos que entender uma coisa: qualquer possibilidade de interferência da política nesse tipo de assunto é uma ameaça a qualquer um. Cabe a todos nós, portanto, exigir que os processos legais não contenham esse tipo de viés.”

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