Li ontem no UOL a seguinte reportagem de Deise de Oliveira, da Folha Online. Os dois veículos de comunicação integram o Grupo Folha, ferrenho lutador pela volta dos tucanopefelentos ao poder em 2010, com a eleição de Serra. Dentro dessa campanha da Folha, a notícia resumida no título acima (deste blog) foi torcida para dar conotação negativa, inclusive com o tradicional uso das famosas conjunções adversativas (no caso, “Mas”):
DESEMPREGO TEM CRESCIMENTO RECORDE, MAS TAXA É A MENOR DESDE 98
“O desemprego em seis das principais regiões metropolitanas do país --Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo-- ficou em 13,9% em fevereiro, contra 13,1% em janeiro, segundo pesquisa da Fundação Seade e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgada nesta quarta-feira.
Apesar de esperado, o crescimento foi o mais intenso para o período de toda a série, iniciada em 1998. Em relação à taxa de desemprego, porém, trata-se da mais baixa para um mês de fevereiro. No ano passado, no mesmo período, a taxa era de 14,5%.
No mês passado, o contingente de desempregados nas seis regiões foi estimado em 2,756 milhões de pessoas, 136 mil a mais do que no mês anterior --resultado da eliminação de 229 mil postos e a saída de 94 mil trabalhadores do mercado.
"Esse movimento é usual. O que nos assusta um pouco é a intensidade do crescimento do desemprego, só comparável ao período crítico da crise no início dos anos 90", disse Alexandre Loloian, coordenador de análises da Seade.
Em fevereiro, o nível de ocupação diminuiu 1,3%, pelo segundo mês seguido, o que também era esperado de janeiro para fevereiro, segundo o Dieese/Seade. O total de ocupados nas seis regiões investigadas foi estimado em 17,107 milhões de pessoas, e a PEA (População Economicamente Ativa), em 19,863 milhões.
O crescimento da taxa de desemprego ocorreu em quase todas as regiões, com exceção de Salvador, onde ficou estável em 19,4%. No Distrito Federal a taxa passou de 15,7% em janeiro para 16,3% em fevereiro; em Belo Horizonte foi de 8,8% para 9,4%; em Porto Alegre, de 10% para 10,4%; em Recife, de 18,3% para 19,1%; e em São Paulo, de 12,5% para 13,5%.
"Além da intensidade da eliminação de ocupação, preocupa a perspectiva de que é não é um efeito estritamente sazonal. A gente não sabe o quanto vai durar. O mercado de trabalho é estratégico para combater a crise, com a manutenção do emprego e renda, e assim tem de ser tratado", afirmou a técnica do Dieese, Patrícia Lino Costa.
Segundo os principais setores de atividade, houve queda em todos os pesquisados. O nível ocupacional recuou nos serviços (eliminação de 88 mil ocupações), na indústria (77 mil), na construção civil (27 mil), comércio (27 mil) e em outros setores (10 mil).
Em janeiro, no conjunto das regiões pesquisadas, o rendimento médio real dos ocupados ficou estável (leve alta de 0,2%) e passou a valer R$ 1.193, enquanto o dos assalariados permaneceu em R$ 1.255.
SÃO PAULO
Na cidade de São Paulo, em fevereiro, o contingente de desempregados foi estimado em 1,397 milhão de pessoas, 92 mil a mais do que em janeiro --resultado da eliminação de 179 mil postos e da saída de 87 mil pessoas do mercado de trabalho. O nível de ocupação (8,953 milhões) em fevereiro recuou 2% em relação ao mês anterior (9,132 milhões).
Apesar do crescimento da taxa de desemprego para 13,5%, trata-se do menor patamar para um mês de fevereiro desde 1996.
Por setor, o emprego na indústria retraiu 4,1% (terceiro mês seguido de queda), em serviços caiu 0,9%, no comércio recuou 0,7% e em outros serviços (construção civil e doméstico principalmente), teve queda de 5,4%.
O rendimento médio real dos ocupados aumentou 0,8% em janeiro ante dezembro e passou para R$ 1.229, e o dos assalariados, subiu 0,4%, para R$ 1.271.”
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