segunda-feira, 6 de abril de 2009

AVIAÇÃO CIVIL BRASILEIRA NA CONTRAMÃO DO ABALO

O Jornal do Brasil de ontem publicou o seguinte artigo de Cleonilson Nicácio Silva, Presidente da Infraero:

“O sistema de aviação civil brasileiro é complexo. Vários são os órgãos e empresas que impulsionam o Brasil para continuar a fazer parte da elite da aviação mundial, no âmbito da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI). Neste sinérgico conjunto, há que se ressaltar o papel da segunda maior administradora aeroportuária do mundo em número de aeroportos e a terceira em movimentação de passageiros. Falo da Infraero, empresa que administra 67 aeroportos, 80 unidades de apoio à navegação aérea e 33 terminais de logística de carga, e que hoje passa por um forte processo de reestruturação, para torná-la mais eficiente e competitiva dentro e fora do país. Isso tudo aliado ao fato de voltar a priorizar seu único patrão: o passageiro.

Tal responsabilidade é grande e os desafios da mesma magnitude para a conquista de resultados. Diante disso, ressalto a capacidade e a expertise de sua gente. Embora sendo alvo de constantes críticas com origem em interpretações equivocadas feitas por "pseudo-especialistas", a empresa luta. Todo o cuidado é pouco para não corrermos o risco de nos deixar levar por opiniões infundadas, prematuras e de interesses fugazes.

Um dos alvos das mais duras críticas é sem dúvida o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Antonio Carlos Jobim-Galeão. Seu estado era realmente lastimável e há mais de um ano teve início uma árdua batalha contra o tempo pela reestruturação de um dos maiores equipamentos aeroportuários da América Latina. Para que os cariocas e todos os que o utilizam possam desfrutar de mais conforto e segurança, já foram investidos cerca de R$ 150 milhões de um total de mais de R$ 600 milhões previstos até 2012, portanto, dois anos antes da Copa do Mundo.

São obras de melhorias e ampliações nos dois terminais de passageiros e sistemas de pistas e pátios, entre outras. Mais de 60 itens, tais como, novos banheiros, pisos e forros já podem ser conferidos por mais de 50 mil pessoas que transitam por dia no Galeão. Isso sem falar em novos equipamentos de segurança e melhorias, distantes dos olhos do público, como o novo sistema de abastecimento de água, o reforço de estruturas, o novo sistema elétrico etc.

Na busca de novos negócios, a Infraero investiu em um novo Terminal de Logística de Carga, exclusivo para exportação, no Aeroporto do Galeão. Os resultados vieram rapidamente. Hoje, o terminal é o 3º maior da rede Infraero, acompanhando de perto o desempenho de Campinas e Guarulhos. Seu resultado financeiro em 2008 foi o que apresentou a melhor relação entre receita e despesa. Independentemente dos novos caminhos e modelos de gestão do futuro, não deixaremos de investir no Galeão.

Diante da atual trajetória da aviação civil, é óbvio que o marco regulatório é bem-vindo e órgãos competentes o farão. Cabe então à empresa preparar-se para o futuro e seus novos desafios. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no mês passado, lançou um edital para licitação de consultoria que irá estudar opções de novos modelos de gestão para a Infraero. O caminho? A abertura do capital.

E para que o novo conceito siga seus rumos, nos antecipamos e estamos em meio a profundas mudanças, a fim de adaptá-la ao novo. Editais de concurso, revisão de estrutura, plano de demissões incentivadas, plano de cargos e salários, novo planejamento estratégico e investimentos focados na segurança e no conforto do passageiro são prioridades nas pautas dos técnicos que a compõem.

Em 2009, a Lei Orçamentária Anual (LOA) previu R$ 1,454 bilhão para investimentos. Atualmente, temos 50 empreendimentos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). São investimentos feitos com base na demanda projetada para cada aeroporto e na visão estratégica do governo federal para o setor de aviação civil.

Para o Brasil, essa aplicação é importante não apenas para os usuários do transporte aéreo, mas também pelo aumento do número de empregos associado ao crescimento da indústria da construção civil. Podemos contar nos dedos quantas empresas hoje tem essa possibilidade. Sem falar que, em meio a tantas crises, o desempenho econômico da Infraero, em 2008, melhorou em relação ao exercício anterior. O lucro antes dos investimentos foi de R$ 372,7 milhões, com crescimento de 42,7% em relação a 2007. O lucro líquido do exercício, após as deduções dos investimentos realizados nos aeroportos e da participação dos empregados nos lucros, foi de R$ 154,4 milhões, ante o prejuízo apurado no exercício anterior de R$ 76,3 milhões.

Diante da vontade de dar certo e dos números agora compartilhados, só nos resta acreditar. Por que não?”

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