Li hoje no site “Vermelho” o seguinte texto da fonte “Ministério do Esporte na Candidatura Rio 2016”
“Os Jogos Pan-americanos Rio 2007 trouxeram vários benefícios para a economia do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro. Esta é a conclusão do estudo ''Impactos socioeconômicos dos Jogos Pan-americanos Rio 2007'', feito pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), a pedido do Ministério do Esporte. De acordo com a pesquisa, a movimentação econômica do evento esportivo superou R$ 10 bilhões. Um dos destaques foi a criação significativa de postos no mercado de trabalho - 178.955 pessoas contratadas direta ou indiretamente pelo equivalente ao período de um ano. Os números da pesquisa fortalecem e justificam o projeto de trazer os Jogos Olímpicos de 2016 para o Brasil.
O estudo observou a movimentação em 42 setores da economia e estimou os impactos socioeconômicos gerados pela operação do Pan em cada área, identificando oportunidades que não existiriam caso o Brasil não tivesse acolhido o evento, como construção de instalações esportivas, melhoria de infraestrutura urbana, aquisição de equipamentos de segurança e todos os serviços necessários aos Jogos e os outros serviços a eles agregados. A pesquisa detalha ainda o valor do impacto por setor da economia de acordo com a autoria dos investimentos - União, governo estadual, prefeitura e Comitê Organizador dos Jogos (CO-Rio) - e também por finalidade - infraestrutura e custeio.
Os resultados demonstram que para cada R$ 1 milhão investido pela organização dos Jogos (União, Estado, Município e CO-Rio), a economia nacional movimentou R$ 1,879 milhão. Em outras palavras, os mais de R$ 3,5 bilhões de aporte dos organizadores induziram a iniciativa privada a injetar outros R$ 6,7 bilhões nas cadeias produtivas relacionadas aos Jogos, provocando movimentação total de R$ 10,2 bilhões na economia brasileira. Entre os setores da economia observados na pesquisa, os que apontaram maior movimentação em virtude dos Jogos foram a construção civil (13,8%), administração pública (13,4%), comércio (6,6%), aluguel de imóveis (5,8%), agropecuária (5,5%) e refino de petróleo (5,1%).
Para os cálculos, os pesquisadores utilizaram como base os dados oficiais dos investimentos em infra-estrutura e custeio dos Jogos entre 2001 e 2007 - os valores foram corrigidos em novembro de 2008, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE.
Os impactos também foram mapeados em quatro áreas espaciais: município do Rio de Janeiro, sua região metropolitana, o estado do Rio e o restante do Brasil. E, ao contrário do que possa ser imaginado, os efeitos positivos do Pan não se limitaram ao estado do Rio de Janeiro. Mais da metade da produção (55,9%) e dos empregos (60,38%) gerados pelo evento esportivo beneficiou pessoas que moram além das fronteiras do estado fluminense, assim como quase metade da massa salarial (49,3%) e dos impostos indiretos arrecadados (52,4%).
Em escala nacional, o destaque foi o setor agropecuário. Com ganhos de R$ 244,4 milhões, o setor e pelo menos outros dois a ele relacionados (beneficiamento de produtos de origem vegetal e abate de animais) atingiram percentuais de quase 99% do impacto fora do Rio. O interior do estado absorveu praticamente 75% dos efeitos totais dos gastos no setor de petróleo e gás, lucrando na ordem de R$ 49 milhões. Já a cidade do Rio de Janeiro e sua região metropolitana tiveram melhor desempenho nas atividades econômicas que atuavam diretamente nos Jogos, como construção civil e serviços. O município do Rio recebeu o impacto de R$ 1.138,398 no setor da construção civil, o que corresponde a 80% do total.
O comércio da capital fluminense também foi impulsionado diretamente pelos Jogos Pan-americanos Rio 2007. A avaliação é do presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Olavo Monteiro de Carvalho. ''O impacto econômico e social inequívoco desses investimentos, fruto da equilibrada parceria entre os governos federal, municipal e estadual e o CO-Rio, com todos os seus efeitos multiplicadores, deve servir de motivo para uma reflexão profunda sobre o papel do esporte como elemento transformador da vida das pessoas'', afirmou Carvalho.
Os resultados da pesquisa também mostram um vertiginoso crescimento do número de postos de trabalho no período, sobretudo na área da construção civil. A medida econômica utilizada para aferir o impacto foi a EHA (Equivalência Homem por um Ano), a mais conveniente para esse tipo de análise porque os empregos gerados por um projeto temporário, como os Jogos, possuem características distintas de natureza e de tempo. No estudo, a EHA representa a soma das horas e das remunerações de trabalho temporárias e definitivas criadas para organizar e executar o Pan. Desta forma, Os investimentos feitos no Pan geraram uma força de trabalho equivalente a 178.955 pessoas trabalhando por um ano nas cadeias produtivas envolvidas em sua organização. De acordo com a pesquisa, foram criadas 55.139 vagas na cidade do Rio, 9.535 na região metropolitana, 6.213 no interior do Estado do Rio e 108.068 - a maioria absoluta, portanto - no restante do País.
TIPOS DE IMPACTO
Os Impactos Diretos são observados em categorias econômicas afetadas diretamente pelas atividades resultantes do aumento de investimentos públicos e privados, como a construção civil, por exemplo. Esse tipo de impacto pode ser dividido em duas categorias: os gerados por investimentos na organização e preparação dos Jogos (infraestrutura e custeio) e os relacionados aos visitantes e participantes do evento (equipes, organizadores, profissionais, etc.).
Foram observados também nos Jogos Impactos Indiretos, gerados pelo encadeamento de compras e vendas entre os setores da economia necessárias para atender à demanda final dos gastos adicionais dos setores público e privado. Um exemplo desse tipo de impacto é o gerado por fornecedores de matéria-prima, como empresas contratadas para oferecer refeições que precisaram aumentar a produção para atender demandas do Pan, por exemplo.
O último tipo de impacto observado pelo estudo Fipe é o de Impactos Induzidos. São compras feitas pelos consumidores empregados direta ou indiretamente nas atividades econômicas beneficiadas pela expansão dos gastos públicos e privados surgidos com os Jogos Pan-americanos. São consumos de toda natureza que não ocorreriam se o profissional e seus dependentes não tivessem chance de usufruir da renda adicional gerada pelo trabalho ou o contrato relacionado aos Jogos.
IMPACTOS NO TURISMO
Outro estudo sobre os impactos econômicos dos Jogos Pan-americanos é relacionado aos efeitos na cadeia de turismo. Chamado ''Movimentação Econômica dos Jogos Pan-americanos'', foi feito pela Fundação Getúlio Vargas. O trabalho, encomendado pelos Ministérios do Esporte e do Turismo, traça o perfil dos turistas que estiveram na cidade do Rio de Janeiro para a competição, detalhando as despesas e a avaliação sobre a infraestrutura, os equipamentos e os serviços turísticos demandados durante sua estada. No total, foram entrevistadas 6.195 pessoas em diversos locais de competição.
De acordo com a pesquisa, o Pan mostrou-se um grande impulsionador do turismo. O movimento dos visitantes na cidade do Rio de Janeiro gerou aproximadamente R$ 118 milhões. Se forem somados os gastos dos outros públicos (atletas, dirigentes, profissionais e jornalistas), ultrapassa a cifra de R$ 141 milhões. Neste total não estão incluídos os gastos do comitê organizador para alojar, transportar e alimentar a chamada Família Olímpica, nem a infraestrutura criada para atender os atletas, delegação, prestadores de serviços e jornalistas.
O estudo identificou que, para 77,3% dos visitantes, o Pan foi o principal motivo de viajar para o Rio de Janeiro. Desse número, 91,7% eram residentes no Brasil e 8,3% no exterior. Dos 22,7% de turistas que visitaram a cidade por outros motivos, 41,9% o fizeram por lazer. A maioria era jovem (56,2%), na faixa entre 25 e 44 anos, e ficou na cidade por dez dias. A avaliação também foi positiva: 88,7% dos visitantes tiveram suas expectativas atendidas (68,8% totalmente) em relação à infraestrutura e aos serviços da cidade. Para chegar a estas conclusões, os entrevistados foram questionados sobre diversos aspectos, desde limpeza urbana e sinalização turística até segurança. Segundo os visitantes, os itens segurança, hospedagem, opções de lazer e entretenimento (cidade do Rio) e instalações esportivas receberam aprovação acima de 80% (ótimo e bom).
O Sindicato dos Restaurantes, Bares e Hotéis do Rio de Janeiro (SindRio) identificou aumento de 18% no movimento de entretenimento e de refeições servidas na região da Barra da Tijuca, que concentrou a maioria das atividades dos Jogos, além de um incremento de 7% nos restaurantes e de 10% nos bares da Zona Sul. Na região do Estádio João Havelange, o Engenhão, vários estabelecimentos formais e informais registraram aumentos ainda maiores em seu movimento.
A média de ocupação hoteleira no Rio durante o mês de julho de 2007 aumentou cerca de 10% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Foi de 66,07%, contra 56,66% em 2006, colocando o Rio em contramão à tendência que mostrava que desde o final de 2006 a ocupação estava entre 10% e 17% mais baixa que a média dos anos anteriores em todos os destinos turísticos do País. ''Nós, os empresários do setor, acreditamos que o ganho de imagem gerado pelo sucesso absoluto da organização do Pan, revelado na capacidade da cidade de abrigar um evento desse porte com segurança quase absoluta e índices residuais de transtornos, vai gerar, nos próximos três anos, um aumento de 20% nesta taxa de ocupação, passando para algo entre 82% e 84% de ocupação média'', afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio, Alfredo Lopes.”
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