segunda-feira, 22 de junho de 2009

ESTADÃO QUER QUE O BRASIL SEJA DO TAMANHO DELE: PEQUENO, IRRELEVANTE

“É dele que o PiG gosta: o país não presta, mas o Imperador é ótimo (sobre capa da VEJA: “Coração de Presidente – D. Pedro II, o imperador que encarnava os melhores valores republicanos”)

A bola de cristal (grande vantagem …) do Conversa Afiada previu que o PiG (*) menosprezaria a reunião dos BRICs na Rússia.

A obra prima desse sentimento provinciano de subalternidade intelectual é o editorial do Estadão de hoje (pág. A3) [de 6ª feira]:

“A primeira reunião dois BRICs – Faltou assunto para dar substância à primeira conferência de cúpula dos BRICs, por enquanto uma sigla, não um grupo e muito menos um bloco. É, no mínimo, um exagero já chamar, neste momento, de histórica a reunião dos chefes de Governo dos quatro maiores países emergentes – Brasil, Rússia, Índia e China…”

O “Conversa Afiada” admite que a reunião de Ecaterimburgo não se compare a esse, sim, histórico conclave de Cotia, em que o Farol de Alexandria [FHC] pronunciou memorável análise sobre “O Papel de Estado”.

O Conversa Afiada acaba de pedir ao Instituto FHC – que recebe dinheiro da SABESP, aquela que vende esgoto de São Paulo no Acre – uma cópia desse imperdível pronunciamento, para reproduzi-lo.

O Estadão certamente esperava que os BRICs anunciassem a venda maciça de dólares para comprar debêntures não-conversíveis do Estadão.

Ainda não é a hora.

É preciso esperar uma recuperação financeira consistente do Estadão …

O PiG(*) e a elite branca que representa (no caso de São Paulo, a elite branca é separatista) tem pelo Brasil e os brasileiros o mesmo sentimento do Farol de Alexandria, segundo Ciro Gomes (**): um profundo menosprezo.

Para esse pessoal do “lado de lá”, como diz o sábio Fernando Lyra, o Brasil só presta quando os governantes são do “lado de lá” e se submetem aos desígnios da Metrópole.

A Colônia não pode ter voz própria – a Colônia tem que conhecer o seu lugar.

Menos os da Casa Grande, os brancos, ricos, de olhos azuis, porque esses, na verdade, vivem na Metrópole.

Como diz meu amigo professor Luiz Felipe Alencastro, esse era a reação que Pedro II provocava, quando ia à Europa: o país não presta mas o Imperador é ótimo.

Foi o que fez o Farol de Alexandria ao longo de oito anos cinzentos, em que não se produziu uma idéia nova: o país não presta, mas o presidente é ótimo.

Isso, na verdade, é o que a elite provinciana achava que a Metrópole achava.

Porque a elite provinciana, essa elite de Free-Shop, elite Daslu, essa elite que não pode assistir a uma peça na Broadway, porque não vai entender, essa elite acha que sabe o que pensa a Metrópole.

A tragédia é que as tropas garibaldinas sobem a Sicília e o Reino das Duas Sicílias foi para o saco …

Os nossos Bourbons da Avenida Paulista sofrem com o sucesso da diplomacia brasileira.

O Ministro Celso Amorim – que não é meu parente – deu à diplomacia brasileira a dimensão verdadeira do Brasil.

A de um país grande.

Muito maior do que o Estadão e o Farol pensam que é.

Em tempo: O PiG vai descobrir que o Serra inventou o 14 Bis. Vejam o que diz a Lillian Witte Fibe, segundo o amigo navegante Pedro - Bahia em 18/junho/2009 as 13:28:

Excelente comentário. Muito bem a próposito para quem acidentalmente ouviu um comentário da Lilian Wite Fib - uma das meninas do Jô - no programa de ontem. “O grande mérito do Governo Lula é ter mantido a política econômica dos 8 anos de FHC”. Será?

Lembro-me quando se esforçava no governo anterior para que o salário mínimo chegasse a 100 dólares. Chegou a 76 apenas. Hoje, ultrapassa os 210. Lembro-me de uma política entreguista, quando se vendeu parte de nossas empresas, e não se sabe para onde foi o dinheiro. Hoje o nosso patrimônio está mantido, apesar das tentativas tucanas de vender a Petrobrás.”

FONTE: site “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim, em 21/06/2009, sobre editorial do jornal O Estado de São Paulo, de 18/junho/2009.

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