Terra Magazine
“Há 14 anos no poder em São Paulo, o PSDB não dá indícios de que sairá tão facilmente do Palácio dos Bandeirantes. Há pouco mais de um ano das eleições, o ex-governador Geraldo Alckimin lidera as pesquisas com cerca de 40% das intenções de voto. Na tentativa de reverter o domínio tucano no Estado, o PT procura nome viáveis eleitoralmente; ex-ministro da Integração Nacional e duas vezes candidato à presidência da República, Ciro Gomes, hoje deputado federal (PSB-CE), é um dos nomes cotados.
A candidatura passou a ser cogitada devido ao histórico de insucessos petistas no pleito estadual - nunca o PT esteve no poder no Estado. Mais importante: disputando em São Paulo, Ciro fica fora da eleição presidencial. Assim, a provável candidata de Lula à sucessão, a ministra Dilma Rousseff (PT), não terá de disputar votos no Nordeste com um representante da região.
Apesar de ter nascido em Pindamonhagaba (SP), Ciro construiu todo sua vida e trajetória política no Ceará - onde foi deputado estadual e governador. Ainda é, portanto, identificado pelos paulistanos como alguém "de fora", como revelou uma pesquisa recentemente encomendada pelo PT paulista.
Caso se concretize o plano de construir uma candidatura "externa", não será algo inédito na história do partido, pelo contrário: em 1988, a então deputada estadual Luiza Erundina, nascida em Uiarúna, interior da Paraíba, venceu as eleições municipais, tornando-se a primeira prefeita de esquerda da história da cidade de São Paulo.
Em entrevista a Terra Magazine, a ex-prefeita (hoje deputada federal pelo PSB de São Paulo) fala sobre sua experiência política na capital e comenta a provável empreitada de Ciro Gomes em terras paulistas. "Na disputa eleitoral os candidatos que fizeram política a vida toda aqui vão usar disso para desqualificar a candidatura dele, mas não como fruto de preconceito", diz Erundina.
- Eu não vejo como esse aspecto (ser um político nordestino) possa ter qualquer peso em relação a disputa eleitoral do Ciro aqui em São Paulo.
Confira a íntegra da entrevista:
TERRA MAGAZINE - A SENHORA NASCEU EM UIRAÚNA...
LUIZA ERUNDINA - Em Uiraúna, na Paraíba. E cheguei em São Paulo em 1971; vim por razões políticas, por causa ditadura militar.
COMO FOI A CHEGADA DA SENHORA AQUI?
Eu já tinha estado aqui para estudar, entre 1968 e 1969, fazendo mestrado em ciências sociais. Depois, voltei para lecionar na Universidade Federal da Paraíba. Só que, por restrições políticas e ideológicas, a universidade, por determinação do sistema de segurança da época, não me deixou entrar. Aí eu vim para cá em 21 de janeiro de 1971. Primeiro fui vereadora em 1982, depois eleita deputada estadual em 1986 e exerci os mandato até 1988, quando fui eleita prefeita. Portanto eu já estava em São Paulo há algum tempo.
COMO A SENHORA, NORDESTINA, FOI SE INSERINDO AQUI EM SÃO PAULO?
Como assistente social, eu e outras colegas reativamos uma associação profissional de assistentes sociais que estava desativada havia 7 anos pela ditadura. Nós reativamos essa entidade de classe, e eu passei a militar na área sindical. Foi quando conhecemos o Lula, a luta dos trabalhadores por liberdade sindical.
HOUVE UMA CONFLUÊNCIA...
Exatamente. Eu vim para militar, mas não era política partidária. Eu tinha uma militância política em razão da minha atividade profissional, fui dirigente sindical e trabalhei como funcionária pública. Eu era assistente social concursada da prefeitura de São Paulo. E foi nessa condição que eu passei a militar como presidente dessa associação profissional. Isso num momento em que a sociedade estava altamente mobilizada na luta de resistência à ditadura, por direito à liberdade de organização, de luta pela democracia.
A SENHORA SENTIU ALGUM TIPO DE PRECONCEITO POR SER NORDESTINA NESSA ÉPOCA, DESDE SUA CHEGADA?
Logo no comecinho, para eu me inserir no mercado de trabalho, não foi fácil. Não só pelo fato de ser mulher; mais por ser nordestina. Sofri uma certa resistência, mas não foi a ponto de viabilizar minha atividade profissional ou minha participação aqui na cidade. Mas é evidente que eu concentrava em mim, e ainda concentro, vários aspectos que levaram a um processo de preconceito. Não só por eu ser nordestina, mas também por eu ser mulher, de esquerda, socialista, depois por pertencer ao PT... E pelo fato de, num período de restrições políticas, eu estar a frente de certos movimentos, de luta das mulheres por creche, por direito à moradia, saúde. Eu tinha uma militância ligada aos setores populares, de base. E isso tudo atraiu sobre mim muito preconceito. Eu diria que (isso se deveu) mais pela restrição ideológica propriamente dita. E também por ter disputado com os caciques da política paulistana o governo da cidade, isso para eles foi uma afronta.
DESDE SUA ELEIÇÃO, PASSARAM-SE MAIS DE 20 ANOS. COMO VÊ A QUESTÃO DO PRECONCEITO CONTRA NORDESTINOS EM SÃO PAULO HOJE?
A maioria dos paulistanos que me elegeram mostrou uma certa abertura, uma certa tolerância, digamos assim. E a compreensão de que os nordestinos daqui também constroem a cidade. Eu sempre digo: talvez tivesse sido mais difícil eu ter sido eleita na capital do meu Estado ou na cidade em que nasci do que em São Paulo, apesar de toda essa complexidade da cultura paulistana, na tradição e cultura política da cidade.
SÃO PAULO É SEMPRE APONTADA COMO UMA CIDADE MUITO CONSERVADORA....
Alguns segmentos sim. Mas é uma cidade cosmopolita. Não é (homogênea), muito pelo contrário: é multicultural, multiétnica, moderna ao mesmo tempo que é tradicional.... São Paulo tem um perfil muito próprio, e é isso que provavelmente explica o fato de eu ter sido candidata e ter me viabilizado eleitoralmente. Agora, isso não significa que não havia preconceito, naquela época mais do que hoje. E também tem o fato de que o cálculo eleitoral em 1988 não era favorável a mim. O PT na época tinha uma visão conservadora, do ponto de vista de achar que uma mulher nordestina, alguém de origem popular, pudesse disputar com chances de se eleger.
O PRÓPRIO PT TINHA ESSA VISÃO?
Era (uma visão) dos dirigentes, não da base - inclusive o Lula e o Zé Dirceu. Eu venci uma prévia contra o Plínio de Arruda Sampaio (NR: hoje dirigente do PSOL), que é um homem paulista, de família tradicional de prestígio, uma liderança política que sofreu perseguição da ditadura. Com certeza ele tinha um perfil mais assimilável ao paulistano tradicional, ao conservadorismo que também existe aqui ainda. Na avaliação do PT e dos formadores de opinião da cidade, eu não tinha viabilidade nenhuma. Talvez tenha sido assim porque, em primeiro lugar, era um turno só. Como eu não era favorita... muito pelo contrário: cheguei na véspera da eleição em terceiro lugar, o Maluf estava praticamente eleito... Eu em terceiro lugar, pelo PT, naquela época, realmente foi uma zebra. Se eu tivesse demonstrado ao longo da campanha uma certa viabilidade nas pesquisas, provavelmente eu nem teria sido eleita, porque eles teriam, talvez, adotado métodos até extremos para evitar a minha eleição.
APESAR DE TER NASCIDO EM PINDAMONHAGABA (SP), SEU COLEGA DE PARTIDO, CIRO GOMES, CONSTRUIU TODA SUA VIDA E TRAJETÓRIA POLÍTICA NO CEARÁ; EM SÃO PAULO, É VISTO COMO UM POLÍTICO DO NORDESTE. ACREDITA QUE, CASO SEJA LANÇADO CANDIDATO, ELE SOFRERÁ PRECONCEITO POR SER NORDESTINO?
Acho que não. Primeiro porque ele é homem. Já foi candidato à presidência da República duas vezes, sendo muito bem votado. Tem uma história política no Ceará ligada a Jereissati (NR: dirigente do PSDB no Estado), é ligado aos grupos políticos do nordeste, já foi ministro... É outra coisa, não dá nem para comparar a Luiza Erundina de 20 anos atrás com Ciro Gomes hoje, embora ele tenha vivido a vida toda no nordeste. Isso não tem, a meu ver, nenhuma importância mais hoje aqui em São Paulo. É muito mais a conjugação de fatores políticos locais, estaduais e nacionais; a conjuntura que poderá ser favorável ou não à candidatura dele, não a origem.
MAS O ELEITOR PAULISTA PODE IDENTIFICAR CIRO COMO ALGUÉM QUE "CAIU DE PARAQUEDAS" E NÃO CONHECE O ESTADO QUE IRÁ GOVERNAR...
Esse pode ser um argumento, mas não é qualquer eleitor que usaria. Os adversários vão usar isso. Ele é uma pessoa muito competente, com experiência administrativa, uma capacidade muito grande de debater. É um homem com um currículo político que o afirma em qualquer lugar que ele esteja nesse país.
A PRÓPRIA TRAJETÓRIA DELE ANULARIA UM EVENTUAL PRECONCEITO?
Acho que é forçar muito a barra imaginar que Ciro Gomes iria sofrer preconceito aqui. A meu ver, na disputa eleitoral os candidatos que fizeram política a vida toda aqui vão usar disso para desqualificar a candidatura dele, mas não como fruto de preconceito - muito pelo contrário. Aqui tem um eleitorado nordestino muito grande.
Essa diversidade cultural de São Paulo. Se há 20 anos (a diversidade) já era presente no jogo democrático, imagina hoje, com uma fluidez bem maior dos meios de comunicação, com a internet e outros meios multimídia. Eu não vejo como esse aspecto (ser um político nordestino) possa ter qualquer peso em relação a disputa eleitoral do Ciro aqui em São Paulo. É claro que os adversários podem usar desse argumento, mas não seria forte, muito menos determinante na decisão do eleitor. Não dá para comparar com a minha situação há 20 anos; nordestina, ninguém me conhecia, embora eu fosse professora universitária e deputada, muito vinculada à luta do povo e das mulheres, dos excluídos... Imagina? Isso sim era fator de desconfiança. Me achavam talvez sem preparo, ignorante...
POR OUTRO LADO, CIRO GOMES NÃO TERIA, NUMA EVENTUAL CANDIDATURA, A INSERÇÃO POPULAR QUE A SENHORA CHEGOU A TER ANTES DE SE ELEGER...
Mas veja bem: era positivo num segmento excluído da periferia de São Paulo. Eu acho que se a condição de nordestino dele é um apelo importante entre o povo nordestino de São Paulo, por outro lado ele é um homem de classe média, que transita bem nos meios intelectuais. Não é que eu não tenha isso hoje, mas há 20 anos eu não tinha, porque ninguém me conhecia e achava que eu era uma militante de base ignorante, pobretona, despreparada... Depois viram que não era isso. E esse não é absolutamente o caso do Ciro, pelo contrário.
POR TER UM PERFIL MAIS DIVERSIFICADO, ELE PODERIA ATENDER A CADA SEGMENTO DA POPULAÇÃO PAULISTA?
Claro. Ele é uma liderança política já testada, experiente, é homem, tem uma capacidade de comunicação muito grande. Eu acho que ele tem vantagens enormes em relação ao que eu enfrentei há 20 anos, e mesmo assim eu fui prefeita.
SIM...
Agora você há de convir que eu fui prefeita da capital, não do Estado. O interior de São Paulo é um pouco mais conservador. Ao se candidatar a governador, tem que levar em conta esse dado. Não que altere tanto minha análise, mas com certeza o peso do interior, que tem um eleitor mais conservador, é muito grande. Estou absolutamente segura de que esse não é um dado que vá dificultar ou o desempenho da candidatura dele. Falo da candidatura porque se as forças em torno dele se aliarem, provavelmente ele sairá candidato. Tudo indica que ele será o candidato dessas forças. O desempenho eleitoral dele pode ser muito mais favorável do que o meu há 20 anos, e ele tem muitas chances - por isso está tendo reação. Numa disputa em dois turnos, a presença dele no processo possivelmente irá garantir o segundo turno. Isso faz uma diferença enorme.
A SENHORA PRETENDE ENTRAR NA DISPUTA EM 2010?
Não. Eu vou estar com a candidatura do meu partido. Imaginava que o Ciro pudesse ser candidato á presidência pelo PSB, mas se ele for mesmo candidato a governador também estaremos juntos.”
FONTE: reportagem de Diego Salmen publicada em 30/07/2009 no site “Terra Magazine”, do jornalista Bob Fernandes.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
TUCANO É INTOCÁVEL
"Os tucanos do Senado ficaram revoltados com o noticiário que falou de investigação de acusações públicas contra alguns deles. Claro. Se a mídia esconde todos os seus pecados, como caberia a simples senadores da situação aclará-los, pesquisá-los? Nada disso. Tucano está acima da lei. Não pode ser objeto de investigação.
MEDO
Aloísio Mercadante e Eduardo Suplicy morrem de medo da imprensa de S.Paulo, toda ela engajada com o tucanato e que nunca poderá apóia-los. Adivinham suas pautas para segui-las por pura covardia.
QUEREM APOIO
Engraçado são estes senadores do PT, querem apoio do PMDB para sua reeleição e para a vitória de Dilma Rousseff e fazem o jogo do golpismo, querendo destronar José Sarney para colocar na presidência da Câmara Alta, eleitor de José Serra.
COM A MAIORIA
À exceção da grande imprensa, a saudosista dos tempos tucanos, oitenta por cento da população brasileira apóia Lula e o PT. Uns leitores, de boa fé, por ignorância outros se queixam de que a UNE forma com Lula e suas políticas de preocupações sociais e não com o PSDB e suas privatizações de grandes empresas nacionais a preço da banana. A estudantada não pode formar com FHC contra Lula porque este conta com apoio da esmagadora maioria da opinião nacional e segue teses que sempre defendeu. A UNE é a do José Serra dos tempos passados e não o Serra de hoje, preconceituoso para agradar a mais reacionária plutocracia paulista.”
FONTE: notas de Lustosa da Costa em sua coluna diária no jornal Diário do Nordeste, em 30/07/2009.
MEDO
Aloísio Mercadante e Eduardo Suplicy morrem de medo da imprensa de S.Paulo, toda ela engajada com o tucanato e que nunca poderá apóia-los. Adivinham suas pautas para segui-las por pura covardia.
QUEREM APOIO
Engraçado são estes senadores do PT, querem apoio do PMDB para sua reeleição e para a vitória de Dilma Rousseff e fazem o jogo do golpismo, querendo destronar José Sarney para colocar na presidência da Câmara Alta, eleitor de José Serra.
COM A MAIORIA
À exceção da grande imprensa, a saudosista dos tempos tucanos, oitenta por cento da população brasileira apóia Lula e o PT. Uns leitores, de boa fé, por ignorância outros se queixam de que a UNE forma com Lula e suas políticas de preocupações sociais e não com o PSDB e suas privatizações de grandes empresas nacionais a preço da banana. A estudantada não pode formar com FHC contra Lula porque este conta com apoio da esmagadora maioria da opinião nacional e segue teses que sempre defendeu. A UNE é a do José Serra dos tempos passados e não o Serra de hoje, preconceituoso para agradar a mais reacionária plutocracia paulista.”
FONTE: notas de Lustosa da Costa em sua coluna diária no jornal Diário do Nordeste, em 30/07/2009.
ARTHUR VIRGÍLIO PODE SER CASSADO COM BASE NO ARTIGO 171 DO CÓDIGO PENAL - NÃO É PIADA.
“Quando o Senador Arthur Virgílio Neto (PSDB/AM) afirmou que tomou conhecimento e autorizou um assessor a continuar recebendo salários do Senado, quando morava no exterior, por 18 meses, pode ter cometido crime tipificado no código penal no artigo 171:
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
O senador obteve para outrem vantagem ilícita (e para si também, uma vez que tratava-se de um correligionário político, o que lhe trazia, em contrapartida, vantagens políticas).
Causou prejuízo alheio, aos cofres públicos, subtraindo dinheiro que pertence à todos os brasileiros.
Manteve, conscientemente, o assessor em erro, mediante artifício, ardil.
Quando autorizou pagar salário a quem não trabalha, como se tivesse trabalhado, recorreu a meio fraudulento.
O caso do senador Arthur Vigílio é o famoso 171.”
FONTE: blog “Os amigos do Presidente Lula”, em 30/07/2009.
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
O senador obteve para outrem vantagem ilícita (e para si também, uma vez que tratava-se de um correligionário político, o que lhe trazia, em contrapartida, vantagens políticas).
Causou prejuízo alheio, aos cofres públicos, subtraindo dinheiro que pertence à todos os brasileiros.
Manteve, conscientemente, o assessor em erro, mediante artifício, ardil.
Quando autorizou pagar salário a quem não trabalha, como se tivesse trabalhado, recorreu a meio fraudulento.
O caso do senador Arthur Vigílio é o famoso 171.”
FONTE: blog “Os amigos do Presidente Lula”, em 30/07/2009.
LUIS NASSIF: RENAN OU MÍDIA, UM CERTO ESTILO
“Vamos entender melhor esse jogo de hipocrisias na campanha contra José Sarney.
1. A Folha traz uma denúncia de empréstimos do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) à TV Mirante, dos Sarney. A dívida está sendo questionada na Justiça, devido às cláusulas de correção cambial. O empréstimo foi concedido pelo BNB na gestão Byron, indicado pelo senador Tasso Jereissatti e homem de confiança do Ministro da Fazenda Pedro Malan. Questionamento na Justiça significa o banco contra Sarney, não necessariamente irregularidades cometidas na concessão do empréstimo.
2. Todos esses vícios de Sarney fazem parte de usos e costumes do Legislativo. Praticamente todos os senadores foram beneficiados por nomeações de parentes e outras benesses do poder. Mas a campanha é focada nele, não nas saídas para reduzir esse tipo de vício das práticas políticas brasileiras.
3. O governo Sarney marcou o auge do poder de Roberto Marinho. Não havia uma indicação de ministro que não passasse por Marinho, conforme amplamente conhecido. Foi nesse período que a TV Mirante, de Sarney, conseguiu a concessão da Globo (assim como a TV de ACM). E a Globo conseguiu apoio irrestrito da Telebras.
4. No governo Sarney, a Folha se aproximou dele de tal maneira que lhe concedeu 20 anos de coluna no espaço nobre da página 2.
5. Agora que José Sarney ameaça renunciar, matéria da Folha mostrando a cúpula tucana (FHC, Serra e Aécio) tentando se aproximar dele. Renunciando, os ataques contra ele cessarão na hora, como cessaram contra Renan.
6. Em sua coluna de hoje, Clóvis Rossi fala em “um certo estilo de Máfia”. Coloco o raciocínio do Rossi, deixando entre parêntesis opções de personagens que se adequam ao raciocínio.
“O problema é que Renan (a mídia) não ameaça Virgílio (Sarney) porque este violou a ética, mas porque o PSDB (PMDB) está entrando com a sua própria representação (aliança) contra José Sarney (José Serra), de quem Renan (a mídia) é cão de guarda. Em outras palavras, é o típico aviso mafioso: você não entra no meu território que eu deixo seus trambiques em paz”.
FONTE: texto de Luis Nassif, em seu blog, reproduzido no site “Vermelho” em 30/07/2009.
1. A Folha traz uma denúncia de empréstimos do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) à TV Mirante, dos Sarney. A dívida está sendo questionada na Justiça, devido às cláusulas de correção cambial. O empréstimo foi concedido pelo BNB na gestão Byron, indicado pelo senador Tasso Jereissatti e homem de confiança do Ministro da Fazenda Pedro Malan. Questionamento na Justiça significa o banco contra Sarney, não necessariamente irregularidades cometidas na concessão do empréstimo.
2. Todos esses vícios de Sarney fazem parte de usos e costumes do Legislativo. Praticamente todos os senadores foram beneficiados por nomeações de parentes e outras benesses do poder. Mas a campanha é focada nele, não nas saídas para reduzir esse tipo de vício das práticas políticas brasileiras.
3. O governo Sarney marcou o auge do poder de Roberto Marinho. Não havia uma indicação de ministro que não passasse por Marinho, conforme amplamente conhecido. Foi nesse período que a TV Mirante, de Sarney, conseguiu a concessão da Globo (assim como a TV de ACM). E a Globo conseguiu apoio irrestrito da Telebras.
4. No governo Sarney, a Folha se aproximou dele de tal maneira que lhe concedeu 20 anos de coluna no espaço nobre da página 2.
5. Agora que José Sarney ameaça renunciar, matéria da Folha mostrando a cúpula tucana (FHC, Serra e Aécio) tentando se aproximar dele. Renunciando, os ataques contra ele cessarão na hora, como cessaram contra Renan.
6. Em sua coluna de hoje, Clóvis Rossi fala em “um certo estilo de Máfia”. Coloco o raciocínio do Rossi, deixando entre parêntesis opções de personagens que se adequam ao raciocínio.
“O problema é que Renan (a mídia) não ameaça Virgílio (Sarney) porque este violou a ética, mas porque o PSDB (PMDB) está entrando com a sua própria representação (aliança) contra José Sarney (José Serra), de quem Renan (a mídia) é cão de guarda. Em outras palavras, é o típico aviso mafioso: você não entra no meu território que eu deixo seus trambiques em paz”.
FONTE: texto de Luis Nassif, em seu blog, reproduzido no site “Vermelho” em 30/07/2009.
CÚPULA DO PMDB DÁ AVAL À RETALIAÇÃO CONTRA TUCANOS
“A decisão do PMDB do Senado de partir para o contra-ataque e retaliar o PSDB com representações no Conselho de Ética contra senadores tucanos pôs a cúpula peemedebista numa saia-justa.
Os principais dirigentes do partido, os deputados Michel Temer (SP), licenciado da presidência, e Iris Araújo (GO), no exercício da presidência, resistiam a entrar na guerra desencadeada no Senado entre os dois partidos. Mas depois de ouvir o presidente da Casa, José Sarney (AP), e o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), a cúpula deu o aval para que Íris assine as representações contra os tucanos.
A primeira delas, contra o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), deverá ser protocolada na semana que vem. Temer conversou ontem com Sarney sobre a decisão de Renan de retaliar o PSDB, que na terça-feira protocolou três representações contra o presidente da Casa. A princípio, ele e a cúpula do partido resistiram até onde puderam para ficar à margem da crise no Senado.
Porém, diante de apelo de Sarney e de Renan, cederam e concordaram com a represália aos tucanos. Temer conversou com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e avisou da decisão do PMDB de levar parlamentares tucanos ao Conselho de Ética do Senado.
O envolvimento dos deputados com a briga dos senadores ocorreu porque uma representação só pode ser feita pela direção partidária. Colegas de Temer na cúpula peemedebista argumentaram que ele não teve como negar o pedido de Sarney, considerado um dos caciques da legenda. Além disso, a negativa da representação iria criar um clima de guerra explícita entre deputados e senadores que integram a Executiva Nacional do partido, como é o caso de Renan. Os dois lados já vivem às turras por causa da disputa de espaço nos ministérios e estatais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
REPRESENTAÇÕES
Além de Virgílio - que confessou ter empregado funcionário fantasma em seu gabinete e usado 3,3 mil do ex-diretor do Senado Agaciel Maia, em 2005, quando estava em viagem a Paris com a família -, o PMDB também estaria disposto a protocolar representação contra Tasso Jereissati (PSDB-CE), que admitiu ter usado o dinheiro de sua cota de passagens aéreas para fretar um jatinho. Na época da denúncia, o senador Mário Couto (PSDB-PA) também confessou ter feito o mesmo.”
FONTE: matéria da AE - Agência Estado publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 30/07/2009 e reproduzida no blog “Por um novo Brasil”.
Os principais dirigentes do partido, os deputados Michel Temer (SP), licenciado da presidência, e Iris Araújo (GO), no exercício da presidência, resistiam a entrar na guerra desencadeada no Senado entre os dois partidos. Mas depois de ouvir o presidente da Casa, José Sarney (AP), e o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), a cúpula deu o aval para que Íris assine as representações contra os tucanos.
A primeira delas, contra o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), deverá ser protocolada na semana que vem. Temer conversou ontem com Sarney sobre a decisão de Renan de retaliar o PSDB, que na terça-feira protocolou três representações contra o presidente da Casa. A princípio, ele e a cúpula do partido resistiram até onde puderam para ficar à margem da crise no Senado.
Porém, diante de apelo de Sarney e de Renan, cederam e concordaram com a represália aos tucanos. Temer conversou com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e avisou da decisão do PMDB de levar parlamentares tucanos ao Conselho de Ética do Senado.
O envolvimento dos deputados com a briga dos senadores ocorreu porque uma representação só pode ser feita pela direção partidária. Colegas de Temer na cúpula peemedebista argumentaram que ele não teve como negar o pedido de Sarney, considerado um dos caciques da legenda. Além disso, a negativa da representação iria criar um clima de guerra explícita entre deputados e senadores que integram a Executiva Nacional do partido, como é o caso de Renan. Os dois lados já vivem às turras por causa da disputa de espaço nos ministérios e estatais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
REPRESENTAÇÕES
Além de Virgílio - que confessou ter empregado funcionário fantasma em seu gabinete e usado 3,3 mil do ex-diretor do Senado Agaciel Maia, em 2005, quando estava em viagem a Paris com a família -, o PMDB também estaria disposto a protocolar representação contra Tasso Jereissati (PSDB-CE), que admitiu ter usado o dinheiro de sua cota de passagens aéreas para fretar um jatinho. Na época da denúncia, o senador Mário Couto (PSDB-PA) também confessou ter feito o mesmo.”
FONTE: matéria da AE - Agência Estado publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 30/07/2009 e reproduzida no blog “Por um novo Brasil”.
VOCÊ ESTÁ PAGANDO O CONDOMÍNIO RESIDENCIAL DO SENADOR JOSÉ AGRIPINO MAIA
"Quem mora em apartamento sabe o quanto é duro todo mês pagar o condomínio, e quem mora em casa também tem que pagar a água, e as demais contas da casa.
Mas o senador José Agripino Maia (DEMos/RN), não tem esse problema.
O líder dos DEMos no senado mora no topo de um edifício de luxo de 16 andares. Uma cobertura, com piscina, no Condomínio Residencial Aurino Vila. Fica na Rua Carlos Passos, bairro do Tirol, área prá lá de nobre de Natal.
O condomínio de R$ 810,00 por mês é a gente quem paga.
Apesar do polpudo salário de um senador, José Agripino Maia pendura a conta na verba indenizatória do Senado, para o povo brasileiro pagar, como se fosse despesa de "escritório político".
FONTE: postagem do blog “Os amigos do Presidente Lula” reproduzida no blog “Por um novo Brasil” em 30/07/2009.
O MAIOR DRAMA HUMANITÁRIO CONTEMPORÂNEO
“Semanalmente chegam às costas espanholas embarcações dos tipos mais elementares, de africanos tentando chegar a território europeu, na busca de alguma forma de trabalho para poderem sobreviver em condições menos penosas que as enfrentam nos seus países de origem. Uma proporção grande deles já chega morta, pelas difíceis condições da travessia pelo mar.
Todos são devolvidos para seus países. Nem sequer se têm a estatística de quantos chegaram, quantos morreram, o que passou com os que foram devolvidos a seus países.
A situação é clara: africanos, vitimas do colonialismo europeu e do imperialismo contemporâneo, buscam formas de sobrevivência nos países ricos, que se enriqueceram na base da exploração colonial e da escravidão. Países onde impera o racismo, que se consideram “civilizados”, porque mais ricos, justamente porque exploraram os que consideram “bárbaros”.
A mão de obra imigrante lhes interessa para as tarefas em que não há nacionais dispostos a trabalhar, especialmente a construção civil, a limpeza de ruas, o trabalho doméstico. Se interessam mais pelos latinoamerianos, porque brancos, católicos, que falam espanhol. Mesmo durante o período de crescimento da economia, rejeitavam os africanos. Agora, com a lei que Evo Morales chamou de “lei da vergonha”, estabelecem cotas para expulsão de imigrantes.
A situação dos africanos é, de longe, a pior. Tentam formas de chegar a território europeu, em condições de extremo risco, com a esperança de conseguir formas de sobrevivência e poder mandar alguns recursos para as famílias. Quando não morrem, são tratados da pior forma possível, rejeitados e depositados nas costas da Africa de volta. Nem sequer há estatísticas sobre quantos chegam semanalmente, menos ainda sobre quantos e quais morreram. Não se sabe tampouco o que se faz com seus corpos – dos já milhares de cadáveres deste ano, por exemplo.
Acaba de suceder de novo algo similar com imigrantes haitianos, tentando chegar aos EUA. A precária embarcação afundou, varias dezenas morreram, em caso similar ao dos africanos na Europa.
Responsáveis pela miséria a que ficaram relegados os países africanos e vários da América Latina, os países do centro do capitalismo – todos ex-potências coloniais e atuais potências imperialistas e globalizadoras – continuam a exploração desses países, interessando-se apenas pelas riquezas naturais que possuam, sem fazer nada para que melhore substancialmente as condições de vida – emprego, habitação, saúde, saneamento básico – das suas populações que tentam emigrar para fugir das condições a que são submetidas nos seus próprios países.
Atualmente, a piora da situação dos trabalhadores imigrantes, aos que se tenta fazer passar como responsáveis pelo desemprego, é ainda mais injusta, porque a crise foi produzida justamente pelos países do centro do capitalismo, os que os utilizaram quando necessitavam de mais mão de obra e agora os rejeitam e expulsam. São tratados da forma que o capitalismo trata os trabalhadores – como mercadoria descartável.
Na Espanha e nos EUA, de forma mais direta, quem sustentou o boom econômico que desembocou na crise atual foi a indústria da construção, com mão de obra imigrante. A crise afeta particularmente o setor, que rejeita e expulsa quem sustentou o crescimento durante vários anos.
Países de onde vieram tantas levas de imigrantes para os países latinoamericanos, onde nunca foram rejeitados, que agora se interessam pela livre circulação de capitais e mercadorias, mas não de trabalhadores, aplicam aos originários dos países que foram colonizados por eles, a discriminação e a rejeição. Não se sentem responsáveis pela situação dos países que exploraram e ainda exploram.
Enquanto países como o Brasil legalizam a situação de milhões de estrangeiros, os países europeus e os EUA tomam atitude oposta, revelando o grau de desumanização a que seus governos e populações chegaram. Porque não é um caso de escândalo, de indignação e de medidas de emergência. Quem se identifica com eles são alguns governos dos países da periferia, que sabem o que foi o colonialismo, o que é o imperialismo e a globalização, o que é a discriminação e capitalismo.”
FONTE: artigo postado por Emir Sader no site “Carta Maior” em 30/07/2009.
Todos são devolvidos para seus países. Nem sequer se têm a estatística de quantos chegaram, quantos morreram, o que passou com os que foram devolvidos a seus países.
A situação é clara: africanos, vitimas do colonialismo europeu e do imperialismo contemporâneo, buscam formas de sobrevivência nos países ricos, que se enriqueceram na base da exploração colonial e da escravidão. Países onde impera o racismo, que se consideram “civilizados”, porque mais ricos, justamente porque exploraram os que consideram “bárbaros”.
A mão de obra imigrante lhes interessa para as tarefas em que não há nacionais dispostos a trabalhar, especialmente a construção civil, a limpeza de ruas, o trabalho doméstico. Se interessam mais pelos latinoamerianos, porque brancos, católicos, que falam espanhol. Mesmo durante o período de crescimento da economia, rejeitavam os africanos. Agora, com a lei que Evo Morales chamou de “lei da vergonha”, estabelecem cotas para expulsão de imigrantes.
A situação dos africanos é, de longe, a pior. Tentam formas de chegar a território europeu, em condições de extremo risco, com a esperança de conseguir formas de sobrevivência e poder mandar alguns recursos para as famílias. Quando não morrem, são tratados da pior forma possível, rejeitados e depositados nas costas da Africa de volta. Nem sequer há estatísticas sobre quantos chegam semanalmente, menos ainda sobre quantos e quais morreram. Não se sabe tampouco o que se faz com seus corpos – dos já milhares de cadáveres deste ano, por exemplo.
Acaba de suceder de novo algo similar com imigrantes haitianos, tentando chegar aos EUA. A precária embarcação afundou, varias dezenas morreram, em caso similar ao dos africanos na Europa.
Responsáveis pela miséria a que ficaram relegados os países africanos e vários da América Latina, os países do centro do capitalismo – todos ex-potências coloniais e atuais potências imperialistas e globalizadoras – continuam a exploração desses países, interessando-se apenas pelas riquezas naturais que possuam, sem fazer nada para que melhore substancialmente as condições de vida – emprego, habitação, saúde, saneamento básico – das suas populações que tentam emigrar para fugir das condições a que são submetidas nos seus próprios países.
Atualmente, a piora da situação dos trabalhadores imigrantes, aos que se tenta fazer passar como responsáveis pelo desemprego, é ainda mais injusta, porque a crise foi produzida justamente pelos países do centro do capitalismo, os que os utilizaram quando necessitavam de mais mão de obra e agora os rejeitam e expulsam. São tratados da forma que o capitalismo trata os trabalhadores – como mercadoria descartável.
Na Espanha e nos EUA, de forma mais direta, quem sustentou o boom econômico que desembocou na crise atual foi a indústria da construção, com mão de obra imigrante. A crise afeta particularmente o setor, que rejeita e expulsa quem sustentou o crescimento durante vários anos.
Países de onde vieram tantas levas de imigrantes para os países latinoamericanos, onde nunca foram rejeitados, que agora se interessam pela livre circulação de capitais e mercadorias, mas não de trabalhadores, aplicam aos originários dos países que foram colonizados por eles, a discriminação e a rejeição. Não se sentem responsáveis pela situação dos países que exploraram e ainda exploram.
Enquanto países como o Brasil legalizam a situação de milhões de estrangeiros, os países europeus e os EUA tomam atitude oposta, revelando o grau de desumanização a que seus governos e populações chegaram. Porque não é um caso de escândalo, de indignação e de medidas de emergência. Quem se identifica com eles são alguns governos dos países da periferia, que sabem o que foi o colonialismo, o que é o imperialismo e a globalização, o que é a discriminação e capitalismo.”
FONTE: artigo postado por Emir Sader no site “Carta Maior” em 30/07/2009.
GABEIRA, JEREISSATI, SARNEY, VIRGÍLIO, AGACIEL...
“Gabeira quis 'ajudar' a namorada, como Sarney 'ajudou' a neta; Jereissati 'realocou' verba para o seu jatinho; Virgílio, herói da mídia ética, tomou US$ 10 mil com Agaciel, deu 18 meses a assessor na Europa...
(dito assim, seco, acusam Clóvis Rossi e Virgílio, é mafioso. Tá bom...; 30-07)”
FONTE: cabeçalho do site “Carta Maior” em 30/07/2009.
(dito assim, seco, acusam Clóvis Rossi e Virgílio, é mafioso. Tá bom...; 30-07)”
FONTE: cabeçalho do site “Carta Maior” em 30/07/2009.
O FMI ELOGIA O BRASIL
O FUNDO ENDOSSOU O ESTÍMULO FISCAL PLANEJADO PELO GOVERNO BRASILEIRO E A REDUÇÃO NA META DE SUPERÁVIT PRIMÁRIO
“O Brasil concluiu recentemente a sua consulta anual com o FMI. Fomos muito elogiados pelo corpo técnico e pelos diretores do Fundo. Houve críticas, mas poucas. Saí da reunião da diretoria rubro de modéstia.
O leitor poderá perguntar: o que será que o Brasil está fazendo de errado? Pergunta pertinente. Houve tempo em que elogio do Fundo era "indicador antecedente" de problemas, quase o beijo da morte. Em certos períodos, a Argentina de Menem e Cavallo, por exemplo, colheu muitos elogios por aqui. Assim, o México de Salinas de Gortari, nos anos anteriores ao colapso de 1994.
Mas hoje parece que o quadro é diferente. O FMI abandonou certos dogmas do chamado Consenso de Washington. Mesmo antes da crise internacional, a instituição vinha começando um processo de adaptação e flexibilização. A eclosão da crise acelerou as mudanças.
Compreendo que o leitor receba o parágrafo anterior com alguma desconfiança. Afinal, brasileiro sabidamente não pode viajar. Será que foi o Fundo que mudou ou este economista subdesenvolvido que vos escreve? Em minha defesa, direi apenas o seguinte: o que me protege contra adaptações espúrias é simplesmente uma certa teimosia, uma preocupação instintiva em preservar alguma coerência _uma proteção contra a angústia da passagem do tempo, talvez. Seja como for, reconheço a validade do que dizia Oscar Wilde: a coerência é uma virtude de quinta categoria, um refúgio dos que não têm imaginação.
Quando aceitei vir aqui para o Fundo, um dos meus amigos _o jornalista Roberto Müller_ debochou: "Estamos fazendo uma aposta sobre quanto tempo levará até que você defenda um aumento do superávit primário". Os mais descrentes me davam seis meses; os mais otimistas, dois anos.
Pois bem. Passaram-se mais de dois anos. E eis que acontece o seguinte: o FMI apoia a redução do superávit primário no Brasil! A verdade, leitor, é que a crise abalou muitas convicções. Os diretores do Fundo endossaram o estímulo fiscal planejado pelo governo brasileiro e a redução de 1,5% do PIB na meta de superávit primário para 2009. Ressalvaram que é recomendável conter despesas correntes, inclusive salários, mas viram espaço para afrouxamento adicional da política fiscal e monetária, desde que se monitore com cuidado as reações do mercado. Nos termos do Artigo IV do seu Convênio Constitutivo, o FMI mantém discussões bilaterais com os países membros, geralmente uma vez por ano. É a essa consulta que estou me referindo (ver "Diretoria Executiva do FMI conclui a consulta do Artigo IV com o Brasil", 28 de julho, www.imf.org/external).
Os dados coletados pelo corpo técnico do Fundo parecem dar suporte a essas conclusões da diretoria. A razão dívida pública líquida/PIB vem diminuindo de forma gradual nos anos recentes, de 49% em 2004 para 37% em 2008. Deve subir para 42% este ano, mas voltar a cair para cerca de 40% no ano que vem, segundo as projeções do FMI.
O déficit público consolidado andava por volta de 2% a 2,5% do PIB antes da crise internacional. O Fundo projeta um aumento para 3,2% do PIB em 2009, refletindo os efeitos da recessão e as medidas de estímulo fiscal. Mesmo assim, o nosso será um dos menores déficits fiscais entre os países do G20 em 2009, segundo o FMI. O Brasil tem sido relativamente cauteloso em matéria de uso antirrecessivo da política fiscal.
É bom que continue assim. A disciplina fiscal é aspecto essencial de uma política econômica bem-sucedida”.
FONTE: artigo de Paulo Nogueira Batista Jr. publicado no jornal Folha de São Paulo em 30/07/2009. O autor é diretor-executivo no FMI, onde representa um grupo de nove países (Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Haiti, Panamá, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobago).
“O Brasil concluiu recentemente a sua consulta anual com o FMI. Fomos muito elogiados pelo corpo técnico e pelos diretores do Fundo. Houve críticas, mas poucas. Saí da reunião da diretoria rubro de modéstia.
O leitor poderá perguntar: o que será que o Brasil está fazendo de errado? Pergunta pertinente. Houve tempo em que elogio do Fundo era "indicador antecedente" de problemas, quase o beijo da morte. Em certos períodos, a Argentina de Menem e Cavallo, por exemplo, colheu muitos elogios por aqui. Assim, o México de Salinas de Gortari, nos anos anteriores ao colapso de 1994.
Mas hoje parece que o quadro é diferente. O FMI abandonou certos dogmas do chamado Consenso de Washington. Mesmo antes da crise internacional, a instituição vinha começando um processo de adaptação e flexibilização. A eclosão da crise acelerou as mudanças.
Compreendo que o leitor receba o parágrafo anterior com alguma desconfiança. Afinal, brasileiro sabidamente não pode viajar. Será que foi o Fundo que mudou ou este economista subdesenvolvido que vos escreve? Em minha defesa, direi apenas o seguinte: o que me protege contra adaptações espúrias é simplesmente uma certa teimosia, uma preocupação instintiva em preservar alguma coerência _uma proteção contra a angústia da passagem do tempo, talvez. Seja como for, reconheço a validade do que dizia Oscar Wilde: a coerência é uma virtude de quinta categoria, um refúgio dos que não têm imaginação.
Quando aceitei vir aqui para o Fundo, um dos meus amigos _o jornalista Roberto Müller_ debochou: "Estamos fazendo uma aposta sobre quanto tempo levará até que você defenda um aumento do superávit primário". Os mais descrentes me davam seis meses; os mais otimistas, dois anos.
Pois bem. Passaram-se mais de dois anos. E eis que acontece o seguinte: o FMI apoia a redução do superávit primário no Brasil! A verdade, leitor, é que a crise abalou muitas convicções. Os diretores do Fundo endossaram o estímulo fiscal planejado pelo governo brasileiro e a redução de 1,5% do PIB na meta de superávit primário para 2009. Ressalvaram que é recomendável conter despesas correntes, inclusive salários, mas viram espaço para afrouxamento adicional da política fiscal e monetária, desde que se monitore com cuidado as reações do mercado. Nos termos do Artigo IV do seu Convênio Constitutivo, o FMI mantém discussões bilaterais com os países membros, geralmente uma vez por ano. É a essa consulta que estou me referindo (ver "Diretoria Executiva do FMI conclui a consulta do Artigo IV com o Brasil", 28 de julho, www.imf.org/external).
Os dados coletados pelo corpo técnico do Fundo parecem dar suporte a essas conclusões da diretoria. A razão dívida pública líquida/PIB vem diminuindo de forma gradual nos anos recentes, de 49% em 2004 para 37% em 2008. Deve subir para 42% este ano, mas voltar a cair para cerca de 40% no ano que vem, segundo as projeções do FMI.
O déficit público consolidado andava por volta de 2% a 2,5% do PIB antes da crise internacional. O Fundo projeta um aumento para 3,2% do PIB em 2009, refletindo os efeitos da recessão e as medidas de estímulo fiscal. Mesmo assim, o nosso será um dos menores déficits fiscais entre os países do G20 em 2009, segundo o FMI. O Brasil tem sido relativamente cauteloso em matéria de uso antirrecessivo da política fiscal.
É bom que continue assim. A disciplina fiscal é aspecto essencial de uma política econômica bem-sucedida”.
FONTE: artigo de Paulo Nogueira Batista Jr. publicado no jornal Folha de São Paulo em 30/07/2009. O autor é diretor-executivo no FMI, onde representa um grupo de nove países (Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Haiti, Panamá, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobago).
DEPUTADO DO DEM USA O SUPLENTE PARA EMPREGAR PARENTES
“ALBERTO FRAGA (DEM), ATUAL SECRETÁRIO DE TRANSPORTES DO DF, OBTEVE CARGOS PARA O CUNHADO E A SOGRA NO GABINETE DE OSÓRIO ADRIANO (DEM)
Secretário nega que esteja desrespeitando a norma do STF; Folha revelou que ele usava a Câmara para pagar sua empregada doméstica
O deputado licenciado e atual secretário de Transportes do Distrito Federal, Alberto Fraga, achou um meio de burlar a súmula do STF (Supremo Tribunal Federal) que proibiu o nepotismo nos Três Poderes. Ele usa o gabinete de seu suplente na Câmara, Osório Adriano (DEM-DF), para lotar parentes, que nunca foram vistos no local de trabalho.
José Alexandre França Brasil, cunhado de Alberto Fraga, é secretário parlamentar de Adriano desde março de 2009. E Gilda de Souza Dias, sogra do secretário, ocupou o mesmo posto até abril deste ano. Desde 2003, ela manteve algum cargo na Câmara dos Deputados, começando pelo gabinete do próprio genro, na época em que ele ainda era deputado federal.
Já na Secretaria de Transportes do Distrito Federal está lotado João Ribeiro da Silva Neto, namorado da filha de Fraga. Neto é assessor especial do gabinete do secretário. No local, ninguém o conhece.
A Folha o procurou por telefone duas vezes e foi informada em ambas que ninguém com esse nome trabalhava lá. A assessoria de imprensa do secretário declarou que João Ribeiro faz todos os tipos de serviço, "ficando muito na rua, fazendo serviços externos".
O mesmo acontece com a sogra e o cunhado, que apesar de receberem ou já terem recebido seus salários pela Câmara, nunca foram vistos. A Folha ligou por diversas vezes, em dias diferentes, para o gabinete de Osório Adriano, mas os funcionários informaram não conhecer ninguém com esses nomes.
A assessoria de Fraga ressaltou que não foi ele quem os indicou para o gabinete de seu suplente na Câmara.
Osório Adriano é o mesmo deputado que cedeu uma das vagas de secretário parlamentar de seu gabinete para a empregada doméstica da casa de Fraga, Izolda da Silva Lima.
Na época, o deputado disse que nem conhecia "sua" funcionária e que ela foi contratada a pedido do colega. Osório Adriano está em viagem ao exterior e não foi encontrado.
NENHUMA PUNIÇÃO
Depois que o caso foi revelado pela Folha, apenas Izolda foi exonerada, mas nada aconteceu com Osório ou com Fraga. O Ministério Público Federal, porém, vai abrir processo para apurar o caso.
Além dele, a Folha revelou também que os deputados Arnaldo Jardim (PPS-SP) e José Paulo Tóffano (PV-SP) também usavam dinheiro público da Câmara para pagar suas empregadas domésticas. Mais uma vez, ninguém foi punido, a não ser as funcionárias.
Por meio de sua assessoria, Fraga negou ontem que esteja tentando driblar a norma antinepotismo estabelecida pelo STF para empregar parentes. Segundo ele, José Alexandre, seu cunhado, é assessor jurídico de Osório Adriano e realmente trabalha lá. O argumento é que o caso "não configura nepotismo de jeito nenhum", mas ninguém soube informar se os postos foram concedidos a pedido de Fraga.
A assessoria informou ainda que João Ribeiro só começou a namorar a filha de Fraga depois que foi trabalhar na secretaria. Coronel da reserva da Polícia Militar, o deputado licenciado é conhecido na Câmara como o principal nome da "bancada da bala". Em 2005, ele presidiu a frente parlamentar contra a proibição do comércio de armas no país. Em 2007, assumiu a Secretaria de Transportes distrital.”
FONTE: reportagem de Maria Clara Cabral e Leonardo Souza publicada no jornal Folha de São Paulo em 30/07/2009.
Secretário nega que esteja desrespeitando a norma do STF; Folha revelou que ele usava a Câmara para pagar sua empregada doméstica
O deputado licenciado e atual secretário de Transportes do Distrito Federal, Alberto Fraga, achou um meio de burlar a súmula do STF (Supremo Tribunal Federal) que proibiu o nepotismo nos Três Poderes. Ele usa o gabinete de seu suplente na Câmara, Osório Adriano (DEM-DF), para lotar parentes, que nunca foram vistos no local de trabalho.
José Alexandre França Brasil, cunhado de Alberto Fraga, é secretário parlamentar de Adriano desde março de 2009. E Gilda de Souza Dias, sogra do secretário, ocupou o mesmo posto até abril deste ano. Desde 2003, ela manteve algum cargo na Câmara dos Deputados, começando pelo gabinete do próprio genro, na época em que ele ainda era deputado federal.
Já na Secretaria de Transportes do Distrito Federal está lotado João Ribeiro da Silva Neto, namorado da filha de Fraga. Neto é assessor especial do gabinete do secretário. No local, ninguém o conhece.
A Folha o procurou por telefone duas vezes e foi informada em ambas que ninguém com esse nome trabalhava lá. A assessoria de imprensa do secretário declarou que João Ribeiro faz todos os tipos de serviço, "ficando muito na rua, fazendo serviços externos".
O mesmo acontece com a sogra e o cunhado, que apesar de receberem ou já terem recebido seus salários pela Câmara, nunca foram vistos. A Folha ligou por diversas vezes, em dias diferentes, para o gabinete de Osório Adriano, mas os funcionários informaram não conhecer ninguém com esses nomes.
A assessoria de Fraga ressaltou que não foi ele quem os indicou para o gabinete de seu suplente na Câmara.
Osório Adriano é o mesmo deputado que cedeu uma das vagas de secretário parlamentar de seu gabinete para a empregada doméstica da casa de Fraga, Izolda da Silva Lima.
Na época, o deputado disse que nem conhecia "sua" funcionária e que ela foi contratada a pedido do colega. Osório Adriano está em viagem ao exterior e não foi encontrado.
NENHUMA PUNIÇÃO
Depois que o caso foi revelado pela Folha, apenas Izolda foi exonerada, mas nada aconteceu com Osório ou com Fraga. O Ministério Público Federal, porém, vai abrir processo para apurar o caso.
Além dele, a Folha revelou também que os deputados Arnaldo Jardim (PPS-SP) e José Paulo Tóffano (PV-SP) também usavam dinheiro público da Câmara para pagar suas empregadas domésticas. Mais uma vez, ninguém foi punido, a não ser as funcionárias.
Por meio de sua assessoria, Fraga negou ontem que esteja tentando driblar a norma antinepotismo estabelecida pelo STF para empregar parentes. Segundo ele, José Alexandre, seu cunhado, é assessor jurídico de Osório Adriano e realmente trabalha lá. O argumento é que o caso "não configura nepotismo de jeito nenhum", mas ninguém soube informar se os postos foram concedidos a pedido de Fraga.
A assessoria informou ainda que João Ribeiro só começou a namorar a filha de Fraga depois que foi trabalhar na secretaria. Coronel da reserva da Polícia Militar, o deputado licenciado é conhecido na Câmara como o principal nome da "bancada da bala". Em 2005, ele presidiu a frente parlamentar contra a proibição do comércio de armas no país. Em 2007, assumiu a Secretaria de Transportes distrital.”
FONTE: reportagem de Maria Clara Cabral e Leonardo Souza publicada no jornal Folha de São Paulo em 30/07/2009.
SENADOR DO PSDB FALA EM "GRANDE GOLPE"
“Único dos 13 senadores tucanos a defender publicamente o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Papaléo Paes, também senador pelo Amapá, diz que Sarney não pode ser condenado por ter empregado parentes.
FOLHA - AINDA É POSSÍVEL DEFENDER SARNEY?
PAPALÉO PAES - O julgamento político, pelo que conheço da história, sempre cometeu muitas injustiças. Essa questão de afastar... Ele foi eleito democraticamente. Para mim, seria um grande golpe. Não vou ficar calado.
FOLHA - AS CONVERSAS EM QUE A FAMÍLIA NEGOCIA EMPREGO NO SENADO AGRAVAM A SITUAÇÃO?
PAES - Se acontecesse um negócio desse com minha filha, eu preferia morrer. É uma filha ligando para um pai para fazer um pedido. Como pai eu poderia até não gostar, mas na hora não iria dizer não para ela. Essa questão poderia ser deixada de lado, pela maneira como ele foi envolvido na situação.
FOLHA - O SR. ACHA QUE A NEGOCIAÇÃO DO CARGO FOI CORRETA?
PAES - De repente pode ter um senador com boa amizade, boa simpatia, bom relacionamento, que tenha com quem possa falar, e ele vai falar mesmo, vai pedir pelos seus. Vai dizer: "Não deu, mas pedi". É assim. Cargo de confiança é cargo de confiança, os critérios técnicos são levados para o terceiro plano. É mais importante, em determinadas situações, ter-se alguém de confiança do que um técnico inconfiável.
FOLHA - ISSO NÃO É TRÁFICO DE INFLUÊNCIA?
PAES - Traficar influência sem corrupção ocorre o tempo todo numa Casa política.”
FONTE: Reportagem de Andreza Matais publicado no jornal Folha de São Paulo em 30/07/2009.
FOLHA - AINDA É POSSÍVEL DEFENDER SARNEY?
PAPALÉO PAES - O julgamento político, pelo que conheço da história, sempre cometeu muitas injustiças. Essa questão de afastar... Ele foi eleito democraticamente. Para mim, seria um grande golpe. Não vou ficar calado.
FOLHA - AS CONVERSAS EM QUE A FAMÍLIA NEGOCIA EMPREGO NO SENADO AGRAVAM A SITUAÇÃO?
PAES - Se acontecesse um negócio desse com minha filha, eu preferia morrer. É uma filha ligando para um pai para fazer um pedido. Como pai eu poderia até não gostar, mas na hora não iria dizer não para ela. Essa questão poderia ser deixada de lado, pela maneira como ele foi envolvido na situação.
FOLHA - O SR. ACHA QUE A NEGOCIAÇÃO DO CARGO FOI CORRETA?
PAES - De repente pode ter um senador com boa amizade, boa simpatia, bom relacionamento, que tenha com quem possa falar, e ele vai falar mesmo, vai pedir pelos seus. Vai dizer: "Não deu, mas pedi". É assim. Cargo de confiança é cargo de confiança, os critérios técnicos são levados para o terceiro plano. É mais importante, em determinadas situações, ter-se alguém de confiança do que um técnico inconfiável.
FOLHA - ISSO NÃO É TRÁFICO DE INFLUÊNCIA?
PAES - Traficar influência sem corrupção ocorre o tempo todo numa Casa política.”
FONTE: Reportagem de Andreza Matais publicado no jornal Folha de São Paulo em 30/07/2009.
O ETANOL E O SORRISO DA MINHOCA BRASILEIRA
SE NÃO TIVESSE CERTEZA DE QUE OS GOVERNOS EUROPEUS TÊM AS MELHORES INTENÇÕES, SUSPEITARIA QUE DEFENDEM INTERESSES COMERCIAIS
“Na última Conferência Europeia de Biomassa, os vários representantes da União Europeia mostraram suas garras. Insistiram em alertar o público sobre a ameaça que os biocombustíveis (especificamente o etanol brasileiro) representam para a produção de alimentos. Interessantemente, a comunidade científica presente não se mostrava interessada nessa perspectiva, pois, entre centenas de palestras, nenhuma versava sobre o assunto.
Traduzindo em miúdos, a preocupação dos próceres da UE é que a expansão da área plantada de cana-de-açúcar no Brasil invada culturas de alimentos. Como consequência, o alimento que deixasse de ser produzido aqui teria de sê-lo alhures (que Cony me perdoe, Folha, 23/7).
Ora, essa preocupação não é certamente por causa dos mais de 1 bilhão de miseráveis que estão fora da Europa, já que a fome não é consequência da falta de alimentos, mas da falta de recursos financeiros e capital social.
Também é fato o quase inteiro abandono em que se encontram países africanos e outros que só recebem ajuda de qualquer espécie em momentos de crise e cuja miséria é, em grande parte, fruto de séculos da exploração que sofreram dos ditos impérios europeus.
A África poderia ser um formidável produtor e exportador de alimentos. E, sob esse aspecto, a redução da oferta de alimentos devido à produção de biocombustíveis no Brasil, se por acaso viesse a ocorrer, seria antes um benefício para a humanidade.
Por outro lado, se o Brasil viesse a reduzir sua exportação de soja ou de carne bovina em benefício da produção de biocombustíveis, haveria um enorme ganho para o brasileiro, não só porque, com a adição de valor à matéria-prima vegetal, criar-se-iam empregos mais bem remunerados, mas também porque geraria riqueza comparável, se não superior, à esperada com essa exploração, a desoras, do pré-sal (dessa vez Cony me mata).
Ou seja, a União Europeia prefere sacrificar o bem estar do brasileiro a reduzir o alimento para engorda de leitões que enchem suas rotundas panças no Natal (pois é para isso que serve a soja) ou a barata carne brasileira para encher as barrigas de seus cães poodles e gatos siameses.
Se eu não tivesse a certeza de que os governos europeus e seus cientistas assalariados têm as melhores das intenções, eu desconfiaria de que defendem mesquinhos interesses comerciais, esquecendo-se inteiramente de que o etanol de cana-de-açúcar é o que até hoje existe de melhor para combater o aquecimento global.
Simultaneamente, a campanha contra o etanol brasileiro vem usando um outro sofisma chamado mudança de uso do solo.
Se é derrubada uma parcela da floresta amazônica para plantar cana-de-açúcar, o dióxido de carbono emitido, para ser compensado pelo etanol produzido para substituir o petróleo, precisaria de 500 anos.
A derrubada de toda a floresta amazônica corresponde, quanto ao conteúdo de carbono, a aproximadamente todo o petróleo já queimado pela humanidade somado ao que ainda virá a ser usado das reservas conhecidas e a serem descobertas na Terra.
Eis por que desmatar é crime contra a natureza e contra a humanidade e deve ser punido implacavelmente.
Esse efeito, a emissão de CO2 e outros gases de efeito estufa (GEE), ocorre em qualquer que seja a mudança de uso do solo, inclusive para o cerrado. Mas esta denominação, cerrado, é extremamente imprecisa. Há cerrados com vegetação abundante e solos ricos em vida, e há cerrados que são pouco mais que um deserto.
A União Europeia adotou arbitrariamente um parâmetro, 17 anos, para compensar, com a substituição da gasolina por etanol, os GEE emitidos durante a mudança de solo.
Ora, até o presente, menos que 2% da expansão da cana se fez no cerrado, e isso corresponde a menos que 0,1% do restante do cerrado atual. A expansão futura se fará muito provavelmente em pastagens e plantações abandonadas, como já vem ocorrendo, onde haverá ganhos imediatos em carbono contido até mesmo no que diz respeito à fauna e à flora do solo.
Quem já pôs a mão na enxada sabe que a minhoca esperneia não de aflição, mas de felicidade, por receber um solo mais permeável e rico em nutrientes, quando plantamos algo no solo desgastado pelo pasto ou no cerrado desnudo e seco.
Deixemos de lado as críticas insólitas de ecoidiotas, cientistas assalariados e lobistas pagos pelas companhias de petróleo e pelos exportadores de alimentos e façamos sorrir a minhoca brasileira com suculentas plantações de cana-de-açúcar que contribuirão para salvar o meio ambiente para nossos filhos e netos.”
FONTE: artigo de Rogério Cezar De Cerqueira Leite publicado na Folha de São Paulo de 30/07/2009. O autor é físico, professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), presidente do Conselho de Administração da ABTLuS (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron) e membro do Conselho Editorial da Folha.
“Na última Conferência Europeia de Biomassa, os vários representantes da União Europeia mostraram suas garras. Insistiram em alertar o público sobre a ameaça que os biocombustíveis (especificamente o etanol brasileiro) representam para a produção de alimentos. Interessantemente, a comunidade científica presente não se mostrava interessada nessa perspectiva, pois, entre centenas de palestras, nenhuma versava sobre o assunto.
Traduzindo em miúdos, a preocupação dos próceres da UE é que a expansão da área plantada de cana-de-açúcar no Brasil invada culturas de alimentos. Como consequência, o alimento que deixasse de ser produzido aqui teria de sê-lo alhures (que Cony me perdoe, Folha, 23/7).
Ora, essa preocupação não é certamente por causa dos mais de 1 bilhão de miseráveis que estão fora da Europa, já que a fome não é consequência da falta de alimentos, mas da falta de recursos financeiros e capital social.
Também é fato o quase inteiro abandono em que se encontram países africanos e outros que só recebem ajuda de qualquer espécie em momentos de crise e cuja miséria é, em grande parte, fruto de séculos da exploração que sofreram dos ditos impérios europeus.
A África poderia ser um formidável produtor e exportador de alimentos. E, sob esse aspecto, a redução da oferta de alimentos devido à produção de biocombustíveis no Brasil, se por acaso viesse a ocorrer, seria antes um benefício para a humanidade.
Por outro lado, se o Brasil viesse a reduzir sua exportação de soja ou de carne bovina em benefício da produção de biocombustíveis, haveria um enorme ganho para o brasileiro, não só porque, com a adição de valor à matéria-prima vegetal, criar-se-iam empregos mais bem remunerados, mas também porque geraria riqueza comparável, se não superior, à esperada com essa exploração, a desoras, do pré-sal (dessa vez Cony me mata).
Ou seja, a União Europeia prefere sacrificar o bem estar do brasileiro a reduzir o alimento para engorda de leitões que enchem suas rotundas panças no Natal (pois é para isso que serve a soja) ou a barata carne brasileira para encher as barrigas de seus cães poodles e gatos siameses.
Se eu não tivesse a certeza de que os governos europeus e seus cientistas assalariados têm as melhores das intenções, eu desconfiaria de que defendem mesquinhos interesses comerciais, esquecendo-se inteiramente de que o etanol de cana-de-açúcar é o que até hoje existe de melhor para combater o aquecimento global.
Simultaneamente, a campanha contra o etanol brasileiro vem usando um outro sofisma chamado mudança de uso do solo.
Se é derrubada uma parcela da floresta amazônica para plantar cana-de-açúcar, o dióxido de carbono emitido, para ser compensado pelo etanol produzido para substituir o petróleo, precisaria de 500 anos.
A derrubada de toda a floresta amazônica corresponde, quanto ao conteúdo de carbono, a aproximadamente todo o petróleo já queimado pela humanidade somado ao que ainda virá a ser usado das reservas conhecidas e a serem descobertas na Terra.
Eis por que desmatar é crime contra a natureza e contra a humanidade e deve ser punido implacavelmente.
Esse efeito, a emissão de CO2 e outros gases de efeito estufa (GEE), ocorre em qualquer que seja a mudança de uso do solo, inclusive para o cerrado. Mas esta denominação, cerrado, é extremamente imprecisa. Há cerrados com vegetação abundante e solos ricos em vida, e há cerrados que são pouco mais que um deserto.
A União Europeia adotou arbitrariamente um parâmetro, 17 anos, para compensar, com a substituição da gasolina por etanol, os GEE emitidos durante a mudança de solo.
Ora, até o presente, menos que 2% da expansão da cana se fez no cerrado, e isso corresponde a menos que 0,1% do restante do cerrado atual. A expansão futura se fará muito provavelmente em pastagens e plantações abandonadas, como já vem ocorrendo, onde haverá ganhos imediatos em carbono contido até mesmo no que diz respeito à fauna e à flora do solo.
Quem já pôs a mão na enxada sabe que a minhoca esperneia não de aflição, mas de felicidade, por receber um solo mais permeável e rico em nutrientes, quando plantamos algo no solo desgastado pelo pasto ou no cerrado desnudo e seco.
Deixemos de lado as críticas insólitas de ecoidiotas, cientistas assalariados e lobistas pagos pelas companhias de petróleo e pelos exportadores de alimentos e façamos sorrir a minhoca brasileira com suculentas plantações de cana-de-açúcar que contribuirão para salvar o meio ambiente para nossos filhos e netos.”
FONTE: artigo de Rogério Cezar De Cerqueira Leite publicado na Folha de São Paulo de 30/07/2009. O autor é físico, professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), presidente do Conselho de Administração da ABTLuS (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron) e membro do Conselho Editorial da Folha.
BRASIL TERÁ OUTRA BASE PARA LANÇAR FOGUETES
“Antes concentrado em Alcântara, no Maranhão, um local privilegiado para o lançamento de foguetes devido a sua posição privilegiada em relação à linha do Equador, parte do programa espacial brasileiro será transferido para o litoral do Ceará, em região nas proximidades do porto de Pecém. O assunto será discutido na quarta-feira em reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministérios, empresas e agências responsáveis pelo programa espacial.
A divisão tornou-se inevitável depois que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) baixou uma portaria decretando como área quilombola 78 mil hectares dos 114 mil hectares que constituem a península de Alcântara. O município deveria abrigar o Complexo Espacial Brasileiro (CEB) - seriam quatro centros de lançamento de foguetes, três em convênios com outros países e um inteiramente nacional, o Veículo Lançador de Satélites (VLS), que é desenvolvido pela Aeronáutica. Também seriam construídos hotéis e clubes a fim de atrair para Alcântara extensões universitárias inteiramente voltadas para a tecnologia espacial.
Devido à crise financeira mundial, o governo botou o pé no freio do complexo espacial (antes chamado de centro), mas seguiu adiante com o VLS e com o acordo firmado com a Ucrânia para o lançamento da quarta geração do foguete Cyclone a partir de Alcântara. Devido ao conflito com os quilombolas, a Alcântara Cyclone Space (ACS) teve de se transferir para dentro da área onde a Aeronáutica desenvolve o VLS. O programa não será afetado e o gestor brasileiro da empresa binacional, Roberto Amaral, diz que o lançamento teste ocorrerá entre outubro e novembro de 2010 - no início, a previsão era julho.
Sem área para ampliação, as autoridades brasileiras decidiram construir o CEB no litoral do Nordeste. Embora digam que ainda estudam sítios na região, o local escolhido fica no entorno do porto de Pecém, no Ceará.
Em relação a Alcântara, o local tem a vantagem de permitir uma redução nos investimentos necessários à implantação do complexo. Em Alcântara, por exemplo, será necessário construir um porto e uma estrada de 51 quilômetros, infraestrutura que já existe em Pecém. Além disso, a região é próxima de Fortaleza, tem um centro universitário em Sobral, ou seja, boa parte da infraestrutura que teria de ser feita no Maranhão.
Além disso, Pecém também dispõe de uma localização privilegiada para o lançamento de veículos com satélites: está a 3,2 graus em relação à linha do Equador, enquanto a base francesa de Kourou, na Guiana, o centro mais bem localizado do mundo para esses lançamentos, está a 5,2 graus da linha do Equador. Mas imbatível mesmo é Alcântara - está a 2,2 graus, o que significa enorme vantagem competitiva: cada lançamento feito a partir da ilha maranhense pode custar até 30% menos que de outras bases instaladas por todo o mundo, principalmente devido à economia de combustível.
A região de Pecém conta também com a vantagem de ser próxima ao mar, assim como Alcântara. Isso é importante porque permite a liberação de estágios - ou até destroços - do foguete com a segurança de que eles não cairão em áreas habitadas na terra. "Ainda mantemos a vantagem comparativa com relação a Kourou", disse ao Valor um dos dirigentes do programa espacial brasileiro.
Não é raro um país ter mais de um centro de lançamento de foguetes localizados em regiões diferentes. O programa com a Ucrânia, em Alcântara, deve custar US 400 milhões, até o lançamento do foguete de qualificação (o primeiro). Mas o CEB, no litoral nordestino, vai requerer um investimento muito maior, ainda guardado em segredo pelas autoridades, mesmo que boa parte das obras de infraestrutura previstas para Alcântara não sejam mais necessárias.
O conflito com os quilombolas deve entrar na pauta da reunião de quarta-feira. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, deve pedir uma extensão do sítio de 9,2 mil hectares no qual estão agora abrigados a ACS e o programa do VLS da Aeronáutica.
Quem decretou a área quilombola foi o Incra, que conta com o apoio da Secretaria da Igualdade Racial para a decisão. Defesa e o Ministério da Ciência e Tecnologia foram contrários à extensão decretada.
Além da questão dos quilombolas, Lula ouvirá um relato das conversas que o presidente da ACS, Roberto Amaral, manteve em viagem recente à Ucrânia. A principal novidade a ser contada por Amaral é que a indústria brasileira, pelos entendimentos feitos com os ucranianos, também vai participar da fabricação do foguete Cyclone 4 - uma evolução do Cyclone 3, já em uso para colocar satélites em órbita. A industria brasileira deve participar da fabricação de equipamentos, inclusive componentes do motor do foguete.
Pecém, no entanto, deve ser obra para o próximo governo. No momento, a prioridade é lançar o foguete ucraniano Cyclone 4, nas proximidades da eleição de outubro do próximo ano.”
FONTE: reportagem de Raymundo Costa, de Brasília, publicada no jornal Valor Econômico em 30/07/2009.
MAURO SANTAYANA: “VIZINHOS INQUIETOS"
“É provável que o Brasil esteja tomando providências diplomáticas (e também militares) diante de novos problemas em nossa fronteira norte. A Colômbia abre o seu território para mais bases americanas. Em suas relações com Washington, o governo de Bogotá não cede às exigências do Norte: oferece-se pressurosamente como vassalo incondicional. Entre outros preitos de subordinação, a Colômbia aceita extraditar para os Estados Unidos os seus próprios cidadãos, quando acusados de tráfico de entorpecentes pela polícia americana. Não de todos os que traficam, mas daqueles que não fazem parte dos grupos associados ao poder.
Neste momento, a pretexto de que foram encontradas armas compradas pela Venezuela em mãos dos guerrilheiros das Farc, a Colômbia abre nova frente de hostilidades com o governo de Caracas. Ao mesmo tempo, usa de argumento semelhante contra o Equador, o de que os guerrilheiros colombianos teriam financiado a eleição de Rafael Correa. Em resposta, o governo de Chávez congela suas relações com o vizinho ocidental. Se fosse só isso, teríamos que nos preocupar, mas há também o problema hondurenho, com a probabilidade de conflito fronteiriço com a Nicarágua, se não houver saída pacífica para o retorno de Zelaya ao poder.
No confronto entre a Venezuela de Chávez e a Colômbia de Uribe, embora o intercâmbio comercial entre os dois países desaconselhe uma ruptura, as diferenças políticas parecem insuperáveis. O governo de Bogotá se escora em Washington, e continua tendo poderosa aliada na senhora Clinton, cujo marido instituiu o Plano Colômbia, de assistência financeira e militar. O objetivo era o de combater as Farc, embora o pretexto envolvesse o combate às drogas. Recorde-se que, ainda na pré-campanha eleitoral, a postura com relação à Colômbia dividiu os dois candidatos democratas. Obama, atendendo à pressão dos sindicatos, que denunciavam a violação de direitos humanos naquele país, prometia não incluí-lo, de pronto, no Tratado de Livre Comércio – e Hillary anunciava a intenção de manter relações especiais com Uribe.
A situação na América Central, e em sua projeção amazônica, põe à prova a nova política hemisférica anunciada pela Casa Branca. Até o momento, no caso de Honduras, a posição parece firme, não obstante sinais recentes do Departamento de Estado, indulgentes com os golpistas. Há inquietadoras informações de que a campanha contra Zelaya foi alimentada com recursos da United Fruit (hoje, Chiquita) que continua explorando o povo da América Central desde o século 19 – braço da gigante United Brands Company. A grande empresa, dona de ferrovias, portos, frotas mercantis, sempre manteve seus trabalhadores em semiescravidão, subornando exércitos e governos locais. Seu poder na formulação da política do Departamento de Estado é bem conhecido. E seus interesses não se limitam ao centro do continente. Hoje, com a diversidade dos produtos que a United Brands explora, eles avançam pela Colômbia, pelo Equador e pelo Peru. A empresa financiou as milícias de extrema-direita da Colômbia, responsáveis por milhares de assassinatos, de tal maneira ostensiva que o próprio governo americano a multou em 25 milhões de dólares.
São conhecidos os esforços de nossa diplomacia a fim de impedir o conflito aberto entre a Colômbia e a Venezuela, a Colômbia e o Equador. Restaura-se doutrina antiga do Itamaraty – abandonada durante parte do governo militar – de preservar boas relações com todos os vizinhos, não obstante o regime político que prefiram. Se fazemos mais negócios com a Venezuela, isso decorre das circunstâncias de geopolítica econômica. Como o mais importante país industrializado do continente e dispondo de poderosa produção agropecuária, é normal que atendamos às necessidades de seu mercado.
Essa atitude, que os oposicionistas brasileiros, em seu interesse político interno, contestam, também explica a decisão de aumentar substancialmente o pagamento anual ao Paraguai, pelo uso da energia de Itaipu que aquele país não consegue consumir.
Para o Brasil – que cometeu, com os militares, o erro de anexar o país vizinho à sua ilharga, ao localizar a represa onde a localizou – o preço não é alto. Mas o Paraguai, se souber usar o dinheiro, resolverá alguns de seus gravíssimos problemas sociais.
O fato é que tudo o que ocorrer ao nosso lado repercutirá no Brasil – e devemos nos acautelar”
FONTE: artigo do decano jornalista Mauro Santayana publicado no Jornal do Brasil em 30/07/2009.
Neste momento, a pretexto de que foram encontradas armas compradas pela Venezuela em mãos dos guerrilheiros das Farc, a Colômbia abre nova frente de hostilidades com o governo de Caracas. Ao mesmo tempo, usa de argumento semelhante contra o Equador, o de que os guerrilheiros colombianos teriam financiado a eleição de Rafael Correa. Em resposta, o governo de Chávez congela suas relações com o vizinho ocidental. Se fosse só isso, teríamos que nos preocupar, mas há também o problema hondurenho, com a probabilidade de conflito fronteiriço com a Nicarágua, se não houver saída pacífica para o retorno de Zelaya ao poder.
No confronto entre a Venezuela de Chávez e a Colômbia de Uribe, embora o intercâmbio comercial entre os dois países desaconselhe uma ruptura, as diferenças políticas parecem insuperáveis. O governo de Bogotá se escora em Washington, e continua tendo poderosa aliada na senhora Clinton, cujo marido instituiu o Plano Colômbia, de assistência financeira e militar. O objetivo era o de combater as Farc, embora o pretexto envolvesse o combate às drogas. Recorde-se que, ainda na pré-campanha eleitoral, a postura com relação à Colômbia dividiu os dois candidatos democratas. Obama, atendendo à pressão dos sindicatos, que denunciavam a violação de direitos humanos naquele país, prometia não incluí-lo, de pronto, no Tratado de Livre Comércio – e Hillary anunciava a intenção de manter relações especiais com Uribe.
A situação na América Central, e em sua projeção amazônica, põe à prova a nova política hemisférica anunciada pela Casa Branca. Até o momento, no caso de Honduras, a posição parece firme, não obstante sinais recentes do Departamento de Estado, indulgentes com os golpistas. Há inquietadoras informações de que a campanha contra Zelaya foi alimentada com recursos da United Fruit (hoje, Chiquita) que continua explorando o povo da América Central desde o século 19 – braço da gigante United Brands Company. A grande empresa, dona de ferrovias, portos, frotas mercantis, sempre manteve seus trabalhadores em semiescravidão, subornando exércitos e governos locais. Seu poder na formulação da política do Departamento de Estado é bem conhecido. E seus interesses não se limitam ao centro do continente. Hoje, com a diversidade dos produtos que a United Brands explora, eles avançam pela Colômbia, pelo Equador e pelo Peru. A empresa financiou as milícias de extrema-direita da Colômbia, responsáveis por milhares de assassinatos, de tal maneira ostensiva que o próprio governo americano a multou em 25 milhões de dólares.
São conhecidos os esforços de nossa diplomacia a fim de impedir o conflito aberto entre a Colômbia e a Venezuela, a Colômbia e o Equador. Restaura-se doutrina antiga do Itamaraty – abandonada durante parte do governo militar – de preservar boas relações com todos os vizinhos, não obstante o regime político que prefiram. Se fazemos mais negócios com a Venezuela, isso decorre das circunstâncias de geopolítica econômica. Como o mais importante país industrializado do continente e dispondo de poderosa produção agropecuária, é normal que atendamos às necessidades de seu mercado.
Essa atitude, que os oposicionistas brasileiros, em seu interesse político interno, contestam, também explica a decisão de aumentar substancialmente o pagamento anual ao Paraguai, pelo uso da energia de Itaipu que aquele país não consegue consumir.
Para o Brasil – que cometeu, com os militares, o erro de anexar o país vizinho à sua ilharga, ao localizar a represa onde a localizou – o preço não é alto. Mas o Paraguai, se souber usar o dinheiro, resolverá alguns de seus gravíssimos problemas sociais.
O fato é que tudo o que ocorrer ao nosso lado repercutirá no Brasil – e devemos nos acautelar”
FONTE: artigo do decano jornalista Mauro Santayana publicado no Jornal do Brasil em 30/07/2009.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
PMDB DECLARA GUERRA AOS TUCANOS
“Os senadores do PMDB, capitaneados pelo líder Renan Calheiros (AL) e Wellington Salgado (G), declararam guerra aos tucanos. Diante das representações no Conselho de Ética contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), os peemedebistas avisaram que vão dar o troco. Calheiros diz que irá representar contra o líder tucano Arthur Virgílio que manteve um funcionário que morava no exterior recebendo salário em seu gabinete.
Outra representação, segundo o jornal Correio Braziliense, seria por causa das despesas médicas de R$ 723 mil da mãe do senador amazonense, pagas pelo Senado. Como viúva do ex-senador Arthur Virgílio, pai do líder, ela tinha direito ao ressarcimento de no máximo R$ 30 mil.
"O PSDB acaba de arranjar um jeito de se livrar do Arthur porque ele vai ser processado no conselho. As acusações são mais graves do que as que existem contra Sarney. O PMDB não é partido de frouxo", disse Wellington Salgado ao jornal Folha de S.Paulo.
“Também pesa contra Virgílio a denúncia de ter pego, em 2003, US$ 10 mil emprestados do ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, quando teve problemas com o cartão de crédito em uma viagem particular a Paris”, diz o jornal da brasiliense.
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou não temer represálias do PMDB. “Se o líder Renan Calheiros promover retaliações, ele estará equivocado. Ameaças não valem nada, não ameaçamos ninguém e não aceitamos isso”, disse Guerra. “O líder Arthur Virgílio faz questão de que os fatos que dizem respeito a ele sejam apurados no Conselho de Ética”, afirmou.
Por telefone, Calheiros teria dito a Guerra que considera o líder do PSDB um “réu confesso” por admitir a situação irregular de seu funcionário e ter emprestado US$ 10 mil de Agaciel.
O comentário no PMDB, segundo o que foi divulgado, era que estava oficializada a guerra política com os tucanos. “Se Sarney perder o mandato, senadores tucanos também terão o mesmo destino”, avisam os peemedebistas."
FONTE: site “Vermelho” em 29/07/2009.
ESCLARECIMENTO SOBRE PERFURAÇÕES NA REGIÃO PRÉ-SAL
PETRÓLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRAS,
Em relação à matéria divulgada no Jornal Valor Econômico na data de hoje sob o título “No pré-sal, 32% dos poços abertos são pouco viáveis”, esclarece que na região do pré-sal da Bacia de Santos, o taxa de sucesso é de 100%.
A Petrobras esclarece também que o mapa já divulgado (área azul) com a ocorrência dos reservatórios carbonáticos microbiais (Pré-Sal), que se estende pelas Bacias de Santos e Campos, não corresponde a um único campo de petróleo. Além da existência da rocha reservatório, a descoberta de um campo petrolífero decorre da identificação e ocorrência simultânea de uma série de fatores geológicos, os quais definem o posicionamento dos poços exploratórios em determinada bacia sedimentar.
Ao longo da história de exploração das Bacias de Campos e Santos vários poços identificaram os referidos reservatórios carbonáticos, mas, no entanto, os mesmos não foram perfurados em situações geológicas ideais e não tinham como objetivo específico buscar descobertas em reservatórios do pré-sal. A partir de 2006, quando as rochas carbonáticas do pré-sal foram efetivamente comprovadas como potenciais reservatórios para acumulações de petróleo, a Petrobras perfurou 11 poços na área central da Bacia de Santos tendo estes reservatórios como objetivos principais. Todos estes poços resultaram em descobertas (taxa de sucesso de 100%), cujos Planos de Avaliação estão sendo realizados, conforme aprovado junto a ANP e amplamente divulgado pela Companhia.
Conforme divulgado no Form-20F (Relatório Anual da SEC) até o final de 2008 foram perfurados 30 poços na região do pré-sal, que se estende da Bacia de Campos até a Bacia de Santos, tendo sido obtida uma taxa de sucesso de 87% na comprovação de presença de hidrocarbonetos.
Em relação ao poço 6-BG-6P-SPS, conhecido como Corcovado-1, localizado no Bloco BM-S-
52, a Companhia reforça as informações divulgadas pelo operador (BG Group) e posteriormente pela Petrobras através comunicado ao mercado em 08/04/2009, que anunciou a existência de indícios de hidrocarbonetos.”
FONTE: blog “Fatos e Dados”, em 29/07/2009.
LULA PREVÊ CRESCIMENTO ‘SURPREENDENTE’
“Em Campina Grande, presidente disse que país está saindo da crise. "Oposição torce para Brasil não 'dar certo' para ter chance eleitoral", disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em discurso em Campina Grande nesta terça-feira (28) que o país está saindo da crise e terá um crescimento "surpreendente" no ano que vem. Ele voltou a afirmar que parte da crise foi de pânico e disse que a oposição torce para o Brasil "não dar certo" para ter "chance eleitoral".
"Passamos por uma crise e uma parte dela foi de pânico porque a indústria automobilística não poderia ter desativado a produção como desativou em janeiro e dezembro. Não precisaria ter desativado. E nesse semestre está batendo todos os recordes de produção e venda de carros. Máquinas de lavar roupa estão vendendo 30% a mais por mês. Geladeira, televisão, material de construção civil e tem mais coisa por aí. Anotem: o Brasil está saindo da crise e no ano que vem vamos ter um crescimento surpreendente", afirmou.
Ele afirmou que a oposição torce para que o país não "dê certo". "A minha oposição, coitada, ficava pedindo a Deus que a crise acabasse com o Brasil. E eu dizia: o Brasil entrou por último e vai sair primeiro da crise." As declarações foram dadas durante discurso na cerimônia de inauguração do campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifet) da Paraíba.
Comento: em novembro do ano passado, pisei e repisei aqui a tese de que o noticiário estava provocando demissões “preventivas”, e, como se vê agora, de fato aquele noticiário agravou um problema na economia que poderia ter sido muito mais ameno.”
FONTE: texto do portal G1 postado e comentado por Eduardo Guimarães em seu blog “Cidadania.com” em 29/07/2009.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em discurso em Campina Grande nesta terça-feira (28) que o país está saindo da crise e terá um crescimento "surpreendente" no ano que vem. Ele voltou a afirmar que parte da crise foi de pânico e disse que a oposição torce para o Brasil "não dar certo" para ter "chance eleitoral".
"Passamos por uma crise e uma parte dela foi de pânico porque a indústria automobilística não poderia ter desativado a produção como desativou em janeiro e dezembro. Não precisaria ter desativado. E nesse semestre está batendo todos os recordes de produção e venda de carros. Máquinas de lavar roupa estão vendendo 30% a mais por mês. Geladeira, televisão, material de construção civil e tem mais coisa por aí. Anotem: o Brasil está saindo da crise e no ano que vem vamos ter um crescimento surpreendente", afirmou.
Ele afirmou que a oposição torce para que o país não "dê certo". "A minha oposição, coitada, ficava pedindo a Deus que a crise acabasse com o Brasil. E eu dizia: o Brasil entrou por último e vai sair primeiro da crise." As declarações foram dadas durante discurso na cerimônia de inauguração do campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifet) da Paraíba.
Comento: em novembro do ano passado, pisei e repisei aqui a tese de que o noticiário estava provocando demissões “preventivas”, e, como se vê agora, de fato aquele noticiário agravou um problema na economia que poderia ter sido muito mais ameno.”
FONTE: texto do portal G1 postado e comentado por Eduardo Guimarães em seu blog “Cidadania.com” em 29/07/2009.
A FÁBRICA BRASILEIRA DE TREM DE POUSO
VENDA DA ELEB CRESCE NO ANO COM EMBRAER E EXPORTAÇÕES
“Apesar da crise financeira e econômica, que já dura quase um ano e que afetou os negócios no mercado internacional de aviação, a fabricante de trem de pouso Eleb, controlada pela Embraer, continua trabalhando a todo o vapor para atender aos programas da empresa-mãe, responsáveis por 65% da sua receita.
Única fabricante brasileira nesse segmento, a Eleb figura entre as quatro mais importantes companhias do setor. À sua frente estão a francesa Messier Dowty, a americana Goodrich e a alemã Liebherr, que até julho de 2008 detinha 40% do seu capital, por meio de uma joint venture com a fabricante brasileira de jatos regionais
"Temos um número suficiente de pedidos firmes em carteira que nos permite atravessar esse período difícil de maneira tranqüila", afirma o diretor da Eleb, José Luiz Fragnan. A empresa, segundo o executivo, está bastante envolvida também com o programa dos jatos Phenom, cujas vendas ainda permanecem em uma patamar satisfatório.
A Eleb exporta atualmente 25% da sua produção e 10% da sua receita vem da prestação de serviços de manutenção e reparo de trens de pouso para as Forças Aéreas do Brasil e de países da América do Sul e para operadores de helicópteros e jatos no Brasil. Este ano, a Eleb prevê alcançar faturamento de US$ 120 milhões e vai investir US$ 13 milhões em novos equipamentos e tecnologia. O recursos destinam-se para obtenção de melhoria de produtividade e para o atendimento das necessidades da Embraer.
"O modelo Phenom 100 já tem 80 unidades entregues em sete meses e o Phenom 300 ainda nem começou a produção em série", afirmou o executivo. No ano passado, a Eleb atingiru receita de US$ 116,3 milhões e entregou 300 conjuntos de trem de pouso. Em 2009, a previsão é de entregar um total de 350 conjuntos.
Com o domínio do ciclo completo de desenvolvimento, produção e pós venda de trens de pouso e componentes hidráulicos e eletromecânicos para aeronaves de asa fixa e rotativa, a Eleb Equipamentos, hoje 100% controlada pela Embraer, assumiu sozinha o fornecimento desses sistemas da sua nova família de jatos executivos: os modelos Phenom 100 e Phenom 300.
Durante mais de 10 anos, o desenvolvimento e a produção do trem de pouso dos jatos comerciais da Embraer foram compartilhados com a acionista minoritária da Eleb, a Liebherr. A joint venture entre a companhia brasileira e a fornecedora alemã, segundo Fragnan, representou um aprendizado importante para a Eleb, que ainda mantém a parceria, iniciada com o desenvolvimento dos trens de pouso da primeira família de jatos regionais ERJ 145 e ampliada em 1999 com o programa do jato Embraer 170.
"A Liebherr é responsável fornecimento do trem de pouso principal dos jatos do programa 170/190 e a Eleb entra com o trem de pouso auxiliar ou de nariz. Na família dos jatos 145, nós fornecemos o trem de pouso principal e componentes do sistema e a Liebherr, o trem auxiliar", explica Fragnan. A parceria com a Liebherr também ajudou a Eleb a fortalecer a sua marca no mercado internacional.
Entre os negócios realizados no mercado externo, a empresa destaca o fornecimento do sistema completo do trem de pouso do helicóptero S-92, da americana Sikorsky (115 sistemas desde 2005), o trem de pouso auxiliar da aeronave chinesa ARJ 21, que compete com o jato 170 da Embraer, componentes para o Airbus Air Tanker, aeronave de reabastecimento em vôo, da Airbus, além dos contratos que já mantinha com a própria Liebherr, sua antiga parceira.
A Eleb, segundo Fragnan, também deverá ser contemplada nos projetos do novo cargueiro KC-390 que a Embraer está desenvolvendo em conjunto com a FAB e dos 50 helicópteros EC-725, que o governo brasileiro comprou da francesa Eurocopter. "Neste caso, como o helicóptero já existe, a Eleb poderá atuar através do seu centro de serviços, na parte de manutenção dos equipamentos", informou o diretor.
No KC-390 o executivo explica que a Eleb está apoiando a fabricante do cargueiro na fase de definição das especificações e estudos preliminares. "Esse projeto representa um grande desafio tecnológico para Embraer e para Eleb, pois trata-se de um produto totalmente novo, já que nunca fizemos - uma aeronave cargueira e de asa alta. Todos os jatos Embraer possuem asa baixa".
Fundada em 1984 como uma divisão de equipamentos da Embraer, a Eleb iniciou suas atividades com a fabricação, sob licença, dos trens de pouso do caça AMX, para a FAB. "O programa AMX capacitou a Eleb para atuar nesse mercado e posteriormente para sermos o fornecedor exclusivo do sistema completo de trem de pouso do Supertucano, que utiliza tecnologia 100% nacional", diz.
Localizada em São José dos Campos, numa área industrial para empresa de pequeno porte, a Eleb tem 600 empregados.”
FONTE: reportagem de Virgínia Silveira publicada em 29/07/2009 no jornal Valor Econômico
“Apesar da crise financeira e econômica, que já dura quase um ano e que afetou os negócios no mercado internacional de aviação, a fabricante de trem de pouso Eleb, controlada pela Embraer, continua trabalhando a todo o vapor para atender aos programas da empresa-mãe, responsáveis por 65% da sua receita.
Única fabricante brasileira nesse segmento, a Eleb figura entre as quatro mais importantes companhias do setor. À sua frente estão a francesa Messier Dowty, a americana Goodrich e a alemã Liebherr, que até julho de 2008 detinha 40% do seu capital, por meio de uma joint venture com a fabricante brasileira de jatos regionais
"Temos um número suficiente de pedidos firmes em carteira que nos permite atravessar esse período difícil de maneira tranqüila", afirma o diretor da Eleb, José Luiz Fragnan. A empresa, segundo o executivo, está bastante envolvida também com o programa dos jatos Phenom, cujas vendas ainda permanecem em uma patamar satisfatório.
A Eleb exporta atualmente 25% da sua produção e 10% da sua receita vem da prestação de serviços de manutenção e reparo de trens de pouso para as Forças Aéreas do Brasil e de países da América do Sul e para operadores de helicópteros e jatos no Brasil. Este ano, a Eleb prevê alcançar faturamento de US$ 120 milhões e vai investir US$ 13 milhões em novos equipamentos e tecnologia. O recursos destinam-se para obtenção de melhoria de produtividade e para o atendimento das necessidades da Embraer.
"O modelo Phenom 100 já tem 80 unidades entregues em sete meses e o Phenom 300 ainda nem começou a produção em série", afirmou o executivo. No ano passado, a Eleb atingiru receita de US$ 116,3 milhões e entregou 300 conjuntos de trem de pouso. Em 2009, a previsão é de entregar um total de 350 conjuntos.
Com o domínio do ciclo completo de desenvolvimento, produção e pós venda de trens de pouso e componentes hidráulicos e eletromecânicos para aeronaves de asa fixa e rotativa, a Eleb Equipamentos, hoje 100% controlada pela Embraer, assumiu sozinha o fornecimento desses sistemas da sua nova família de jatos executivos: os modelos Phenom 100 e Phenom 300.
Durante mais de 10 anos, o desenvolvimento e a produção do trem de pouso dos jatos comerciais da Embraer foram compartilhados com a acionista minoritária da Eleb, a Liebherr. A joint venture entre a companhia brasileira e a fornecedora alemã, segundo Fragnan, representou um aprendizado importante para a Eleb, que ainda mantém a parceria, iniciada com o desenvolvimento dos trens de pouso da primeira família de jatos regionais ERJ 145 e ampliada em 1999 com o programa do jato Embraer 170.
"A Liebherr é responsável fornecimento do trem de pouso principal dos jatos do programa 170/190 e a Eleb entra com o trem de pouso auxiliar ou de nariz. Na família dos jatos 145, nós fornecemos o trem de pouso principal e componentes do sistema e a Liebherr, o trem auxiliar", explica Fragnan. A parceria com a Liebherr também ajudou a Eleb a fortalecer a sua marca no mercado internacional.
Entre os negócios realizados no mercado externo, a empresa destaca o fornecimento do sistema completo do trem de pouso do helicóptero S-92, da americana Sikorsky (115 sistemas desde 2005), o trem de pouso auxiliar da aeronave chinesa ARJ 21, que compete com o jato 170 da Embraer, componentes para o Airbus Air Tanker, aeronave de reabastecimento em vôo, da Airbus, além dos contratos que já mantinha com a própria Liebherr, sua antiga parceira.
A Eleb, segundo Fragnan, também deverá ser contemplada nos projetos do novo cargueiro KC-390 que a Embraer está desenvolvendo em conjunto com a FAB e dos 50 helicópteros EC-725, que o governo brasileiro comprou da francesa Eurocopter. "Neste caso, como o helicóptero já existe, a Eleb poderá atuar através do seu centro de serviços, na parte de manutenção dos equipamentos", informou o diretor.
No KC-390 o executivo explica que a Eleb está apoiando a fabricante do cargueiro na fase de definição das especificações e estudos preliminares. "Esse projeto representa um grande desafio tecnológico para Embraer e para Eleb, pois trata-se de um produto totalmente novo, já que nunca fizemos - uma aeronave cargueira e de asa alta. Todos os jatos Embraer possuem asa baixa".
Fundada em 1984 como uma divisão de equipamentos da Embraer, a Eleb iniciou suas atividades com a fabricação, sob licença, dos trens de pouso do caça AMX, para a FAB. "O programa AMX capacitou a Eleb para atuar nesse mercado e posteriormente para sermos o fornecedor exclusivo do sistema completo de trem de pouso do Supertucano, que utiliza tecnologia 100% nacional", diz.
Localizada em São José dos Campos, numa área industrial para empresa de pequeno porte, a Eleb tem 600 empregados.”
FONTE: reportagem de Virgínia Silveira publicada em 29/07/2009 no jornal Valor Econômico
DELFIM NETTO: OS PURISTAS E O BRASIL
“A leitura de alguns textos sugere que seus autores não têm interlocutores: têm inimigos! Consideram-se portadores de uma "ciência" e creem que os que qualificam suas conclusões, ou são ignorantes ou escondem objetivos não declarados e, na pior hipótese, têm má-fé.
Em estado de transe numa certa academia (num país que sempre a praticou), ouviram, em inglês, que "a política industrial é uma mistificação inventada por uma tribo que vive abaixo do Equador, a serviço de industriais ineficientes que, com a cumplicidade do governo (cuja eleição eles financiam), exploram os consumidores".
É por isso que ao ouvir a expressão "política industrial" entram em pânico e reagem com virulência. O problema é que tal "ciência" ignora a história e a geografia e não pode sugerir uma política econômica, onde elas (e as urnas) não podem ser ignoradas...
É verdade que a nossa política de substituição de importações, às vezes, foi levada longe demais, mas é impossível esconder o fato que entre 1947 e 1980 a economia brasileira cresceu a uma taxa média real superior a 7%; que o PIB dobrou a cada dez anos e cresceu cinco vezes em uma geração! É claro que cresceu usando mais mão-de-obra e mais capital e com menor contribuição do fator residual chamado "produtividade", mas é claro, também, que esta melhorou, pois o PIB per capita aumentou quase 4% ao ano! A desigualdade cresceu, mas todos cresceram.
É tolice, entretanto, desqualificar toda política industrial por causa dos eventuais exageros da substituição de importações. Como toda política econômica, ela deve ser julgada usando "testemunhas", isto é, os seus parceiros regionais (a geografia) que sofreram as mesmas contingências (história). E quando se usa tal avaliação parece que a economia brasileira não se saiu tão mal. Passou por crises, mas cresceu mais depressa e construiu uma estrutura industrial mais sofisticada do que suas companheiras latino-americanas.
Enquanto nossos "puristas" se arrepiavam ao ouvir falar em "política industrial" ou "substituição de importações", Canadá e Alemanha (exemplos de livre comércio) disputavam ferozmente a instalação de indústrias do setor de semicondutores. O Canadá, por exemplo, continua a ter instrumentos para construir subsídios, com a colaboração entre uma unidade federada, o Quebec, e o Programa de Associação Tecnológica do Canadá (federal). É claro que há espaço no Brasil para a construção de um ecossistema econômico apoiado numa inteligente política industrial, mesmo porque até hoje não temos uma indústria de semicondutores...”
FONTE: artigo de Antonio Delfim Netto publicado em 29/07/2009 no jornal Folha de São Paulo.
Em estado de transe numa certa academia (num país que sempre a praticou), ouviram, em inglês, que "a política industrial é uma mistificação inventada por uma tribo que vive abaixo do Equador, a serviço de industriais ineficientes que, com a cumplicidade do governo (cuja eleição eles financiam), exploram os consumidores".
É por isso que ao ouvir a expressão "política industrial" entram em pânico e reagem com virulência. O problema é que tal "ciência" ignora a história e a geografia e não pode sugerir uma política econômica, onde elas (e as urnas) não podem ser ignoradas...
É verdade que a nossa política de substituição de importações, às vezes, foi levada longe demais, mas é impossível esconder o fato que entre 1947 e 1980 a economia brasileira cresceu a uma taxa média real superior a 7%; que o PIB dobrou a cada dez anos e cresceu cinco vezes em uma geração! É claro que cresceu usando mais mão-de-obra e mais capital e com menor contribuição do fator residual chamado "produtividade", mas é claro, também, que esta melhorou, pois o PIB per capita aumentou quase 4% ao ano! A desigualdade cresceu, mas todos cresceram.
É tolice, entretanto, desqualificar toda política industrial por causa dos eventuais exageros da substituição de importações. Como toda política econômica, ela deve ser julgada usando "testemunhas", isto é, os seus parceiros regionais (a geografia) que sofreram as mesmas contingências (história). E quando se usa tal avaliação parece que a economia brasileira não se saiu tão mal. Passou por crises, mas cresceu mais depressa e construiu uma estrutura industrial mais sofisticada do que suas companheiras latino-americanas.
Enquanto nossos "puristas" se arrepiavam ao ouvir falar em "política industrial" ou "substituição de importações", Canadá e Alemanha (exemplos de livre comércio) disputavam ferozmente a instalação de indústrias do setor de semicondutores. O Canadá, por exemplo, continua a ter instrumentos para construir subsídios, com a colaboração entre uma unidade federada, o Quebec, e o Programa de Associação Tecnológica do Canadá (federal). É claro que há espaço no Brasil para a construção de um ecossistema econômico apoiado numa inteligente política industrial, mesmo porque até hoje não temos uma indústria de semicondutores...”
FONTE: artigo de Antonio Delfim Netto publicado em 29/07/2009 no jornal Folha de São Paulo.
ATIVIDADE INDUSTRIAL PAULISTA SOBE 2% EM JUNHO
“HUMOR DO EMPRESÁRIOS”, EMPREGO E UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA TAMBÉM MELHORAM
Atividade industrial em SP cai 12,8% em junho, diz Fiesp
“A atividade industrial paulista caiu 12,8% em junho na comparaçã ocom igual mês de 2008, mas cresceu 2% em relação a maio de 2009, segundo dados com ajuste sazonal divulgados nesta quarta-feira pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
No ano, o INA acumula baixa de 14,1%. Nos últimos 12 meses, o índice tem queda de 6,8%.
DESEMPREGO CAI PARA 14,8% EM JUNHO, DIZ SEADE/DIEESE
O nível de utilização da capacidade instalada, de 80% em junho, ficou praticamente estável em relação a maio, quando foi de 79,9%, mas caiu na comparação com os 83,4% de junho de 2008.
Entre os setores pesquisados, o de Máquinas e equipamentos foi um dos destaques, com crescimento de 4,6% em junho ante maio, com ajuste. Já em relação ao ano passado, o setor apresentou um tombo de 29,2%.
A Fiesp divulgou ainda o Sensor da indústria -um termômetro do humor dos empresários-, que subiu para 53,9 pontos na segunda quinzena de julho, ante 52,9 na primeira metade do mês.”
FONTE: reportagem de Daniela Machado, da agência norte-americana de notícias Reuters, publicada no portal UOL em 29/07/2009.
Atividade industrial em SP cai 12,8% em junho, diz Fiesp
“A atividade industrial paulista caiu 12,8% em junho na comparaçã ocom igual mês de 2008, mas cresceu 2% em relação a maio de 2009, segundo dados com ajuste sazonal divulgados nesta quarta-feira pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
No ano, o INA acumula baixa de 14,1%. Nos últimos 12 meses, o índice tem queda de 6,8%.
DESEMPREGO CAI PARA 14,8% EM JUNHO, DIZ SEADE/DIEESE
O nível de utilização da capacidade instalada, de 80% em junho, ficou praticamente estável em relação a maio, quando foi de 79,9%, mas caiu na comparação com os 83,4% de junho de 2008.
Entre os setores pesquisados, o de Máquinas e equipamentos foi um dos destaques, com crescimento de 4,6% em junho ante maio, com ajuste. Já em relação ao ano passado, o setor apresentou um tombo de 29,2%.
A Fiesp divulgou ainda o Sensor da indústria -um termômetro do humor dos empresários-, que subiu para 53,9 pontos na segunda quinzena de julho, ante 52,9 na primeira metade do mês.”
FONTE: reportagem de Daniela Machado, da agência norte-americana de notícias Reuters, publicada no portal UOL em 29/07/2009.
GRUPOS BRASILEIROS CRESCEM EM RANKING DOS MAIORES DO MUNDO
“As grandes empresas brasileiras estão entre as que mais se valorizaram no mundo no primeiro semestre, avançando no ranking das 300 maiores empresas globais, por valor de mercado, elaborado pela consultoria Ernst & Young. O levantamento mostrou a recuperação das empresas depois do ponto mais crítico da crise mundial, no final do ano passado.
O número de empresas brasileiras na lista passou de cinco, em dezembro, para oito, em janeiro, com três delas entre as 100 maiores: Petrobrás (8º lugar), Vale (46º) e Itaú Unibanco (76º). Entre as 300 maiores, ainda aparecem o Bradesco (120º), a AmBev (147º), o Banco do Brasil (204º) e o Banco Santander do Brasil (254º). O estudo tem como base o valor das ações das empresas ao fim do semestre.
“A recuperação está muito alinhada com os Brics”, disse Paulo Sérgio Dortas, sócio da área de transações corporativas da Ernst & Young, referindo-se ao grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia e China. “A Rússia e a China também se recuperaram.”
O total de empresas chinesas na lista das 100 maiores passou de oito no fim de 2009 para 11 em junho. No entanto, as três brasileiras entre as 100 maiores foram as que apresentaram a maior valorização, com valor conjunto de US$ 313,8 bilhões. Elas subiram 101%, ficando muito à frente das russas, que acumularam um aumento de 42%, com o segundo melhor resultado entre os países.
BANCOS BRASILEIROS
A China tem três empresas entre as dez maiores: Petrochina (1º), Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) (3º) e China Construction Bank (6º). A operadora de telecomunicações China Mobile (5º) tem sede em Hong Kong. A Petrochina ultrapassou a americana Exxon Mobil, que ocupava o topo da lista no fim do ano passado e passou para o segundo lugar.
A Petrobrás é a única empresa brasileira entre as 10 maiores. Seu valor de mercado passou de US$ 95,895 bilhões para US$ 164,818 bilhões, avançando do 37º para o 8º lugar no ranking. A Vale subiu do 68º para o 46º lugar, com um valor de mercado de US$ 89,317 bilhões, o que equivale a um crescimento de 48% no trimestre. “A valorização da Petrobrás e da Vale reflete, em grande parte, a recuperação do mercado de commodities”, destacou Dortas.
A alta dos bancos brasileiros, com a entrada de dois deles na lista das 300 maiores empresas, mostra como eles foram pouco afetados pela crise, quando comparados com as instituições de países desenvolvidos. “Uma notícia muito boa foi o avanço da AmBev, que está muito mais ligada à situação do País que ao mercado internacional”, disse o consultor. “É uma empresa que depende mais do mercado interno, e sua recuperação mostra que as classes C, D e E continuam consumindo.”
PRESENÇA EUROPÉIA
Com base nos dados do estudo, Dortas apontou que já existem sinais de que a retomada do crescimento começa a acontecer mais rápido que o esperado, puxada pelos Brics. “O Brasil e a China são os carros-chefe, e estão surpreendendo quem só esperava uma recuperação para 2010.”
As empresas americanas e europeias perderam espaço na lista das 300 maiores do primeiro semestre, com um crescimento da Ásia. “Apesar de ainda estarem em primeiro lugar, essas economias têm perdido pujança”, apontou. O total de empresas americanas entre as 300 maiores manteve-se estável, com perdas de posições para muitas delas, enquanto o número de empresas europeias caiu de 110 para 95.
Entre as 100 maiores, a presença europeia passou de 46 para 35 companhias. Depois de cair 22% no primeiro semestre de 2008 e 33% no segundo, o valor das 300 maiores empresas voltou a crescer, com expansão de 8%, ou US$ 1,1 trilhão. No ano passado, perderam US$ 11,3 trilhões.”
FONTE: informação do jornal O Estado de S. Paulo publicada no site “Vermelho” em 28/07/2009.
O número de empresas brasileiras na lista passou de cinco, em dezembro, para oito, em janeiro, com três delas entre as 100 maiores: Petrobrás (8º lugar), Vale (46º) e Itaú Unibanco (76º). Entre as 300 maiores, ainda aparecem o Bradesco (120º), a AmBev (147º), o Banco do Brasil (204º) e o Banco Santander do Brasil (254º). O estudo tem como base o valor das ações das empresas ao fim do semestre.
“A recuperação está muito alinhada com os Brics”, disse Paulo Sérgio Dortas, sócio da área de transações corporativas da Ernst & Young, referindo-se ao grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia e China. “A Rússia e a China também se recuperaram.”
O total de empresas chinesas na lista das 100 maiores passou de oito no fim de 2009 para 11 em junho. No entanto, as três brasileiras entre as 100 maiores foram as que apresentaram a maior valorização, com valor conjunto de US$ 313,8 bilhões. Elas subiram 101%, ficando muito à frente das russas, que acumularam um aumento de 42%, com o segundo melhor resultado entre os países.
BANCOS BRASILEIROS
A China tem três empresas entre as dez maiores: Petrochina (1º), Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) (3º) e China Construction Bank (6º). A operadora de telecomunicações China Mobile (5º) tem sede em Hong Kong. A Petrochina ultrapassou a americana Exxon Mobil, que ocupava o topo da lista no fim do ano passado e passou para o segundo lugar.
A Petrobrás é a única empresa brasileira entre as 10 maiores. Seu valor de mercado passou de US$ 95,895 bilhões para US$ 164,818 bilhões, avançando do 37º para o 8º lugar no ranking. A Vale subiu do 68º para o 46º lugar, com um valor de mercado de US$ 89,317 bilhões, o que equivale a um crescimento de 48% no trimestre. “A valorização da Petrobrás e da Vale reflete, em grande parte, a recuperação do mercado de commodities”, destacou Dortas.
A alta dos bancos brasileiros, com a entrada de dois deles na lista das 300 maiores empresas, mostra como eles foram pouco afetados pela crise, quando comparados com as instituições de países desenvolvidos. “Uma notícia muito boa foi o avanço da AmBev, que está muito mais ligada à situação do País que ao mercado internacional”, disse o consultor. “É uma empresa que depende mais do mercado interno, e sua recuperação mostra que as classes C, D e E continuam consumindo.”
PRESENÇA EUROPÉIA
Com base nos dados do estudo, Dortas apontou que já existem sinais de que a retomada do crescimento começa a acontecer mais rápido que o esperado, puxada pelos Brics. “O Brasil e a China são os carros-chefe, e estão surpreendendo quem só esperava uma recuperação para 2010.”
As empresas americanas e europeias perderam espaço na lista das 300 maiores do primeiro semestre, com um crescimento da Ásia. “Apesar de ainda estarem em primeiro lugar, essas economias têm perdido pujança”, apontou. O total de empresas americanas entre as 300 maiores manteve-se estável, com perdas de posições para muitas delas, enquanto o número de empresas europeias caiu de 110 para 95.
Entre as 100 maiores, a presença europeia passou de 46 para 35 companhias. Depois de cair 22% no primeiro semestre de 2008 e 33% no segundo, o valor das 300 maiores empresas voltou a crescer, com expansão de 8%, ou US$ 1,1 trilhão. No ano passado, perderam US$ 11,3 trilhões.”
FONTE: informação do jornal O Estado de S. Paulo publicada no site “Vermelho” em 28/07/2009.
GOVERNO ESPERA RETOMADA DO CRESCIMENTO NO 2º SEMESTRE
“O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que a avaliação dos integrantes da coordenação política do governo, que reúne o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros, é de que haverá uma retomada do crescimento econômico no segundo semestre.
"Estamos convictos de que vamos ter uma situação de retomada muito boa da economia no segundo semestre, devendo chegar ao final do ano com um crescimento em ritmo já perto de 3,5%, 4%. Vocês sabem que na média vai ser menor que isso, estamos prevendo crescimento de 1%, mas de fato está muito animador", disse o ministro.
Na reunião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez um relato sobre o panorama econômico e disse que as previsões do governo para a economia se confirmaram com os maus indicadores do primeiro semestre, causados pela crise econômica internacional. No segundo semestre, avaliou, deve haver uma retomada considerável da economia.
CONSUMO INTERNO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou otimista com o quadro econômico do País, de acordo com o ministro. Segundo Bernardo, Lula avaliou que o consumo interno tem sido fundamental para reduzir os efeitos da crise no Brasil. O presidente também manifestou preocupação com as exportações brasileiras durante a reunião de coordenação política.
"Ele manifestou preocupação com setores exportadores e que temos que reforçar nosso esforço de exportar mais para a América Latina, África, Ásia e China, principalmente", disse Bernardo.”
FONTE: informação da Agência Brasil publicada no site “Vermelho” em 28/07/2009.
"Estamos convictos de que vamos ter uma situação de retomada muito boa da economia no segundo semestre, devendo chegar ao final do ano com um crescimento em ritmo já perto de 3,5%, 4%. Vocês sabem que na média vai ser menor que isso, estamos prevendo crescimento de 1%, mas de fato está muito animador", disse o ministro.
Na reunião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez um relato sobre o panorama econômico e disse que as previsões do governo para a economia se confirmaram com os maus indicadores do primeiro semestre, causados pela crise econômica internacional. No segundo semestre, avaliou, deve haver uma retomada considerável da economia.
CONSUMO INTERNO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou otimista com o quadro econômico do País, de acordo com o ministro. Segundo Bernardo, Lula avaliou que o consumo interno tem sido fundamental para reduzir os efeitos da crise no Brasil. O presidente também manifestou preocupação com as exportações brasileiras durante a reunião de coordenação política.
"Ele manifestou preocupação com setores exportadores e que temos que reforçar nosso esforço de exportar mais para a América Latina, África, Ásia e China, principalmente", disse Bernardo.”
FONTE: informação da Agência Brasil publicada no site “Vermelho” em 28/07/2009.
GABEIRA, SARNEY, NAMORADOS E NAMORADAS
ILEGALIDADE E IMORALIDADE OCORRERAM QUANDO O DEPUTADO FERNANDO GABEIRA LEVOU A NAMORADA PARA PARIS COM DESPESAS PAGAS COM DINHEIRO PÚBLICO?
IMPRENSA NÃO VIU PROBLEMA MAIOR PORQUE, MESES DEPOIS, GABEIRA CASOU COM ELA.
Nos últimos dias, a imprensa abordou muito o problema de vínculo de namoro da neta de Sarney:
“O ministro José Antônio Dias Toffoli, advogado-geral da União, afirmou no programa Roda Viva, transmitido ao vivo pela TV Cultura na noite de segunda-feira (27) que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), alvo de recentes denúncias, não praticou nepotismo. Sobre a nomeação do namorado da neta de Sarney, ele disse: "do ponto de vista legal, estritamente jurídico, não existe ilegalidade, pode se falar em uma eventual imoralidade. Aliás, nesse caso nem se pode aplicar o nepotismo, pois não há uma relação de vinculo, de casamento, mas de namoro".
Sobre a nomeação de cargos de confiança, o entrevistado foi enfático: "Eu acho que diminuir o número de cargos em comissão é mais importante do que discutir nepotismo. E esse debate aprimora isso. Quem sabe não sai uma medida provisória para diminuir os cargos em comissão."
O tema pré-sal também foi abordado pelo ministro, que o considera um bem valioso para o Brasil. “O pré-sal é um tesouro que Deus deu a esse país, à nação brasileira.
E é necessário nós pensarmos em duas situações. Quando foi feita, em 1995, a mudança constitucional do monopólio da Petrobras, não se quebrou o monopólio da União, ou seja, todo o petróleo que está no subsolo do território brasileiro, ou no seu mar territorial, é da nação brasileira, do povo brasileiro."
O entrevistado falou ainda sobre o combate à corrupção pelo atual governo. “O presidente Lula foi o Presidente da República que mais permitiu investigações nesse país. O presidente Lula nomeou quatro vezes seguidas o procurador geral da república escolhido pela categoria. No governo do presidente Lula, nos dois mandatos, está sendo a época que a Polícia Federal mais agiu, mais vezes fez operações em ações que envolveram não só pessoas pobres, que são normalmente os clientes da Polícia Federal. No governo do presidente Lula, ele tem feito ações veementes no combate à corrupção".
O papel da imprensa também teve destaque durante a entrevista. "A imprensa brasileira cumpre um papel extremamente importante num estado democrático de direito. É isso que eu defendo. Eu assumi a Advocacia Geral da União e ela era fechada para a imprensa. Nós aumentamos em 1500% o número de citações diárias da Advocacia Geral da União. Eu acho que o Estado e as instituições têm que se abrir para a imprensa. Não pode ter medo."
O programa, apresentado por Heródoto Barbeiro, teve como entrevistadores, Claudio Abramo, diretor-executivo da ONG Transparência Brasil; Rui Nogueira, chefe de redação da sucursal de Brasília do jornal O Estado de S.Paulo; Mônica Bergamo; colunista da Folha de S.Paulo; e o advogado Gabriel Ferreira."
FONTE: texto do site “Vermelho”, em 28/07/2009, sobre o programa “Roda Viva” da TV Cultura.
IMPRENSA NÃO VIU PROBLEMA MAIOR PORQUE, MESES DEPOIS, GABEIRA CASOU COM ELA.
Nos últimos dias, a imprensa abordou muito o problema de vínculo de namoro da neta de Sarney:
“O ministro José Antônio Dias Toffoli, advogado-geral da União, afirmou no programa Roda Viva, transmitido ao vivo pela TV Cultura na noite de segunda-feira (27) que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), alvo de recentes denúncias, não praticou nepotismo. Sobre a nomeação do namorado da neta de Sarney, ele disse: "do ponto de vista legal, estritamente jurídico, não existe ilegalidade, pode se falar em uma eventual imoralidade. Aliás, nesse caso nem se pode aplicar o nepotismo, pois não há uma relação de vinculo, de casamento, mas de namoro".
Sobre a nomeação de cargos de confiança, o entrevistado foi enfático: "Eu acho que diminuir o número de cargos em comissão é mais importante do que discutir nepotismo. E esse debate aprimora isso. Quem sabe não sai uma medida provisória para diminuir os cargos em comissão."
O tema pré-sal também foi abordado pelo ministro, que o considera um bem valioso para o Brasil. “O pré-sal é um tesouro que Deus deu a esse país, à nação brasileira.
E é necessário nós pensarmos em duas situações. Quando foi feita, em 1995, a mudança constitucional do monopólio da Petrobras, não se quebrou o monopólio da União, ou seja, todo o petróleo que está no subsolo do território brasileiro, ou no seu mar territorial, é da nação brasileira, do povo brasileiro."
O entrevistado falou ainda sobre o combate à corrupção pelo atual governo. “O presidente Lula foi o Presidente da República que mais permitiu investigações nesse país. O presidente Lula nomeou quatro vezes seguidas o procurador geral da república escolhido pela categoria. No governo do presidente Lula, nos dois mandatos, está sendo a época que a Polícia Federal mais agiu, mais vezes fez operações em ações que envolveram não só pessoas pobres, que são normalmente os clientes da Polícia Federal. No governo do presidente Lula, ele tem feito ações veementes no combate à corrupção".
O papel da imprensa também teve destaque durante a entrevista. "A imprensa brasileira cumpre um papel extremamente importante num estado democrático de direito. É isso que eu defendo. Eu assumi a Advocacia Geral da União e ela era fechada para a imprensa. Nós aumentamos em 1500% o número de citações diárias da Advocacia Geral da União. Eu acho que o Estado e as instituições têm que se abrir para a imprensa. Não pode ter medo."
O programa, apresentado por Heródoto Barbeiro, teve como entrevistadores, Claudio Abramo, diretor-executivo da ONG Transparência Brasil; Rui Nogueira, chefe de redação da sucursal de Brasília do jornal O Estado de S.Paulo; Mônica Bergamo; colunista da Folha de S.Paulo; e o advogado Gabriel Ferreira."
FONTE: texto do site “Vermelho”, em 28/07/2009, sobre o programa “Roda Viva” da TV Cultura.
PAÍS É LÍDER MUNDIAL EM PRODUTIVIDADE AGROPECUÁRIA
“A produtividade foi a principal responsável pelo crescimento da agropecuária brasileira entre 1975 e 2008. A conclusão é de um estudo divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que também revela que as inovações tecnológicas decorrentes da pesquisa foram o principal fator que contribuiu para a posição de destaque do Brasil na produção de alimentos.
O crescimento da eficiência produtiva do Brasil é o maior entre os países que aparecem no estudo.
A taxa de crescimento da produtividade que coloca o Brasil na liderança é de 3,66% ao ano, de acordo com o coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques, um dos autores da pesquisa.
Em segundo lugar, fica a China, com crescimento de 3,2%, seguida pela Austrália (2,12%) e Estados Unidos (1,95%).
O melhoramento genético e a introdução de novas cultivares permitiram maior produtividade em lavouras como as de soja, milho, café e cana-de-açúcar. As inovações também foram significativas nas carnes, frutas e hortaliças.
Segundo Gasques, o desempenho é resultado dos investimentos na pesquisa agropecuária. A produtividade da cana, por exemplo, passou de 49 para 80 toneladas por hectare no período de dez anos. Em outras lavouras como a do café, houve ganhos em qualidade.
CRÉDITO
Outro fator que refletiu de maneira positiva na produtividade agrícola, especialmente nos últimos anos, foi a retomada de crédito agrícola nas operações de investimentos.
O destaque ficou por conta dos recursos disponíveis para a agricultura empresarial e familiar, além das cooperativas, cujos recursos saltaram de R$ 17 bilhões para R$ 75 bilhões, a partir de 1996.
O aumento da produtividade contribuiu para que os preços dos alimentos não pressionassem a inflação nos últimos quinze anos. “A inflação cresceu em média 0,59%, de agosto de 1994 a junho deste ano, e os preços dos alimentos, 0,55%”, diz o coordenador."
FONTE: texto do “Boletim Em Questão” publicado no site “Vermelho” em 28/07/2009.
O crescimento da eficiência produtiva do Brasil é o maior entre os países que aparecem no estudo.
A taxa de crescimento da produtividade que coloca o Brasil na liderança é de 3,66% ao ano, de acordo com o coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques, um dos autores da pesquisa.
Em segundo lugar, fica a China, com crescimento de 3,2%, seguida pela Austrália (2,12%) e Estados Unidos (1,95%).
O melhoramento genético e a introdução de novas cultivares permitiram maior produtividade em lavouras como as de soja, milho, café e cana-de-açúcar. As inovações também foram significativas nas carnes, frutas e hortaliças.
Segundo Gasques, o desempenho é resultado dos investimentos na pesquisa agropecuária. A produtividade da cana, por exemplo, passou de 49 para 80 toneladas por hectare no período de dez anos. Em outras lavouras como a do café, houve ganhos em qualidade.
CRÉDITO
Outro fator que refletiu de maneira positiva na produtividade agrícola, especialmente nos últimos anos, foi a retomada de crédito agrícola nas operações de investimentos.
O destaque ficou por conta dos recursos disponíveis para a agricultura empresarial e familiar, além das cooperativas, cujos recursos saltaram de R$ 17 bilhões para R$ 75 bilhões, a partir de 1996.
O aumento da produtividade contribuiu para que os preços dos alimentos não pressionassem a inflação nos últimos quinze anos. “A inflação cresceu em média 0,59%, de agosto de 1994 a junho deste ano, e os preços dos alimentos, 0,55%”, diz o coordenador."
FONTE: texto do “Boletim Em Questão” publicado no site “Vermelho” em 28/07/2009.
SUPERÁVIT NA 4ª SEMANA DE JULHO CHEGA A R$ 653 MI
“A balança comercial teve superávit de US$ 653 milhões na quarta semana do mês. No período houve exportações de US$ 3,424 bilhões e importações de US$ 2,771 bilhões. No acumulado de julho, os embarques somaram US$ 11,512 bilhões, e as compras no exterior, US$ 8,708 bilhões. No ano, a balança registra superávit de US$ 16,791 bilhões, saldo 14% maior que os US$ 14,728 bilhões registrados no mesmo período de 2008.”
FONTE: jornal Folha de São Paulo, em 28/07/2009.
FONTE: jornal Folha de São Paulo, em 28/07/2009.
ENSAIO DE RECUPERAÇÃO
“Segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego de 8,1% em junho, registrada nas seis principais regiões metropolitanas do país, foi a menor do ano e manteve-se estável em relação ao mesmo mês de 2008.
Apesar de o número ter refletido mais a redução do contingente de pessoas em busca de emprego -o chamado "desalento"- do que a criação de novos postos, os sinais são de melhora do mercado de trabalho.
Em relação a junho de 2008, quando a economia encontrava-se aquecida, aumentaram não apenas o rendimento real médio auferido pelos trabalhadores (com alta de 3%) como a soma dos ganhos das pessoas empregadas -a chamada "massa salarial" (alta de 2,8%).
Já em relação a maio deste ano, os índices mostram estabilidade.
A indústria, o setor da economia brasileira mais afetado pela crise, ainda patina. Mas, depois de quatro meses de quedas sucessivas, o emprego industrial registrou variação positiva, de 1,7%, na comparação com maio.
Há uma perspectiva de melhora na dinâmica do setor e de aumento das contratações neste segundo semestre, em especial para as vendas de fim de ano.
Uma dificuldade adicional para a recuperação sustentada da indústria são os efeitos da valorização do real em relação ao dólar. A perda de valor da moeda americana comprime as receitas dos exportadores medidas em moeda doméstica. Além disso, provoca redução dos preços dos concorrentes estrangeiros, tornando-os mais competitivos no mercado interno.
É muito cedo para comemorações, mas com todas as dificuldades que permanecem em cena os recentes indicadores reforçam a sensação de que, após o forte baque causado pelo agravamento da crise, em setembro de 2008, a economia do país ensaia um início de recuperação.”
FONTE: Editorial do jornal Folha de São Paulo em 28/07/2009.
Apesar de o número ter refletido mais a redução do contingente de pessoas em busca de emprego -o chamado "desalento"- do que a criação de novos postos, os sinais são de melhora do mercado de trabalho.
Em relação a junho de 2008, quando a economia encontrava-se aquecida, aumentaram não apenas o rendimento real médio auferido pelos trabalhadores (com alta de 3%) como a soma dos ganhos das pessoas empregadas -a chamada "massa salarial" (alta de 2,8%).
Já em relação a maio deste ano, os índices mostram estabilidade.
A indústria, o setor da economia brasileira mais afetado pela crise, ainda patina. Mas, depois de quatro meses de quedas sucessivas, o emprego industrial registrou variação positiva, de 1,7%, na comparação com maio.
Há uma perspectiva de melhora na dinâmica do setor e de aumento das contratações neste segundo semestre, em especial para as vendas de fim de ano.
Uma dificuldade adicional para a recuperação sustentada da indústria são os efeitos da valorização do real em relação ao dólar. A perda de valor da moeda americana comprime as receitas dos exportadores medidas em moeda doméstica. Além disso, provoca redução dos preços dos concorrentes estrangeiros, tornando-os mais competitivos no mercado interno.
É muito cedo para comemorações, mas com todas as dificuldades que permanecem em cena os recentes indicadores reforçam a sensação de que, após o forte baque causado pelo agravamento da crise, em setembro de 2008, a economia do país ensaia um início de recuperação.”
FONTE: Editorial do jornal Folha de São Paulo em 28/07/2009.
RECESSÃO NO BRASIL ACABOU EM MAIO, AVALIAM BANCOS
“A recessão brasileira terminou em maio. Após dois trimestres seguidos de retração, que caracterizaram recessão técnica no país, a economia brasileira voltou a se expandir exatamente no centro do segundo trimestre, de acordo com diferentes estudos dos bancos Bradesco e Itaú Unibanco.
Segundo o Bradesco, com os dados até maio, o PIB do segundo trimestre já apontava um crescimento de 1,7% em relação aos primeiros três meses deste ano. Até abril, os resultados eram negativos.
Já os economistas do Itaú Unibanco detectaram em maio uma alta de 2,3% do PIB em relação a abril, o que também sugere a primeira expansão trimestral da economia após a crise. Os dados fazem parte de uma nova pesquisa, que segue a metodologia do IBGE, para estimar o PIB mensal, já livre de efeitos sazonais. Em abril, a pesquisa apurara retração de 0,7% em relação a março.
Para Octavio de Barros, diretor de pesquisas do Bradesco, os números mostram que o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a sair da crise. A recessão é caracterizada tecnicamente por economistas com dois trimestres seguidos de retração. De acordo com o IBGE, a economia encolheu 0,8% no primeiro trimestre e 3,6% no último trimestre de 2008.
Segundo Barros, a saída do Brasil da recessão é algo para ser comemorado, mas que era previsível dados os sinais de que o país e alguns emergentes sairiam antes da crise por conta de seus grandes mercados domésticos. "A ação do governo foi importante para a recuperação, principalmente a atuação dos bancos públicos", disse ele.
Desde janeiro, o levantamento do PIB mensal do Itaú Unibanco mostra uma recuperação lenta da economia. A novidade em maio foi que o indicador do Itaú se expandiu de forma mais vigorosa. "Do jeito que as coisas estão caminhando, não só teremos crescimento, como um crescimento bem positivo [no segundo trimestre]. A gente captou uma coisa que não se via antes. Tínhamos vários indicadores mensais, como produção industrial e dados do varejo, mas que não davam o quadro completo", afirmou Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco.
Na previsão do Itaú, o PIB deve ter crescido entre 1,5% e 2% no segundo trimestre de 2009 em relação ao período anterior. Para o Bradesco, a alta pode ser de até 2,2%.
Apesar da recuperação a partir de maio, o PIB deste ano ainda deve registrar queda de pelo menos 0,5%, em razão da forte desaceleração do início do ano. Para 2010, as previsões são bastante otimistas, de crescimento superior a 4%, de acordo com o Bradesco.
Os dados desagregados do indicador calculado pelo Bradesco mostram que a demanda doméstica foi a responsável pelo desempenho favorável, enquanto o setor externo ajudou a jogar a atividade para baixo.
Para Aurélio Bicalho, economista do Itaú, a redução das alíquotas de IPI para o setor automobilístico foi um dos propulsores do crescimento entre abril e junho. Ele afirma que o incentivo levou a indústria a uma expansão mensal média de 1,5% de janeiro a maio --excluindo o setor, a variação recua para 0,6% ao mês.
O segundo fator da recuperação foi o ajuste nos estoques da indústria. Isso porque, no início da crise, a produção caiu mais rapidamente do que a demanda, como uma reação para impedir uma formação indesejada de estoques. Com a recuperação da demanda, a indústria teve de voltar a produzir mais para não ter problemas de entrega. "E isso ocorreu entre abril e junho, elevando a taxa de crescimento da produção industrial", disse Bicalho.
O segundo fator foi o ajuste nos estoques da indústria. Finalmente, houve uma recuperação de volumes exportados e preços das commodities, com a retomada da demanda chinesa. A previsão é que as exportações sigam como principal fator de recuperação no segundo semestre.
Para o Itaú, os indicadores de junho já divulgados mostram recuperação da economia em diversos setores, com destaque para vendas no varejo e para a produção industrial. Na avaliação do banco, o crescimento verificado no segundo trimestre de 2009 pode ser até em ritmo mais vigoroso do que a média vista no período anterior à crise. Por outro lado, a expectativa é a de que, na segunda metade do ano, esse ritmo se desacelere novamente.”
FONTE: reportagem de Guilherme Barros e Toni Sciarretta, da Folha de S. Paulo, publicada no portal UOL em 28/07/2009.
Segundo o Bradesco, com os dados até maio, o PIB do segundo trimestre já apontava um crescimento de 1,7% em relação aos primeiros três meses deste ano. Até abril, os resultados eram negativos.
Já os economistas do Itaú Unibanco detectaram em maio uma alta de 2,3% do PIB em relação a abril, o que também sugere a primeira expansão trimestral da economia após a crise. Os dados fazem parte de uma nova pesquisa, que segue a metodologia do IBGE, para estimar o PIB mensal, já livre de efeitos sazonais. Em abril, a pesquisa apurara retração de 0,7% em relação a março.
Para Octavio de Barros, diretor de pesquisas do Bradesco, os números mostram que o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a sair da crise. A recessão é caracterizada tecnicamente por economistas com dois trimestres seguidos de retração. De acordo com o IBGE, a economia encolheu 0,8% no primeiro trimestre e 3,6% no último trimestre de 2008.
Segundo Barros, a saída do Brasil da recessão é algo para ser comemorado, mas que era previsível dados os sinais de que o país e alguns emergentes sairiam antes da crise por conta de seus grandes mercados domésticos. "A ação do governo foi importante para a recuperação, principalmente a atuação dos bancos públicos", disse ele.
Desde janeiro, o levantamento do PIB mensal do Itaú Unibanco mostra uma recuperação lenta da economia. A novidade em maio foi que o indicador do Itaú se expandiu de forma mais vigorosa. "Do jeito que as coisas estão caminhando, não só teremos crescimento, como um crescimento bem positivo [no segundo trimestre]. A gente captou uma coisa que não se via antes. Tínhamos vários indicadores mensais, como produção industrial e dados do varejo, mas que não davam o quadro completo", afirmou Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco.
Na previsão do Itaú, o PIB deve ter crescido entre 1,5% e 2% no segundo trimestre de 2009 em relação ao período anterior. Para o Bradesco, a alta pode ser de até 2,2%.
Apesar da recuperação a partir de maio, o PIB deste ano ainda deve registrar queda de pelo menos 0,5%, em razão da forte desaceleração do início do ano. Para 2010, as previsões são bastante otimistas, de crescimento superior a 4%, de acordo com o Bradesco.
Os dados desagregados do indicador calculado pelo Bradesco mostram que a demanda doméstica foi a responsável pelo desempenho favorável, enquanto o setor externo ajudou a jogar a atividade para baixo.
Para Aurélio Bicalho, economista do Itaú, a redução das alíquotas de IPI para o setor automobilístico foi um dos propulsores do crescimento entre abril e junho. Ele afirma que o incentivo levou a indústria a uma expansão mensal média de 1,5% de janeiro a maio --excluindo o setor, a variação recua para 0,6% ao mês.
O segundo fator da recuperação foi o ajuste nos estoques da indústria. Isso porque, no início da crise, a produção caiu mais rapidamente do que a demanda, como uma reação para impedir uma formação indesejada de estoques. Com a recuperação da demanda, a indústria teve de voltar a produzir mais para não ter problemas de entrega. "E isso ocorreu entre abril e junho, elevando a taxa de crescimento da produção industrial", disse Bicalho.
O segundo fator foi o ajuste nos estoques da indústria. Finalmente, houve uma recuperação de volumes exportados e preços das commodities, com a retomada da demanda chinesa. A previsão é que as exportações sigam como principal fator de recuperação no segundo semestre.
Para o Itaú, os indicadores de junho já divulgados mostram recuperação da economia em diversos setores, com destaque para vendas no varejo e para a produção industrial. Na avaliação do banco, o crescimento verificado no segundo trimestre de 2009 pode ser até em ritmo mais vigoroso do que a média vista no período anterior à crise. Por outro lado, a expectativa é a de que, na segunda metade do ano, esse ritmo se desacelere novamente.”
FONTE: reportagem de Guilherme Barros e Toni Sciarretta, da Folha de S. Paulo, publicada no portal UOL em 28/07/2009.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
PROFESSOR DA UNB DIZ QUE DEM QUER NEGROS FORA DA UNIVERSIDADE
“Para o professor José Jorge de Carvalho, que junto com a professora Rita Lauro Segatto, ambos do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) elaborou a proposta de política afirmativa, a ação do DEM - que pede a suspensão do sistema de cotas na Universidade - é uma repetição do Manifesto dos 113 enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), em 30 de abril do ano passado, e assinado por um grupo pequeno que tem acesso à mídia. A ação, segundo ele, apresenta argumentos frágeis.
Eles (o partido Democratas e quem assinou o Manifesto dos 113) estão querendo jogar na rua um contingente de mais de 20 mil estudantes, critica José Jorge de Carvalho afirmando que a ação no STF é uma tentativa de ganhar no “tapetão”.
“Eles estão dizendo que 90 universidades (onde há política afirmativa) vão ter que jogar para fora todos os estudantes que entraram e não deixarão entrar nunca mais nenhum deles?” pergunta.
“O universo acadêmico brasileiro está em uma luta para incluir os negros e os indígenas que estiveram excluídos sempre. Como eles não conseguem mais influenciar na decisão sobre o processo de inclusão, eles entraram com uma ação no judiciário. No fundo eles não querem negros na universidade”, acusa o professor.
RACISMO INSTITUCIONAL
O antropólogo afirma que o processo de cotas é um dos mais revolucionários na universidade brasileira. "As universidades funcionaram durante 70 anos, de 1930 ao ano 2000, totalmente segregadas. Há poucos países no mundo que tem um universo tão racista quanto o nosso, avalia. Não que exista lei para que os negros estejam fora, mas eles estão fora (da universidade). O racismo estrutural e o racismo institucional fazem que eles estejam fora.
Para o antropólogo, a crítica socioeconômica contra as cotas é falha, assim como o argumento de que a análise dos pedidos é subjetivo. Se nós fizermos um recorte de renda as pessoas podem falsificar o comprovante de renda. Se fizermos um recorte por origem na escola pública as pessoas também podemos falsificar, aponta.
Toda política pública tem uma margem de erro. A comissão que analisa os cotistas é uma comissão formada por pessoas da sociedade, do movimento negro, por professores e estudantes. Ela é tão idônea como qualquer outra comissão jamais feita no Brasil, defende José Jorge de Carvalho, acrescentando que se for para discutir a idoneidade dessa comissão, tem que discutir a idoneidade de todas as comissões. Tem então que parar com o Bolsa Família para que não haja fraude no programa, argumenta.”
FONTE: matéria da Agência Brasil, publicada no site “Vermelho” em 28/07/2009
Eles (o partido Democratas e quem assinou o Manifesto dos 113) estão querendo jogar na rua um contingente de mais de 20 mil estudantes, critica José Jorge de Carvalho afirmando que a ação no STF é uma tentativa de ganhar no “tapetão”.
“Eles estão dizendo que 90 universidades (onde há política afirmativa) vão ter que jogar para fora todos os estudantes que entraram e não deixarão entrar nunca mais nenhum deles?” pergunta.
“O universo acadêmico brasileiro está em uma luta para incluir os negros e os indígenas que estiveram excluídos sempre. Como eles não conseguem mais influenciar na decisão sobre o processo de inclusão, eles entraram com uma ação no judiciário. No fundo eles não querem negros na universidade”, acusa o professor.
RACISMO INSTITUCIONAL
O antropólogo afirma que o processo de cotas é um dos mais revolucionários na universidade brasileira. "As universidades funcionaram durante 70 anos, de 1930 ao ano 2000, totalmente segregadas. Há poucos países no mundo que tem um universo tão racista quanto o nosso, avalia. Não que exista lei para que os negros estejam fora, mas eles estão fora (da universidade). O racismo estrutural e o racismo institucional fazem que eles estejam fora.
Para o antropólogo, a crítica socioeconômica contra as cotas é falha, assim como o argumento de que a análise dos pedidos é subjetivo. Se nós fizermos um recorte de renda as pessoas podem falsificar o comprovante de renda. Se fizermos um recorte por origem na escola pública as pessoas também podemos falsificar, aponta.
Toda política pública tem uma margem de erro. A comissão que analisa os cotistas é uma comissão formada por pessoas da sociedade, do movimento negro, por professores e estudantes. Ela é tão idônea como qualquer outra comissão jamais feita no Brasil, defende José Jorge de Carvalho, acrescentando que se for para discutir a idoneidade dessa comissão, tem que discutir a idoneidade de todas as comissões. Tem então que parar com o Bolsa Família para que não haja fraude no programa, argumenta.”
FONTE: matéria da Agência Brasil, publicada no site “Vermelho” em 28/07/2009
EM COLUNA SEMANAL, LULA RESPONDE PERGUNTAS SOBRE POLÍCIA, TRENS E BIODIESEL
“Veja abaixo a coluna semanal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva distribuída a jornais de todo o país.
RAFAEL FARIA, 21 ANOS, ESTAGIÁRIO DE CATALÃO (GO) - O BRASIL POSSUI ALTA TECNOLOGIA PARA A PRODUÇÃO DO BIODIESEL. O SR. ACHA QUE OS OUTROS PAÍSES CONSEGUIRÃO ADEQUAR-SE PARA PRODUZIR ESSA NOVA FONTE RENOVÁVEL? COMO O BRASIL PODE SE BENEFICIAR COM ISSO?
PRESIDENTE LULA - Nosso País é um exemplo para o mundo nessa área. Enquanto na média mundial, os biocombustíveis correspondem a 2,3% do total de combustíveis líquidos consumidos, no Brasil a sua participação chega a 25%. Em 2008, criamos a Petrobras Biocombustível, que já está com usinas em Candeias (BA), Quixadá (CE) e Montes Claros (MG). Incluindo as de capital privado, já são 43. Estamos estimulando países da África e da América Latina a reproduzir nossa experiência.
Com produção em escala mundial e a eliminação dos subsídios dos países ricos aos seus produtores, criaremos um forte mercado internacional. Todos se beneficiarão: o Brasil e os países que passarem a produzir, pela criação de riquezas, e todo o planeta pela redução da emissão de gases do efeito estufa.
JOÃO VICTOR DA ROCHA PASQUALETO, 17 ANOS, ESTUDANTE DE DRACENA (SP) - MUITAS REGIÕES, INCLUINDO A MINHA, QUE SE DESENVOLVERAM GRAÇAS À CHEGADA DO TREM, ESTÃO EM SITUAÇÃO DE COMPLETO ABANDONO, SEM TRANSPORTES DE CARGAS OU DE PASSAGEIROS. HÁ ALGUM PROJETO PARA A REATIVAÇÃO? POR QUE AS EMPRESAS RESPONSÁVEIS NÃO SÃO FISCALIZADAS?
PRESIDENTE LULA - Você tem razão, mas nós estamos mudando esse quadro. Há ferrovias importantes em construção, que somam 6.022 km, com investimentos de R$ 13,88 bilhões até 2010 e R$ 4,1 bilhões após 2010. Na Nova Transnordestina, os trechos em obras somam 809 km e o restante está na fase de projetos ou licenciamento.
Quanto à Norte-Sul, que tinha apenas 215 km concluídos, nós já inauguramos outros 356 km e temos obras em mais 1.003 km. Essa ferrovia chegará a Panorama, que fica a 40 km de onde você mora, e aquecerá a economia de toda a região. Essas duas ferrovias - e mais a Oeste-Leste - são a espinha dorsal de novas estradas de ferro a serem construídas. Um símbolo da retomada é o Trem de Alta Velocidade (SP-RJ) que nos colocará em um novo patamar tecnológico. O modelo adotado na privatização das ferrovias permitia que as concessionárias abandonassem trechos da área de concessão. Estamos pactuando um novo modelo no qual isto não acontecerá mais. As empresas que estiverem operando indevidamente e que continuarem irregulares poderão perder a concessão dos trechos abandonados.
DALTRO QUADROS DUARTE, 38 ANOS, SERVIDOR DE PORTO ALEGRE (RS) - QUANDO TEREMOS UMA POLÍCIA EM CONDIÇÕES DE ATENDER AOS ANSEIOS DA POPULAÇÃO? ELAS ESTÃO DESORGANIZADAS, MAL-REMUNERADAS E SEM PESSOAL. POR QUE AS DIFERENÇAS AVILTANTES DOS SALÁRIOS? A POLÍCIA DE BRASÍLIA É MAIS IMPORTANTE QUE A DO RIO GRANDE DO SUL E DE OUTROS ESTADOS?
PRESIDENTE LULA - A questão da segurança pública, incluindo os salários dos policiais, é competência dos estados. Mas o governo federal não está omisso. Criamos a Força Nacional de Segurança, que já capacitou mais de 8 mil policiais, e definimos uma nova abordagem ao setor com a criação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Se antes os fundos da União iam para a compra de viaturas e armas, agora estamos investindo R$ 6,7 bilhões, até 2012, também em ações sociais que atacam as causas da violência. São projetos que desenvolvem o policiamento comunitário, atraem lideranças femininas para o apoio a jovens em situação de risco e integram adolescentes a atividades esportivas e culturais. Para os policiais, criamos o Bolsa Formação. Já são 150 mil os que aderiram à bolsa mensal de R$ 400,00 para participar de cursos de capacitação. Aqueles de menor remuneração podem adquirir a sua casa própria, saindo de áreas de risco. Estamos atuando onde o Estado não existia, levando urbanização, educação e lazer para quem vivia à margem das políticas públicas.”
FONTE: portal UOL em 28/07/2009
RAFAEL FARIA, 21 ANOS, ESTAGIÁRIO DE CATALÃO (GO) - O BRASIL POSSUI ALTA TECNOLOGIA PARA A PRODUÇÃO DO BIODIESEL. O SR. ACHA QUE OS OUTROS PAÍSES CONSEGUIRÃO ADEQUAR-SE PARA PRODUZIR ESSA NOVA FONTE RENOVÁVEL? COMO O BRASIL PODE SE BENEFICIAR COM ISSO?
PRESIDENTE LULA - Nosso País é um exemplo para o mundo nessa área. Enquanto na média mundial, os biocombustíveis correspondem a 2,3% do total de combustíveis líquidos consumidos, no Brasil a sua participação chega a 25%. Em 2008, criamos a Petrobras Biocombustível, que já está com usinas em Candeias (BA), Quixadá (CE) e Montes Claros (MG). Incluindo as de capital privado, já são 43. Estamos estimulando países da África e da América Latina a reproduzir nossa experiência.
Com produção em escala mundial e a eliminação dos subsídios dos países ricos aos seus produtores, criaremos um forte mercado internacional. Todos se beneficiarão: o Brasil e os países que passarem a produzir, pela criação de riquezas, e todo o planeta pela redução da emissão de gases do efeito estufa.
JOÃO VICTOR DA ROCHA PASQUALETO, 17 ANOS, ESTUDANTE DE DRACENA (SP) - MUITAS REGIÕES, INCLUINDO A MINHA, QUE SE DESENVOLVERAM GRAÇAS À CHEGADA DO TREM, ESTÃO EM SITUAÇÃO DE COMPLETO ABANDONO, SEM TRANSPORTES DE CARGAS OU DE PASSAGEIROS. HÁ ALGUM PROJETO PARA A REATIVAÇÃO? POR QUE AS EMPRESAS RESPONSÁVEIS NÃO SÃO FISCALIZADAS?
PRESIDENTE LULA - Você tem razão, mas nós estamos mudando esse quadro. Há ferrovias importantes em construção, que somam 6.022 km, com investimentos de R$ 13,88 bilhões até 2010 e R$ 4,1 bilhões após 2010. Na Nova Transnordestina, os trechos em obras somam 809 km e o restante está na fase de projetos ou licenciamento.
Quanto à Norte-Sul, que tinha apenas 215 km concluídos, nós já inauguramos outros 356 km e temos obras em mais 1.003 km. Essa ferrovia chegará a Panorama, que fica a 40 km de onde você mora, e aquecerá a economia de toda a região. Essas duas ferrovias - e mais a Oeste-Leste - são a espinha dorsal de novas estradas de ferro a serem construídas. Um símbolo da retomada é o Trem de Alta Velocidade (SP-RJ) que nos colocará em um novo patamar tecnológico. O modelo adotado na privatização das ferrovias permitia que as concessionárias abandonassem trechos da área de concessão. Estamos pactuando um novo modelo no qual isto não acontecerá mais. As empresas que estiverem operando indevidamente e que continuarem irregulares poderão perder a concessão dos trechos abandonados.
DALTRO QUADROS DUARTE, 38 ANOS, SERVIDOR DE PORTO ALEGRE (RS) - QUANDO TEREMOS UMA POLÍCIA EM CONDIÇÕES DE ATENDER AOS ANSEIOS DA POPULAÇÃO? ELAS ESTÃO DESORGANIZADAS, MAL-REMUNERADAS E SEM PESSOAL. POR QUE AS DIFERENÇAS AVILTANTES DOS SALÁRIOS? A POLÍCIA DE BRASÍLIA É MAIS IMPORTANTE QUE A DO RIO GRANDE DO SUL E DE OUTROS ESTADOS?
PRESIDENTE LULA - A questão da segurança pública, incluindo os salários dos policiais, é competência dos estados. Mas o governo federal não está omisso. Criamos a Força Nacional de Segurança, que já capacitou mais de 8 mil policiais, e definimos uma nova abordagem ao setor com a criação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Se antes os fundos da União iam para a compra de viaturas e armas, agora estamos investindo R$ 6,7 bilhões, até 2012, também em ações sociais que atacam as causas da violência. São projetos que desenvolvem o policiamento comunitário, atraem lideranças femininas para o apoio a jovens em situação de risco e integram adolescentes a atividades esportivas e culturais. Para os policiais, criamos o Bolsa Formação. Já são 150 mil os que aderiram à bolsa mensal de R$ 400,00 para participar de cursos de capacitação. Aqueles de menor remuneração podem adquirir a sua casa própria, saindo de áreas de risco. Estamos atuando onde o Estado não existia, levando urbanização, educação e lazer para quem vivia à margem das políticas públicas.”
FONTE: portal UOL em 28/07/2009
PSDB/DEM/FHC/IMPRENSA CHOCADOS: ISSO NUNCA ACONTECEU COM PARLAMENTAR DA OPOSIÇÃO
(alguém acredita?)
PARENTE SER CONTRATADO POR AMIGO? NUNCA FIZERAM OU SOUBERAM DISSO!
QUEREM QUE O PSDB ASSUMA LOGO A PRESIDÊNCIA DO SENADO. MARCONI PERILLO, A “DEUSA VESTAL”, SERIA O PRESIDENTE, PARA A EUFORIA DA IMPRENSA E DA “SOCIEDADE”.
Vejamos o seguinte “escândalo” (publicado pelo Grupo Folha, organização pró-Serra 2010) que chocou Arthur Virgílio, Heráclito Fortes, FHC, sua filha e toda a “elite” paulista. Querem “FORA SARNEY”:
ALIADO DEU EMPREGO NO STJ PARA NETA DE SARNEY.
MARTA SALOMON, da Folha de S.Paulo, em Brasília
“Antes de pedir emprego para o namorado no Senado, a neta de Sarney (PMDB-AP) Maria Beatriz ocupou por dois anos cargo de confiança no gabinete da presidência do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ainda cursando direito, recebia mais de R$ 6 mil por mês.
Na época, o STJ não exigia nível superior dos ocupantes de cargos por indicação política, informou ontem a assessoria do tribunal.
Maria Beatriz, que teve diárias pagas por duas viagens internacionais no período --aos Estados Unidos e à Austrália-- trabalhou como assessora internacional de 2004 a 2006, de acordo com a assessoria.
Maria Beatriz foi nomeada pelo então presidente do STJ, Edson Vidigal. Hoje inimigo político dos Sarney, Vidigal foi nomeado pelo antigo aliado.
Vidigal incluiu Maria Beatriz em homenagem a servidores com "elevado espírito público, competência, presteza e iniciativa".
Em seu blog, tem feito campanha pelo afastamento de Sarney da presidência do Senado. "O Poderoso Chefão não percebe que está com prazo de validade vencido", dizia ontem. Procurado desde sexta-feira, não quis se manifestar.
A Folha deixou recado no escritório onde Maria Beatriz trabalha, mas não obteve resposta.”
PARENTE SER CONTRATADO POR AMIGO? NUNCA FIZERAM OU SOUBERAM DISSO!
QUEREM QUE O PSDB ASSUMA LOGO A PRESIDÊNCIA DO SENADO. MARCONI PERILLO, A “DEUSA VESTAL”, SERIA O PRESIDENTE, PARA A EUFORIA DA IMPRENSA E DA “SOCIEDADE”.
Vejamos o seguinte “escândalo” (publicado pelo Grupo Folha, organização pró-Serra 2010) que chocou Arthur Virgílio, Heráclito Fortes, FHC, sua filha e toda a “elite” paulista. Querem “FORA SARNEY”:
ALIADO DEU EMPREGO NO STJ PARA NETA DE SARNEY.
MARTA SALOMON, da Folha de S.Paulo, em Brasília
“Antes de pedir emprego para o namorado no Senado, a neta de Sarney (PMDB-AP) Maria Beatriz ocupou por dois anos cargo de confiança no gabinete da presidência do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ainda cursando direito, recebia mais de R$ 6 mil por mês.
Na época, o STJ não exigia nível superior dos ocupantes de cargos por indicação política, informou ontem a assessoria do tribunal.
Maria Beatriz, que teve diárias pagas por duas viagens internacionais no período --aos Estados Unidos e à Austrália-- trabalhou como assessora internacional de 2004 a 2006, de acordo com a assessoria.
Maria Beatriz foi nomeada pelo então presidente do STJ, Edson Vidigal. Hoje inimigo político dos Sarney, Vidigal foi nomeado pelo antigo aliado.
Vidigal incluiu Maria Beatriz em homenagem a servidores com "elevado espírito público, competência, presteza e iniciativa".
Em seu blog, tem feito campanha pelo afastamento de Sarney da presidência do Senado. "O Poderoso Chefão não percebe que está com prazo de validade vencido", dizia ontem. Procurado desde sexta-feira, não quis se manifestar.
A Folha deixou recado no escritório onde Maria Beatriz trabalha, mas não obteve resposta.”
terça-feira, 28 de julho de 2009
GOVERNO DOS EUA ESTUDA COMO SER ASSASSINO MAIS EFICIENTE
ONDE SE LÊ “TERRORISTA”, LEIA-SE “SUPOSTO TERRORISTA”
ESQUADRÃO DE TIRO - SEM O TIRO
OS INCONVENIENTES DA DIPLOMACIA DO GATILHO
WASHINGTON
Parece fácil nos filmes: a mira do atirador sobre a testa do terrorista; o explosivo plástico grudado sob o carro do espião estrangeiro; o veneno letal engolido no café da manhã de um ditador. Então talvez a maior surpresa acerca do atual furor envolvendo a Agência Central de Inteligência dos EUA -o programa secreto para matar líderes da Al Qaeda- não seja sua existência, já imaginada por muitos norte-americanos.
Nem que o ex-vice-presidente americano, Dick Cheney, tenha instruído a CIA a esconder o programa do Congresso. Cheney jamais foi acusado de ter uma abertura imprudente a respeito dos programas de inteligência. A verdadeira surpresa é que, após oito anos de intermitentes reuniões, planejamentos e treinamentos, o programa não tenha matado um só terrorista. Nem mesmo tentado, segundo funcionários da CIA.
Matar um terrorista específico em um país distante usando métodos que exijam aproximação é consideravelmente mais complicado do que a fantasia cinematográfica leva a crer. Jogar mísseis de aviões não tripulados se mostrou logística e politicamente tão mais simples que as alternativas nunca foram tentadas, segundo agentes de inteligência. A Al Qaeda colaborou ao se esconder não em cidades, mas nas montanhas do Paquistão, onde os ataques com mísseis são viáveis.
Daí que o presidente dos EUA, Barack Obama, tenha não só mantido, como também ampliado, esses ataques teleguiados iniciados durante o governo Bush. Apesar das mortes colaterais de parentes e vizinhos de supostos terroristas, e da reação negativa que esses bombardeios provocam, os aviões-robôs mantêm os agentes norte-americanos a milhares de quilômetros das mortes, o que claramente tornou essa abordagem atraente para os governos Bush e Obama.
Poucas operações são mais arriscadas do que um assassinato dirigido, mas a ideia de eliminar um inimigo contém uma simplicidade sedutora. Mesmo assim, as razões pelas quais a CIA pode ter hesitado antes de despachar uma equipe de assassinos são facilmente imagináveis por qualquer um que já tenha acompanhado as reviravoltas na história da agência. Em décadas recentes, a CIA tem sido pressionada, muitas vezes por um presidente, a realizar ações arriscadas, apenas para enfrentar investigações e condenação quando tais ações são expostas.
As maiores preocupações da CIA ao cogitar um ataque contra um terrorista no exterior podem não ser de caráter legal, segundo William Banks, professor de direito na Universidade Syracuse, em Nova York, que tem estudado os assassinatos dirigidos. Ao menos pelos cálculos do governo, a morte de um membro da Al Qaeda é um ato de guerra, não um assassinato. Um decreto presidencial de 1976 proíbe "homicídios politicamente inspirados de pessoas que não são combatentes", segundo Banks.
Para ser um alvo legal, um terrorista precisa estar "envolvido em combate armado com os EUA", acrescentou ele. "Bin Laden é o garoto-propaganda, e a partir dali você percorre para baixo a escada da Al Qaeda." Matar um alvo desses poderia ser aceitável, disse Banks, se ele estivesse em um território hostil no qual a captura fosse inviável. Mas, se o alvo está em Paris, a lei de guerra obriga os EUA a trabalharem com as autoridades francesas para capturar o suspeito. As dificuldades logísticas e o risco político de apanhar um terrorista longe de uma zona de guerra são assombrosas.
Quando a CIA capturou um clérico radical islâmico em Milão, em 2003, e o levou para o Egito, as autoridades italianas rastrearam toda a operação por meio de ligações de celulares e recibos de hotéis, levando 26 norte-americanos a um julgamento à revelia, ainda em andamento.
Outra equipe apanhou um cidadão alemão de origem libanesa na Macedônia e o levou para o Afeganistão -causando um vexame internacional para os EUA quando se descobriu que a CIA havia pego o Khalid el Masri errado. Esse currículo não exatamente encoraja os chefes da CIA a autorizarem uma equipe assassina. E, em qualquer caso, quem está familiarizado com a história da agência já tem amplas razões para a cautela.
Assassinato é uma palavra que ainda assombra a CIA. Os mais chocantes volumes produzidos pela comissão do Senado encabeçada por Frank Church em meados da década de 1970 detalhavam complôs da CIA para matar figuras políticas como o cubano Fidel Castro e o congolês Patrice Lumumba. Tais intrigas eram supervisionadas pelo Comitê de Alteração da Saúde da agência.
Mas esses esquemas eram tão ineficazes quanto escandalosos. Castro, hoje com 82 anos, sobreviveu aos que tentaram matá-lo. Lumumba foi morto por um grupo congolês rival depois que o agente da CIA que deveria assassiná-lo refugou. "As pessoas se esquecem disso agora, mas, quando o relatório Church surgiu, houve muita zombaria da CIA como sendo a turma que não conseguia atirar em linha reta", disse Loch Johnson, ex-funcionário do comitê Church.
Assassinatos dirigidos são "muito difíceis de conseguir e são politicamente tóxicos se você for apanhado", disse Geneve Mantri, que monitora programas de contraterrorismo na Anistia Internacional. "Esse estilo Jason Bourne é ótimo para os filmes, mas a história [real] é que esses casos costumam acabar em confusão."
FONTE: reportagem de Scott Shane publicada no jornal norte-americano “The New York Times” e reproduzida em 27/07/2009 pelo jornal Folha de São Paulo.
ESQUADRÃO DE TIRO - SEM O TIRO
OS INCONVENIENTES DA DIPLOMACIA DO GATILHO
WASHINGTON
Parece fácil nos filmes: a mira do atirador sobre a testa do terrorista; o explosivo plástico grudado sob o carro do espião estrangeiro; o veneno letal engolido no café da manhã de um ditador. Então talvez a maior surpresa acerca do atual furor envolvendo a Agência Central de Inteligência dos EUA -o programa secreto para matar líderes da Al Qaeda- não seja sua existência, já imaginada por muitos norte-americanos.
Nem que o ex-vice-presidente americano, Dick Cheney, tenha instruído a CIA a esconder o programa do Congresso. Cheney jamais foi acusado de ter uma abertura imprudente a respeito dos programas de inteligência. A verdadeira surpresa é que, após oito anos de intermitentes reuniões, planejamentos e treinamentos, o programa não tenha matado um só terrorista. Nem mesmo tentado, segundo funcionários da CIA.
Matar um terrorista específico em um país distante usando métodos que exijam aproximação é consideravelmente mais complicado do que a fantasia cinematográfica leva a crer. Jogar mísseis de aviões não tripulados se mostrou logística e politicamente tão mais simples que as alternativas nunca foram tentadas, segundo agentes de inteligência. A Al Qaeda colaborou ao se esconder não em cidades, mas nas montanhas do Paquistão, onde os ataques com mísseis são viáveis.
Daí que o presidente dos EUA, Barack Obama, tenha não só mantido, como também ampliado, esses ataques teleguiados iniciados durante o governo Bush. Apesar das mortes colaterais de parentes e vizinhos de supostos terroristas, e da reação negativa que esses bombardeios provocam, os aviões-robôs mantêm os agentes norte-americanos a milhares de quilômetros das mortes, o que claramente tornou essa abordagem atraente para os governos Bush e Obama.
Poucas operações são mais arriscadas do que um assassinato dirigido, mas a ideia de eliminar um inimigo contém uma simplicidade sedutora. Mesmo assim, as razões pelas quais a CIA pode ter hesitado antes de despachar uma equipe de assassinos são facilmente imagináveis por qualquer um que já tenha acompanhado as reviravoltas na história da agência. Em décadas recentes, a CIA tem sido pressionada, muitas vezes por um presidente, a realizar ações arriscadas, apenas para enfrentar investigações e condenação quando tais ações são expostas.
As maiores preocupações da CIA ao cogitar um ataque contra um terrorista no exterior podem não ser de caráter legal, segundo William Banks, professor de direito na Universidade Syracuse, em Nova York, que tem estudado os assassinatos dirigidos. Ao menos pelos cálculos do governo, a morte de um membro da Al Qaeda é um ato de guerra, não um assassinato. Um decreto presidencial de 1976 proíbe "homicídios politicamente inspirados de pessoas que não são combatentes", segundo Banks.
Para ser um alvo legal, um terrorista precisa estar "envolvido em combate armado com os EUA", acrescentou ele. "Bin Laden é o garoto-propaganda, e a partir dali você percorre para baixo a escada da Al Qaeda." Matar um alvo desses poderia ser aceitável, disse Banks, se ele estivesse em um território hostil no qual a captura fosse inviável. Mas, se o alvo está em Paris, a lei de guerra obriga os EUA a trabalharem com as autoridades francesas para capturar o suspeito. As dificuldades logísticas e o risco político de apanhar um terrorista longe de uma zona de guerra são assombrosas.
Quando a CIA capturou um clérico radical islâmico em Milão, em 2003, e o levou para o Egito, as autoridades italianas rastrearam toda a operação por meio de ligações de celulares e recibos de hotéis, levando 26 norte-americanos a um julgamento à revelia, ainda em andamento.
Outra equipe apanhou um cidadão alemão de origem libanesa na Macedônia e o levou para o Afeganistão -causando um vexame internacional para os EUA quando se descobriu que a CIA havia pego o Khalid el Masri errado. Esse currículo não exatamente encoraja os chefes da CIA a autorizarem uma equipe assassina. E, em qualquer caso, quem está familiarizado com a história da agência já tem amplas razões para a cautela.
Assassinato é uma palavra que ainda assombra a CIA. Os mais chocantes volumes produzidos pela comissão do Senado encabeçada por Frank Church em meados da década de 1970 detalhavam complôs da CIA para matar figuras políticas como o cubano Fidel Castro e o congolês Patrice Lumumba. Tais intrigas eram supervisionadas pelo Comitê de Alteração da Saúde da agência.
Mas esses esquemas eram tão ineficazes quanto escandalosos. Castro, hoje com 82 anos, sobreviveu aos que tentaram matá-lo. Lumumba foi morto por um grupo congolês rival depois que o agente da CIA que deveria assassiná-lo refugou. "As pessoas se esquecem disso agora, mas, quando o relatório Church surgiu, houve muita zombaria da CIA como sendo a turma que não conseguia atirar em linha reta", disse Loch Johnson, ex-funcionário do comitê Church.
Assassinatos dirigidos são "muito difíceis de conseguir e são politicamente tóxicos se você for apanhado", disse Geneve Mantri, que monitora programas de contraterrorismo na Anistia Internacional. "Esse estilo Jason Bourne é ótimo para os filmes, mas a história [real] é que esses casos costumam acabar em confusão."
FONTE: reportagem de Scott Shane publicada no jornal norte-americano “The New York Times” e reproduzida em 27/07/2009 pelo jornal Folha de São Paulo.