"Há uma ala do Governo que decididamente não quer a eleição da Ministra Dilma, não pode ser coincidência o numero de problemas que essa área causa ao projeto politico do Presidente Lula, aliás essa parece ser sua unica função e como sabem escolher bem o timing, é impressionante, não erram uma.
Mas o Chile e a Argentina nao pagaran uma conta fabulosa de indenizações que o Brasi paga, só superadas pelas verbas dispendidas pela Alemanha Nazista às familias dos judeus do Holocausto.
São quase tres bilhões de reais e ainda tem uma imensa fila na porta do guichê, é coisa digna de Guerra Mundial. É evidente que há um enorem exagero, as contas são aberrantes, um office-boy de jornal considera que chegaria a diretor e é indenizado como tal. Alem do mais a quantidade de perseguidos é evidentemente inflada, não houve tantos assim, o processo é matreiro, basta uma declaração sem provas e a palavra do perseguido tem fé publica, afinal é um companheiro da esquerda
O Chile e a Argentina tiveram ditaduras muito mais repressivas que o governo militar brasileiro, a proporção de presos, mortos ou perseguidas é cem vezes maior que o Brasil, considerando-se o tamanho das populações e a duração menor de seus espaços cronológicos.
No Chile as Forças Armadas mantem um poder considerável, como vinculação de recursos da exportação do cobre, senadores vitalícios (3) das forças armadas, que carrearam ao Chile o equipamento belico mais moderno da America Latina.
Na Argentina o chamado Proceso de Reorganizacion Nacional acabou totalmente com a politica, o Congresso foi fechado e teve suas portas chumbadas, enquanto no Brasil as eleições continuaram nos três níveis, sendo eleitos e empossados Governadores da oposição ao Governo Federal (Negrão de Lima e Israel Pinheiro).
Foram portanto processos nada semelhantes.,
Os processos que encerram um conflito na Historia pagam um preço à justiça, são soluções de circunstância para resolver uma desordem, se alguem quisesse introduzir justiça nas conferencias de Theeran, Yalta ou Potsdam, que resedesnharam o mapa do mundo do pós-guerra, a paz nunca chegaria, foi preciso relevar muita coisa, venceram os moderados e graças a isso quinze anos depois do fim da guerra um legitimo General do Terceiro Reich, Hans Stulpnagel foi nomeado, sem oposição sequer da França aonde ele foi Comandante militar da ocupação, para o posto de Comandante da OTAN e tres decadas depois da rendição da Alemanha Nazista um oficial da Wehrmacht foi eleito Secretario-Geral da ONU, a organização fundada pelos Aliados para tratar do mundo após o fim da Alemanha Nazista. Imaginem se quem sofre com os alemães durante a 2ª Guerra ficasse com a ideia de revanche na cabeça, como evoluiria Europa após a 2ª Guerra?
Sair da solução pratica para querer implantar um sabor de justiça eterna só poderá causar o pior resultado.
Vai irritar profundamente as forças armadas e não vai punir ninguém, quase todos os oficias daquela época estão mortos ou muito velhos, punir agora não tem qualquer sentido.
Há uma ala do Governo que decididamente não quer a eleição da Ministra Dilma, não pode ser coincidência o numero de problemas que essa área causa ao projeto politico do Presidente Lula, aliás essa parece ser sua unica função e como sabem escolher bem o timing, é impressionante, não erram uma."
FONTE: escrito por André Araujo e publicado hoje (31/12) no blog do jornalista Luis Nassif.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
NYT PROPÕE OS EUA INICIAREM A GUERRA CONTRA O IRÃ
Defendendo a guerra, de novo
Israel manda: o voto dos idiotas prevalecerá
Na véspera do Natal, o New York Times publicou uma conclamação à guerra: “Só há um meio para deter o Irã”, escreveu Alan J. Kuperman, e é “atacar militarmente as instalações nucleares do Irã” (NYT, 24/12/2009, em http://www.nytimes.com/2009/12/24/opinion/24kuperman.html).
Kuperman é apresentado como “diretor do Programa de Prevenção da Proliferação Nuclear da Universidade do Texas em Austin”, mas sua conclamação à guerra de véspera de Natal é trabalho contraditório e desinformado, sem qualquer traço de análise acadêmica objetiva.
Por exemplo, Kuperman contradiz o relatório de 16 agências norte-americanas de segurança, todos os relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica e da inteligência russa que, todos, já demonstraram que o Irã não tem qualquer tipo de programa de fabricação de armas nucleares. Por espantoso que pareça, não passou pela cabeça de Kuperman que os leitores estranhariam muito que um burocrata professor em Austin, Texas, tivesse acesso a informação melhor do que a informação com a qual trabalharam todas aquelas autoridades, especialistas, profissionais etc.
Kuperman está tão cegamente decidido a bombardear o plano do presidente Obama de conseguir que outros países enriqueçam o urânio de que o Irã necessita para seu programa de energia nuclear e isótopos para uso médico, que escreve inúmeros desatinos. Depois de declarar que o Irã tem “um programa para a bomba”, Kuperman declara que “o urânio iraniano contém impurezas” e que a ameaça de Ahmadinejad de que “enriquecerá domesticamente o seu urânio a 20%” seria blefe, porque mesmo que o Irã conseguisse enriquecer muito o seu urânio cheio de impurezas, “não conseguiria converter o urânio em elemento combustível.” Desatinos e desatinos.
O que teria passado pela cabeça do jornalista-editor dos colunistas do New York Times quando aprovou para publicação o artigo de Kuperman? O Irã, escreve Kuperman, precisa de “urânio enriquecido a 90%” para fabricar armas, mas não pode enriquecer o urânio até 20% e tampouco saberia fabricar combustível... Sendo assim… como o Irã fabricaria alguma bomba? Sim, Kuperman escreve que “chegamos ao ponto em que ataques aéreos são a única escolha com alguma chance de impedir que o Irã construa armas nucleares. Quanto antes os EUA atacarem, melhor.”
Nada poderia deixar mais claramente evidente que, como aconteceu na invasão dos EUA ao Iraque, nenhum ataque ao Irã tem ou algum dia terá algo a ver com armas de destruição em massa. A ‘bomba iraniana’ é apenas mais um ganso dentro do qual se oculta uma agenda não declarada.
De onde terão saído as credenciais de Kupermann relativas a alguma ‘não-proliferação’? De que modo, um ataque militar ensandecido contra um país soberano ajudaria alguma ‘não-proliferação’? Os EUA não estarão, agora, à custa de publicar sandices sobre ameaças atômicas e atos de guerra, muito mais próximos de estimular países a construir armas nucleares, do que trabalhando por alguma não-proliferação?!
Ao final da primeira década do século 21, os EUA estão em guerra no Iraque, onde a antiga comunidade cristã-caldeia foi destruída – não por Saddam Hussein, mas pela invasão ilegal do Iraque inventada pelos neoconservadores norte-americanos –, que também já atacaram o Afeganistão, o Paquistão, o Iêmen e o Sudão. E os EUA iniciaram outra guerra, que imediatamente perderam, entre seu governo-fantoche na província ex-soviética da Geórgia, e a Rússia.
Os EUA, o maior disseminador de terrorismos e terroristas do mundo, é o principal financiador de grupos terroristas que organizam ataques dentro do Irã. Foram dinheiro, armas e cobertura diplomática norte-americanos que tornaram possíveis os crimes de guerra que Israel cometeu contra o povo libanês em 2006, e contra civis palestinos em Gaza em 2008-2009 – esses, fartamente documentados e comprovados no Relatório Goldstone.
O Irã jamais interveio em assuntos internos dos EUA, mas os EUA têm longuíssimo currículo de intervenções em assuntos internos do Irã. Em 1953, os EUA derrubaram Mohammed Mosaddeq – primeiro-ministro iraniano muito popular, para lá instalar um governo-fantoche que torturou e matou iranianos que lutavam pela independência política de seu país.
Apesar dessa e de outras ofensas dos EUA ao Irã, Ahmadinejad tem repetido incansavelmente que o interesse do Irã é viver em boas relações com os EUA – e tem sido repetidamente repelido. Os EUA trabalham exclusivamente para entrar em guerra contra o Irã, porque essa guerra parece necessária para expandir a hegemonia dos EUA no mundo.
Seria de esperar que um especialista em não-proliferação considerasse a história; Kuperman fracassa nesse quesito. Kuperman tampouco diz algo sobre as armas atômicas de Israel, Índia e Paquistão. Diferentes do Irã, nenhum desses países é signatário do Acordo de Não-proliferação de Armas Nucleares. Israel, Índia e Paquistão desenvolveram em segredo suas bombas atômicas, e muitos especialistas creem que, no caso de Israel, houve colaboração ativa dos EUA – o que configura ato de traição.
Esses três países têm recebido incontáveis recompensas de Washington, apesar da perfídia. Por que Kuperman tanto se preocupa com o Irã, que abriu suas portas aos inspetores da Agência Int ernacional de Energia Atômica, mas não se preocupa com Israel, país que jamais permitiu qualquer tipo de inspeção, nem uma, que fosse?
A resposta é que o lobby israelense, o complexo militar e de segurança dos EUA e os sionistas ‘cristãos’ já conseguiram demonizar o Irã. Todos os especialistas sérios sabem que nenhuma bomba atômica iraniana jamais teria qualquer serventia além de proteger o Irã contra ataques. Desde que os EUA perderam o monopólio das armas atômicas, depois de usá-las ofensivamente e sem qualquer propósito contra um Japão derrotado, as armas atômicas só servem como arma de contenção.
Os EUA não têm qualquer conflito de interesse econômico com o Irã. O Irã é simples fornecedor de petróleo – fornecedor importante, sim. Um ataque dos EUA contra o Irã, como prega Kuperman, teria como principal efeito a suspensão do fluxo de petróleo que chega ao ocidente pelo Estreito de Hormuz. Seria bom para as empresas de refino, que vendem gasolina ao Ocidente a preços exorbitantes, mas, exceto esses, ninguém mais teria qualquer ganho.
Não bastasse o grito de guerra de Kupermann, também há congregações de falsos cristãos, que também querem guerra. Grande número deles, organizados não se sabe por quem nem com que dinheiro, sob o rótulo de “Líderes Cristãos por um Irã Desnuclearizado” [ing. “Christian Leaders for a Nuclear-free Iran”] escreveram ao Congresso dos EUA exigindo sanções contra o Irã que, de fato, são também atos de guerra. Na lista aparece o sionista ‘cristão’ John Hagee, o qual, dizem os jornais, denigre Jesus Cristo e prega à sua Congregação que é desejo de Deus que os norte-americanos lutem e morram por Israel, opressor do povo palestino.
Dentre os signatários da moção que exige ato de guerra imediato contra o Irã, estão Pat Robertson, presidente da Rede de Comunicação Cristã [ing. Christian Broadcasting Network], o criminoso da era-Nixon Chuck Colson, e Richard Land, presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista Sulista. Obviamente, “ética”, para os batistas sulistas significa assassinar islâmicos; e liberdade religiosa exclui todos que não sejam sionistas “cristãos”.
Não falta quem considere perfeitos idiotas esses idiotas que se dizem cristãos. Contudo, esses idiotas controlam a opinião e o voto de dezenas de milhões de norte-americanos. Há, de fato, mais desses idiotas, do que cristãos norte-americanos inteligentes, morais, bem informados. O voto dos idiotas prevalecerá.
Na segunda década do século 21, haverá expansão das guerras dos sionistas norte-americanos contra o Islã. E as guerras que os EUA farão a serviço da expansão territorial de Israel selarão a completa bancarrota dos EUA. Não haverá quem se interesse por comprar os bônus do Tesouro para financiar os descomunais déficits do governo dos EUA. E os bônus serão monetarizados pelo Federal Reserve. A inflação subirá como foguete. A inflação destruirá o dólar como moeda mundial de reserva, e os EUA não terão como pagar pelas próprias importações. Começarão os racionamentos, também de comida e gasolina, e os “EUA Superpotência” descobrir-se-ão apertados contra a parede, como país de terceiro mundo que não consegue pagar o que deve.
Os EUA desceram ao fundo do poço, tanto economicamente quanto moralmente, de tanto obedecer ao lobby israelense. Até Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA e governador da Georgia teve recentemente de pedir perdão ao lobby israelense, depois de ter honestamente criticado o tratamento desumano que Israel dá aos palestinos nos territórios ocupados, porque, se não pedisse perdão, seu neto seria impedido de candidatar-se a uma cadeira no Senado do estado da Georgia. Aí está um fato que deveria mostrar aos machões da ‘superpotência’ norte-americana quem manda, de fato, nos EUA."
FONTE: artigo de Paul Craig Roberts, do "Counterpunch" , publicado hoje no portal "Vi o mundo" de Luiz Carlos Azenha.
Israel manda: o voto dos idiotas prevalecerá
Na véspera do Natal, o New York Times publicou uma conclamação à guerra: “Só há um meio para deter o Irã”, escreveu Alan J. Kuperman, e é “atacar militarmente as instalações nucleares do Irã” (NYT, 24/12/2009, em http://www.nytimes.com/2009/12/24/opinion/24kuperman.html).
Kuperman é apresentado como “diretor do Programa de Prevenção da Proliferação Nuclear da Universidade do Texas em Austin”, mas sua conclamação à guerra de véspera de Natal é trabalho contraditório e desinformado, sem qualquer traço de análise acadêmica objetiva.
Por exemplo, Kuperman contradiz o relatório de 16 agências norte-americanas de segurança, todos os relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica e da inteligência russa que, todos, já demonstraram que o Irã não tem qualquer tipo de programa de fabricação de armas nucleares. Por espantoso que pareça, não passou pela cabeça de Kuperman que os leitores estranhariam muito que um burocrata professor em Austin, Texas, tivesse acesso a informação melhor do que a informação com a qual trabalharam todas aquelas autoridades, especialistas, profissionais etc.
Kuperman está tão cegamente decidido a bombardear o plano do presidente Obama de conseguir que outros países enriqueçam o urânio de que o Irã necessita para seu programa de energia nuclear e isótopos para uso médico, que escreve inúmeros desatinos. Depois de declarar que o Irã tem “um programa para a bomba”, Kuperman declara que “o urânio iraniano contém impurezas” e que a ameaça de Ahmadinejad de que “enriquecerá domesticamente o seu urânio a 20%” seria blefe, porque mesmo que o Irã conseguisse enriquecer muito o seu urânio cheio de impurezas, “não conseguiria converter o urânio em elemento combustível.” Desatinos e desatinos.
O que teria passado pela cabeça do jornalista-editor dos colunistas do New York Times quando aprovou para publicação o artigo de Kuperman? O Irã, escreve Kuperman, precisa de “urânio enriquecido a 90%” para fabricar armas, mas não pode enriquecer o urânio até 20% e tampouco saberia fabricar combustível... Sendo assim… como o Irã fabricaria alguma bomba? Sim, Kuperman escreve que “chegamos ao ponto em que ataques aéreos são a única escolha com alguma chance de impedir que o Irã construa armas nucleares. Quanto antes os EUA atacarem, melhor.”
Nada poderia deixar mais claramente evidente que, como aconteceu na invasão dos EUA ao Iraque, nenhum ataque ao Irã tem ou algum dia terá algo a ver com armas de destruição em massa. A ‘bomba iraniana’ é apenas mais um ganso dentro do qual se oculta uma agenda não declarada.
De onde terão saído as credenciais de Kupermann relativas a alguma ‘não-proliferação’? De que modo, um ataque militar ensandecido contra um país soberano ajudaria alguma ‘não-proliferação’? Os EUA não estarão, agora, à custa de publicar sandices sobre ameaças atômicas e atos de guerra, muito mais próximos de estimular países a construir armas nucleares, do que trabalhando por alguma não-proliferação?!
Ao final da primeira década do século 21, os EUA estão em guerra no Iraque, onde a antiga comunidade cristã-caldeia foi destruída – não por Saddam Hussein, mas pela invasão ilegal do Iraque inventada pelos neoconservadores norte-americanos –, que também já atacaram o Afeganistão, o Paquistão, o Iêmen e o Sudão. E os EUA iniciaram outra guerra, que imediatamente perderam, entre seu governo-fantoche na província ex-soviética da Geórgia, e a Rússia.
Os EUA, o maior disseminador de terrorismos e terroristas do mundo, é o principal financiador de grupos terroristas que organizam ataques dentro do Irã. Foram dinheiro, armas e cobertura diplomática norte-americanos que tornaram possíveis os crimes de guerra que Israel cometeu contra o povo libanês em 2006, e contra civis palestinos em Gaza em 2008-2009 – esses, fartamente documentados e comprovados no Relatório Goldstone.
O Irã jamais interveio em assuntos internos dos EUA, mas os EUA têm longuíssimo currículo de intervenções em assuntos internos do Irã. Em 1953, os EUA derrubaram Mohammed Mosaddeq – primeiro-ministro iraniano muito popular, para lá instalar um governo-fantoche que torturou e matou iranianos que lutavam pela independência política de seu país.
Apesar dessa e de outras ofensas dos EUA ao Irã, Ahmadinejad tem repetido incansavelmente que o interesse do Irã é viver em boas relações com os EUA – e tem sido repetidamente repelido. Os EUA trabalham exclusivamente para entrar em guerra contra o Irã, porque essa guerra parece necessária para expandir a hegemonia dos EUA no mundo.
Seria de esperar que um especialista em não-proliferação considerasse a história; Kuperman fracassa nesse quesito. Kuperman tampouco diz algo sobre as armas atômicas de Israel, Índia e Paquistão. Diferentes do Irã, nenhum desses países é signatário do Acordo de Não-proliferação de Armas Nucleares. Israel, Índia e Paquistão desenvolveram em segredo suas bombas atômicas, e muitos especialistas creem que, no caso de Israel, houve colaboração ativa dos EUA – o que configura ato de traição.
Esses três países têm recebido incontáveis recompensas de Washington, apesar da perfídia. Por que Kuperman tanto se preocupa com o Irã, que abriu suas portas aos inspetores da Agência Int ernacional de Energia Atômica, mas não se preocupa com Israel, país que jamais permitiu qualquer tipo de inspeção, nem uma, que fosse?
A resposta é que o lobby israelense, o complexo militar e de segurança dos EUA e os sionistas ‘cristãos’ já conseguiram demonizar o Irã. Todos os especialistas sérios sabem que nenhuma bomba atômica iraniana jamais teria qualquer serventia além de proteger o Irã contra ataques. Desde que os EUA perderam o monopólio das armas atômicas, depois de usá-las ofensivamente e sem qualquer propósito contra um Japão derrotado, as armas atômicas só servem como arma de contenção.
Os EUA não têm qualquer conflito de interesse econômico com o Irã. O Irã é simples fornecedor de petróleo – fornecedor importante, sim. Um ataque dos EUA contra o Irã, como prega Kuperman, teria como principal efeito a suspensão do fluxo de petróleo que chega ao ocidente pelo Estreito de Hormuz. Seria bom para as empresas de refino, que vendem gasolina ao Ocidente a preços exorbitantes, mas, exceto esses, ninguém mais teria qualquer ganho.
Não bastasse o grito de guerra de Kupermann, também há congregações de falsos cristãos, que também querem guerra. Grande número deles, organizados não se sabe por quem nem com que dinheiro, sob o rótulo de “Líderes Cristãos por um Irã Desnuclearizado” [ing. “Christian Leaders for a Nuclear-free Iran”] escreveram ao Congresso dos EUA exigindo sanções contra o Irã que, de fato, são também atos de guerra. Na lista aparece o sionista ‘cristão’ John Hagee, o qual, dizem os jornais, denigre Jesus Cristo e prega à sua Congregação que é desejo de Deus que os norte-americanos lutem e morram por Israel, opressor do povo palestino.
Dentre os signatários da moção que exige ato de guerra imediato contra o Irã, estão Pat Robertson, presidente da Rede de Comunicação Cristã [ing. Christian Broadcasting Network], o criminoso da era-Nixon Chuck Colson, e Richard Land, presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista Sulista. Obviamente, “ética”, para os batistas sulistas significa assassinar islâmicos; e liberdade religiosa exclui todos que não sejam sionistas “cristãos”.
Não falta quem considere perfeitos idiotas esses idiotas que se dizem cristãos. Contudo, esses idiotas controlam a opinião e o voto de dezenas de milhões de norte-americanos. Há, de fato, mais desses idiotas, do que cristãos norte-americanos inteligentes, morais, bem informados. O voto dos idiotas prevalecerá.
Na segunda década do século 21, haverá expansão das guerras dos sionistas norte-americanos contra o Islã. E as guerras que os EUA farão a serviço da expansão territorial de Israel selarão a completa bancarrota dos EUA. Não haverá quem se interesse por comprar os bônus do Tesouro para financiar os descomunais déficits do governo dos EUA. E os bônus serão monetarizados pelo Federal Reserve. A inflação subirá como foguete. A inflação destruirá o dólar como moeda mundial de reserva, e os EUA não terão como pagar pelas próprias importações. Começarão os racionamentos, também de comida e gasolina, e os “EUA Superpotência” descobrir-se-ão apertados contra a parede, como país de terceiro mundo que não consegue pagar o que deve.
Os EUA desceram ao fundo do poço, tanto economicamente quanto moralmente, de tanto obedecer ao lobby israelense. Até Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA e governador da Georgia teve recentemente de pedir perdão ao lobby israelense, depois de ter honestamente criticado o tratamento desumano que Israel dá aos palestinos nos territórios ocupados, porque, se não pedisse perdão, seu neto seria impedido de candidatar-se a uma cadeira no Senado do estado da Georgia. Aí está um fato que deveria mostrar aos machões da ‘superpotência’ norte-americana quem manda, de fato, nos EUA."
FONTE: artigo de Paul Craig Roberts, do "Counterpunch" , publicado hoje no portal "Vi o mundo" de Luiz Carlos Azenha.
LUPI: DILMA GANHARÁ NO 1º TURNO
Lupi nega candidatura e afirma que Dilma ganhará Presidência no primeiro turno
"Presidente licenciado do PDT, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) disse nesta quarta-feira que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) vai ganhar no primeiro turno a corrida pela Presidência da República em 2010. O partido de Lupi já sinalizou apoio à candidatura da ministra, mas quer solucionar impasses nos Estados antes de bater o martelo em torno de uma aliança formal com o PT em 2010.
Lupi, que é da ala do PDT favorável à aliança com Dilma, disse que no interior do país as pessoas sinalizam que vão apoiar a petista em 2010, por isso acredita na sua vitória em primeiro turno. "A ministra vai levar no primeiro turno. Eu ando pelo país e vejo todo mundo dizendo que vai votar na 'mulher' do Lula. Eles não sabem nem o nome, mas sabem que é a candidata do Lula", disse.
Na opinião do ministro, Dilma vai ganhar em consequência da política de distribuição de renda do governo federal. "Muito mais do que Bolsa Família, é pelo aumento de salários", disse ao referir-se ao incremento do poder de compra dos brasileiros.
O ministro acredita que Dilma chegue na convenção do PT, que deve ocorrer em junho, em igual condições de ganhar as eleições com as do governador José Serra (PSDB-SP). "A ministra vai chegar na convenção do partido bem páreo com o Serra."
Lupi desconversou ao ser questionado sobre a eventual candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência da República. "Ele não fará nada sem antes conversar com o Lula", disse.
O ministro também avalia que o governador Aécio Neves (PSDB-MG) pode entrar no páreo pelo Palácio do Planalto caso Serra desista da disputa.
Em outubro, a cúpula do PDT se reuniu com Dilma para discutir as alianças de 2010 e sinalizou a disposição de apoiar a sua candidatura ao Palácio do Planalto. Na conversa com a ministra, dirigentes do PDT foram praticamente unânimes em afirmar que o partido vai embarcar na candidatura da ministra, mesmo com pendências regionais a serem superadas pela legenda nos Estados.
Integrantes do PDT afirmaram que o partido vai formalizar a aliança com Dilma, mas não tem pressa para fazer o anúncio. Antes de sacramentar a união PDT-PT, os pedetistas vão exigir contrapartidas ao apoio --como a análise das alianças regionais e plataformas do partido que podem ser contempladas no programa de governo da ministra
Lupi negou que tenha como objetivo disputar as eleições de 2010, por isso garantiu que pretende ficar no cargo até o final do governo Lula. "A minha vontade é de não concorrer", afirmou.
Segundo o ministro, a presença do PDT no primeiro escalão do governo é importante para que o partido tenha visibilidade nacional. "Ajuda mais eu ficar no cargo, que tem maior visibilidade", afirmou."
FONTE: reportagem de GABRIELA GUERREIRO, da Folha Online, em Brasília. Publicada hoje (31/12) também no portal "Vi o mundo", do jornalista Luiz Carlos Azenha.
"Presidente licenciado do PDT, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) disse nesta quarta-feira que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) vai ganhar no primeiro turno a corrida pela Presidência da República em 2010. O partido de Lupi já sinalizou apoio à candidatura da ministra, mas quer solucionar impasses nos Estados antes de bater o martelo em torno de uma aliança formal com o PT em 2010.
Lupi, que é da ala do PDT favorável à aliança com Dilma, disse que no interior do país as pessoas sinalizam que vão apoiar a petista em 2010, por isso acredita na sua vitória em primeiro turno. "A ministra vai levar no primeiro turno. Eu ando pelo país e vejo todo mundo dizendo que vai votar na 'mulher' do Lula. Eles não sabem nem o nome, mas sabem que é a candidata do Lula", disse.
Na opinião do ministro, Dilma vai ganhar em consequência da política de distribuição de renda do governo federal. "Muito mais do que Bolsa Família, é pelo aumento de salários", disse ao referir-se ao incremento do poder de compra dos brasileiros.
O ministro acredita que Dilma chegue na convenção do PT, que deve ocorrer em junho, em igual condições de ganhar as eleições com as do governador José Serra (PSDB-SP). "A ministra vai chegar na convenção do partido bem páreo com o Serra."
Lupi desconversou ao ser questionado sobre a eventual candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência da República. "Ele não fará nada sem antes conversar com o Lula", disse.
O ministro também avalia que o governador Aécio Neves (PSDB-MG) pode entrar no páreo pelo Palácio do Planalto caso Serra desista da disputa.
Em outubro, a cúpula do PDT se reuniu com Dilma para discutir as alianças de 2010 e sinalizou a disposição de apoiar a sua candidatura ao Palácio do Planalto. Na conversa com a ministra, dirigentes do PDT foram praticamente unânimes em afirmar que o partido vai embarcar na candidatura da ministra, mesmo com pendências regionais a serem superadas pela legenda nos Estados.
Integrantes do PDT afirmaram que o partido vai formalizar a aliança com Dilma, mas não tem pressa para fazer o anúncio. Antes de sacramentar a união PDT-PT, os pedetistas vão exigir contrapartidas ao apoio --como a análise das alianças regionais e plataformas do partido que podem ser contempladas no programa de governo da ministra
Lupi negou que tenha como objetivo disputar as eleições de 2010, por isso garantiu que pretende ficar no cargo até o final do governo Lula. "A minha vontade é de não concorrer", afirmou.
Segundo o ministro, a presença do PDT no primeiro escalão do governo é importante para que o partido tenha visibilidade nacional. "Ajuda mais eu ficar no cargo, que tem maior visibilidade", afirmou."
FONTE: reportagem de GABRIELA GUERREIRO, da Folha Online, em Brasília. Publicada hoje (31/12) também no portal "Vi o mundo", do jornalista Luiz Carlos Azenha.
OS 'PANETONES' DO CORREIO BRAZILIENSE
"Flagrado num dos vídeos da Polícia Federal embolsando grana ilícita, o governador José Roberto Arruda alegou que usaria na compra de panetones para as festas do final do ano. Em outro vídeo, o proprietário do jornal Tribuna de Brasília, Alcyr Collaço, enfia mãos de dinheiro nas cuecas. As cenas são chocantes. E como se comporta o principal jornal do Distrito Federal, o centenário Correio Braziliense? É como se nada de podre ocorresse no reino (ou inferno) dos demos.
Por Miro Borges
O professor Venício de Lima, atento observador da mídia, monitorou suas manchetes e concluiu: "O leitor dos jornais locais está enfrentando uma situação, no mínimo, curiosa: se quiser obter informações sobre o envolvimento do governador José Roberto Arruda e de seu vice, Paulo Octávio, no escândalo de corrupção revelado pela Polícia Federal nos últimos dias, terá que recorrer a jornais publicados em cidades localizadas a milhares de quilômetros de Brasília.
Arruda virou sujeito oculto
O jornalista Chico Sant’ana também fez ásperas críticas ao jornal. “Na cobertura do recente escândalo de corrupção no governo do Distrito Federal, apelidado pela imprensa de ‘mensalão do DEMO’, pelo qual o governador e pessoas bem próximas a ele são suspeitos de desviar R$60 milhões, o Correio Braziliense, principal diário da capital federal ‘com tiragem estimada em mais de 200 mil exemplares’ parece ter preferido seguir as normas das escolas fundamentais do que as rotinas jornalísticas. No escândalo da Caixa de Pandora, Arruda virou sujeito oculto.”
É bastante curiosa esta técnica de cobertura do Correio Braziliense que subtrai o sujeito da notícia, deixando-o oculto, e torna difuso o envolvimento dos suspeitos.
Que paradigmas jornalísticos devem nortear tal técnica profissional, quando sabemos que o CB tem por hábito fazer denúncias bem explicitas contra o governo federal e o Congresso Nacional? A forte presença publicitária do GDF nas páginas do Correio teria algum efeito anestesiante?, ironiza. Ele cita ainda os boatos da rádio corredor” de que haveria um acordo entre a direção do jornal e o governador corrupto.
Compra de 7.562 assinaturas do CB
Os boatos, que confirmariam a doação de “panetones” para os donos do Correio Braziliense, não são infundados. Em junho passado, o próprio jornal noticiou um contrato com o demo Arruda para a aquisição de 7.562 exemplares do CB, “que serão distribuídos todos os dias, até o fim de 2009, a professores e alunos de 199 escolas urbanas e rurais da rede pública do Distrito Federal”. Na ocasião, o Sindicato dos Professores criticou duramente o “acordo”, feito sem licitação pública, lembrando que o jornal é um inimigo declarado dos movimentos sociais da região.
“Como podemos confiar na opinião do mesmo jornal que, no dia 8 de março deste ano, publicou como visão do Correio o mini-editorial com o indignante título de “crime de lesa-futuro”. Crime esse que nós, professores, cometeríamos se tomássemos a atitude “descabida” (sic) de entrar em greve para fazer valer nossos direitos.” A suspeita de maracutaias, que confirmariam a relação promíscua entre o jornal e o demo antes mesmo do escândalo dos panetones, já era evidente. O sindicato alertou: “Ainda não conseguimos ter acesso ao valor total do convênio, mas somente do Fundeb serão gastos mais de R$ 2,9 milhões para pagar ao CB.”
Urgência da CPI da mídia
Será que haveria outro vídeo em mãos da Polícia Federal mostrando algum executivo do Correio Braziliense enfiando dinheiro na cueca ou nas meias? Ele tambám poderia alegar que o dinheiro seria usado na compra de panetones para o final do ano. Com ou sem vídeo, a omissão do CB no caso do “mensalão do DEMO e o recente contrato de aquisição de assinaturas do jornal mostram que o “mensalão” da mídia é bem pior do que se imagina no país. Estes e outros episódios de promiscuidade justificariam, sem dúvida, a convocação urgente de uma CPI da mídia no Brasil."
FONTE: publicado hoje (31/12) no portal "Vermelho".
Por Miro Borges
O professor Venício de Lima, atento observador da mídia, monitorou suas manchetes e concluiu: "O leitor dos jornais locais está enfrentando uma situação, no mínimo, curiosa: se quiser obter informações sobre o envolvimento do governador José Roberto Arruda e de seu vice, Paulo Octávio, no escândalo de corrupção revelado pela Polícia Federal nos últimos dias, terá que recorrer a jornais publicados em cidades localizadas a milhares de quilômetros de Brasília.
Arruda virou sujeito oculto
O jornalista Chico Sant’ana também fez ásperas críticas ao jornal. “Na cobertura do recente escândalo de corrupção no governo do Distrito Federal, apelidado pela imprensa de ‘mensalão do DEMO’, pelo qual o governador e pessoas bem próximas a ele são suspeitos de desviar R$60 milhões, o Correio Braziliense, principal diário da capital federal ‘com tiragem estimada em mais de 200 mil exemplares’ parece ter preferido seguir as normas das escolas fundamentais do que as rotinas jornalísticas. No escândalo da Caixa de Pandora, Arruda virou sujeito oculto.”
É bastante curiosa esta técnica de cobertura do Correio Braziliense que subtrai o sujeito da notícia, deixando-o oculto, e torna difuso o envolvimento dos suspeitos.
Que paradigmas jornalísticos devem nortear tal técnica profissional, quando sabemos que o CB tem por hábito fazer denúncias bem explicitas contra o governo federal e o Congresso Nacional? A forte presença publicitária do GDF nas páginas do Correio teria algum efeito anestesiante?, ironiza. Ele cita ainda os boatos da rádio corredor” de que haveria um acordo entre a direção do jornal e o governador corrupto.
Compra de 7.562 assinaturas do CB
Os boatos, que confirmariam a doação de “panetones” para os donos do Correio Braziliense, não são infundados. Em junho passado, o próprio jornal noticiou um contrato com o demo Arruda para a aquisição de 7.562 exemplares do CB, “que serão distribuídos todos os dias, até o fim de 2009, a professores e alunos de 199 escolas urbanas e rurais da rede pública do Distrito Federal”. Na ocasião, o Sindicato dos Professores criticou duramente o “acordo”, feito sem licitação pública, lembrando que o jornal é um inimigo declarado dos movimentos sociais da região.
“Como podemos confiar na opinião do mesmo jornal que, no dia 8 de março deste ano, publicou como visão do Correio o mini-editorial com o indignante título de “crime de lesa-futuro”. Crime esse que nós, professores, cometeríamos se tomássemos a atitude “descabida” (sic) de entrar em greve para fazer valer nossos direitos.” A suspeita de maracutaias, que confirmariam a relação promíscua entre o jornal e o demo antes mesmo do escândalo dos panetones, já era evidente. O sindicato alertou: “Ainda não conseguimos ter acesso ao valor total do convênio, mas somente do Fundeb serão gastos mais de R$ 2,9 milhões para pagar ao CB.”
Urgência da CPI da mídia
Será que haveria outro vídeo em mãos da Polícia Federal mostrando algum executivo do Correio Braziliense enfiando dinheiro na cueca ou nas meias? Ele tambám poderia alegar que o dinheiro seria usado na compra de panetones para o final do ano. Com ou sem vídeo, a omissão do CB no caso do “mensalão do DEMO e o recente contrato de aquisição de assinaturas do jornal mostram que o “mensalão” da mídia é bem pior do que se imagina no país. Estes e outros episódios de promiscuidade justificariam, sem dúvida, a convocação urgente de uma CPI da mídia no Brasil."
FONTE: publicado hoje (31/12) no portal "Vermelho".
PRODUÇÃO ATINGE O MAIOR NÍVEL DA SÉRIE HISTÓRICA
Produção: indicador de 144,1 pontos é o maior da série histórica constituída desde 1980
INDÚSTRIA JÁ USA 84% DE SUA CAPACIDADE
"O Índice de Confiança da Indústria, medido pela FGV (Fundação Getulio Vargas), cresceu 3,5% neste mês (dado com ajuste sazonal), indo a 113,4 pontos. Trata-se do maior nível desde julho de 2008.
O resultado marca uma recuperação expressiva em relação ao desempenho o início do ano, quando o indicador chegou a 75,1 pontos, segundo menor nível da série histórica iniciada em abril de 1995.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada registrou em dezembro a sua nona alta consecutiva e atingiu 83,8%, rompendo, após sete meses, o patamar de 80%.
"As previsões para os meses seguintes são favoráveis em todos os quesitos integrantes do componente de expectativas, principalmente em relação à produção, cujo indicador de 144,1 pontos é o maior da série histórica constituída desde 1980", acrescentou a FGV."
FONTE: divulgado hoje (31/12) pela FOLHA ONLINE.
INDÚSTRIA JÁ USA 84% DE SUA CAPACIDADE
"O Índice de Confiança da Indústria, medido pela FGV (Fundação Getulio Vargas), cresceu 3,5% neste mês (dado com ajuste sazonal), indo a 113,4 pontos. Trata-se do maior nível desde julho de 2008.
O resultado marca uma recuperação expressiva em relação ao desempenho o início do ano, quando o indicador chegou a 75,1 pontos, segundo menor nível da série histórica iniciada em abril de 1995.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada registrou em dezembro a sua nona alta consecutiva e atingiu 83,8%, rompendo, após sete meses, o patamar de 80%.
"As previsões para os meses seguintes são favoráveis em todos os quesitos integrantes do componente de expectativas, principalmente em relação à produção, cujo indicador de 144,1 pontos é o maior da série histórica constituída desde 1980", acrescentou a FGV."
FONTE: divulgado hoje (31/12) pela FOLHA ONLINE.
A DÉCADA
"Em sua revisão sobre a década que se está encerrando, o jornal "Financial Times", nesta semana, incluiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua lista de 50 "líderes mundiais mais influentes". O jornal também apontou o ex-presidente norte-americano George W. Bush para sua lista de vilões, que ele compartilha com o seu maior rival, o arisco arquiterrorista Osama bin Laden.
Acompanhado de líderes empresariais inovadores como Jeff Bezos, da Amazon.com, e Larry Page e Sergey Brin, do Google, Lula foi escolhido, de acordo com o "Financial Times", porque é "o líder mais popular" na história do Brasil e devido ao seu "charme e capacidade política... bem como pela baixa inflação e pelos programas eficientes de transferência de renda aos mais pobres". Muita gente agora antecipa que o Brasil pode vir a se tornar a quinta maior economia mundial em 2020, o que resultaria em mudança duradoura na ordem internacional.
Lula é indubitavelmente o novo "astro" internacional do momento.
Tanto o diário parisiense "Le Monde" como o jornal espanhol "El País" o escolheram como "homem do ano". Com a aproximação da eleição presidencial no Brasil, no ano que vem, para a escolha do sucessor de Lula pelo povo brasileiro, vale a pena parar por um momento para avaliar o significado dessa euforia e questionar se ela é ou não justificada.
Há, evidentemente, muito a dizer em favor de Lula. O Brasil emergiu fortalecido da atual crise econômica mundial. A economia do país se diversificou, e o Brasil desenvolveu lucrativos relacionamentos internacionais, especialmente com a China.
Hoje, 14 das 100 maiores multinacionais emergentes são brasileiras, e grandes empresas, como a Brazil Foods, a JBS-Friboi, a Gerdau e CNS, a Vale, a Odebrecht e a Camargo Corrêa, são capazes de concorrer com força nos mercados internacionais. Em 2010, a expectativa é que o crescimento chegue a 5%.
Restam obstáculos, evidentemente, e eles são bem conhecidos dos brasileiros. O sistema político e judicial é disfuncional, de muitas maneiras. Os desequilíbrios em termos de interesses e de influência política regionais são bem conhecidos, mas difíceis de mudar. Muitos dos integrantes da classe política são venais. A popularidade de Lula pode ou não ser transferível, e só o tempo dirá.
Mas, em termos gerais, o Brasil está prestes a encerrar a primeira década do século 21 em posição muito forte, tanto no âmbito doméstico como no internacional. Boa parte do crédito por essa realização deve ser atribuído ao bom humor, à astúcia política e às escolhas políticas muito cuidadosas do presidente brasileiro."
FONTE: escrito por KENNETH MAXWELL, tradução de PAULO MIGLIACCI, publicado hoje (31/12) na Folha de São Paulo.
Acompanhado de líderes empresariais inovadores como Jeff Bezos, da Amazon.com, e Larry Page e Sergey Brin, do Google, Lula foi escolhido, de acordo com o "Financial Times", porque é "o líder mais popular" na história do Brasil e devido ao seu "charme e capacidade política... bem como pela baixa inflação e pelos programas eficientes de transferência de renda aos mais pobres". Muita gente agora antecipa que o Brasil pode vir a se tornar a quinta maior economia mundial em 2020, o que resultaria em mudança duradoura na ordem internacional.
Lula é indubitavelmente o novo "astro" internacional do momento.
Tanto o diário parisiense "Le Monde" como o jornal espanhol "El País" o escolheram como "homem do ano". Com a aproximação da eleição presidencial no Brasil, no ano que vem, para a escolha do sucessor de Lula pelo povo brasileiro, vale a pena parar por um momento para avaliar o significado dessa euforia e questionar se ela é ou não justificada.
Há, evidentemente, muito a dizer em favor de Lula. O Brasil emergiu fortalecido da atual crise econômica mundial. A economia do país se diversificou, e o Brasil desenvolveu lucrativos relacionamentos internacionais, especialmente com a China.
Hoje, 14 das 100 maiores multinacionais emergentes são brasileiras, e grandes empresas, como a Brazil Foods, a JBS-Friboi, a Gerdau e CNS, a Vale, a Odebrecht e a Camargo Corrêa, são capazes de concorrer com força nos mercados internacionais. Em 2010, a expectativa é que o crescimento chegue a 5%.
Restam obstáculos, evidentemente, e eles são bem conhecidos dos brasileiros. O sistema político e judicial é disfuncional, de muitas maneiras. Os desequilíbrios em termos de interesses e de influência política regionais são bem conhecidos, mas difíceis de mudar. Muitos dos integrantes da classe política são venais. A popularidade de Lula pode ou não ser transferível, e só o tempo dirá.
Mas, em termos gerais, o Brasil está prestes a encerrar a primeira década do século 21 em posição muito forte, tanto no âmbito doméstico como no internacional. Boa parte do crédito por essa realização deve ser atribuído ao bom humor, à astúcia política e às escolhas políticas muito cuidadosas do presidente brasileiro."
FONTE: escrito por KENNETH MAXWELL, tradução de PAULO MIGLIACCI, publicado hoje (31/12) na Folha de São Paulo.
CONFRONTO VÃO
"Foi acertada a atitude do ministro da Justiça, Tarso Genro, ao declarar que "não há nenhuma controvérsia insanável" em torno do texto do Programa Nacional de Direitos Humanos e da chamada "Comissão da Verdade", destinada a apurar os casos de tortura e de desaparecimento de presos políticos durante o regime militar.
É legítima qualquer investigação histórica sobre esse período, durante o qual crimes foram cometidos pelos dois lados em conflito. Ao mesmo tempo, a Lei da Anistia afastou definitivamente, em benefício de uma transição democrática bem-sucedida, as tentativas eventuais de reabrir feridas do passado.
Exatamente nesse sentido -o de que o pacto pela democracia não sofre real contestação- é que cabe classificar como superáveis os pontos do documento que colocou, nestes dias, os ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Paulo Vannuchi, dos Direitos Humanos, em rota de colisão.
Sem dúvida, o Programa de Direitos Humanos contém diretrizes que contestam o espírito da Lei da Anistia -e não há nenhuma vantagem para a democracia em atiçar ressentimentos que subsistem em frações residuais da opinião pública.
Do mesmo modo, não se aceita que membros do estamento militar se aventuram em atitudes de contestação à ordem democrática, ou de elogio impróprio aos atos autoritários do regime de 1964. De outra ordem, puramente política, são as suscetibilidades corporativas e reações emocionais que a memória do período ainda desperta.
Estas, por mais difícil que seja a alguns setores, podem e devem ser superadas, como aliás tem ocorrido, com poucas exceções, ao longo das últimas décadas. O passado, com certeza, não deve ser esquecido -mas que não seja entrave e fonte de perturbação para o presente."
FONTE: editorial da Folha de São Paulo de hoje (31/12).
É legítima qualquer investigação histórica sobre esse período, durante o qual crimes foram cometidos pelos dois lados em conflito. Ao mesmo tempo, a Lei da Anistia afastou definitivamente, em benefício de uma transição democrática bem-sucedida, as tentativas eventuais de reabrir feridas do passado.
Exatamente nesse sentido -o de que o pacto pela democracia não sofre real contestação- é que cabe classificar como superáveis os pontos do documento que colocou, nestes dias, os ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Paulo Vannuchi, dos Direitos Humanos, em rota de colisão.
Sem dúvida, o Programa de Direitos Humanos contém diretrizes que contestam o espírito da Lei da Anistia -e não há nenhuma vantagem para a democracia em atiçar ressentimentos que subsistem em frações residuais da opinião pública.
Do mesmo modo, não se aceita que membros do estamento militar se aventuram em atitudes de contestação à ordem democrática, ou de elogio impróprio aos atos autoritários do regime de 1964. De outra ordem, puramente política, são as suscetibilidades corporativas e reações emocionais que a memória do período ainda desperta.
Estas, por mais difícil que seja a alguns setores, podem e devem ser superadas, como aliás tem ocorrido, com poucas exceções, ao longo das últimas décadas. O passado, com certeza, não deve ser esquecido -mas que não seja entrave e fonte de perturbação para o presente."
FONTE: editorial da Folha de São Paulo de hoje (31/12).
BRASIL TEM SALDO FISCAL RECORDE
País tem saldo fiscal recorde e se aproxima de meta
"O país registrou em novembro o melhor resultado fiscal primário para o mês desde o início da série, em 2001, e o Banco Central já prevê o cumprimento da meta fiscal "afrouxada" para o ano.
Beneficiado por uma recuperação das receitas, o setor público brasileiro cumpriu um superávit primário de 12,7 bilhões de reais em novembro, resultado um pouco superior aos 12,5 bilhões de reais esperados por analistas ouvidos pela Reuters.
Em novembro de 2008, o resultado primário havia sido deficitário em 1,121 bilhão de reais.
"O resultado de novembro mostra, sem dúvida, uma melhora da arrecadação", afirmou a jornalistas o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, nesta quarta-feira ao comentar os dados.
A arrecadação federal cresceu 26 por cento em novembro na comparação anual e atingiu um patamar recorde para novembro, segundo dados divulgados na última semana pela Receita Federal, que atribuiu o resultado à retomada da economia.
Em 12 meses encerrados em novembro, o superávit primário do setor público foi equivalente a 1,41 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ante 0,97 por cento do PIB em 12 meses até outubro.
A meta para 2009 é equivalente a 2,5 por cento do PIB, saldo que pode cair a até 1,56 por cento do PIB se o governo conseguir abater das contas a totalidade dos gastos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o ano.
O BC estima que as contas primárias do governo fecharão o ano com superávit em torno de 2 por cento do PIB. Nesse caso, a meta só será cumprida se o governo utilizar a prerrogativa, permitida por lei, de abater dos cálculos investimentos no Programa de Aceleração Econômica (PAC).
Se isso ocorrer, como é esperado, será a primeira vez que o governo optará por "afrouxar" sua meta de superávit primário desde que essa autorização foi aprovada pelo Congresso, para o Orçamento de 2006.
O BC informou ainda que a dívida líquida total do setor público caiu para o equivalente a 43 por cento do PIB em novembro, frente a 43,4 por cento do PIB no mês anterior. A expectativa do BC é que, em dezembro, essa relação fique estável.
"O superávit observado no mês e a variação do PIB valorizado pelo IGP-DI foram os principais fatores que contribuíram para essa queda", afirmou o BC em nota.
No ano, o endividamento como proporção do PIB cresceu 5,7 pontos percentuais, partindo de uma base de 37,3 por cento em dezembro de 2008.
Além da queda da economia feita pelo governo para o pagamento de juros, também contribuiu para a elevação da dívida a desvalorização do dólar, que no ano já supera 25 por cento. Isso desvalorizou o valor, em reais, das reservas brasileiras, um dos principais ativos do governo.
Para 2010, o BC estima que a dívida voltará a cair, fechando o ano entre 40,3 e 41 por cento do PIB, disse Lopes.
Essa faixa contempla dois cenários de meta de superávit primário em 2010: a de 3,3 por cento do PIB e a de 2,62 por cento do PIB que pode ser perseguida de acordo com eventuais abatimentos.
No cenário de superávit de 3,3 por cento, o déficit nominal de 2010 seria de 0,9 por cento do PIB e a dívida seria de 40,3 por cento.
No outro cenário, o déficit nominal seria de 1,59 por cento e a dívida, de 41 por cento.
Em novembro, quando o vencimento de juros foi de 15,125 bilhões de reais, o país teve déficit nominal de 2,414 bilhões de reais."
FONTE: divulgado pela agência norte-americana de notícias Reuters, em reportagem de Isabel Versiani publicada hoje (31/12) no portal MSN.
"O país registrou em novembro o melhor resultado fiscal primário para o mês desde o início da série, em 2001, e o Banco Central já prevê o cumprimento da meta fiscal "afrouxada" para o ano.
Beneficiado por uma recuperação das receitas, o setor público brasileiro cumpriu um superávit primário de 12,7 bilhões de reais em novembro, resultado um pouco superior aos 12,5 bilhões de reais esperados por analistas ouvidos pela Reuters.
Em novembro de 2008, o resultado primário havia sido deficitário em 1,121 bilhão de reais.
"O resultado de novembro mostra, sem dúvida, uma melhora da arrecadação", afirmou a jornalistas o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, nesta quarta-feira ao comentar os dados.
A arrecadação federal cresceu 26 por cento em novembro na comparação anual e atingiu um patamar recorde para novembro, segundo dados divulgados na última semana pela Receita Federal, que atribuiu o resultado à retomada da economia.
Em 12 meses encerrados em novembro, o superávit primário do setor público foi equivalente a 1,41 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ante 0,97 por cento do PIB em 12 meses até outubro.
A meta para 2009 é equivalente a 2,5 por cento do PIB, saldo que pode cair a até 1,56 por cento do PIB se o governo conseguir abater das contas a totalidade dos gastos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o ano.
O BC estima que as contas primárias do governo fecharão o ano com superávit em torno de 2 por cento do PIB. Nesse caso, a meta só será cumprida se o governo utilizar a prerrogativa, permitida por lei, de abater dos cálculos investimentos no Programa de Aceleração Econômica (PAC).
Se isso ocorrer, como é esperado, será a primeira vez que o governo optará por "afrouxar" sua meta de superávit primário desde que essa autorização foi aprovada pelo Congresso, para o Orçamento de 2006.
O BC informou ainda que a dívida líquida total do setor público caiu para o equivalente a 43 por cento do PIB em novembro, frente a 43,4 por cento do PIB no mês anterior. A expectativa do BC é que, em dezembro, essa relação fique estável.
"O superávit observado no mês e a variação do PIB valorizado pelo IGP-DI foram os principais fatores que contribuíram para essa queda", afirmou o BC em nota.
No ano, o endividamento como proporção do PIB cresceu 5,7 pontos percentuais, partindo de uma base de 37,3 por cento em dezembro de 2008.
Além da queda da economia feita pelo governo para o pagamento de juros, também contribuiu para a elevação da dívida a desvalorização do dólar, que no ano já supera 25 por cento. Isso desvalorizou o valor, em reais, das reservas brasileiras, um dos principais ativos do governo.
Para 2010, o BC estima que a dívida voltará a cair, fechando o ano entre 40,3 e 41 por cento do PIB, disse Lopes.
Essa faixa contempla dois cenários de meta de superávit primário em 2010: a de 3,3 por cento do PIB e a de 2,62 por cento do PIB que pode ser perseguida de acordo com eventuais abatimentos.
No cenário de superávit de 3,3 por cento, o déficit nominal de 2010 seria de 0,9 por cento do PIB e a dívida seria de 40,3 por cento.
No outro cenário, o déficit nominal seria de 1,59 por cento e a dívida, de 41 por cento.
Em novembro, quando o vencimento de juros foi de 15,125 bilhões de reais, o país teve déficit nominal de 2,414 bilhões de reais."
FONTE: divulgado pela agência norte-americana de notícias Reuters, em reportagem de Isabel Versiani publicada hoje (31/12) no portal MSN.
BOLSA LIDERA RANKING DE DEZEMBRO E DO ANO
"O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) manteve em dezembro a trajetória de alta e voltou a liderar o ranking mensal dos investimentos. O principal termômetro da bolsa brasileira subiu 2,30% no mês. Dessa forma, no ranking das aplicações do ano o Ibovespa também liderou com valorização de expressivos 82,66%. A Bolsa, que chegou a bater em 29.435 pontos em outubro do ano passado, se recuperou e fechou o ano com 68.588 pontos (alta de 0,43% ontem).
Em segundo lugar no levantamento mensal ficaram os fundos de renda fixa, com valorização de 0,60%.
A história se repete também no ranking do ano, com os fundos de renda fixa registrando alta de 8,12%. As cadernetas de poupança tiveram rentabilidade um pouco menor que os fundos, mas seu grande atrativo é que não pagam nenhum tipo de imposto como outras aplicações. No mês, as cadernetas renderam 0,55% (considerando o rendimento do primeiro dia útil do mês). Já no ano, a caderneta rendeu 6,92%.
Na lanterna do ranking das aplicações do ano aparece o dólar. A moeda dos Estados Unidos teve desvalorização de 25,35%, a maior da história do real. No mês, o dólar perdeu 0,63% e ficou na vice-lanterna. Só ganhou do ouro, que perdeu, em dezembro, 9,10%."
FONTE: publicado hoje (31/12) no portal MSN com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Em segundo lugar no levantamento mensal ficaram os fundos de renda fixa, com valorização de 0,60%.
A história se repete também no ranking do ano, com os fundos de renda fixa registrando alta de 8,12%. As cadernetas de poupança tiveram rentabilidade um pouco menor que os fundos, mas seu grande atrativo é que não pagam nenhum tipo de imposto como outras aplicações. No mês, as cadernetas renderam 0,55% (considerando o rendimento do primeiro dia útil do mês). Já no ano, a caderneta rendeu 6,92%.
Na lanterna do ranking das aplicações do ano aparece o dólar. A moeda dos Estados Unidos teve desvalorização de 25,35%, a maior da história do real. No mês, o dólar perdeu 0,63% e ficou na vice-lanterna. Só ganhou do ouro, que perdeu, em dezembro, 9,10%."
FONTE: publicado hoje (31/12) no portal MSN com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
GOVERNO LULA/PT SUPERA GESTÃO FHC/PSDB EM INVESTIMENTOS
Governo Lula supera gestão FHC em volume total de investimentos
"SÃO PAULO – Comparando os investimentos diretos do governo e das empresas estatais, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva apresenta maior volume em seus sete primeiros anos de mandato do que o mesmo período da gestão de Fernando Henrique Cardoso.
Segundo relatório divulgado pela ONG Contas Abertas nesta quarta-feira (30), a administração FHC somou R$ 150 bilhões de investimentos feitos pelo Orçamento Geral da União (OGU), enquanto as estatais tiveram R$ 228,9 bilhões investidos em obras e compra de equipamentos, totalizando R$ 378,9 bilhões.
O relatório, que apresenta dados já atualizados conforme o IGP-DI (Índice Geral de Preços), também mostra que, entre 2002 e 2009, a gestão de Lula investiu um total de R$ 415,3 bilhões, incluindo os números das empresas estatais.
Maior volume em 15 anos
Olhando somente o ano de 2009, a ONG Contas Públicas apontou que a União acumulou R$ 29,3 bilhões em investimentos, o maior valor em um ano desde 1995. O valor inclui aplicações previstas no orçamento para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e os chamados “restos a pagar”, ou seja, dívidas de anos anteriores.
Desta última conta, restavam pendentes de pagamento quase R$ 20 bilhões até a última semana. Vale lembrar que os números do governo Lula são feitos com base em dados de até 22 de dezembro.
Na divisão por ministérios, o de Transportes liderou os investimentos, principalmente com obras pertencentes ao PAC, a exemplo da construção do trecho sul do Rodoanel que levantou R$ 300 milhões.
Por segmento
Considerados apenas os investimentos dos ministérios e demais órgãos da administração direta, os primeiros sete anos de governo FHC superam os de Lula, com uma diferença de quase R$ 23 bilhões.
Mas em termos de montante investido pelas estatais, a gestão de Lula investiu significatimente mais, com a diferença frente a FHC chegando a quase R$ 36,4 bilhões, mesmo com o ano ainda sem terminar e com os dados mais atuais das estatais sendo referentes a outubro.
Entretanto, segundo alguns economistas, para uma avaliação definitiva sobre os investimentos, é preciso não só olhar o volume de alocações da administração direta, como também os números de investimentos das empresas privadas e dos estados e municípios."
FONTE: informação de "InfoMoney" postada hoje (31/12) no portal MSN.
"SÃO PAULO – Comparando os investimentos diretos do governo e das empresas estatais, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva apresenta maior volume em seus sete primeiros anos de mandato do que o mesmo período da gestão de Fernando Henrique Cardoso.
Segundo relatório divulgado pela ONG Contas Abertas nesta quarta-feira (30), a administração FHC somou R$ 150 bilhões de investimentos feitos pelo Orçamento Geral da União (OGU), enquanto as estatais tiveram R$ 228,9 bilhões investidos em obras e compra de equipamentos, totalizando R$ 378,9 bilhões.
O relatório, que apresenta dados já atualizados conforme o IGP-DI (Índice Geral de Preços), também mostra que, entre 2002 e 2009, a gestão de Lula investiu um total de R$ 415,3 bilhões, incluindo os números das empresas estatais.
Maior volume em 15 anos
Olhando somente o ano de 2009, a ONG Contas Públicas apontou que a União acumulou R$ 29,3 bilhões em investimentos, o maior valor em um ano desde 1995. O valor inclui aplicações previstas no orçamento para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e os chamados “restos a pagar”, ou seja, dívidas de anos anteriores.
Desta última conta, restavam pendentes de pagamento quase R$ 20 bilhões até a última semana. Vale lembrar que os números do governo Lula são feitos com base em dados de até 22 de dezembro.
Na divisão por ministérios, o de Transportes liderou os investimentos, principalmente com obras pertencentes ao PAC, a exemplo da construção do trecho sul do Rodoanel que levantou R$ 300 milhões.
Por segmento
Considerados apenas os investimentos dos ministérios e demais órgãos da administração direta, os primeiros sete anos de governo FHC superam os de Lula, com uma diferença de quase R$ 23 bilhões.
Mas em termos de montante investido pelas estatais, a gestão de Lula investiu significatimente mais, com a diferença frente a FHC chegando a quase R$ 36,4 bilhões, mesmo com o ano ainda sem terminar e com os dados mais atuais das estatais sendo referentes a outubro.
Entretanto, segundo alguns economistas, para uma avaliação definitiva sobre os investimentos, é preciso não só olhar o volume de alocações da administração direta, como também os números de investimentos das empresas privadas e dos estados e municípios."
FONTE: informação de "InfoMoney" postada hoje (31/12) no portal MSN.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
O ANO DO BRASIL - E DO PRESIDENTE LULA
Argemiro Ferreira: O ano do Brasil – e do presidente Lula
"Dificilmente poderia ter havido ano mais auspicioso para o Brasil. Isso esteve claro nos momentos finais da conferência de Copenhague. Obama chegou atrasado, perdeu o bonde da História e, esnobado pelo presidente chinês Wen Jiabao (que se fez representar por gente de escalão inferior em reuniões de que Obama participava) invadiu como um penetra a sala onde se reuniam Brasil, África do Sul, Índia e China, o BASIC. Foto e relato do New York Times retrataram o quadro insólito em Copenhague. Obama entrou sem ser convidado. “Vou sentar ao lado do meu amigo presidente Lula”, disse.
O professor (da Universidade de Harvard) Kenneth Maxwell – britânico de nascimento, radicado há muitos anos nos EUA – explicou na véspera do Natal, na sua coluna da “Folha de S.Paulo”, que “os brasileiros deveriam comemorar o fato de que tenham avançado tanto e de que um futuro promissor esteja ao seu alcance”. Para ele, “o Brasil encerra a década bem posicionado para o futuro”.
Brasilianista e autor de pesquisa que devassou a Inconfidência Mineira (“A Devassa da Devassa”), Maxwell também publicou outros trabalhos relevantes sobre Brasil e Portugal (entre eles, “Marquês de Pombal, o paradoxo do Iluminismo”). Antes expusera o papel de Henry Kissinger no golpe de 1973 no Chile – ousadia que o levaria ainda a deixar a revista Foreign Affairs e o Council on Foreign Relations.
Comprometido apenas com a seriedade do próprio trabalho, estava certo ainda ao contestar, no Financial Times, o medo das “reginasduartes” e o terrorismo desencadeado pelos tucanos na campanha eleitoral de 2002, o que reduziu o valor do real a 1/4 do valor do dólar. Agora Maxwell vê o respaldo de 80% dos brasileiros ao seu presidente, encarado no mundo como exemplo a ser seguido – e Personalidade do Ano, como proclamou o Le Monde no dia 24.
Retrato do império em decadência
Na França da Sorbonne de FHC, coube a um blog do Libération, rival do Le Monde, contrastar a atuação positiva de Lula na reunião de Copenhague com a queda de Obama: “Os discursos de Obama e Lula foram mais do que discursos sobre os grandes desafios que nossos líderes deveriam discutir em Copenhague. Para mim, marcaram a longa e tortuosa história do declínio do império americano”.
Anabella Rosemberg, que assinou dia 18 o texto sob o título (misturando inglês e português) “Exit USA, boa tarde Brasil!”, definiu o quadro geral da degringolada das negociações do clima, “com a demissão de uma superpotência (EUA) e a chegada com brio de uma nação (o Brasil) que há algum tempo esperava, com paciência, para dar os primeiros passos”.
A recusa em negociar, para ela, é o primeiro sinal de fraqueza do poderoso. “Nas três propostas que colocou na mesa, Obama não mostrou flexibilidade. Teve ainda o cuidado de não assumir a responsabilidade dos EUA pelo acúmulo das emissões de gas com efeito estufa. Da parte de Lula tudo era liderança, vontade, ambição. Claro que não é perfeito. A questão não é essa. Mas mostrou aos olhos do mundo que seu país está preparado para jogar no primeiro time”.
Ainda na Europa, o maior jornal da Espanha, El País, já tinha considerado Lula, no dia 10, o personagem do ano de 2009, entre “Los Cien del Año”, os 100 homens e mulheres iberoamericanos que marcaram os últimos 12 meses. Coube ao próprio presidente do governo espanhol, José Luiz Rodrigues Zapatero, fazer o perfil do governante brasileiro, sob a manchete “El hombre que asombra el mundo”.
O entusiasmo do conservador Chirac
Disse o espanhol sentir “profunda admiração” por esse homem que conheceu em setembro de 2004, na cúpula – organizada pela ONU em Nova York – da Aliança Contra a Fome, liderada pelo brasileiro. Como correspondente da “Tribuna da Imprensa”, Globo News, Rádio França Internacional e “Jornal de Notícias” (de Portugal), tive o privilégio de cobrir aquele evento, presidido pelo francês Jacques Chirac.
A Assembléia Geral da ONU começaria dois dias depois, mas governantes do mundo inteiro anteciparam a chegada a Nova York por causa da reunião de Lula. O maior entusiasta da cúpula era o presidente francês Jacques Chirac, que falou de sua admiração pelo brasileiro. Chirac viajaria de volta ao final daquela reunião, deixando para o chanceler a missão de discursar pela França na Assembléia Geral.
O esforço incansável da grande mídia brasileira para esconder, tentar esvaziar ou desmerecer o reconhecimento mundial pouco afeta a imagem de Lula, dada a frequência com que governantes e personalidades de vários países se pronunciam de forma positiva sobre ele. Nos EUA o próprio Obama manifestou explicitamente sua opinião, ao saudá-lo como “o cara”, o “político mais popular do mundo”.
Por conduzir no Itamaraty a política externa brasileira, Celso Amorim tem sido alvo obsessivo do bombardeio de nossa mídia. Na ofensiva foi denunciado pelo papel antigolpista do Brasil em Honduras. Mas é encarado com respeito no exterior. David Rothkopf – da revista “Foreign Policy”, conservadora nas posições sobre América Latina – apontou-o como “o melhor ministro do Exterior do mundo”.
Quem afinal ficou bem na foto?
Para desespero de nossa mídia as avaliações de Lula estão em toda parte – e nada têm a ver com o que ela e a oposição brasileira dizem. É possível encontrá-las em diferentes línguas. Na maior revista alemã, “Der Spiegel”, em “Newsweek”, no “Washington Post”, “New York Times”, etc. Não é um amontoado de elogios vazios.
Eles também se referem a dificuldades e obstáculos a superar. Mas o tom é sempre positivo, sem as leviandades e irrelevâncias que inspiram os ataques aqui.
Dificilmente poderia ter havido ano mais auspicioso para o Brasil. Isso esteve claro nos momentos finais da conferência de Copenhague. Obama chegou atrasado, perdeu o bonde da História e, esnobado pelo presidente chinês Wen Jiabao (que se fez representar por gente de escalão inferior em reuniões de que Obama participava) invadiu como um penetra a sala onde se reuniam Brasil, África do Sul, Índia e China, o BASIC.
Foto e relato do New York Times, seguidos depois por texto também destacado no Washington Post, retrataram o quadro insólito. Obama entrou sem ser convidado. Lá estavam Wen, Lula e os governantes indiano e sul-africano: “Vou sentar ao lado do meu amigo presidente Lula”, disse. Ali remendou num par de horas o acordo de três páginas para evitar o fracasso, sem ir além da esperança vaga no futuro.
Para variar Lula ficou bem na foto – literal e simbolicamente. À direita de Obama, a quem socorrera, e com a ministra Dilma Roussef à esquerda de Hillary Clinton. Essa imagem final do ano (a foto acima, sob o título deste artigo) refletiu o papel do Brasil e de seu presidente. Mais uma vez contrariou a obsessão da mídia golpista aliada à oposição idem (PSDB-DEM-PPS). Por 12 meses mídia e oposição tentaram semear o pânico e afogar o país no tsunami da crise mundial – da qual o Brasil foi o primeiro a sair."
FONTE: artigo de Argemiro Ferreira publicado em seu blog, via Carta Maior, e reproduzido hoje (30/12) no portal "Vi o mundo", de Luiz Carlos Azenha.
"Dificilmente poderia ter havido ano mais auspicioso para o Brasil. Isso esteve claro nos momentos finais da conferência de Copenhague. Obama chegou atrasado, perdeu o bonde da História e, esnobado pelo presidente chinês Wen Jiabao (que se fez representar por gente de escalão inferior em reuniões de que Obama participava) invadiu como um penetra a sala onde se reuniam Brasil, África do Sul, Índia e China, o BASIC. Foto e relato do New York Times retrataram o quadro insólito em Copenhague. Obama entrou sem ser convidado. “Vou sentar ao lado do meu amigo presidente Lula”, disse.
O professor (da Universidade de Harvard) Kenneth Maxwell – britânico de nascimento, radicado há muitos anos nos EUA – explicou na véspera do Natal, na sua coluna da “Folha de S.Paulo”, que “os brasileiros deveriam comemorar o fato de que tenham avançado tanto e de que um futuro promissor esteja ao seu alcance”. Para ele, “o Brasil encerra a década bem posicionado para o futuro”.
Brasilianista e autor de pesquisa que devassou a Inconfidência Mineira (“A Devassa da Devassa”), Maxwell também publicou outros trabalhos relevantes sobre Brasil e Portugal (entre eles, “Marquês de Pombal, o paradoxo do Iluminismo”). Antes expusera o papel de Henry Kissinger no golpe de 1973 no Chile – ousadia que o levaria ainda a deixar a revista Foreign Affairs e o Council on Foreign Relations.
Comprometido apenas com a seriedade do próprio trabalho, estava certo ainda ao contestar, no Financial Times, o medo das “reginasduartes” e o terrorismo desencadeado pelos tucanos na campanha eleitoral de 2002, o que reduziu o valor do real a 1/4 do valor do dólar. Agora Maxwell vê o respaldo de 80% dos brasileiros ao seu presidente, encarado no mundo como exemplo a ser seguido – e Personalidade do Ano, como proclamou o Le Monde no dia 24.
Retrato do império em decadência
Na França da Sorbonne de FHC, coube a um blog do Libération, rival do Le Monde, contrastar a atuação positiva de Lula na reunião de Copenhague com a queda de Obama: “Os discursos de Obama e Lula foram mais do que discursos sobre os grandes desafios que nossos líderes deveriam discutir em Copenhague. Para mim, marcaram a longa e tortuosa história do declínio do império americano”.
Anabella Rosemberg, que assinou dia 18 o texto sob o título (misturando inglês e português) “Exit USA, boa tarde Brasil!”, definiu o quadro geral da degringolada das negociações do clima, “com a demissão de uma superpotência (EUA) e a chegada com brio de uma nação (o Brasil) que há algum tempo esperava, com paciência, para dar os primeiros passos”.
A recusa em negociar, para ela, é o primeiro sinal de fraqueza do poderoso. “Nas três propostas que colocou na mesa, Obama não mostrou flexibilidade. Teve ainda o cuidado de não assumir a responsabilidade dos EUA pelo acúmulo das emissões de gas com efeito estufa. Da parte de Lula tudo era liderança, vontade, ambição. Claro que não é perfeito. A questão não é essa. Mas mostrou aos olhos do mundo que seu país está preparado para jogar no primeiro time”.
Ainda na Europa, o maior jornal da Espanha, El País, já tinha considerado Lula, no dia 10, o personagem do ano de 2009, entre “Los Cien del Año”, os 100 homens e mulheres iberoamericanos que marcaram os últimos 12 meses. Coube ao próprio presidente do governo espanhol, José Luiz Rodrigues Zapatero, fazer o perfil do governante brasileiro, sob a manchete “El hombre que asombra el mundo”.
O entusiasmo do conservador Chirac
Disse o espanhol sentir “profunda admiração” por esse homem que conheceu em setembro de 2004, na cúpula – organizada pela ONU em Nova York – da Aliança Contra a Fome, liderada pelo brasileiro. Como correspondente da “Tribuna da Imprensa”, Globo News, Rádio França Internacional e “Jornal de Notícias” (de Portugal), tive o privilégio de cobrir aquele evento, presidido pelo francês Jacques Chirac.
A Assembléia Geral da ONU começaria dois dias depois, mas governantes do mundo inteiro anteciparam a chegada a Nova York por causa da reunião de Lula. O maior entusiasta da cúpula era o presidente francês Jacques Chirac, que falou de sua admiração pelo brasileiro. Chirac viajaria de volta ao final daquela reunião, deixando para o chanceler a missão de discursar pela França na Assembléia Geral.
O esforço incansável da grande mídia brasileira para esconder, tentar esvaziar ou desmerecer o reconhecimento mundial pouco afeta a imagem de Lula, dada a frequência com que governantes e personalidades de vários países se pronunciam de forma positiva sobre ele. Nos EUA o próprio Obama manifestou explicitamente sua opinião, ao saudá-lo como “o cara”, o “político mais popular do mundo”.
Por conduzir no Itamaraty a política externa brasileira, Celso Amorim tem sido alvo obsessivo do bombardeio de nossa mídia. Na ofensiva foi denunciado pelo papel antigolpista do Brasil em Honduras. Mas é encarado com respeito no exterior. David Rothkopf – da revista “Foreign Policy”, conservadora nas posições sobre América Latina – apontou-o como “o melhor ministro do Exterior do mundo”.
Quem afinal ficou bem na foto?
Para desespero de nossa mídia as avaliações de Lula estão em toda parte – e nada têm a ver com o que ela e a oposição brasileira dizem. É possível encontrá-las em diferentes línguas. Na maior revista alemã, “Der Spiegel”, em “Newsweek”, no “Washington Post”, “New York Times”, etc. Não é um amontoado de elogios vazios.
Eles também se referem a dificuldades e obstáculos a superar. Mas o tom é sempre positivo, sem as leviandades e irrelevâncias que inspiram os ataques aqui.
Dificilmente poderia ter havido ano mais auspicioso para o Brasil. Isso esteve claro nos momentos finais da conferência de Copenhague. Obama chegou atrasado, perdeu o bonde da História e, esnobado pelo presidente chinês Wen Jiabao (que se fez representar por gente de escalão inferior em reuniões de que Obama participava) invadiu como um penetra a sala onde se reuniam Brasil, África do Sul, Índia e China, o BASIC.
Foto e relato do New York Times, seguidos depois por texto também destacado no Washington Post, retrataram o quadro insólito. Obama entrou sem ser convidado. Lá estavam Wen, Lula e os governantes indiano e sul-africano: “Vou sentar ao lado do meu amigo presidente Lula”, disse. Ali remendou num par de horas o acordo de três páginas para evitar o fracasso, sem ir além da esperança vaga no futuro.
Para variar Lula ficou bem na foto – literal e simbolicamente. À direita de Obama, a quem socorrera, e com a ministra Dilma Roussef à esquerda de Hillary Clinton. Essa imagem final do ano (a foto acima, sob o título deste artigo) refletiu o papel do Brasil e de seu presidente. Mais uma vez contrariou a obsessão da mídia golpista aliada à oposição idem (PSDB-DEM-PPS). Por 12 meses mídia e oposição tentaram semear o pânico e afogar o país no tsunami da crise mundial – da qual o Brasil foi o primeiro a sair."
FONTE: artigo de Argemiro Ferreira publicado em seu blog, via Carta Maior, e reproduzido hoje (30/12) no portal "Vi o mundo", de Luiz Carlos Azenha.
BRASIL FIRME, SEM SER SUBALTERNO OU ARROGANTE
Santayana: Brasil, firme, sem ser subalterno ou arrogante
Igualdade entre nações
O orgulho nacional é sentimento que se funda na consciência da igualdade entre os seres humanos. Quando partimos da ideia de que não somos superiores, assiste-nos a certeza de que tampouco somos inferiores. As vicissitudes históricas, assim como as limitações da natureza, podem fazer-nos conjunturalmente mais pobres ou mais ricos, mas não nos convertem em melhores ou piores.
A imprensa do mundo se tem dedicado aos êxitos conjunturais do Brasil com elogios que nos alegram. O presidente Lula é visto como a Personalidade do Ano pelo conceituado Le Monde, e outras publicações. Chefes de Estado a ele se referem com admiração, não só pelos resultados de sua política interna como também por sua capacidade de convencimento na diplomacia direta que vem exercendo, nestes meses de desafios internacionais.
Esse reconhecimento externo tem tido leituras divergentes em nosso país. Para muitos adversários do governo, trata-se de engodo. A oposição quer mostrar o presidente da República como um parvo, que se deixa dominar pela lisonja. É uma leitura, essa, sim, de néscios. O governo brasileiro tem, nestes anos e meses, afirmado, sem jactâncias, seu direito soberano de opinar nas questões internacionais que lhe dizem respeito, como as do aquecimento global, da paz no Oriente Médio, do comércio internacional e do equilíbrio geopolítico na América Latina. Quanto ao problema da preservação ecológica, nenhum outro país do mundo tem a autoridade de que dispomos para dizer o que pensamos. A História nos fez possuidores da maior biodiversidade tropical do planeta, que soubemos preservar com diplomacia, mas também com imensos sacrifícios humanos, e a cuja soberania não podemos renunciar.
Queremos parceiros no comércio internacional, com vantagens e concessões em rigorosa reciprocidade. Quanto à América Latina, não podemos aceitar a subgerência imperial que alguns nos pretendem impor. Não somos o “cachorro grande” do quarteirão, como certos ex-diplomatas se referem à posição econômica, geográfica e política do Brasil. Somos vizinho privilegiado, com fronteiras pacíficas com quase todos os países da América do Sul e não temos problemas com o resto do Hemisfério.
O embaixador Rubens Barbosa, que, ao se afastar compulsoriamente do Itamaraty, se dedica hoje a assessorar a Fiesp, assinou artigo sobre a Argentina em que trata do declínio do grande vizinho do Sul. Há, em seu texto – ainda que dissimulado em linguagem diplomática – referência à superioridade brasileira, o que não é bom para nós. Temos que entender as circunstâncias da Argentina que, a partir da queda de Hipólito Irigoyen, em 1930, vem passando por dificuldades institucionais, em situação pendular entre o peronismo e seus adversários, agravada com a tragédia dos governos militares, estimulados pelos norte-americanos.
Tanto como o nosso, o povo argentino tem direito à autoestima. Seu sistema educacional, reconhecidamente superior, sua cultura, seu desenvolvimento técnico e científico, são motivos de justo orgulho. Suas dificuldades são políticas, e serão resolvidas com a mobilização da cidadania. Rubens Barbosa diz que a Argentina pode escolher entre ser – diante do Brasil – o Canadá ou o México. É melhor que ela continue sendo a Argentina do Pacto ABC, a Argentina do Mercosul, a Argentina das mães da Praça de Maio, de Borges e Bioy Casares, de Cortazar e Carlos Gardel; a Argentina de San Martin, de Urquiza e de Mitre. E de Evita. O México é outra referência infeliz do embaixador. Seu povo é uma vítima histórica, de Cortez ao presidente Polk, e de Polk a Bush, com o Nafta. Sua tragédia é estar, como dizia Cárdenas, “tan lejos de Dios y tan cerca de Estados Unidos”.
O ministro Nelson Jobim prevê represálias contra o Brasil pelos países preteridos na compra de caças para a FAB. Temos o direito soberano de comprar o que nos interessa e onde nos interessa. Sua excelência, no entanto, disse que “corremos o risco de país grande”. Se ele nos adverte que devemos nos preparar contra isso, é porque tem razão. Mas convém observar que nossa grandeza está dentro das fronteiras nacionais e no convívio amistoso com os outros povos. É esse convívio, sereno, sem ser subalterno, firme, sem ser arrogante, que está sendo reconhecido no mundo inteiro. Dessa postura, que o Itamaraty expressa, não nos devemos afastar."
FONTE: escrito pelo jornalista Mauro Santayana, publicado no JBOnline e no portal "Vi o mundo", de Luiz Carlos Azenha, em 30/12.
A DIREITA E O SUPLÍCIO DE PAPAI NOEL
Gilson Caroni: A direita e o suplício de Papai Noel
"O ano se encerra com interessantes contrapontos. As várias distinções honoríficas, prestadas ao presidente brasileiro pela imprensa internacional, fizeram desmoronar, como castelos de areia, a enxurrada de ritos sumários com que, a cada edição diária, a mídia nativa tentou desconstruir as realizações do governo petista e o capital simbólico acumulado pelo campo democrático-popular.
O título de "Homem do Ano em 2009", concedido a Lula pelo Le Monde, o mais conceituado jornal da terra de Lévi-Strauss, representou " o suplício de Papai Noel" para um jornalismo que se esmerou, com textos de contornos cada vez mais nítidos, em servir como porta-voz das forças mais reacionárias da sociedade brasileira
Mas não nos iludamos. Entre a ingenuidade de alguns e a esperteza de outros, a orientação geral é descarregar cargas de 'fait divers' sobre as premiações, ocultando seu real significado. Não se está enaltecendo a habilidade política de um homem, seu carisma ou simpatia. O que está sendo reconhecido é algo de magnitude bem mais ampla: a pedagogia de fatos que, por sua evidência, ensinou à Nação que só passando a limpo suas instituições econômicas, políticas e culturais não corremos o risco de perder a nossa hora e a nossa vez.
O que está sendo objeto de elogios é um governo que não está perdendo a oportunidade de fazer as mudanças sociais há muito reclamadas. Contrariando as transições por alto que tanto marcaram a nossa história, Lula personifica a ruptura com acumulação de farsas que chega, hoje, ao seu ponto de ruptura definitiva. O que conquistamos não foi o aplauso fácil de um país que se verga a antigas estruturas coloniais, mas o respeito de quem assume o papel de sujeito da própria história.
A opção pelo aprofundamento da democracia, pelo crescimento com distribuição de renda, pela economia baseada no consumo interno e na redução de renda per capita é o que marca a mudança de rumo desde as eleições de 2002. Some-se a isso a afirmação de uma política externa independente, com práticas assertivas na afirmação de alguns princípios de relações internacionais, apontando para a busca de uma ativa coordenação soberana com atores relevantes da cenário mundial, e veremos que as diferenças conceituais com o antigo bloco de poder neoliberal são expressivas demais para não contrariar interesses arraigados na subalternidade, na soberania rarefeita.
Encerrado um ano exitoso, o que cabe às lideranças partidárias e à militância? Não confundindo realidade com desejo, buscar uma política de alianças que assegure maioria para a vitória de Dilma Rousseff nas próximas eleições. Dessa vez, há partidos políticos e quadros suficientemente qualificados para manter um projeto que se distingue pela coerência e nitidez de sua vocação transformadora. Mas não será um embate fácil. A direita dispõe de considerável capilaridade e do apoio logístico da mídia corporativa.
Diante deste quadro, as esperanças não repousam apenas em arranjos regionais. Para além das máquinas partidárias- e de elaborações teórico-metodológicas que precisam ser desenvolvidas- a capacidade de mobilizar a juventude, fazer com que ela se alie ao mundo do trabalho e a todos os setores até então oprimidos é fundamental. Estão nas forças sadias, detentoras de mecanismos precisos de clivagem, as chances que temos de evitar a perda de uma oportunidade única que a história está oferecendo. É preciso dar continuidade ao “suplício do Papai Noel".
Um Feliz 2010 para o povo brasileiro."
FONTE: escrito por Gilson Caroni Filho e postado hoje (30/12) no portal "Vermelho". O autor é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro.
"O ano se encerra com interessantes contrapontos. As várias distinções honoríficas, prestadas ao presidente brasileiro pela imprensa internacional, fizeram desmoronar, como castelos de areia, a enxurrada de ritos sumários com que, a cada edição diária, a mídia nativa tentou desconstruir as realizações do governo petista e o capital simbólico acumulado pelo campo democrático-popular.
O título de "Homem do Ano em 2009", concedido a Lula pelo Le Monde, o mais conceituado jornal da terra de Lévi-Strauss, representou " o suplício de Papai Noel" para um jornalismo que se esmerou, com textos de contornos cada vez mais nítidos, em servir como porta-voz das forças mais reacionárias da sociedade brasileira
Mas não nos iludamos. Entre a ingenuidade de alguns e a esperteza de outros, a orientação geral é descarregar cargas de 'fait divers' sobre as premiações, ocultando seu real significado. Não se está enaltecendo a habilidade política de um homem, seu carisma ou simpatia. O que está sendo reconhecido é algo de magnitude bem mais ampla: a pedagogia de fatos que, por sua evidência, ensinou à Nação que só passando a limpo suas instituições econômicas, políticas e culturais não corremos o risco de perder a nossa hora e a nossa vez.
O que está sendo objeto de elogios é um governo que não está perdendo a oportunidade de fazer as mudanças sociais há muito reclamadas. Contrariando as transições por alto que tanto marcaram a nossa história, Lula personifica a ruptura com acumulação de farsas que chega, hoje, ao seu ponto de ruptura definitiva. O que conquistamos não foi o aplauso fácil de um país que se verga a antigas estruturas coloniais, mas o respeito de quem assume o papel de sujeito da própria história.
A opção pelo aprofundamento da democracia, pelo crescimento com distribuição de renda, pela economia baseada no consumo interno e na redução de renda per capita é o que marca a mudança de rumo desde as eleições de 2002. Some-se a isso a afirmação de uma política externa independente, com práticas assertivas na afirmação de alguns princípios de relações internacionais, apontando para a busca de uma ativa coordenação soberana com atores relevantes da cenário mundial, e veremos que as diferenças conceituais com o antigo bloco de poder neoliberal são expressivas demais para não contrariar interesses arraigados na subalternidade, na soberania rarefeita.
Encerrado um ano exitoso, o que cabe às lideranças partidárias e à militância? Não confundindo realidade com desejo, buscar uma política de alianças que assegure maioria para a vitória de Dilma Rousseff nas próximas eleições. Dessa vez, há partidos políticos e quadros suficientemente qualificados para manter um projeto que se distingue pela coerência e nitidez de sua vocação transformadora. Mas não será um embate fácil. A direita dispõe de considerável capilaridade e do apoio logístico da mídia corporativa.
Diante deste quadro, as esperanças não repousam apenas em arranjos regionais. Para além das máquinas partidárias- e de elaborações teórico-metodológicas que precisam ser desenvolvidas- a capacidade de mobilizar a juventude, fazer com que ela se alie ao mundo do trabalho e a todos os setores até então oprimidos é fundamental. Estão nas forças sadias, detentoras de mecanismos precisos de clivagem, as chances que temos de evitar a perda de uma oportunidade única que a história está oferecendo. É preciso dar continuidade ao “suplício do Papai Noel".
Um Feliz 2010 para o povo brasileiro."
FONTE: escrito por Gilson Caroni Filho e postado hoje (30/12) no portal "Vermelho". O autor é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro.
BRASIL IMPEDIU AÇÃO AMERICANA NO SURINAME
"Em uma tarde de abril de 1983, o então presidente João Figueiredo recebeu o embaixador dos Estados Unidos, Anthony Motley, para uma visita fora da agenda do Palácio do Planalto. Más notícias. Motley, acompanhado de um assessor da Casa Branca, levava ao conhecimento do governo brasileiro a intenção do presidente Ronald Reagan de determinar uma intervenção militar no Suriname. O diplomata sustentava sua argumentação com fotos aéreas e informações da inteligência americana comprovando a presença crescente de soldados de Cuba no país. Seriam cerca de 400 deles - o equivalente a um terço do contingente das Forças Armadas surinamesas - em instalações próprias, fechadas e com características de centros de treinamento.
A presença de um núcleo multiplicador da revolução socialista cubana no continente era inaceitável. Figueiredo reagiu depressa. Despachou para Paramaribo, no avião presidencial, o general Danilo Venturini, secretário do Conselho de Segurança Nacional. A missão de Venturini era oferecer ao líder surinamês, Desi Bouterse, suporte técnico em setores estratégicos, linhas de crédito e parceria em programas de infraestrutura - com o compromisso de afastamento rápido e inequívoco de Havana. Deu certo. No dia 26 de outubro o embaixador cubano, Oscar Cardenas, deixou o país. Seis dias mais tarde só o zelador permanecia na representação diplomática.
O episódio implicou uma certa tutela brasileira sobre o Suriname nos 20 anos seguintes. Foi aberta uma linha de crédito de emergência de US$ 10 milhões e entregues seis blindados Cascavel, armados com canhão de 90 milímetros.
Essa frota foi seguida de outra, composta por 15 blindados Urutu para transporte de tropas. Oficiais passaram a ser preparados nas escolas de comando brasileiras. Do pessoal das três forças do
Suriname, 1.840 militares, aproximadamente 300 falam português, aprendido na escola criada por uma equipe do extinto Serviço
Nacional de Informações, o SNI, em 1984, e ainda em funcionamento. O general Octávio Medeiros, chefe do SNI em 1983, morto em 2005, lembrou, em depoimento para sua biografia profissional, que o Exército do Brasil auxiliou, "muito diretamente", o esforço de Desi Bouterse para conter mercenários "pagos e equipados por empresários europeus" que, segundo ele, pretendiam derrubar o governo. O sistema de comunicações e telefonia do Suriname foi projetado, financiado e instalado por empresas brasileiras. O governo do atual presidente, Ronald Venetiaan, mantém ativos todos os compromissos de cooperação bilateral."
FONTE: reportagem de Roberto Godoy, jornalista, publicada hoje (30/12) no "O Estado de São Paulo".
A presença de um núcleo multiplicador da revolução socialista cubana no continente era inaceitável. Figueiredo reagiu depressa. Despachou para Paramaribo, no avião presidencial, o general Danilo Venturini, secretário do Conselho de Segurança Nacional. A missão de Venturini era oferecer ao líder surinamês, Desi Bouterse, suporte técnico em setores estratégicos, linhas de crédito e parceria em programas de infraestrutura - com o compromisso de afastamento rápido e inequívoco de Havana. Deu certo. No dia 26 de outubro o embaixador cubano, Oscar Cardenas, deixou o país. Seis dias mais tarde só o zelador permanecia na representação diplomática.
O episódio implicou uma certa tutela brasileira sobre o Suriname nos 20 anos seguintes. Foi aberta uma linha de crédito de emergência de US$ 10 milhões e entregues seis blindados Cascavel, armados com canhão de 90 milímetros.
Essa frota foi seguida de outra, composta por 15 blindados Urutu para transporte de tropas. Oficiais passaram a ser preparados nas escolas de comando brasileiras. Do pessoal das três forças do
Suriname, 1.840 militares, aproximadamente 300 falam português, aprendido na escola criada por uma equipe do extinto Serviço
Nacional de Informações, o SNI, em 1984, e ainda em funcionamento. O general Octávio Medeiros, chefe do SNI em 1983, morto em 2005, lembrou, em depoimento para sua biografia profissional, que o Exército do Brasil auxiliou, "muito diretamente", o esforço de Desi Bouterse para conter mercenários "pagos e equipados por empresários europeus" que, segundo ele, pretendiam derrubar o governo. O sistema de comunicações e telefonia do Suriname foi projetado, financiado e instalado por empresas brasileiras. O governo do atual presidente, Ronald Venetiaan, mantém ativos todos os compromissos de cooperação bilateral."
FONTE: reportagem de Roberto Godoy, jornalista, publicada hoje (30/12) no "O Estado de São Paulo".
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
"O PÓS ANTI CONTRA MUITO MENOS PELO CONTRÁRIO-LULA"
"Uma das chaves da propaganda anti-Dilma é a de que o cavaleiro conservador que entrar na liça não será um “anti-Lula”, mas sim um “pós-Lula”. Olhando-se para esse comportamento da nossa direita na frente externa, vê-se logo que isso é um fraseado sem pé nem cabeça.
por Flávio Aguiar*, em Carta Maior
Para a direita brasileira o fim de ano não podia ser pior, apesar de Serra se manter na frente, nas pesquisas para o Planalto. Só deu presidente Lula: prêmio Houphouët-Boigny da Unesco, título de doutor honoris causa na Universidade de Hamburgo (depois da de Lyon), personalidade do ano para o jornal El País, elogiadíssimo pelo premiê Zapatero, sucesso em Copenhague (apesar do fracasso da conferência) e para culminar, personalidade do ano para o jornal Le Monde. De quebra, o chanceler Celso Amorim foi elogiadíassimo como profissional da área por seu colega espanhol, que também não regateou apalusos à política externa brasileira.
E por onde o nome de Lula ou o próprio passa, não faltam aplausos: assim foi perante a platéia de empresários em Hamburgo, em Portugal, na Grã-Bretanha, e em jornais conservadores (e sérios, do ponto de vista jornalístico), como The Economist, Financial Times, Frankfurter Allgemeine, ou progressistas, como o Süddeutschezeitung, ou até mesmo a revista Der Spiegel, conhecida por não dar moleza a políticos, seja de que lado forem.
Para Lula, só elogios. Agora, neste final de fim de ano, o Financial Times nomeou Lula como uma das 50 personalidades que “moldaram a última década”. Segundo o FT, Lula é o político mais popular da história do Brasil, e seu governo implementou “programas de transferência de renda baratos, mas eficientes”. E nem falamos da Ópera Olímpica do Rio de Janeiro. Se Lula acabar ganhando algum Nobel da Paz, a nossa direita vai roer as unhas até os cotovelos. Mas certamente não dará o braço a torcer: vai continuar ressentida contra esse presidente que não só “não fala português direito”, como não fala “sequer uma única língua estrangeira”. Que vergonha! (para a nossa direita, é claro, por se prender a essas mesquinharias de segunda mão, já que lhe falta assunto).
Mas houve mais: perplexa, a direita brasileira viu evaporar-se seu plano de impedir a entrada da Venezuela no Mercosul; assistiu de cadeirinha à consagração de Evo Morales nas urnas de seu país, a de José Pepe Mujica, ex-tupamaro, no Uruguai. Ainda teve de encarar o fato de que a Bolívia está entre os países da América do Sul que mais crescem economicamente, o sucesso de suas políticas sociais, as do Equador, do Paraguai e as do próprio Brasil.
Restaram-lhe alguns prêmios de consolação, mas tão complicados quando reveladores do seu próprio caráter, por osmose ou metonímia (perdoem-me os palavrões; poderia dizer por contaminação ou proximidade). Um foi a enredada tibieza da política externa do governo Obama em relação à América Latina, que serviu de moeda de negociação com os republicanos em troca da liberação de nomeações diplomáticas para a região. Outro, pior ainda, foi o golpe de estado em Honduras e a leniência, para não dizer conivência ou cumplicidade, que ela apregoou em relação a ele. Outro ainda, ao apagar das luzes de 2009, foi a vitória de Piñera, o herdeiro do pinochetismo, no primeiro turno das eleições chilenas, que, ela espera, terá continuidade no segundo turno. Quer dizer: de aberto, tudo o que a nossa direita teve a exibir são compromissos com o passado de subserviência global e de práticas ditatoriais no nosso continente.
Para essa visão comprometida com o que nosso continente sempre teve de mais reacionário e oligárquico, durante o governo Lula a nossa política externa rompeu com a tradição de “pragmatismo” e enveredou por uma perigosa “politização”, embalada por compromissos ideológicos ou por “sonhos megalomaníacos”, como o de conquistar a qualquer preço uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU (esquecendo que essa é uma reivindicação brasileira desde a fundação desse organismo internacional). Para o pensamento da nossa direita, “pragmatismo” é reconhecer o golpe em Honduras, mas não as eleições (que sempre houve) na Venezuela, na Bolívia, no Paraguai, no Uruguai e por aí afora.
Ainda para essa visão: ao acolher Zelaya e ao posicionar-se frontalmente contra o golpe em Tegucigalpa, o Brasil ficou “isolado” na cena internacional. Quer dizer, para esse pensamento, o fato de a maioria esmagadora dos países da América Latina e do Caribe não terem reconhecido o golpe nada conta: só conta o fato de que o Brasil teve uma rusga (e não muito séria) com a claudicante política de Clinton/Obama para a região.
Essas questões ajudam a elucidar um aspecto do confronto eleitoral que se prepara em 2010. Uma das chaves da propaganda (já) anti-Dilma é a de que o cavaleiro conservador que entrar na liça não será um “anti-Lula”, mas sim um “pós-Lula”.
lhando-se para esse comportamento da nossa direita na frente externa e suas expectativas, vê-se logo que isso é um fraseado sem pé nem cabeça. Trata-se sim de virar a mesa no sentido anti-horário, quer dizer, anti-Lula, provocando uma regressão histórica de grande monta, assim como a assertiva de FHC de que seu governo poria fim “à era Vargas” não apontava para o futuro, como queria o ex-presidente, mas para o passado, restaurando cacoetes e o viés anti-social da República Velha ou dos Coronéis.
O mundo imaginário e sentimental em que grande parte da nossa direita vive é anacrônico, pautado por um liberalismo brasileiro à antiga, aquele liberalismo que não se liberou jamais de proteger sua condição de casta superior; que sempre preferiu entregar os dedos, as mãos inteiras, os pés e todo o corpo da nação a perder o privilégio dos seus anéis. E que vive embalada por um sonho da carochinha onde prima uma confusão dos Estados Unidos com Disneyworld e da Europa com o mundo de Sissi (que me perdoe a Romy Schneider, uma grande atriz). E por um pesadelo, para eles, chamado Brasil, povoado agora por um povão que vem se revelando difícil de manter nos antigos apriscos excludentes e currais eleitorais.
Uma última observação, quase um desvio de assunto, mas ainda assim seria “a digressão pertinente”. No elogio de Lula nas páginas do Le Monde (24/12/2009, 11h32), o jornalista Eric Fottorino, escreveu: “Desde sua criação, Le Monde, marcado pelo espírito de análise de seu fundados, Hubert Beuve-Méry, quer ser um jornal de (re)construção, também de esperança; ele veicula, à sua maneira, uma parte do positivismo de Auguste Comte, tomando como causa sua os homens de boa vontade e suas proposições”.
Quer dizer, quase 153 anos depois de sua morte (1798 – 1857), Isidore-Auguste-Marie-François-Xavier Comte, um dos avós paternos da nossa bandeira republicana, continua a ditar parte do baralho da nossa canastra política. Que a nossa direita anseia em (re)transformar no pôquer de cartas marcadas onde só os caubóis ganham. Mas isso de Auguste Comte e o Brasil do século XXI é tema para outro artigo, que virá logo. Até 2010, e deixo aqui o lema que me encanta até hoje, como saudação de fim/novo ano às leitoras e leitores que me (e nos) acompanharam até aqui: “Um por todos, todos por um”.
FONTE: escrito por Flávio Aguiar, correspondente internacional da "Carta Maior". Postado hoje (29/12) no portal "Vermelho"..
por Flávio Aguiar*, em Carta Maior
Para a direita brasileira o fim de ano não podia ser pior, apesar de Serra se manter na frente, nas pesquisas para o Planalto. Só deu presidente Lula: prêmio Houphouët-Boigny da Unesco, título de doutor honoris causa na Universidade de Hamburgo (depois da de Lyon), personalidade do ano para o jornal El País, elogiadíssimo pelo premiê Zapatero, sucesso em Copenhague (apesar do fracasso da conferência) e para culminar, personalidade do ano para o jornal Le Monde. De quebra, o chanceler Celso Amorim foi elogiadíassimo como profissional da área por seu colega espanhol, que também não regateou apalusos à política externa brasileira.
E por onde o nome de Lula ou o próprio passa, não faltam aplausos: assim foi perante a platéia de empresários em Hamburgo, em Portugal, na Grã-Bretanha, e em jornais conservadores (e sérios, do ponto de vista jornalístico), como The Economist, Financial Times, Frankfurter Allgemeine, ou progressistas, como o Süddeutschezeitung, ou até mesmo a revista Der Spiegel, conhecida por não dar moleza a políticos, seja de que lado forem.
Para Lula, só elogios. Agora, neste final de fim de ano, o Financial Times nomeou Lula como uma das 50 personalidades que “moldaram a última década”. Segundo o FT, Lula é o político mais popular da história do Brasil, e seu governo implementou “programas de transferência de renda baratos, mas eficientes”. E nem falamos da Ópera Olímpica do Rio de Janeiro. Se Lula acabar ganhando algum Nobel da Paz, a nossa direita vai roer as unhas até os cotovelos. Mas certamente não dará o braço a torcer: vai continuar ressentida contra esse presidente que não só “não fala português direito”, como não fala “sequer uma única língua estrangeira”. Que vergonha! (para a nossa direita, é claro, por se prender a essas mesquinharias de segunda mão, já que lhe falta assunto).
Mas houve mais: perplexa, a direita brasileira viu evaporar-se seu plano de impedir a entrada da Venezuela no Mercosul; assistiu de cadeirinha à consagração de Evo Morales nas urnas de seu país, a de José Pepe Mujica, ex-tupamaro, no Uruguai. Ainda teve de encarar o fato de que a Bolívia está entre os países da América do Sul que mais crescem economicamente, o sucesso de suas políticas sociais, as do Equador, do Paraguai e as do próprio Brasil.
Restaram-lhe alguns prêmios de consolação, mas tão complicados quando reveladores do seu próprio caráter, por osmose ou metonímia (perdoem-me os palavrões; poderia dizer por contaminação ou proximidade). Um foi a enredada tibieza da política externa do governo Obama em relação à América Latina, que serviu de moeda de negociação com os republicanos em troca da liberação de nomeações diplomáticas para a região. Outro, pior ainda, foi o golpe de estado em Honduras e a leniência, para não dizer conivência ou cumplicidade, que ela apregoou em relação a ele. Outro ainda, ao apagar das luzes de 2009, foi a vitória de Piñera, o herdeiro do pinochetismo, no primeiro turno das eleições chilenas, que, ela espera, terá continuidade no segundo turno. Quer dizer: de aberto, tudo o que a nossa direita teve a exibir são compromissos com o passado de subserviência global e de práticas ditatoriais no nosso continente.
Para essa visão comprometida com o que nosso continente sempre teve de mais reacionário e oligárquico, durante o governo Lula a nossa política externa rompeu com a tradição de “pragmatismo” e enveredou por uma perigosa “politização”, embalada por compromissos ideológicos ou por “sonhos megalomaníacos”, como o de conquistar a qualquer preço uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU (esquecendo que essa é uma reivindicação brasileira desde a fundação desse organismo internacional). Para o pensamento da nossa direita, “pragmatismo” é reconhecer o golpe em Honduras, mas não as eleições (que sempre houve) na Venezuela, na Bolívia, no Paraguai, no Uruguai e por aí afora.
Ainda para essa visão: ao acolher Zelaya e ao posicionar-se frontalmente contra o golpe em Tegucigalpa, o Brasil ficou “isolado” na cena internacional. Quer dizer, para esse pensamento, o fato de a maioria esmagadora dos países da América Latina e do Caribe não terem reconhecido o golpe nada conta: só conta o fato de que o Brasil teve uma rusga (e não muito séria) com a claudicante política de Clinton/Obama para a região.
Essas questões ajudam a elucidar um aspecto do confronto eleitoral que se prepara em 2010. Uma das chaves da propaganda (já) anti-Dilma é a de que o cavaleiro conservador que entrar na liça não será um “anti-Lula”, mas sim um “pós-Lula”.
lhando-se para esse comportamento da nossa direita na frente externa e suas expectativas, vê-se logo que isso é um fraseado sem pé nem cabeça. Trata-se sim de virar a mesa no sentido anti-horário, quer dizer, anti-Lula, provocando uma regressão histórica de grande monta, assim como a assertiva de FHC de que seu governo poria fim “à era Vargas” não apontava para o futuro, como queria o ex-presidente, mas para o passado, restaurando cacoetes e o viés anti-social da República Velha ou dos Coronéis.
O mundo imaginário e sentimental em que grande parte da nossa direita vive é anacrônico, pautado por um liberalismo brasileiro à antiga, aquele liberalismo que não se liberou jamais de proteger sua condição de casta superior; que sempre preferiu entregar os dedos, as mãos inteiras, os pés e todo o corpo da nação a perder o privilégio dos seus anéis. E que vive embalada por um sonho da carochinha onde prima uma confusão dos Estados Unidos com Disneyworld e da Europa com o mundo de Sissi (que me perdoe a Romy Schneider, uma grande atriz). E por um pesadelo, para eles, chamado Brasil, povoado agora por um povão que vem se revelando difícil de manter nos antigos apriscos excludentes e currais eleitorais.
Uma última observação, quase um desvio de assunto, mas ainda assim seria “a digressão pertinente”. No elogio de Lula nas páginas do Le Monde (24/12/2009, 11h32), o jornalista Eric Fottorino, escreveu: “Desde sua criação, Le Monde, marcado pelo espírito de análise de seu fundados, Hubert Beuve-Méry, quer ser um jornal de (re)construção, também de esperança; ele veicula, à sua maneira, uma parte do positivismo de Auguste Comte, tomando como causa sua os homens de boa vontade e suas proposições”.
Quer dizer, quase 153 anos depois de sua morte (1798 – 1857), Isidore-Auguste-Marie-François-Xavier Comte, um dos avós paternos da nossa bandeira republicana, continua a ditar parte do baralho da nossa canastra política. Que a nossa direita anseia em (re)transformar no pôquer de cartas marcadas onde só os caubóis ganham. Mas isso de Auguste Comte e o Brasil do século XXI é tema para outro artigo, que virá logo. Até 2010, e deixo aqui o lema que me encanta até hoje, como saudação de fim/novo ano às leitoras e leitores que me (e nos) acompanharam até aqui: “Um por todos, todos por um”.
FONTE: escrito por Flávio Aguiar, correspondente internacional da "Carta Maior". Postado hoje (29/12) no portal "Vermelho"..
2010 CONSOLIDARÁ PROGRAMAS E OBRAS DO GOVERNO
Ministro diz que 2010 vai consolidar programas e obras
"O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou durante o programa Bom Dia Ministro, nesta terça-feira (29), que está otimista em relação a 2010. Segundo ele, será um ano para consolidar os programas e obras já iniciados. Ele lembrou que a previsão de receitas no próximo ano é melhor que em 2009, quando houve uma queda na arrecadação como reflexo da crise financeira.
Bernardo disse que a legislação eleitoral restringirá as ações do governo a partir de 30 de junho de 2010, mas não impedirá a continuidade dos investimentos. O ministro disse que a tendência é que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tenham um ritmo de execução maior em 2010.
Segundo ele, a legislação eleitoral proíbe a assinatura de convênios para repasse de recursos para Estados e municípios e o lançamento de novos programas sociais, mas que o governo já fixou este ano os reajustes necessários para que o Bolsa Família, salário mínimo e a merenda escolar passem por 2010 sem novas discussões de aumentos.
Ele afirmou também que não há descontrole nos gastos públicos. O ministro admitiu que "houve uma recuperação" da folha de salários do funcionalismo público a partir de 2005, mas avaliou que o crescimento econômico dos próximos anos tende a diminuir o peso do custo com pessoal.
"O crescimento econômico tende a tornar menor a conta de pessoal. O presidente Lula já disse que daqui pra frente a prioridade será o investimento", afirmou. Ele garantiu que o aumento dos gastos públicos nos últimos anos não trará nenhum problema para o próximo governo, em 2011."
FONTE: publicado hoje (29/12) no portal "Vermelho".
"O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou durante o programa Bom Dia Ministro, nesta terça-feira (29), que está otimista em relação a 2010. Segundo ele, será um ano para consolidar os programas e obras já iniciados. Ele lembrou que a previsão de receitas no próximo ano é melhor que em 2009, quando houve uma queda na arrecadação como reflexo da crise financeira.
Bernardo disse que a legislação eleitoral restringirá as ações do governo a partir de 30 de junho de 2010, mas não impedirá a continuidade dos investimentos. O ministro disse que a tendência é que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tenham um ritmo de execução maior em 2010.
Segundo ele, a legislação eleitoral proíbe a assinatura de convênios para repasse de recursos para Estados e municípios e o lançamento de novos programas sociais, mas que o governo já fixou este ano os reajustes necessários para que o Bolsa Família, salário mínimo e a merenda escolar passem por 2010 sem novas discussões de aumentos.
Ele afirmou também que não há descontrole nos gastos públicos. O ministro admitiu que "houve uma recuperação" da folha de salários do funcionalismo público a partir de 2005, mas avaliou que o crescimento econômico dos próximos anos tende a diminuir o peso do custo com pessoal.
"O crescimento econômico tende a tornar menor a conta de pessoal. O presidente Lula já disse que daqui pra frente a prioridade será o investimento", afirmou. Ele garantiu que o aumento dos gastos públicos nos últimos anos não trará nenhum problema para o próximo governo, em 2011."
FONTE: publicado hoje (29/12) no portal "Vermelho".
ACONTECIMENTOS MAIS IMPORTANTES DESDE 2001
"Quais os acontecimentos mais importantes de 2009? E da primeira década do século XXI?
Mais além das visões impressionistas e deformadas da grande mídia, que se aproveita do recesso do noticiário nesta época do ano para supostamente fazer grandes balanços, é necessário tentar captar, para além das árvores, as grandes transformações do ano que termina e desta primeira década do novo século e milênio.
Na década, certamente a reação norteamericana aos atentados de 2001, que orientaram a política do governo Bush, com suas guerras infinitas, que levaram, entre outras conseqüências, à invasão do Afeganistão e do Iraque, foi um dos elementos de maior peso. A militarização dos conflitos, buscando soluções bélicas aos conflitos foi a linha predominante da potência que mais influência tem no mundo contemporâneo.
A confirmação da impressionante ascensão da economia chinesa, a força das potências intermediárias ascendentes, entre elas o Brasil e a Índia, ajudaram a mudar o cenário internacional.
Neste ano, a crise do capitalismo internacional certamente foi o elemento dominante. Deflagrada no ano passado, estendeu seus efeitos por todo este ano. A maior novidade é que países do sul do mundo – a começar pela China, que nem sequer entrou em crise – saíram da crise, sem que os países do centro do capitalismo tivessem superado sua recessão. Já há uma dinâmica econômica multilateral do sul do mundo, que possibilita esse fenômeno novo na história.
A multiplicação simultânea de governos progressistas na América Latina foi outro fenômeno típico desta década, em contraposição à predominância absoluta do neoliberalismo na década anterior. (Fenômenos que analiso no meu livro “A nova toupeira – Os caminhos da esquerda latinoamericana”, publicado este ano pela Boitempo.)
Muitos outros fenômenos e fatos podem ser mencionados, tanto no ano que terminam, quanto nesta primeira década do século XXI – um século que se anuncia como de profunda crise hegemônica, de disputa hegemônica, com a decadência mas persistência da dominação norteamericana, mas com o surgimento de novas forças, que apontam para um mundo multipolar.
A década e o ano confirmam que a história está aberta, seus horizontes futuros dependerão da luta econômica, social, política e cultural, protagonizada pelo velho mundo, esgotado e decadente, e o mundo novo, que apenas começa a esboçar sua fisionomia.
Discutamos o que foi mais marcante em 2009 e na década que se termina. E suas projeções para a segunda década do século XXI."
FONTE: postado por Emir Sader hoje (29/12) no site "Carta Maior".
CONTINUA FORTE A INVASÃO ISRAELENSE DA PALESTINA
"Israel anuncia 700 novas construções em Jerusalém Oriental
Israel anunciou nesta segunda-feira planos para a construção de mais de 700 residências na parte árabe do leste de Jerusalém, apesar dos pedidos palestinos e da comunidade internacional para o congelamento de novas construções na região.
No mês passado, o governo israelense já havia anunciado um projeto para a construção de 900 casas em Gilo, ao sul de Jerusalém.
Israel invadiu Jerusalém Oriental em 1967 e posteriormente anexou-a ao seu território, numa ação condenada internacionalmente.
Os palestinos, que desejam instalar a capital de seu futuro Estado em Jerusalém Oriental, criticaram o anúncio.
Um porta-voz da Autoridade Nacional Palestina disse que ele mostra que Israel "não está pronto para a paz".
Licitação
Segundo o anúncio feito nesta segunda-feira pelo Ministério da Habitação, o governo de Israel abriu uma licitação para a construção de 198 unidades habitacionais em Pisgat Zeev, 377 em Neve Yaakov e 117 em Har Homa, todos assentamentos construídos em territórios roubados pelos judeus na guerra árabe-israelense de 1967.
A licitação é parte de um grande projeto para a construção de 6.500 unidades habitacionais em todo o país, visando consolidar a invasão israelense no território palestino.
No mês passado, sob forte pressão dos Estados Unidos, Israel anunciou uma suspensão de dez meses nas novas construções em assentamentos na Cisjordânia ocupada.
Mas o governo direitista do primeiro-ministro Biniyamin Netanyahu já deixou claro que não considera as áreas judaicas de Jerusalém Oriental como assentamentos e alega que as restrições não se aplicam a elas.
Os palestinos se recusam a retomar as negociações de paz sem uma completa interrupção das novas construções nos territórios ocupados, incluindo Jerusalém Oriental.
Situação perigosa
Em novembro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu que os planos de Israel para construir 900 novas residências em Gilo criariam uma "situação perigosa".
Obama disse à TV Fox News que novas construções nos assentamentos tornariam mais difícil para Israel conseguir a paz na região e "enervariam os palestinos". Mas a pressão americana sobre Israel não passa de palavras. Nenhuma ação concreta foi tomada pelo governo dos Estados Unidos, que sustenta politica e economicamente o regime sionista de Israel.
"O governo de Israel prova todos os dias que não está pronto para a paz", afirmou Nabil Abu Rdainah, porta-voz da Presidência da Autoridade Nacional Palestina.
Cerca de 500 mil judeus israelenses vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em assentamentos considerados ilegais pelas leis internacionais.
FONTE: divulgado pela agência britânica de notícias BBC e postado redigido pelo portal "Vermelho".
Israel anunciou nesta segunda-feira planos para a construção de mais de 700 residências na parte árabe do leste de Jerusalém, apesar dos pedidos palestinos e da comunidade internacional para o congelamento de novas construções na região.
No mês passado, o governo israelense já havia anunciado um projeto para a construção de 900 casas em Gilo, ao sul de Jerusalém.
Israel invadiu Jerusalém Oriental em 1967 e posteriormente anexou-a ao seu território, numa ação condenada internacionalmente.
Os palestinos, que desejam instalar a capital de seu futuro Estado em Jerusalém Oriental, criticaram o anúncio.
Um porta-voz da Autoridade Nacional Palestina disse que ele mostra que Israel "não está pronto para a paz".
Licitação
Segundo o anúncio feito nesta segunda-feira pelo Ministério da Habitação, o governo de Israel abriu uma licitação para a construção de 198 unidades habitacionais em Pisgat Zeev, 377 em Neve Yaakov e 117 em Har Homa, todos assentamentos construídos em territórios roubados pelos judeus na guerra árabe-israelense de 1967.
A licitação é parte de um grande projeto para a construção de 6.500 unidades habitacionais em todo o país, visando consolidar a invasão israelense no território palestino.
No mês passado, sob forte pressão dos Estados Unidos, Israel anunciou uma suspensão de dez meses nas novas construções em assentamentos na Cisjordânia ocupada.
Mas o governo direitista do primeiro-ministro Biniyamin Netanyahu já deixou claro que não considera as áreas judaicas de Jerusalém Oriental como assentamentos e alega que as restrições não se aplicam a elas.
Os palestinos se recusam a retomar as negociações de paz sem uma completa interrupção das novas construções nos territórios ocupados, incluindo Jerusalém Oriental.
Situação perigosa
Em novembro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu que os planos de Israel para construir 900 novas residências em Gilo criariam uma "situação perigosa".
Obama disse à TV Fox News que novas construções nos assentamentos tornariam mais difícil para Israel conseguir a paz na região e "enervariam os palestinos". Mas a pressão americana sobre Israel não passa de palavras. Nenhuma ação concreta foi tomada pelo governo dos Estados Unidos, que sustenta politica e economicamente o regime sionista de Israel.
"O governo de Israel prova todos os dias que não está pronto para a paz", afirmou Nabil Abu Rdainah, porta-voz da Presidência da Autoridade Nacional Palestina.
Cerca de 500 mil judeus israelenses vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em assentamentos considerados ilegais pelas leis internacionais.
FONTE: divulgado pela agência britânica de notícias BBC e postado redigido pelo portal "Vermelho".
DIREITA (DEM/PSDB/PPS/GRANDE MÍDIA) É CONTRA A IGUALDADE RACIAL
"Paim lamenta entraves ao projeto de igualdade racial
Após mais de seis anos em tramitação, o projeto que altera o estatuto da igualdade racial no país promete percorrer longo caminho até chegar ao plenário do Senado. Os parlamentares da Comissão de Constitução e Justiça (CCJ) sinalizam entraves para a votação da proposta. Após cortes substanciais na Câmara, o projeto deve entrar 2010 enfrentando novas baixas comparado à proposta inicial.
A última tentativa em votar a matéria deu o tom de como assunto deverá ser tratado na volta do recesso parlamentar, correndo até o risco de acabar engavetado pelos parlamentares.
Autor da proposta, o senador Paulo Paim (PT-RS) expressa lamentação sobre o trato que o Congresso vem dando ao assunto. Na última discussão, quando o projeto entraria na pauta de votação da CCJ, acabou retirado à pedido do relator, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que estima apresentar pelo menos 16 substitutivos ao projeto no seu parecer. Diante da dificuldade, Paim radicalizou nas críticas aos colegas de comissão.
“Assim é melhor nem aprovar o projeto. Com tantas modificações, eu acho que o Estatuto acabou completamente descaracterizado. É lamentável que o Congresso dê essa resposta para um assunto dessa importância. O Estatuto que vai ser votado está caminhnado para o vazio”, protesta o parlamentar, que ensaia fazer uma ofensiva já no mês de janeiro e pedir aos colegas que reconsiderem sua posição e acelerem a votação.
Polêmicas
Um dos pontos cortados do projeto original foi a obrigatoriedade de as emissoras de televisão reservarem uma cota para atores e figurantes negros. Também foi retirada do estatuto a criação de cotas para negros nas universidades. Primeira instituição a adotar o sistema, a Universidade de Brasília (UnB) sofreu duras críticas ao incentivar outras universidades a aderirem ao sistema.
"O negro, em toda sua história, sofreu pela falta de oportunidades econômicas e educacionais. Não tem sido muito diferente hoje. Uma coisa está diretamente ligada à outra. E a proposta inicial do estatuto solucionaria essa problemática”, argumenta o senador Paim.
Um dos últimos ataques que a proposta sofreu foi a supressão, imposta pela bancada ruralista na Câmara, de um longo capítulo sobre terras de quilombolas. O projeto definia que os habitantes dos quilombos precisam não apenas das terras que ocupam, mas também de áreas tradicionais, ocupadas por seus antepassados e descendentes. No fim, restou um artigo curto, definindo que os habitantes terão direito apenas à titulação das terras que ocupam.
Mas, ainda assim, a preocupação está ligada à possível brecha que poderia ser aberta para que os descendentes pudessem manifestar direito de posse sobre as antigas terras. Com isso, a proposta acabou radicalmente cortada.
Dia da consciência negra
Não é apenas o senador Paulo Paim que vem amargando frustrações com a proposta. O próprio Palácio do Planalto estava com tudo pronto neste ano para que o presidente Lula sancionasse a lei em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Para isso, o governo contava com celeridade do Senado. Mas não foi o que ocorreu, e o cenário para 2010 pode ser ainda menos animador.
Os senadores da CCJ não chegaram a definir qualquer data ou articulação para retomar o diálogo do projeto. Tudo indica que, por se tratar de ano eleitoral, e tendo em vista o ritmo de acordos conturbados na comissão, a matéria possa sofrer atraso ainda maior e acabar realmente engavetada, embora Paim garanta que o debate não será deixado de lado.
“Eu acho que o projeto enfraqueceu muito. Mas, ainda assim, se conseguirmos evitar as alterações que estão sendo manifestadas nos bastidores, o projeto pode avançar, ainda que sem espaço para novas emendas.”, avalia o senador.
Mudanças estruturais
Pelas regras do estatuto aprovado na Câmara, os partidos políticos passam a ser obrigados a destinar aos negros 10% de suas vagas para candidaturas nas eleições. A proposta também exige que o sistema público de saúde se especialize em doenças mais características da raça negra, como a anemia falciforme. Na educação, passa a ser obrigatória a inclusão no currículo do ensino fundamental de aulas sobre história geral da África e do negro no Brasil. Outra novidade é o incentivo fiscal que o governo poderá dar para empresas com mais de 20 funcionários e que decidirem contratar pelo menos 20% de negros."
FONTE: publicado no portal "Vermelho" com informações do "Congresso em Foco".
Após mais de seis anos em tramitação, o projeto que altera o estatuto da igualdade racial no país promete percorrer longo caminho até chegar ao plenário do Senado. Os parlamentares da Comissão de Constitução e Justiça (CCJ) sinalizam entraves para a votação da proposta. Após cortes substanciais na Câmara, o projeto deve entrar 2010 enfrentando novas baixas comparado à proposta inicial.
A última tentativa em votar a matéria deu o tom de como assunto deverá ser tratado na volta do recesso parlamentar, correndo até o risco de acabar engavetado pelos parlamentares.
Autor da proposta, o senador Paulo Paim (PT-RS) expressa lamentação sobre o trato que o Congresso vem dando ao assunto. Na última discussão, quando o projeto entraria na pauta de votação da CCJ, acabou retirado à pedido do relator, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que estima apresentar pelo menos 16 substitutivos ao projeto no seu parecer. Diante da dificuldade, Paim radicalizou nas críticas aos colegas de comissão.
“Assim é melhor nem aprovar o projeto. Com tantas modificações, eu acho que o Estatuto acabou completamente descaracterizado. É lamentável que o Congresso dê essa resposta para um assunto dessa importância. O Estatuto que vai ser votado está caminhnado para o vazio”, protesta o parlamentar, que ensaia fazer uma ofensiva já no mês de janeiro e pedir aos colegas que reconsiderem sua posição e acelerem a votação.
Polêmicas
Um dos pontos cortados do projeto original foi a obrigatoriedade de as emissoras de televisão reservarem uma cota para atores e figurantes negros. Também foi retirada do estatuto a criação de cotas para negros nas universidades. Primeira instituição a adotar o sistema, a Universidade de Brasília (UnB) sofreu duras críticas ao incentivar outras universidades a aderirem ao sistema.
"O negro, em toda sua história, sofreu pela falta de oportunidades econômicas e educacionais. Não tem sido muito diferente hoje. Uma coisa está diretamente ligada à outra. E a proposta inicial do estatuto solucionaria essa problemática”, argumenta o senador Paim.
Um dos últimos ataques que a proposta sofreu foi a supressão, imposta pela bancada ruralista na Câmara, de um longo capítulo sobre terras de quilombolas. O projeto definia que os habitantes dos quilombos precisam não apenas das terras que ocupam, mas também de áreas tradicionais, ocupadas por seus antepassados e descendentes. No fim, restou um artigo curto, definindo que os habitantes terão direito apenas à titulação das terras que ocupam.
Mas, ainda assim, a preocupação está ligada à possível brecha que poderia ser aberta para que os descendentes pudessem manifestar direito de posse sobre as antigas terras. Com isso, a proposta acabou radicalmente cortada.
Dia da consciência negra
Não é apenas o senador Paulo Paim que vem amargando frustrações com a proposta. O próprio Palácio do Planalto estava com tudo pronto neste ano para que o presidente Lula sancionasse a lei em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Para isso, o governo contava com celeridade do Senado. Mas não foi o que ocorreu, e o cenário para 2010 pode ser ainda menos animador.
Os senadores da CCJ não chegaram a definir qualquer data ou articulação para retomar o diálogo do projeto. Tudo indica que, por se tratar de ano eleitoral, e tendo em vista o ritmo de acordos conturbados na comissão, a matéria possa sofrer atraso ainda maior e acabar realmente engavetada, embora Paim garanta que o debate não será deixado de lado.
“Eu acho que o projeto enfraqueceu muito. Mas, ainda assim, se conseguirmos evitar as alterações que estão sendo manifestadas nos bastidores, o projeto pode avançar, ainda que sem espaço para novas emendas.”, avalia o senador.
Mudanças estruturais
Pelas regras do estatuto aprovado na Câmara, os partidos políticos passam a ser obrigados a destinar aos negros 10% de suas vagas para candidaturas nas eleições. A proposta também exige que o sistema público de saúde se especialize em doenças mais características da raça negra, como a anemia falciforme. Na educação, passa a ser obrigatória a inclusão no currículo do ensino fundamental de aulas sobre história geral da África e do negro no Brasil. Outra novidade é o incentivo fiscal que o governo poderá dar para empresas com mais de 20 funcionários e que decidirem contratar pelo menos 20% de negros."
FONTE: publicado no portal "Vermelho" com informações do "Congresso em Foco".
RISCO-PAÍS CAIU DE 2443 PONTOS (FHC/PSDB) PARA ABAIXO DE 200 PONTOS (LULA/PT)
Risco-país volta a ficar abaixo de 200 pontos
"O risco-país brasileiro voltou apenas agora a ficar abaixo dos 200 pontos, nos patamares que estava antes de a crise internacional atingir sua fase mais intensa, em setembro de 2008. Nas operações de ontem, o indicador fechou a 194 pontos.
Essa é uma boa notícia para as empresas que planejam captar recursos no mercado internacional daqui para a frente.
Isso porque, com o risco-país mais baixo, caem os juros exigidos por investidores estrangeiros para comprar títulos emitidos por companhias para levantar recursos no exterior.
O risco-país é um indicador do apetite do mercado internacional pelos títulos de um país.
Para calcular o indicador, o banco norte-americano JPMorgan Chase tem por referência uma cesta de títulos de dívida de cada país. Quando o mercado está tranquilo e a compra desses títulos aumenta, o risco recua. Nos períodos de crise, em que os investidores se desfazem dos papéis, sobe.
Em março deste ano, como reflexo da crise, o risco brasileiro chegou a superar os 450 pontos. No fim de abril de 2008, quando o Brasil estava prestes a ser elevado à categoria de "grau de investimento", o risco rondava os 190 pontos.
"Além da superação do pior momento da crise internacional, não podemos esquecer de que o risco é medido de forma comparativa, refletindo a diferença entre os juros pagos pelos títulos dos EUA e as taxas de outros países. E os juros norte-americanos estão no piso", afirma Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
A taxa básica de juros americana está em uma faixa que vai de 0% a 0,25%. Em resposta à crise e à recessão que abalaram a maior economia do planeta, o BC americano decidiu baixar os juros para esse patamar.
Isso significa que o retorno dos títulos do Tesouro dos EUA é muito menor do que o dos papéis do governo brasileiro.
O menor risco brasileiro já registrado foi de 138 pontos, em junho de 2007. Já em setembro de 2002 [sob FHC/PSDB/DEM], em meio à tensão pré-eleitoral, o risco alcançou seu teto, de 2.443 pontos.
Em linhas gerais, isso significa que, em 2007, as companhias brasileiras encontraram no exterior as melhores condições para levantar recursos no exterior. E que, em 2002, tiveram o pior cenário.
Luiz Antonio Vaz das Neves, analista da KNA Consultores, acha que o risco-país vai voltar a subir em 2010. Segundo ele, isso ocorrerá porque os juros vão começar a subir nas maiores economias do mundo. Como resultado, as taxas oferecidas por empresas brasileiras também terão de subir para manter sua atratividade.
"Mas não acho que haja motivos para preocupação. Não será um movimento expressivo de alta a ponto de prejudicar as captações externas."
FONTE: reportagem de FABRICIO VIEIRA publicada hoje (29/12) na Folha de São Paulo [título e entre colchetes colocados por este blog].
"O risco-país brasileiro voltou apenas agora a ficar abaixo dos 200 pontos, nos patamares que estava antes de a crise internacional atingir sua fase mais intensa, em setembro de 2008. Nas operações de ontem, o indicador fechou a 194 pontos.
Essa é uma boa notícia para as empresas que planejam captar recursos no mercado internacional daqui para a frente.
Isso porque, com o risco-país mais baixo, caem os juros exigidos por investidores estrangeiros para comprar títulos emitidos por companhias para levantar recursos no exterior.
O risco-país é um indicador do apetite do mercado internacional pelos títulos de um país.
Para calcular o indicador, o banco norte-americano JPMorgan Chase tem por referência uma cesta de títulos de dívida de cada país. Quando o mercado está tranquilo e a compra desses títulos aumenta, o risco recua. Nos períodos de crise, em que os investidores se desfazem dos papéis, sobe.
Em março deste ano, como reflexo da crise, o risco brasileiro chegou a superar os 450 pontos. No fim de abril de 2008, quando o Brasil estava prestes a ser elevado à categoria de "grau de investimento", o risco rondava os 190 pontos.
"Além da superação do pior momento da crise internacional, não podemos esquecer de que o risco é medido de forma comparativa, refletindo a diferença entre os juros pagos pelos títulos dos EUA e as taxas de outros países. E os juros norte-americanos estão no piso", afirma Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
A taxa básica de juros americana está em uma faixa que vai de 0% a 0,25%. Em resposta à crise e à recessão que abalaram a maior economia do planeta, o BC americano decidiu baixar os juros para esse patamar.
Isso significa que o retorno dos títulos do Tesouro dos EUA é muito menor do que o dos papéis do governo brasileiro.
O menor risco brasileiro já registrado foi de 138 pontos, em junho de 2007. Já em setembro de 2002 [sob FHC/PSDB/DEM], em meio à tensão pré-eleitoral, o risco alcançou seu teto, de 2.443 pontos.
Em linhas gerais, isso significa que, em 2007, as companhias brasileiras encontraram no exterior as melhores condições para levantar recursos no exterior. E que, em 2002, tiveram o pior cenário.
Luiz Antonio Vaz das Neves, analista da KNA Consultores, acha que o risco-país vai voltar a subir em 2010. Segundo ele, isso ocorrerá porque os juros vão começar a subir nas maiores economias do mundo. Como resultado, as taxas oferecidas por empresas brasileiras também terão de subir para manter sua atratividade.
"Mas não acho que haja motivos para preocupação. Não será um movimento expressivo de alta a ponto de prejudicar as captações externas."
FONTE: reportagem de FABRICIO VIEIRA publicada hoje (29/12) na Folha de São Paulo [título e entre colchetes colocados por este blog].
PRESO POR REVELAR O ÚNICO ARSENAL ATÔMICO DO ORIENTE MÉDIO
Israel prende delator de programa nuclear por falar com estrangeiros
"O dissidente israelense Mordechai Vanunu foi preso, nesta terça-feira, acusado de falar com "vários estrangeiros", o que constituiria uma violação das condições sob as quais foi liberado da prisão em 2004, de acordo com a polícia de Israel.
O israelense cumpriu 18 anos de detenção por ter entregue dados confidenciais do programa nuclear israelense e fotografias do centro de pesquisa nuclear de Dimona, deserto do Negev, ao jornal britânico "Sunday Times", em 1986. Na época, ele trabalhava como técnico. Foi com base nas informações de Vanunu que especialistas concluíram que Israel tinha o sexto maior arsenal nuclear do mundo.
Israel não confirma e nem nega possuir o único arsenal atômico do Oriente Médio em uma política de "ambiguidade estratégica".
Depois de deixar a cadeia, Vanunu foi proibido de viajar ao exterior, além de conversar com estrangeiros. As restrições, impostas pela Suprema Corte de Israel, foram condenadas por grupos de defesa dos direitos humanos. Vanunu nega que seja uma ameaça à segurança e afirma que quer viver no exterior.
Esta não é a primeira vez que Vanunu é preso por violar suas restrições. Em 2007, ele foi condenado a seis meses de prisão também por conversar com estrangeiros.
Judeu convertido ao cristianismo, Vanunu afirma que a negativa de Israel em submeter seu programa nuclear a inspeções internacionais inflama as tensões na região e cria cenário pra um "segundo Holocausto". Ele afirma ainda que o Estado judaico não tem direito de existir."
FONTE: publicado hoje (29/12) pela Folha Online com informações da agência espanhola de notícias Efe e da norte-americana Associated Press
"O dissidente israelense Mordechai Vanunu foi preso, nesta terça-feira, acusado de falar com "vários estrangeiros", o que constituiria uma violação das condições sob as quais foi liberado da prisão em 2004, de acordo com a polícia de Israel.
O israelense cumpriu 18 anos de detenção por ter entregue dados confidenciais do programa nuclear israelense e fotografias do centro de pesquisa nuclear de Dimona, deserto do Negev, ao jornal britânico "Sunday Times", em 1986. Na época, ele trabalhava como técnico. Foi com base nas informações de Vanunu que especialistas concluíram que Israel tinha o sexto maior arsenal nuclear do mundo.
Israel não confirma e nem nega possuir o único arsenal atômico do Oriente Médio em uma política de "ambiguidade estratégica".
Depois de deixar a cadeia, Vanunu foi proibido de viajar ao exterior, além de conversar com estrangeiros. As restrições, impostas pela Suprema Corte de Israel, foram condenadas por grupos de defesa dos direitos humanos. Vanunu nega que seja uma ameaça à segurança e afirma que quer viver no exterior.
Esta não é a primeira vez que Vanunu é preso por violar suas restrições. Em 2007, ele foi condenado a seis meses de prisão também por conversar com estrangeiros.
Judeu convertido ao cristianismo, Vanunu afirma que a negativa de Israel em submeter seu programa nuclear a inspeções internacionais inflama as tensões na região e cria cenário pra um "segundo Holocausto". Ele afirma ainda que o Estado judaico não tem direito de existir."
FONTE: publicado hoje (29/12) pela Folha Online com informações da agência espanhola de notícias Efe e da norte-americana Associated Press
FINANCIAL TIMES: LULA É UMA DAS 50 PESSOAS QUE MOLDARAM A DÉCADA
Lula é uma das 50 pessoas que moldaram a década, diz 'FT'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi escolhido pelo jornal britânico Financial Times como uma das 50 personalidades que moldaram a última década.
Segundo o diário, Lula entrou na lista porque "é o líder mais popular da história do Brasil".
"Charme e habilidade política sem dúvida contribuem (para sua popularidade), assim como a baixa inflação e programas de transferência de renda baratos, mas eficientes", diz o jornal.
"Muitos, inclusive o FMI, esperam que o Brasil se torne a quinta maior economia do mundo até 2020, trazendo uma mudança duradoura na ordem mundial."
Vilões
Ainda no campo da política, o FT também destaca como as personalidades mais influentes da década o presidente do Irã, Mahmoud Ahamadinejad; o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama; a chanceler alemã Angela Merkel; o ex-presidente e atual primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin; e o presidente da China, Hu Jintao.
O jornal selecionou também o que chamou de "alguns vilões" que acabaram por determinar o curso da história destes últimos dez anos, como o líder da rede Al-Qaeda, Osama Bin Laden, e o ex-presidente americano George W. Bush.
A lista do FT também inclui personalidades das áreas de negócios, economia e cultura. Muitas delas refletem o crescimento e o fortalecimento da internet e das novas tecnologias, como os empresários Jeff Bezos, da loja virtual Amazon; Meg Whitman, do eBay; Larry Page e Sergey Brin, do Google; Jack Dorsey, Biz Stone e Evan Williams, do Twitter; Mark Zuckerberg, do Facebook; e Steve Jobs, da Apple.
Outras figuras foram eleitas pelo jornal britânico pelo mérito pessoal de terem se tornado ícones mundiais em suas áreas, como a escritora JK Rowling, autora dos livros do personagem Harry Potter; o jogador de golfe Tiger Woods; a apresentadora americana Oprah Winfrey; o diretor japonês de desenhos animados Hayao Miyazaki; o produtor de TV John De Mol, criador da fórmula do Big Brother; e os astros da música Beyoncé e Jay-Z."
FONTE: divulgado hoje (29/12) pela agência britânica de notícias BBC e postado no portal MSN.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
EMIR SADER: UM ANO DO MASSACRE DE GAZA
Há um ano, Israel começava um dos mais bárbaros massacres contemporâneos. Ingressou, com todo seu poder de fogo, em uma região já cercada, que não dava possibilidade de fuga à sua população. O Exército que, há décadas, mais recursos recebe da maior potência bélica da história da humanidade, os EUA, descarregava todo seu poderio sobre uma população indefesa, acusada de colocar em risco, com pífios foguetes domésticos (a tal ponto, que Israel não conseguiu descobrir nenhuma das supostas bases de lançamento, nem lugares de sua fabricação) que não tinham provocado nenhuma vitima no seu território. Israel utilizou inclusive armas proibidas, como fósforo branco, sobre a população palestina, encerrada na área mais densamente povoada do mundo.
Os ataques, que não encontraram nenhuma resistência militar, apenas moral, duraram 22 dias, chegando a provocar 225 mortos em um único dia. 1450 palestinos morreram, dos quais 439 menores de 16 anos e 127 mulheres. 4100 edifícios foram destruídos e outros 1 mil foram danificados. A missão de investigação da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas caracterizou os ataques como “crimes de guerra” e “crimes contra a humanidade”.
Foram destruídas milhares de casas, comércios, além de plantações, hospitais, escolas, universidades, clínicas – tudo que os tanques israelenses encontravam pela frente. Gaza se transformou numa terra arrasada. Quem a visitou depois daqueles terríveis 22 dias, relata que nada tinha ficado de pé, como conseqüência da orientação do Exército israelense, de que “ninguém é inocente em Gaza”.
Um ano depois da agressão, os corredores de entrada para Gaza continuam fechados, nada foi reconstruído, caminhões com alimentos e remédios apodrecem no deserto, às portas de Gaza, enquanto todo tipo de doença afeta a população, indefesa, diante do brutal cerco israelense e a impotência cúmplice da comunidade internacional. Dos 4 bilhões, 481 milhões de dólares arrecadados por mais de 70 países em conferência realizada em março no Egito, para a reconstrução, nada chegou a Gaza, fazendo com que a paisagem seja a mesma – ou pior, sobretudo pelas doenças – de quando os israelenses, impotentes para derrotar a resistência civil dos palestinos, se retiraram de Gaza.
O Egito colabora com esse cerco criminoso, ao deixar fechado o corredor a que tem acesso e ao construir agora um muro que tenta impedir a precária circulação por túneis clandestinos, por onde os palestinos fazem chegar os alimentos mínimos para impedir que morra de fome a população de Gaza. O relator especial da ONU para os territórios palestinos, Richard Falk, conclamou a que todos os países do mundo coloquem em prática sanções econômicas e de outra ordem contra Israel, pelas responsabilidades deste país no massacre e no cerco que mantêm contra Gaza.
Os 700 mil habitantes de Gaza desapareceram dos noticiários internacionais, assim que as tropas israelenses se retiraram. O governo de Israel busca desviar a atenção sobre a ocupação dos territórios palestinos e o cerco a Gaza, aumentando ainda mais a instalação de assentamentos judeus em pleno coração das cidades e dos campos da Cisjordânia, de onde saem regularmente jovens judeus, protegidos por tropas israelenses, para atacar casas, comércios, queimar plantações centenárias de azeitonas das indefesas famílias palestinas.
Israel se tornou um país odioso, racista, agente de um novo holocausto – segundo as palavras do próprio Jimmy Carter -, acobertado e armado pela maior potência militar da história, os EUA, que promove a guerra e pretende ser agente de negociações de paz. Nem sequer consegue deter a instalação de novos assentamentos – se é que pretende detê-los. Israel, um país que detêm, confessadamente, armamentos nucleares, ocupa territórios de outro país, impedindo que ele exerça os mesmos direitos que Israel goza, por resoluções das próprias Nações Unidas, tornando-se um Estado pária da legalidade internacional.
A posição do governo brasileiro de que somente incorporando outros governos – não comprometidos com os genocídios cometidos por Israel, que na semana passada assassinou mais 6 palestinos e continua suas detenções arbitrárias, como a de Jamal Juma, dirigente do movimento Stop the Wall – é que o processo de paz pode abrir horizontes reais de cumprimento das decisões da ONU, que garante a Palestina os mesmos direitos que os israelenses gozam há mais de 60 anos – o direito de ter um Estado palestino, soberano, com fronteiras delimitadas, com direito de regresso dos imigrantes, é a posição correta, que deve ser apoiada e incentivada por todos os desejam um mundo de paz, solidariedade e fraternidade e não o mundo das “guerras infinitas” de Bush, que Israel continua a colocar em prática, um ano depois do massacre de Gaza, contra os palestinos."
FONTE: Postado hoje (28/12) por Emir Sader no site "Carta Maior".
Os ataques, que não encontraram nenhuma resistência militar, apenas moral, duraram 22 dias, chegando a provocar 225 mortos em um único dia. 1450 palestinos morreram, dos quais 439 menores de 16 anos e 127 mulheres. 4100 edifícios foram destruídos e outros 1 mil foram danificados. A missão de investigação da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas caracterizou os ataques como “crimes de guerra” e “crimes contra a humanidade”.
Foram destruídas milhares de casas, comércios, além de plantações, hospitais, escolas, universidades, clínicas – tudo que os tanques israelenses encontravam pela frente. Gaza se transformou numa terra arrasada. Quem a visitou depois daqueles terríveis 22 dias, relata que nada tinha ficado de pé, como conseqüência da orientação do Exército israelense, de que “ninguém é inocente em Gaza”.
Um ano depois da agressão, os corredores de entrada para Gaza continuam fechados, nada foi reconstruído, caminhões com alimentos e remédios apodrecem no deserto, às portas de Gaza, enquanto todo tipo de doença afeta a população, indefesa, diante do brutal cerco israelense e a impotência cúmplice da comunidade internacional. Dos 4 bilhões, 481 milhões de dólares arrecadados por mais de 70 países em conferência realizada em março no Egito, para a reconstrução, nada chegou a Gaza, fazendo com que a paisagem seja a mesma – ou pior, sobretudo pelas doenças – de quando os israelenses, impotentes para derrotar a resistência civil dos palestinos, se retiraram de Gaza.
O Egito colabora com esse cerco criminoso, ao deixar fechado o corredor a que tem acesso e ao construir agora um muro que tenta impedir a precária circulação por túneis clandestinos, por onde os palestinos fazem chegar os alimentos mínimos para impedir que morra de fome a população de Gaza. O relator especial da ONU para os territórios palestinos, Richard Falk, conclamou a que todos os países do mundo coloquem em prática sanções econômicas e de outra ordem contra Israel, pelas responsabilidades deste país no massacre e no cerco que mantêm contra Gaza.
Os 700 mil habitantes de Gaza desapareceram dos noticiários internacionais, assim que as tropas israelenses se retiraram. O governo de Israel busca desviar a atenção sobre a ocupação dos territórios palestinos e o cerco a Gaza, aumentando ainda mais a instalação de assentamentos judeus em pleno coração das cidades e dos campos da Cisjordânia, de onde saem regularmente jovens judeus, protegidos por tropas israelenses, para atacar casas, comércios, queimar plantações centenárias de azeitonas das indefesas famílias palestinas.
Israel se tornou um país odioso, racista, agente de um novo holocausto – segundo as palavras do próprio Jimmy Carter -, acobertado e armado pela maior potência militar da história, os EUA, que promove a guerra e pretende ser agente de negociações de paz. Nem sequer consegue deter a instalação de novos assentamentos – se é que pretende detê-los. Israel, um país que detêm, confessadamente, armamentos nucleares, ocupa territórios de outro país, impedindo que ele exerça os mesmos direitos que Israel goza, por resoluções das próprias Nações Unidas, tornando-se um Estado pária da legalidade internacional.
A posição do governo brasileiro de que somente incorporando outros governos – não comprometidos com os genocídios cometidos por Israel, que na semana passada assassinou mais 6 palestinos e continua suas detenções arbitrárias, como a de Jamal Juma, dirigente do movimento Stop the Wall – é que o processo de paz pode abrir horizontes reais de cumprimento das decisões da ONU, que garante a Palestina os mesmos direitos que os israelenses gozam há mais de 60 anos – o direito de ter um Estado palestino, soberano, com fronteiras delimitadas, com direito de regresso dos imigrantes, é a posição correta, que deve ser apoiada e incentivada por todos os desejam um mundo de paz, solidariedade e fraternidade e não o mundo das “guerras infinitas” de Bush, que Israel continua a colocar em prática, um ano depois do massacre de Gaza, contra os palestinos."
FONTE: Postado hoje (28/12) por Emir Sader no site "Carta Maior".
NOAM CHOMSKY: O LEGADO DE 2009 NOS DOIS HEMISFÉRIOS
"O contraste entre a queda do Muro de Berlim, a libertação dos países satélites da antiga União Soviética e o esmagamento da esperança nos estados clientes dos EUA é impressionante e instrutivo – ainda mais quando ampliamos a perspectiva. Os eventos são memoráveis, mas perspectivas alternativas podem ser reveladoras. Principalmente quando há outros muros a serem derrubados, como o muro de anexação na Palestina e o silêncio sobre o que aconteceu uma semana depois da queda do Muro de Berlim: o assassinato de seis importantes intelectuais jesuítas em El Salvador, por homens treinados na Escola das Américas. O artigo é de Noam Chomsky.
Noam Chomsky
Este ano marcou o aniversário de grandes eventos ocorridos em 1989: "o maior ano da história do mundo desde 1945", como o historiador britânico Timothy Garton Ash o descreve. Naquele ano, "tudo mudou", escreve Garton Ash. As reformas de Mikhail Gorbachev na Rússia e a sua "impressionante renúncia do uso da força" levaram à queda do Muro de Berlim, em 9 de Novembro – e à libertação da Europa Oriental da tirania russa. Os elogios são merecidos, os eventos, memoráveis. Mas perspectivas alternativas podem ser reveladoras.
A chanceler alemã, Angela Merkel, forneceu – sem querer – uma tal perspectiva, quando apelou a todos nós para "usar este dom inestimável da liberdade para ultrapassar os muros do nosso tempo". Uma forma de seguir o seu bom conselho seria desmantelar o muro maciço, superando o muro de Berlim em escala e comprimento, que serpenteia atualmente através do território da Palestina, em violação do direito internacional.
O “muro de anexação”, como deveria ser chamado, é justificado em termos de “segurança” – a racionalização por defeito para muitas das ações do Estado. Se a segurança fosse a preocupação, o muro teria sido construído ao longo da fronteira e tornado inexpugnável. O propósito desta monstruosidade, construído com o apoio dos EUA e a cumplicidade européia, é permitir que Israel se aposse de valiosa terra palestina e dos principais recursos hídricos da região, negando assim qualquer existência nacional viável à população autóctone da antiga Palestina.
Outra perspectiva sobre 1989 vem de Thomas Carothers, um acadêmico que trabalhou em programas de “reforço da democracia” na administração do antigo presidente Ronald Reagan. Depois de rever o registro, Carothers concluiu que todos os líderes dos EUA foram "esquizofrênicos" – apoiando a democracia quando se conforma aos objetivos estratégicos e econômicos dos EUA, como nos satélites soviéticos, mas não nos estados clientes dos EUA.
Esta perspectiva é dramaticamente confirmada pela recente comemoração dos acontecimentos de Novembro de 1989. A queda do muro de Berlim foi comemorada com razão, mas houve pouca atenção ao que aconteceu uma semana mais tarde: em 16 de Novembro, em El Salvador, o assassinato de seis importantes intelectuais latino-americanos, padres jesuítas, juntamente com a sua cozinheira e sua filha, pelo batalhão de elite Atlacatl, armado pelos EUA, fresco do treino renovado na Escola de Guerra Especial JFK, em Fort Bragg, Carolina do Norte.
O batalhão e seus esbirros já tinham compilado um registro sangrento ao longo da terrível década que começou em 1980 em El Salvador com o assassinato, praticamente às mesmas mãos, de Dom Oscar Romero, conhecido como “a voz dos sem voz”. Durante a década da “guerra contra o terrorismo” declarada pelo governo Reagan, o horror foi semelhante em toda a América Central.
O reinado de tortura, assassinato e destruição na região deixou centenas de milhares de mortos. O contraste entre a libertação dos satélites da União Soviética e o esmagamento da esperança nos estados clientes dos EUA é impressionante e instrutivo – ainda mais quando ampliamos a perspectiva.
O assassinato dos intelectuais jesuítas trouxe praticamente o fim à “teologia da libertação”, o renascimento do cristianismo que tinha as suas raízes modernas nas iniciativas do Papa João XXIII e do Vaticano II, que ele inaugurou em 1962. O Vaticano II "deu início a uma nova era na história da Igreja Católica", escreveu o teólogo Hans Kung. Os bispos latino-americanos adotaram a "opção preferencial pelos pobres". Assim, os bispos renovaram o pacifismo radical do Evangelho que tinha sido posto de lado quando o imperador Constantino estabeleceu o cristianismo como a religião do Império Romano – "uma revolução" que, em menos de um século, transformou a Igreja perseguida numa "Igreja perseguidora", de acordo com Kung.
No renascimento pós-Vaticano II, os sacerdotes latino-americanos, freiras e leigos levaram a mensagem do Evangelho aos pobres e perseguidos, reuniram-nos em comunidades, e encorajaram-nos a tomar o destino nas suas próprias mãos. A reação a essa heresia foi a repressão violenta. No decurso do terror e do massacre, os praticantes da Teologia da Libertação foram o alvo principal. Entre eles estão os seis mártires da Igreja, cuja execução há 20 anos é agora comemorada com um silêncio retumbante, praticamente não quebrado.
No mês passado, em Berlim, os três presidentes mais envolvidos na queda do Muro – George H. W. Bush, Mikhail Gorbachev e Helmut Kohl – discutiram quem merece crédito.
"Eu sei agora como o céu nos ajudou", disse Kohl. George H. W. Bush elogiou o povo da Alemanha Oriental, que "por muito tempo foi privado dos seus direitos dados por Deus". Gorbachev sugeriu que os Estados Unidos precisam da sua própria Perestroika.
Não existem dúvidas sobre a responsabilidade pela demolição da tentativa de reavivar a igreja do Evangelho na América Latina durante a década de 1980. A Escola das Américas (desde então renomeada Instituto do Hemisfério Ocidental para Cooperação de Segurança) em Fort Benning, na Geórgia, que treina oficiais latino-americanos, anuncia orgulhosamente que o Exército dos EUA ajudou a "derrotar a teologia da libertação" – assistida, com certeza, pelo Vaticano, utilizando a mão suave da expulsão e da supressão.
A sinistra campanha para reverter a heresia posta em movimento pelo Concílio Vaticano II recebeu uma incomparável expressão literária na parábola do Grande Inquisidor em Os Irmãos Karamazov de Dostoievski.
Nessa história, situada em Sevilha no "momento mais terrível da Inquisição", Jesus Cristo aparece subitamente nas ruas, "de mansinho, sem ser observado, e contudo, por estranho que pareça, toda a gente o reconheceu" e foi "irresistivelmente atraída para ele".
O Grande Inquisidor ordena aos guardas: "prendam-no e levem-no" para a prisão. Lá, ele acusa Cristo de vir "prejudicar-nos" na grande obra de destruir as idéias subversivas de liberdade e comunidade. Nós não Te seguimos, o Inquisidor admoesta Jesus, mas sim a Roma e à "espada de César". Procuramos ser os únicos governantes da Terra para que possamos ensinar à "fraca e vil" multidão que "só será livre quando renunciar à sua liberdade para nós e se submeter a nós". Então, eles serão tímidos e assustados e felizes.
Assim, amanhã, diz o inquisidor: "Devo queimar-te". Por fim, no entanto, o Inquisidor abranda a pena e liberta-o "nos becos escuros da cidade".
Os alunos da Escola das Américas não praticaram tal misericórdia."
FONTE: artigo de Noam Chomsky publicado no "In These Times" e traduzido por Infoalternativa.org.com. Postado hoje (28/12) no site "Carta Maior".
CARTA MAIOR E SERRA
"Não importa o que Serra diz que pensa; não importa o que seus amigos pensam que ele pensa; objetivamente, a candidatura Serra funcionará em 2010 como o vertedouro daquilo que há de mais retrógrado no país, unido sob o firme propósito de barrar para depois desmontar a dinâmica de forças e conquistas que a partir de 2003 iniciou a lenta reversão na engrenagem do subdesenvolvimento brasileiro.
Carta Maior deseja um Feliz Ano Novo ao Brasil que não menospreza o significado histórico da candidatura Dilma Rousseff na sucessão de Lula"
FONTE: mensagem de fim de ano publicada hoje (28/12) no cabeçalho da 1ª página do site "Carta Maior".
Carta Maior deseja um Feliz Ano Novo ao Brasil que não menospreza o significado histórico da candidatura Dilma Rousseff na sucessão de Lula"
FONTE: mensagem de fim de ano publicada hoje (28/12) no cabeçalho da 1ª página do site "Carta Maior".
2009: MAIS DE UM MILHÃO DE EMPREGOS FORMAIS
Mercado interno segurou a economia e compensou as demissões na indústria exportadora
O Brasil vai fechar 2009 com mais de 1 milhão de novos empregos formais, o que pode ser visto como uma vitória brasileira diante da crise mundial. Desde 2004, as empresas têm contratado acima do patamar de 1 milhão de vagas, mas a perspectiva de muitos economistas no começo do ano era de que tempos sombrios se aproximavam para quem estava empregado. Construção, comércio e serviços seguraram o emprego e também a economia.
“A crise freou a economia de outubro de 2008 até março, mas nesse mês o comércio já trabalhava com níveis pré-crise”, afirma o chefe da divisão econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas. No começo do ano, houve aumento da massa salarial, ainda mais com o reajuste do salário mínimo sendo pago antecipadamente. Os preços não subiram e o crédito para a pessoa física foi retomado, ingredientes que favoreceram o consumo.
O comércio e os serviços não precisam manter grandes estoques de produtos e dependem fortemente do comportamento do consumidor. Se este estiver confiante, vai às compras, viaja, se diverte, frequenta cursos. Como os bancos resolveram financiar a pessoa física, aliado às políticas do governo federal de isenção de impostos de eletrodomésticos, carros e materiais de construção, setores como comércio e serviços sentiram bem menos a crise, se comparados com a indústria.
“O País tem que exportar para gerar mais empregos, mas aprendemos que ter um mercado com poder de compra permite nos sustentar em períodos de crise”, afirma Freitas, da CNC. Um quarto da população brasileira tem renda indexada ao salário mínimo, mas no Nordeste esse porcentual aumenta para 46%. O trabalhador que ganha pouco, em vez de poupar, consome. Não por acaso, o Nordeste cresceu durante a crise.
“A demanda interna segurou muitos postos de trabalho nessa crise”, acrescenta Fabio Romão, da LCA Consultores. “O número de empregos gerados em 2009 é surpreendente. Os empregadores passaram a ter mais confiança para formalizar a sua mão de obra”, finaliza."
FONTE: reportagem de Eduardo Nunomura publicada hoje (28/12) no O Estado de São Paulo e postada no blog de Luis Favre.
ENTREVISTA COM SÉRGIO CABRAL (RJ)
“PMDB está bem no governo e tem que continuar”
Entrevista: Governador do Rio desautoriza insatisfações de seu partido com a aliança petista
Cabral: Pernambuco vai receber este ano de FPE mais da metade do que vamos receber de Participação Especial do Petróleo”
O governador do Rio, Sérgio Cabral é o último pemedebista a querer briga com o governo Luiz Inácio Lula da Silva, que fez do Rio o primeiro destino dos investimentos do PAC no país. O principal governador do partido desautoriza quaisquer insatisfações pemedebistas com a aliança que pretende eleger a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência. “Se temos um projeto que está dando certo e se a candidata do Lula vai dizer que vamos continuar neste projeto por que o PMDB não está satisfeito?”.
Usa o mesmo raciocínio para dizer que o PT está contemplado em seu governo e não tem por que lançar candidato próprio. Vincula-se até à indicação dos ministro petistas do Rio, Carlos Minc (Meio Ambiente) e Edson Santos (Igualdade Racial), ao governo: “O PT tem duas grandes secretarias: Meio Ambiente e Ação Social. E tem dois quadros do Estado que são ministros: Carlos Minc e Edson Santos”
Preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a sucessão fluminense, em detrimento do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), o governador do Rio, Sérgio Cabral, já escolheu seu principal adversário: o ex-governador Anthony Garotinho (PR): ”Apesar de ser um sujeito com perfil psicanalítico complicado, que oscila entre a euforia e a depressão, acho que ele, nessa altura da vida, acredita que chega ao segundo turno”. No último Datafolha, divulgado na semana passada, Cabral pontuou 38% e Garotinho, 23%.
Acompanhado do vice-governador, Luiz Fernando Pezão, do secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, a quem, brincando chama de “primeiro-ministro” e do secretário de Desenvolvimento Econômico e de Turismo, Júlio Bueno, Cabral recebeu o Valor no Palácio Laranjeiras. No cardápio, além de royalties do pré-sal e sucessão eleitoral, recuperação econômica do Estado e segurança pública. Afirmou que a polêmica estratégia do enfrentamento policial e de ocupação das favelas vai continuar.
Sobre os royalties, disse que a emenda Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), que redistribui os royalties das áreas já licitadas, abre um precedente perigoso. E lança uma provocação ao seu principal adversário no tema, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PE). ”O Fundo de Participação dos Estados (FPE) por habitante do Rio é de R$ 50 por ano, o de Pernambuco é em torno de R$ 350, no Maranhão, de R$ 450. Pernambuco vai receber este ano de FPE mais da metade que vamos receber de Participação Especial. Isso vem das empresas de Pernambuco? Não. Das empresas de São Paulo, do Rio, de Minas. A gente nunca reclamou disso porque a gente acha que tem que ter distribuição de renda mesmo, física, demográfica, espacial”.
Abaixo, os principais trechos da entrevista.
Valor: Como estão se delineando as candidaturas ao governo do Rio? O PT vai apoiar o senhor ou ter candidatura própria?
Sérgio Cabral: A discussão da candidatura própria do PT no Estado é semelhante à do PMDB nacional. Tem que fazer uma avaliação sobre a visão política do partido. O PMDB, por exemplo, está satisfeito com o governo Lula? Acha que o Brasil avançou? Se acha respeitado no governo? É um partido com maior número de vereadores, de prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores, governadores. Então vamos lançar candidato próprio? Por que, se nós temos um projeto que está dando certo e se a candidata do Lula vai dizer que vamos continuar este projeto? Mas nós temos um nome que é o Manoelzinho, ele tem 38% das pesquisas. Mas na verdade não temos o Manoelzinho e achamos que o Lula está indo muito bem. Por que sair desse barco? No plano estadual é o mesmo. O Sérgio Cabral fez um governo bacana? O Rio mudou a sua fisionomia? Tem outra agenda econômica? Social? Foi importante a integração com o governo federal? Melhorou na saúde, na educação, na infraestrutura? Se isso foi feito, por que vou lançar um candidato próprio? Só se eu tiver um candidato que estiver empatado com Sérgio Cabral, se estiver na frente, perto. Não é o caso. É esse o raciocínio.
Valor: Mas o PT reclama de falta de espaço no seu governo.
Cabral: Isso até o PMDB reclama. O PT tem duas grandes secretarias: Meio Ambiente e Ação Social. O PT no nosso governo conseguiu espaço que nunca teve no governo federal. Ele tem dois quadros do Estado que são ministros: Carlos Minc e Edson Santos.
Valor: Como o senhor vê a demanda do PMDB pela vaga de vice?
Cabral: O PMDB é um partido plural, com um monte de tendências. É o maior partido do Brasil. Aqui no Rio, o PMDB tem comando. E a vitória do Eduardo (Paes) reforçou muito este comando. O PMDB nunca ganhou um eleição na capital. Na verdade, só o Cesar Maia, em 92, mas ele troca de partido como troca de roupa, já esteve no PMDB, PDT, PFL. O Garotinho foi embora, se mandou, mas não levou muita gente com ele.
Valor: O ex-governador Garotinho está voltando com força?
Cabral: Não sei o que o Garotinho vai fazer da vida. Ele sabe ler pesquisa melhor do que eu. Apesar de ser um sujeito com perfil psicanalítico complicado, que oscila entre a euforia e a depressão. Eu acho que ele, nessa altura da vida, acredita que chega ao segundo turno. Nas pesquisas, a menor diferença é de 16% e a maior, de 25%. E no segundo turno, ele sai de 22% e vai para 34% e fica por aí.
Valor: Ele é o seu principal adversário?
Cabral: Não. Ele é sujeito com mais intenção de voto, o que a gente tem que respeitar.
Valor: Pela leitura que o senhor fez das pesquisas, haverá segundo turno para governador em 2010?
Cabral: Depende. Tem que ver o quadro da época.
Valor: O segundo turno seria uma derrota, considerando o clima do início do seu governo?
Cabral: Eleição e mineração só depois da apuração. Quanto mais em ano ímpar. Eleição é em ano par. Eleição só depois da convenção. Minha prioridade é governar. Não vou mudar política de ocupação das favelas, por exemplo. É uma política de estado.
Valor: O senhor acha que a questão da segurança pública baixa a sua avaliação? É o ponto mais sensível da seu governo?
Cabral: Não. Dependendo da comunidade, pelo contrário, a população agradece. O depoimento que venho recebendo dos moradores do Pavão-Pavãozinho [ favela entre Copacabana e Ipanema, na zona sul do Rio] é de que é a primeira vez que eles estão dormindo. Quando você imaginou fazer uma operação na Cidade de Deus e prender oito pessoas sem dar um tiro?
Valor: Mas a população continua reclamando da insegurança.
Cabral: Na área da segurança, tocamos duas medidas, uma de gestão e que o professor Falconi (Vicente Falconi do INDG) nos dá consultoria. Temos metas de redução de crimes nos batalhões e delegacias. Há quatro índices: homicídios, roubo a carro, roubo de rua e latrocínio. Se a meta for alcançada, recebe-se uma remuneração extra por isso. Todo mundo, de soldado a comandante. Já a pacificação virou uma política de Estado. Você tem que ter muita sensatez, muito bom senso. A primeira premissa é que só o policial novo, que está entrando na instituição, vai ocupar os morros. Mas eles precisam ser treinados, ter uma formação de seis meses que não pode ser comprometida. Tudo tem que ser casado com o trabalho inicial da polícia, feito pelo Bope, pelo Batalhão de Choque e pelo Core, da Polícia Civil. Isso pode demorar 5, 15, 45, 60 dias. Dependendo da complexidade, do grau técnico e bélico dos marginais.
Valor: Nesse processo de ocupação, muitos bandidos fogem?
Cabral: Poucos. A maioria se adapta, mas os grandes chefes se mandam.
Valor: Por que o senhor avisa antes qual morro vai ocupar? Não é negativo?
Cabral: O enfrentamento não é prioritário. A prioridade é pacificar a comunidade. Em nome de se prender três ou quatro, perde-se uma oportunidade de se pacificar uma comunidade. Isso no caso do Dona Marta e do Pavão-Pavãozinho. Estou falando de peixe pequeno. São comunidades quentes do ponto de vista do negócio, mas sem grandes bandidos.
Valor: Como o senhor escolhe as comunidades?
Cabral: Temos um grupo que estuda as comunidades junto com a PM, que avalia as oportunidades. O drama é o tempo. O Centro de Formação de Aperfeiçoamento de Praças, o Cefap, em Sulacap, tem uma capacidade limitada de treinamento. São três mil homens formados ao longo de 2010. Teremos uma turma de 1.400 soldados se formando agora em dezembro. Parte vai para a o Pavão-Pavãozinho e outra aguarda para entrar na Tabajara (também em Copacabana, zona sul). Outra turma fica pronta em abril. Voltamos a entrar nas favelas depois do Carnaval .
Valor: Mas o ritmo não é lento?
Cabral: Estudamos uma solução logística para aumentar a capacidade do Cefap. Em janeiro, teremos uma nova turma. Com isso, não paramos mais.
Valor: Ao todo, quantas favelas o senhor espera ocupar?
Cabral: O Instituto Pereira Passos diz que há 1.200 favelas no Rio. Fizemos um estudo e descobrimos que 600 delas não têm importância do ponto de vista de crime. Nas outras 600, o Alemão tem 15, a Rocinha tem 14, a Maré tem 18, só para dar uma exemplo. Com isso, se entrarmos em 50 comunidades, resolvemos 90% do problema.
Valor: Mas não é simples assim, existem as que são mais perigosas.
Cabral: Aí precisa de mais gente. Na Cidade de Deus, entramos com 150 policiais, agora são 230 porque vimos que precisávamos de mais gente. A relação policial habitante lá tem que ser maior do que a da cidade. Ali é a base, a causa maior do problema. Eu moro no Leblon. Ao lado, há o Vidigal. Eu sei que ali, a poucos metros da minha casa, há bandidos armados. As pessoas se acostumaram a viver com isso. Não se muda 40 anos em dois anos e 11 meses.
Valor: Seu carro-chefe de campanha vai ser a segurança?
Cabral: Não. Nosso carro-chefe vai ser a gestão. Tivemos 17 anos sem fazer concurso para fiscal de renda. Imagina um Estado como o nosso, sede da UFRJ, da Coppe, da Fiocruz, da Petrobras, da Vale, do Vasco da Gama, sem fazer concurso para fiscal. É como ter uma empresa sem contratar ninguém para a área comercial neste período. Isso também aconteceu na Junta Comercial e na Emater.
Valor: Mas esta campanha não é para o povo?
Cabral: O povão não é bobo. Ele te entende bem. Ele sabe que tudo isso é para melhorar o atendimento.
Valor: O senhor não vai usar a UPA, por exemplo, na campanha?
Cabral: Claro. Isso é o resultado. Eu só passei de R$ 1,5 bilhão para R$ 3 bilhões o orçamento da saúde porque teve gestão. Hoje tem tomógrafo de última geração gerido e mantido por uma empresa privada terceirizada. Os carros da polícia estão novinhos. Eu acho que o povo entende tudo isso. O filho dele vai para a escola e tem ar-condicionado funcionando na sala de aula com um computador. E para isso ainda precisei fazer reforma porque as instalações elétricas estavam todas defasadas.
Valor: E o pré-sal? Tem gente dizendo que o senhor começou enfrentando o governo federal e depois mudou o discurso? O resultado das negociações satisfazem ao senhor?
Cabral: Saiu muito melhor do que estavam querendo. A perda é relativa. É uma perda possível. Você tem 15 bilhões de barris no pós-sal. Só no pré-sal licitado você tem 30 bilhões de barris. E no que não foi licitado serão pelo menos 70 bilhões. O ótimo, 100% para a gente, seria a legislação atual. Mas o governo federal resolveu mudar o marco regulatório. Direito do governo federal. Com isso, nós perdemos uma receita muito importante, a Participação Especial. Aí houve perda. Já nos royalties queriam tirar tudo da gente, situação ridícula. Fomos para a briga.
Valor: Se a emenda Ibsen Pinheiro passar vão tirar tudo?
Cabral: Aí é brincadeira. Como vou mandar em 513 deputados? O risco de desmoralização da aprovação de um negócio desse é tão grande, é um deboche institucional tão grande, que eu confio na Câmara. Seria muito desmoralizante. Seria desrespeitoso com o princípio federativo.
Valor: Mas os deputados que estão discutindo isso não pensam bem assim. Todas às vezes que a emenda foi retirada é porque havia risco de ser aprovada.
Cabral: O governo tem uma preocupação conosco de não permitir maluquices como esta. Tenho percebido isto do ministro Padilha (Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais) e do presidente Lula pessoalmente. Ao mesmo tempo, ele tem um desejo de aprovar uma mensagem. Este jogo está sendo jogado de uma maneira serena e inteligente.
Valor: O senhor não acha que há muita emoção? Houve vários discursos apaixonados.
Cabral: O problema é que eles acusam alguns municípios de usar mal os royalties, como Campos. Campos é um problema, mas não é por isso que vão punir o direito. Então eu também posso me queixar. Num estado tal do Nordeste foi feito uma barbaridade com um dinheiro do Fundo de Participação dos Estados (FPE). É um fundo criado com a riqueza do pagamento dos trabalhadores e das empresas. O FPE por habitante do Rio é de R$ 50 por ano, o de Pernambuco é em torno de R$ 350, no Maranhão, de R$ 450. Pernambuco vai receber este ano de FPE mais da metade que vamos receber de Participação Especial. Isso vem das empresas de Pernambuco? Não. Das empresas de São Paulo, do Rio, de Minas. A gente nunca reclamou disso porque a gente acha que tem que ter distribuição de renda mesmo, física, demográfica, espacial. É um precedente perigosíssimo. Se a Constituição diz que os estados produtores têm que ter uma indenização, tem que ser cumprido.
Valor: E a postura do governo federal no meio desta discussão?
Cabral: Acho que essa discussão está muito confortável para o governo porque a boiada, a maioria burra, fica discutindo percentual. O modelo, que é bom, ninguém discute. O governo está num patamar maravilhoso. Ninguém quer saber do modelo.
Valor: A redução dos royalties afeta a dívida do Estado?
Cabral: Não, a dívida não. Mas afeta a receita do Estado. Esse dinheiro vai para a previdência pública. O que está permitindo a gente dar um salto de qualidade na gestão. Com isso, hoje a pensão sai em meia hora. Antigamente demorava um ano.
Estamos pagando também os atrasados. É uma receita importante do Estado. Por isso eu briguei. Eu disse ao presidente, eu sou aliado de vocês, o senhor não vai encontrar ninguém mais aliado, mas não mexam com o Rio de Janeiro. O Rio já sofreu muito, perdeu a capital, foi fundido sem consultar o povo, eu não vou aceitar isso.
Valor: Mas no fim o Estado sai perdendo.
Cabral: No entanto, é mais dinheiro que hoje. Porque vai ter mais petróleo. Porém, é menos do que a gente esperava ter. No fim, o Rio de Janeiro vai produzir mais que o Qatar.
Valor: A economia do Rio patina há muito tempo nesta fase dos 12% do PIB. Se o senhor for reeleito, qual a meta de participação no PIB para 2012?
Cabral: Se o Brasil crescer muito, eu posso continuar com 12%, 13% sem problema.
Valor: Mas o senhor não quer mais?
Cabral: Hoje tem um guerra fiscal institucionalizada no país. É Zona Franca, Sudam, Sudene. Se o empresário chega e diz que quer vir para o Rio, eu dou uma barriguinha, mas não dá para brigar com barba, cabelo e bigode que o governo federal dá nestas regiões. É injusto. Mas também não dá para pedir para unificar o ICMS. O governo federal deveria unificar primeiro os impostos dele. Quer fazer uma reforma tributária, juntando o ICMS, vamos pegar a salada de impostos federais, inclusive as contribuições. Até para o povo saber a concentração de tributos na União, que passa muito mais de 60%. Tem que ser didático com o povo, facilitar o contador. Faz a Lei Kandir, estoura nos estados. A CIDE, nos municípios. Não quer fazer reforma tributária? É essa a discussão. Eu topo a distribuição dos royalties, mas vamos fazer uma radiografia dos subsídios e dessa conta aí para o Brasil. Aí, é uma discussão de alto nível, séria."
FONTE: reportagem de Heloísa Magalhães, Chico Santos e Paola de Moura publicada hoje (28/12) no jornal VALOR e reproduzida no blog de Luis Favre.