terça-feira, 31 de agosto de 2010
PIB: O BRASIL JÁ É MAIOR QUE A FRANÇA E A INGLATERRA!
“Mantega: o Brasil incorporou a Argentina e o Chile à classe C.
PIB: O BRASIL É MAIOR QUE A FRANÇA E A INGLATERRA. BYE-BYE SERRA FOREVER
O Governo Lula incorporou 50 milhões de brasileiros ao mercado de consumo.
A classe C foi a que mais cresceu.
Tem hoje 104 milhões de pessoas.
A capacidade de consumo da classe C é de 500 bilhões de reais por ano.
A classe C é aquela com uma renda mensal entre mil reais e cinco mil reais.
A classe D tem um poder de consumo de 380 bilhões de reais.
50 milhões de pessoas incorporadas à classe C é o mesmo que dizer que uma Argentina, somada a um Chile, compõe a classe C.
O PIB deve crescer este ano 7%.
Será o maior crescimento anual do PIB dos últimos 24 anos.
O crescimento do PIB de 7% fará com que a economia brasileira seja maior que a da Inglaterra e também a da França.
Na Europa, só a Alemanha ainda é maior que o Brasil.
No ano que vem, a economia brasileira crescerá 5,5%.
Essas são informação que Guido Mantega, Ministro da Fazenda, deu hoje à Fátima Turci e Paulo Henrique Amorim, que serão veiculadas hoje e amanhã na Record News.
O Brasil hoje tem 260 bilhões de dólares de reservas cambiais e dívidas de 220.”
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado em seu portal “Conversa Afiada” (http://www.conversaafiada.com.br/economia/2010/08/30/o-brasil-e-maior-que-a-franca-e-a-inglaterra-bye-bye-serra-forever/).
O PIG (*) E O GOLPE. NUNCA MAIS SERÁ COMO HOJE
Vai ser uma conjunção carnal de Maria Chuteira
A coalizão carnal entre o PiG (*) e os tucanos jamais se repetirá.
Com o fim melancólico – diria o Marco Aurélio Garcia – do ‘jenio’ [Serra] e de seu patrono oculto, o ‘Farol de Alexandria’ [FHC], as relações entre o PiG (*) e a oposição terão que mudar.
O PiG (*) sempre será um instrumento do Golpe e, quando a oposição for medíocre, como agora, sob a liderança do jenio, o PiG (*) se tornará o centro-avante da oposição.
Um centro-avante patético, desarticulado, como o Ronaldo do Corinthians.
Mas, será.
O PiG (*) é incompatível com governos trabalhistas, desde Vargas.
Mas, a relação entre os Golpistas e a UDN, o PSDB de São Paulo, vai mudar.
Jamais se reproduzirá a intimidade que há com José Serra e Fernando Henrique Cardoso.
Eles são o PiG (*) por excelência.
Eles são instrumento do PiG (*) e, no caso do Farol, seus ideólogos.
(Porque o Serra não tem idéia nenhuma a oferecer a ninguém.)
A Folha (**), por exemplo, saiu da rua Tutóia direto para a campanhas das Diretas pela mão de uma pesquisa do CEBRAP.
CEBRAP foi uma instituição do Farol, financiada pela Fundação Ford, que, por sua vez, era financiada pela CIA.
Serra foi articulista e editorialista da Folha (**).
Serra foi o primeiro entrevistado do UOL (da Folha (**) ), quando fez pronunciamentos que a História registrará em mármore.
Os Mesquitas sublimaram a paixão pelo Lacerda (***) com a renovada paixão por FHC.
Entre os detritos de maré baixa que a cercam, a ‘Veja’ classificou Serra de “a elite da elite”.
Depois de 4 de outubro, isso vai mudar.
O PiG (*) será o PiG (*).
A Folha (**) será a Folha (**).
Mas o Serra e o Farol não serão mais os mesmos.
Não serão convidados para abertura da Copa, no Lulão.
E aí o PiG (*) terá que se conjugar carnalmente com o Aécio e com o Cesar Maia.
Mas, não será com o mesmo fervor, o mesmo arrebatamento.
Será uma relação interessada.
De Maria Chuteira.”
Em tempo: dizem que o Farol está magoado com Serra, porque não defende o Governo dele. Se fosse o inverso: o candidato FHC defenderia na campanha um Governo desastroso como o do Serra ?
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(***) O Tijolaço está certo: quem nasceu para José Serra não chega a Carlos Lacerda
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado em seu portal “Conversa Afiada” (http://www.conversaafiada.com.br/pig/2010/08/30/o-pig-e-o-golpe-nunca-mais-sera-como-hoje/)
"É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!”
Eduardo Guimarães
“Tanto que rodamos, tanto que especulamos e a verdade sobre a eleição presidencial esteve o tempo todo sob os nossos narizes.
Aliás, quando flexiono os verbos do período anterior a partir da primeira pessoa do plural, sou bondoso, pois nós é uma vírgula… Eles, a direita, é que construíram teorias insólitas sobre como Serra venceria a eleição; a blogosfera progressista, os que integramos essa avassaladora “onda vermelha”, sempre dissemos a causa pela qual Serra cairia como fruta podre quando a campanha eleitoral chegasse ao auge.
A frase que intitula este texto foi dita por James Carville em 1992. Era, então, um dos craques mundiais do marketing político. Sua teoria se tornou notória durante a campanha de Bill Clinton à presidência dos Estados Unidos. Explicava como o democrata poderia combater o então presidente americano, George Bush (pai), que buscava a reeleição pelo partido Republicano.
“É a economia, estúpido”, dizia Carville. A economia favorecia a vitória de Clinton como favoreceu a de Lula em 2002 e a de Obama em 2008, por estar mal, e foi a mesma economia que favoreceu a vitória de Lula em 2006 e favorecerá a de Dilma neste ano por estar bem. O resto é papo furado.
Atribuem a popularidade de Lula a uma sua lábia que teria poderes mágicos ou, ao menos, hipnóticos, e que enganaria um povo incauto, inculto, incompetente, irresponsável. Um povo, porém, que quando elegeu FHC era o supra-sumo do amadurecimento político decorrente da redemocratização do país, pelo menos para a mídia.
No fim, a explicação mais correta continua sendo a mais simples. A teoria de que o povo elegeria o maior adversário de Lula durante o seu mandato para continuar a sua obra se mostrou tão burra quanto a estratégia de negar até a morte os avanços que o país estava – e está – experimentando e de tentar atrapalhar sua governança de todas as formas.
Serra não vencerá a eleição, portanto, simplesmente porque não haveria como um oposicionista vencer. Claro que não precisaria ser por margem acachapante – e talvez não seja, porque ainda há muito chão pela frente até 3 de outubro. Mas a derrota da oposição sempre foi o cenário mais provável e continuará sendo mesmo fazendo todas as necessárias menções ao imponderável que se possa fazer…
Aliás, vale dizer que Serra até poderia ter uma pequena chance de vencer a eleição se ele e os seus aliados não tivessem passado os últimos anos sabotando tudo o que Lula fazia.
Será que o tucano acha que as centenas de milhares de famílias dos jovens que se beneficiaram do Prouni ficariam caladas enquanto ele prometia não interromper o programa apesar de seu aliado DEM ter entrado na Justiça para extingui-lo?
Nunca antes na história deste país um candidato deve ter sido tão chamado de mentiroso por tantos.Essas centenas de milhares de famílias de estudantes pobres converteram-se em milhões de pessoas que as integram, pessoas que vêm ascendendo na escala social e que não estão dispostas a eleger aquele que, através de aliados, tentou impedi-las de ascender.
E as milhões de famílias integrantes do Bolsa Família que passaram quase oito anos sendo estigmatizadas pelos aliados de Serra e pelo próprio como hordas de “vagabundos” e de “mendigos” que exploravam o resto da sociedade através do “bolsa esmola”? Essas milhões de famílias, à razão de 5 membros cada uma, converteram-se em dezenas e dezenas de milhões de pessoas que sabem muito bem o que significaria devolver o poder a tucanos e pefelês.
E as dezenas de milhões de trabalhadores que passaram a era FHC escutando os tucanos dizerem que era preciso acabar com direitos trabalhistas para viabilizar a geração de empregos no Brasil? Será que toda essa maré humana se esqueceu disso enquanto viu Lula criar 14 milhões de empregos com todos os direitos e com salários mais altos?
Até parece que o povo daria a mesma aprovação a Lula se a economia estivesse no fundo do poço como estava quando Serra, FHC e o resto deles estavam no poder. O atual presidente já teria caído há muito tempo, ou caminharia para o mesmo destino de FHC em 2002.
Note-se que a clareza da população sobre a situação política é tão grande que em 2006, com a mídia colocando imagens de pilhas de dinheiro para acusar Lula no horário nobre da TV e tudo, e com a economia muito menos vigorosa que hoje, o presidente foi reeleito por ampla margem de votos. O povo sabia o rumo em que o país tinha entrado.
O grande erro de Serra, de seu grupo político e de sua mídia foi o de subestimarem o povo, a capacidade do brasileiro de enxergar os fatos e, sobretudo, a melhora impressionante da qualidade de vida desencadeada por medidas e escolhas que a oposição e sua máquina de desinformação contestaram uma a uma com grande estardalhaço por anos a fio.
Como sempre se disse neste espaço, acima de tudo o que acontece nesta campanha eleitoral duas apostas estão se confrontando – uma feita pela direita midiática e outra pela centro-esquerda petista. Os conservadores apostam na burrice popular e os progressistas, no amadurecimento. Ainda que falte muito chão pela frente até 3 de outubro, até agora a aposta conservadora está virando pó.
Tenho certeza de que ao menos Serra já está repetindo para si mesmo a frase de James Carville e se perguntando por que, diabos, foi dar ouvidos ao Otavinho e companhia limitada.”,
FONTE: escrito por Eduardo Guimarães e publicado em seu blog “Cidadania.com” (http://www.blogcidadania.com.br/2010/08/e-a-economia-estupido/).
DÍVIDA/PIB: COMO ANDOU A RELAÇÃO?
Jornal “VALOR”
“Até 1994, quando o governo brasileiro concluiu as negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao mesmo tempo lançou o Plano Real, o grande foco da política fiscal do Estado estava na dívida externa. A dívida interna líquida do setor público variava em torno de 30% do Produto Interno Bruto (PIB).
Entre o lançamento do Real, em julho daquele ano, e janeiro de 1999, a política econômica visava a paridade da nova moeda com o dólar. Para isso, o Banco Central mantinha elevada a Selic, a taxa de juros básica. Do piso de 28% que a relação dívida/PIB obteve em 1995 houve uma alta de dez pontos percentuais em quatro anos, atingindo 38,9% ao fim de 1998. A crise cambial de janeiro de 1999 elevou o endividamento ao tornar mais caro o mesmo saldo com o exterior – em apenas um mês (dezembro de 98 e janeiro de 99), a dívida passou de 38,9% para 47,1% do PIB.
A reversão cambial de 2002 produziu o mesmo efeito sobre o endividamento do Estado brasileiro, que atingiu a máxima de 63,1% do PIB em setembro daquele ano.
De lá para cá, houve redução gradual dessa relação, que oscilava em torno de 43% em meados de 2008. A explosão da crise mundial e a desvalorização cambial decorrente, no entanto, não repetiu 1999 e 2002 – a dívida encolheu mais de quatro pontos percentuais apenas por efeito cambial, uma vez que o denominador, o PIB, recuara.”
FONTE: publicado no jornal “Valor Econômico” e postado no blog de Luis Favre (http://blogdofavre.ig.com.br/).
“Até 1994, quando o governo brasileiro concluiu as negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao mesmo tempo lançou o Plano Real, o grande foco da política fiscal do Estado estava na dívida externa. A dívida interna líquida do setor público variava em torno de 30% do Produto Interno Bruto (PIB).
Entre o lançamento do Real, em julho daquele ano, e janeiro de 1999, a política econômica visava a paridade da nova moeda com o dólar. Para isso, o Banco Central mantinha elevada a Selic, a taxa de juros básica. Do piso de 28% que a relação dívida/PIB obteve em 1995 houve uma alta de dez pontos percentuais em quatro anos, atingindo 38,9% ao fim de 1998. A crise cambial de janeiro de 1999 elevou o endividamento ao tornar mais caro o mesmo saldo com o exterior – em apenas um mês (dezembro de 98 e janeiro de 99), a dívida passou de 38,9% para 47,1% do PIB.
A reversão cambial de 2002 produziu o mesmo efeito sobre o endividamento do Estado brasileiro, que atingiu a máxima de 63,1% do PIB em setembro daquele ano.
De lá para cá, houve redução gradual dessa relação, que oscilava em torno de 43% em meados de 2008. A explosão da crise mundial e a desvalorização cambial decorrente, no entanto, não repetiu 1999 e 2002 – a dívida encolheu mais de quatro pontos percentuais apenas por efeito cambial, uma vez que o denominador, o PIB, recuara.”
FONTE: publicado no jornal “Valor Econômico” e postado no blog de Luis Favre (http://blogdofavre.ig.com.br/).
BIONDI E O LIVRO QUE DESNUDOU AS PRIVATIZAÇÕES
Por Flamarion Maués
“Em julho passado completaram-se dez anos da morte de Aloysio Biondi, certamente um dos mais importantes jornalistas que o Brasil teve, atuante dos anos 1960 até 2000, quase sempre na área de economia.
Conheci o Aloysio por conta do livro “O Brasil privatizado: um balanço do desmonte do Estado” – o único que ele publicou em vida. Fui o editor do livro, e vou, nesta coluna, contar um pouco do que lembro dessa experiência e, sem maiores pretensões, prestar minha homenagem ao Aloysio.
Em 1998 estávamos no auge das privatizações no Brasil, com o risco iminente de que a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também tivessem este destino. Eu era o coordenador editorial da Editora Fundação Perseu Abramo – ligada ao PT – e nas conversas no conselho editorial e no conselho curador da Fundação havia a convicção de que era importante produzir um livro sobre as privatizações, para denunciar o que estava acontecendo e, ao mesmo tempo, servir como uma fonte de informações para o debate sobre o tema, pois não havia uma sistematização dessas informações para o grande público.
Essa preocupação se ligava à ideia de iniciar uma coleção de livros populares, curtos, com liguagem direta, informativos, de preço baixo. Livros voltados para a militância política do PT e dos demais partidos de esquerda que se opunham às privatizações e ao governo FHC. O livro sobre este tema com certeza faria parte dessa coleção. Um dos diferenciais da coleção, imaginávamos, é que queríamos fazer vendas diretas de livros para sindicatos, pois acreditávamos que os livros poderiam ser úteis a eles no debate político com os trabalhadores que representavam e com a sociedade. E também seria uma forma de a nossa editora conseguir chegar a mais gente, ter tiragens e vendas maiores.
Acho que fui eu que sugeri o nome do Aloysio para fazer o livro – mas, como a memória é enganadora, não dou 100% de certeza sobre isso. Eu lia os artigos que ele escrevia então na Folha de S. Paulo, muitos dos quais tratavam das privatizações, e ficava muito impressionado com as informações e as análises que ele fazia, e também com a clareza do seu texto, simples e didático sem ser simplista nem chato. Ele era dos poucos jornalistas que questionavam de modo consistente os pressupostos e os métodos da privatização.
Nunca tinha falado com o Aloysio antes. Consegui o telefone dele e liguei, isso no final de 1998 ou comecinho de 1999. Apresentei-me, falei da ideia do livro e perguntei se ele topava, se tinha interesse em fazer o livro. Ele foi muito simpático e receptivo, estava disposto a encarar o desafio, disse mesmo que já tinha pensado na ideia de fazer um livro sobre o tema, mas, sabe como é, na correria da vida de jornalista, sempre faltava tempo para pôr o plano em andamento.
Marcamos de conversar pessoalmente. Ele veio à editora, que nessa época já estava instalada numa casa na Vila Mariana. Com o seu ar bonachão e simpático, sempre atencioso, eu fui logo conquistado pelo Aloysio. Era difícil dizer não para ele. O Aloysio gostava de conversar, de bater papo, de contar histórias. Cada reunião se transformava em uma agradável conversa, em que eu podia desfrutar um pouco de toda a sua experiência e de seus conhecimentos.
Ele gostou muito da ideia da coleção – que veio a ser batizada de “Brasil Urgente” –, pois achava importante que o livro tivesse aquelas características que propúnhamos para a coleção: texto sucinto, liguagem direta, muita informação, preço acessível. Propus que ele fizesse um roteiro inicial do livro para podermos discutir melhor como seria o texto, o que seria destacado, coisas que não podiam faltar etc. Em pouco tempo, talvez uns dez dias, ele mandou o roteiro, que pouco foi modificado. E logo começou o trabalho de ampliar as pesquisas para o livro e iniciar a redação.
Teria que consultar documentos da editora para poder dizer com exatidão quanto tempo ele levou para concluir o livro, mas não foi muito tempo. Na verdade, as ideias básicas do livro já estavam nos artigos que ele escrevia nos jornais. Mas o Aloysio, junto com o Antonio, seu filho, fez uma extensa e exaustiva pesquisa para levantar novas informações e complementar as já existentes.
“Levantamos materiais no BNDES, na Petrobras, nos arquivos dos principais jornais, em várias frentes, enfim, para poder aprofundar os temas”, lembra o Antonio. Com esta massa de informações nas mãos, faltava depurá-las e amarrar os diversos aspectos levantados, o que ele fez com entusiasmo e com a sua grande capacidade de trabalho e análise.
Assim, em dois ou três meses, se não estiver enganado, o livro estava escrito. Claro que a etapa final foi um pouco sofrida, eu cobrando a entrega dos originais e ele sempre pedindo uns dias a mais para ver alguns detalhes – ou seja, algo comum na relação editor–autor. Até que ele começou a enviar os originais, mais ou menos um capítulo a cada dia. E o seu método era todo especial, característico de alguém que já tinha passado dos 60 e ainda não se adaptara bem às novidades do email e da internet (em 1999, isso ainda não era tão disseminado como é hoje).
Ele mandava os capítulos por fax. Só que o Aloysio não tinha fax em casa. Ele ia numa papelaria perto do prédio em que morava e de lá passava o fax. E os capítulos iam chegando, eu mandava digitar e em poucos dias tínhamos o livro completo.
O livro era impactante. São menos de cem laudas de texto, mas é um material riquíssimo em informações e em análises que mostravam o alcance e a gravidade do que estava acontecendo no país, com a entrega de mão beijada de um patrimônio construído pela sociedade brasileira durante décadas. O grande mérito do livro – além da linguagem clara e direta – talvez tenha sido o fato de ter sintetizado e reunido as informações que nos permitiram ter uma visão geral do desmonte a que o Estado brasileiro estava sendo submetido, nas comunicações, no setor bancário, no petróleo, na mineração etc.
Lembro que a Zilah Abramo, na época vice-presidente da Fundação Perseu Abramo, levou o texto para ler em casa e no dia seguinte estava estupefata: “Li o texto à noite e nem dormi direito. Fiquei chocada! O que está acontecendo é muito grave e a gente não tem noção”, foi mais ou menos o que ela me disse.
E assim era com a maior parte das pessoas que liam o texto – a mesma reação que os leitores teriam quando o livro foi lançado.
O Brasil privatizado foi o primeiro volume da coleção “Brasil Urgente”, lançado em abril de 1999 [o livro está disponível gratuitamente em link http://www.fpa.org.br/o-que-fazemos/editora/livros/brasil-privatizado-o-um-balanco-do-desmonte-do-estado].
O projeto gráfico da coleção foi feito pelo Gilberto Maringoni – excelente artista gráfico, ilustrador e quadrinhista, além de historiador e jornalista. Para atender aos objetivos propostos, o livro tinha apenas 48 páginas, em um formato que era um híbrido de livro e revista. E o preço de capa era R$ 5, o que hoje deve equivaler a algo como R$ 10.
O livro foi um grande sucesso, tanto na venda para as livrarias e o público em geral, como na venda para os sindicatos – pois aquela ideia de que os sindicatos comprassem livros e os distribuíssem para seus associados de fato deu certo. Houve sindicatos e federações de trabalhadores que encomendarem 10 mil, até 20 mil exemplares. No total, foram mais de 140 mil exemplares vendidos em menos de um ano – dos quais cerca de 80 mil foram vendas diretas para sindicatos. Nessa parte comercial, a pessoa que carregou o piano a ajudou a que se chegasse a esses números foi a Gizele Santos, na época a gerente comercial da editora.
E posso dizer com tranquilidade que o Aloysio recebeu religiosamente os direitos autorais de todos os exemplares vendidos – durante este período ele teve uma fonte de renda extra. Mas vale lembrar também que no caso das vendas para os sindicatos o percentual de direitos autorais era menor, pois a ideia era vender aos sindicatos ao menor preço possível, para viabilizar grandes tiragens. E o Aloysio concordou inteiramente com isso, pois o interesse principal dele não era lucrar com o livro, mas sim fazer com que a obra chegasse ao maior número de pessoas.
E de fato o livro teve um papel político importante, pois serviu de instrumento de denúncia e de mobilização contra as privatizações. Tornou-se uma espécie de cartilha da luta contra as privatizações do governo FHC. Até hoje é usado para estudar esse processo. Além disso, como me lembrou o Antonio, o livro teve uma edição em espanhol, feita no Paraguai pela Frente Sindical y Social e pela editora Generación.
Durante os meses seguintes à publicação do livro, o Aloysio viajou por todo o país fazendo lançamentos e palestras, sempre a convite de sindicatos, federações, associações de trabalhadores etc. Foi algo que lhe deu muita satisfação, dava para perceber, ele gostava dessas viagens, dos eventos, de falar para grandes plateias sobre o tema, isso lhe dava ânimo e vigor, apesar de ser cansativo.
E quando já estávamos encaminhando a continuação do livro, um segundo volume, veio a morte do Aloysio, repentina, nos pegando de surpresa. Mesmo assim, e também como uma homenagem ao Aloysio, “O Brasil privatizado II” saiu um pouco depois, feito com base nos seus artigos para os jornais e organizado pelo Antonio Biondi. Mas essa já é outra história.
Enfim, acho que o lançamento do livro foi um momento importante para o Aloysio, ele que já era um jornalista consagrado, com passagens marcantes pelas revistas Visão, Veja, Bundas, Caros Amigos e Revista dos Bancários, e pelos jornais Gazeta Mercantil, DCI, Folha de S. Paulo e Diário Popular. O livro parecia oferecer a possibilidade de uma nova etapa em sua vida profissional, mas que infelizmente durou muito pouco tempo.
A sua morte foi uma perda enorme. O Aloysio podia estar ainda aqui hoje produzindo plenamente, descobrindo informações que só ele conseguia, analisando criticamente o Brasil, e com certeza teria um olhar crítico para diversas questões do governo Lula – apesar de que ele certamente vibraria com o fato de milhões de pessoas terem tido a possibilidade de uma vida mais digna nestes últimos anos.
E para mim, a edição do livro foi uma grande experiência como editor – além de ter me permitido, ainda que por um período curto, desfrutar da amizade de uma grande figura humana.
Os filhos e amigos do Aloysio montaram um site* muito bom sobre sua vida e obra. Vale a pena visitar.” [*http://www.aloysiobiondi.com.br/]
FONTE: escrito por Flamarion Maués, editor de livros e historiador.Publicado no blog “Escrivinhador”, do jornalista Rodrigo Vianna (http://www.rodrigovianna.com.br/colunas/livros-e-historia/aloysio-biondi-e-o-livro-que-desnudou-as-privatizacoes.html).
PRESIDENTE DA COLÔMBIA REDUZ SERRA E DA COSTA A "TERRORISTAS DA MENTIRA"
Brizola Neto
"Publicadas na inssuspetíssima [por ser tucaníssima] “Veja”, as declarações de Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia e – atenção – ex-Ministro da Defesa daquele país:
“VEJA: O partido do presidente Lula, o PT, tem relações documentadas com as FARC. O senhor pretende obter de Lula o repúdio público à guerrilha, nos moldes da declaração feita por seu colega venezuelano Hugo Chávez?
Quando fui ministro da Defesa, minha experiência com o governo do presidente Lula foi muito positiva.
Obtive um rechaço categórico às FARC por parte do ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante uma viagem dele à Colômbia. Ele disse que não permitiria que as FARC tivessem nenhum tipo de presença ou influência no Brasil.
O ministro afirmou que os guerrilheiros seriam recebidos a tiros, o que nos causou uma impressão muito boa. Não tenho, portanto, percebido afinidade ou complacência do governo Lula com o terrorismo e estou certo de que, quando nos sentarmos para conversar, essa será a posição do presidente brasileiro.
VEJA: Documentos encontrados nos computadores de Raúl Reyes (chefe guerrilheiro morto por comandos colombianos em 2008 no lado equatoriano da fronteira) revelam contatos bem amigáveis entre as FARC e alguns integrantes do PT…
Sim, é possível que tenha ocorrido algum contato do PT com as FARC — assim como as FARC tiveram contato com diversos políticos colombianos, inclusive comigo. Tive contato com as FARC durante os processos de paz.
O fato de alguns nomes de brasileiros terem aparecido nos computadores das FARC não necessariamente significa que aquelas pessoas sejam cúmplices com grupos fora da lei. Uma coisa é estabelecer contatos, outra é ser cúmplice”.
Eu, se fosse a direção do PT, mandava anexar a “Veja” ao processo movido contra a dupla tucano-demo.”
FONTE: escrito por Brizola Neto e publicado em seu blog “Tijolaço” (http://www.tijolaco.com/).
TUCANO COM SORTE DE URUBU
Brizola Neto
“Nada dá certo para o tucano José Serra. Ele anda com uma sorte de urubu. Ontem, ele ia fazer uma demagogia barata posando para fotos junto do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo – lembra do tal “Cansei”? – para registrar a “virada” de R$ 800 bilhões em tributos. Mas aí…
Vou deixar a narrtiva por conta da repórter Carolina freitas, do “Radar Político” do Estadão:
“Em frente ao painel, localizado na região central da capital paulista, desde as 11h20, Serra esperava a virada, ao lado do candidato tucano ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de líderes do PSDB e DEM. Por volta do meio dia, quando faltavam cerca de R$ 7 milhões para a virada, o letreiro apagou.
Serra ficou sobre um viaduto acenando para populares, enquanto o candidato a vice de Alckmin, Guilherme Afif Domingos, tentava solucionar o problema. Dez minutos depois, Afif trouxe a notícia: “o sistema que registra a arrecadação no Paraná caiu. Não foi aqui”.
Com o painel apagado, Serra resolveu fazer uma curta caminhada pelo centro e tomar um café em uma lanchonete.”
Serra está com uma sorte danada. O site de campanha caiu, o impostômetro caiu, o Ibope caiu, o Datafolha caiu e, do jeito que vai, a casa caiu…”
FONTE: escrito por Brizola Neto em seu blog “Tijolaço” (http://www.tijolaco.com/).
RABINO DO GOVERNO DE ISRAEL PREGA A MORTE DE TODOS OS PALESTINOS
Mapas sobre a crescente invasão militar e ocupação civil por Israel das terras e fontes de água dos palestinos
O RABINO ISRAELENSE OVADIA YOSEF, LÍDER ESPIRITUAL DO PARTIDO RELIGIOSO SHAS - QUE FAZ PARTE DO GOVERNO, DIZ QUE ABBAS E PALESTINOS DEVERIAM MORRER
“Um influente rabino israelense disse que Deus deveria enviar uma praga contra os palestinos e seu líder, pedindo sua morte num violento sermão antes do início das negociações de paz no Oriente Médio na próxima semana.
"Abu Mazen e todas essas pessoas malignas deveriam desaparecer da terra", disse o rabino Ovadia Yosef, líder espiritual do partido religioso Shas - que faz parte do governo -, num sermão na noite de sábado, chamando o presidente palestino pelo seu nome popular.
"Deus deveria atacá-los e a esses palestinos - malvados que odeiam Israel - com a praga", declarou o rabino de 89 anos em seu sermão semanal frente a fiéis, que teve partes transmitidas pelo rádio israelense no domingo.
O clérigo israelense fez comentários semelhantes antes. O mais conhecido foi em 2001, quando pediu a aniquilação dos árabes e disse que era proibido ter piedade deles.
Depois ele afirmou que estava se referindo apenas a "terroristas" que atacam os israelenses [malvados insurgentes “terroristas” contrários à invasão militar e à usurpação de seus territórios palestinos pelos israelenses].
Seus comentários mais recentes não tiveram respostas imediatas de líderes palestinos nem israelenses. Estes, por sua vez, são rápidos em condenar o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, acusando-o de negar o holocausto.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e Abbas devem retomar negociações diretas de paz na quinta-feira em Washington, na primeira reunião do tipo em 20 meses, num processo de paz que inclui compromissos de ambas as partes para evitar provocações.”
FONTE: publicado no portal G1 e portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135936&id_secao=9) [título, mapa, subtítulo e entre colchetes colocados por este blog].
RODRIGO VIANNA DIZ QUE BLOGUES SÃO CONTRAPONTO DA GRANDE MÍDIA
Leandro Fortes (“Brasília, Eu Vi”) e Rodrigo Vianna (“O Escrevinhador”), durante mesa de abertura do 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas
“323 jornalistas e comunicadores se juntaram para discutir o poder e o alcance dos blogues e debater a comunicação – de maneira geral – em São Paulo (SP), durante o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. O encontro ocorrido entre os dias 20 e 22 de agosto aproximou uma rede em expansão na internet de blogueiros conhecidos por fazerem o contraponto jornalístico dos fatos e opiniões da grande mídia. Acompanhe entrevista com Rodrigo Vianna, pela Rádio Agência NP.
Do portal “Conversa Afiada”:
“Os jornalistas se classificam como independentes e ativistas dos movimentos sociais. O uso do blog foi a maneira que encontraram para driblar o bloqueio midiático a determinados assuntos e combater a concentração dos veículos de comunicação no Brasil.
A Radioagência NP conversou sobre o Encontro de Blogueiros com um dos organizadores do evento, o jornalista Rodrigo Vianna. Rodrigo também é diretor de Comunicação do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, que articulou o fórum.
Radioagência NP: Rodrigo, a partir do encontro, os blogueiros se dispuseram a fazer reuniões em pelo menos 19 estados brasileiros. Você considera que esse primeiro encontro foi um marco da comunicação social no Brasil?
Rodrigo Vianna: Sim, foi um marco da comunicação no Brasil, inclusive isso acabou entrando até na agenda da campanha eleitoral. Um dos candidatos, que está meio nervoso nas últimas semanas, chegou a fazer uma declaração desqualificando os blogues. Mas, na verdade, passou um recibo da importância relativa que os blogues já têm no debate em comunicação no Brasil. Em muitas cidades, há dezenas de blogueiros que conseguem ser um contraponto à imprensa escrita tradicional, ou seja, a velha imprensa brasileira que é controlada por meia dúzia de famílias. Então, é um marco porque ele colocou frente a frente as pessoas que estão fazendo esse contraponto e essa rede dos blogueiros, que já é forte, vai ficar mais forte ainda a partir do Encontro.
RNP: O que seria o Partido da Imprensa Golpista (PIG)?
RV: Olha esse termo PIG, que é um termo bem-humorado para se referir a esse Partido da Imprensa Golpista, surgiu a partir de um discurso de um deputado federal Fernando Ferro (PT/PE). Ele estava fazendo justamente a análise da grande imprensa brasileira, no momento específico de 2005 e 2006, e isso criou uma onda que aparentemente queria derrubar o governo federal. E a partir disso o jornalista Paulo Henrique Amorim cunhou esse termo PIG e a gente usa esse termo nos blogues para se referir a essa velha imprensa, que tem tido um papel no mínimo complicado nos últimos anos no Brasil.
RNP: Como a afirmação de Serra sobre os “blogues sujos” foi recebida pelos Blogueiros Progressistas?
RV: Foi tratada na base da galhofa que é como merece ser tratado um candidato se referir dessa maneira aos blogues, ele que tem uma relação tão próxima com a velha imprensa. Ele, na verdade, fez o porta-voz da velha imprensa. A gente já não sabe mais se a imprensa é porta-voz desse candidato ou se ele é porta-voz da velha imprensa. Então, foi tratado assim, na base da galhofa, porque não dá pra levar a sério um negócio desse.
RNP: O Blog Cloaca News vai pedir explicações de Serra na Justiça sobre o que seria "os blogues sujos", é isso?
RV: É, vai pedir que ele nomeie, pois ele fez uma referência genérica. Aí, o Cloaca News - que é um blog que mistura investigação com bom humor - disse que vai interpelar o Serra judicialmente, para que o candidato diga quem são esses blogues que ele considera “blogues sujos”. E o Paulo Henrique Amorim, durante o Encontro de Blogueiros, propôs que a gente desse um prêmio ao Serra de “twittero cascão” por disseminar sujeiras em certos momentos pela rede de computadores.
RNP: Como você avalia o papel dos blogues nesta eleição?
RV: Aquilo que a gente faz é um contraponto, eles já não falam sozinhos. De 2005 para cá, os jornais e as revistas - que eu chamo de velha imprensa - caminharam de um lado só. Todos passaram a fazer oposição ao governo federal. Não que o governo não mereça críticas, há muitos temas em que a crítica deve ser feita e quando há corrupção o jornalista tem que mostrar, mas foi uma coisa unilateral.
A tal ponto que a presidenta da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Judith Brito, que é também diretora da Folha de S. Paulo, disse que, dada a fragilidade da oposição partidária, a imprensa passava a fazer o papel de oposição. Eles dizem que são isentos, mas não existe essa história de isenção completa na imprensa. Eu acho que a pessoa pode ter um lado, mas deve se prender à verdade factual. Por isso que os blogues crescem tanto, por culpa também do péssimo serviço de informação que a velha imprensa brasileira faz em nosso país.
RNP: Durante o encontro, vocês também deixaram claro o apoio à Ação Direta de Inscontitucionalidade (Adin), que o jurista Fábio Conder Komparato entrou no Supremo Tribunal Federal. Essa ADIN é para regulamentar artigos da Constituição sobre comunicação?
RV: O professor Fábio Conder Komparato vai ingressar, ele ainda não ingressou. Ele vai ingressar em nome de entidades na área de comunicação, com apoio de centrais sindicais e sindicatos e dos blogueiros do Encontro Nacional dos Blogueiros. É uma ação pedindo que o Estado faça cumprir o que está na Constituição.
Há vários artigos da área de comunicação que não são cumpridos, por exemplo, o que diz que não pode existir oligopólio e propriedade cruzada dos meios de comunicação. [Hoje] uma única família é dona do rádio, da televisão, do jornal, da internet, da TV a cabo. Não dá. É muito poder concentrado e a Constituição veda isso. Mas o Brasil não coloca isso em prática por causa do poder dessas famílias. Então o Brasil tem que questionar o poder dessa meia dúzia de famílias que ainda mandam na comunicação brasileira.”
FONTE: entrevista conduzida pela Rádio Agência NP. Publicada no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135981&id_secao=6).
VEM POR AÍ A CANTILENA DA “AMEAÇA À DEMOCRACIA”
LUIZ MANFREDINI: VEM POR AÍ A CANTILENA DA “AMEAÇA À DEMOCRACIA”
“É SEMPRE ASSIM: DERROTADA, A DIREITA SE DIZ VÍTIMA DE UMA ESQUERDA QUE, A SEU VER OPORTUNISTA, A ESMAGA E, ASSIM, “AMEAÇA A ORDEM DEMOCRÁTICA”.
Por Luiz Manfredini
“A oposição, ao longo dos últimos oito anos, assacou contra o presidente Lula uma constelação de achincalhes e vitupérios. Houve até um senador amazonense que ameaçou bater fisicamente em Lula. É claro que os ataques sempre foram modulados pelas conveniências político-eleitorais da oposição, e tornaram-se mais difíceis nos últimos tempos, quando o prestígio popular alcançou patamares estratosféricos e insultá-lo passou a ser eleitoralmente desvantajoso. Mas que existiram, essas afrontas, existiram e, convenhamos, bem contundentes. A tudo o Presidente assistiu com espírito, digamos, paciencioso, com o bom humor de sempre e a profunda convicção democrática que o caracteriza.
No entanto, bastou Lula, em campanha pela eleição de Dilma, elevar um pouco o tom contra os adversários, e o caldo parece ter entornado, com a oposição sacudida por um histerismo desmesurado.
O fato ocorreu na última sexta-feira, 27, num comício em Pernambuco. Atacados politicamente pelo Presidente, o Deputado-Federal Raul Jugmann (PPS), candidato ao Senado na chapa do tucano-peemedebista Jarbas Vasconcelos, protagonizou uma cena que mescla ridículo, destempero e oportunismo. O parlamentar afirmou que cogita pedir “garantia de vida à Polícia Federal”. “Vou declarar-me o primeiro perseguido político da era do chavismo lulista”, berrou. Para ele, Lula quer “esmagar” a oposição, num coro alimentado por Vasconcelos, para quem o presidente “se considera acima de tudo, da Constituição, da Justiça, do Tribunal de Contas, do Congresso. É um semideus. Então, acha que pode tudo".
CONVERSA DE SEMPRE
A reação – entre lamuriosa e indignada - dos oposicionistas pernambucanos às críticas do presidente seria apenas ridícula não fosse a manifestação esperada de uma direita que, historicamente, se comporta assim: diante de suas derrotas frente a uma esquerda fortalecida, com enorme respaldo popular e, por isso, amplamente vitoriosa, começa a cacarejar – com o histrionismo de sempre - sobre uma suposta ameaça à ordem democrática.
A direita sempre se comporta assim, e não só no Brasil. Anos atrás, na Venezuela, a oposição decidiu não participar das eleições ao parlamento que, assim, terminou ocupado majoritariamente por chavistas. Daí, passou a gritar contra as “ameaças à democracia” decorrentes de um congresso com maioria situacionista. O sucesso popular de governos de esquerda – a Bolívia e o Equador são outros casos – é apresentado pelas direitas locais como “esmagamento da oposição” e, portanto, “ameaças à democracia”.
Preparemo-nos, portanto, para o incremento desse jogo oportunista no Brasil já no contexto dessas eleições. Envelhecida, sem propostas e lideranças carismáticas, deslocada do que o Brasil vive atualmente e dos anseios populares, a direita recorre aos velhos cantochões que, aos mais antigos, já não assusta, embora entedie. Ora é o discurso do medo, ora o da competência, ora esse berreiro sobre liberdade política, tudo isso tratado com a teatralidade necessária para criar, no eleitorado, um estado de espírito que a favoreça. Bem, não havendo propostas – ou melhor, não podendo a direita confessar seus desígnios, porque avessos aos interesses populares – só restam tais expedientes de baixo calão.
Democracia, para essa gente, é estar à vontade para exercer seu domínio autoritário e elitista em favor dos mais ricos, serviçal de interesses externos, considerando políticas sociais meras esmolas e o povo, afinal, um mal necessário. Tudo o que perturbe essa ordem de exploração, é apresentado como “ameaça à democracia”. Discurso velho, mas que ainda ilude alguns incautos.”
FONTE: escrito por Luiz Manfredini , jornalista e escritor paranaense, e publicado no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135975&id_secao=1).
“É SEMPRE ASSIM: DERROTADA, A DIREITA SE DIZ VÍTIMA DE UMA ESQUERDA QUE, A SEU VER OPORTUNISTA, A ESMAGA E, ASSIM, “AMEAÇA A ORDEM DEMOCRÁTICA”.
Por Luiz Manfredini
“A oposição, ao longo dos últimos oito anos, assacou contra o presidente Lula uma constelação de achincalhes e vitupérios. Houve até um senador amazonense que ameaçou bater fisicamente em Lula. É claro que os ataques sempre foram modulados pelas conveniências político-eleitorais da oposição, e tornaram-se mais difíceis nos últimos tempos, quando o prestígio popular alcançou patamares estratosféricos e insultá-lo passou a ser eleitoralmente desvantajoso. Mas que existiram, essas afrontas, existiram e, convenhamos, bem contundentes. A tudo o Presidente assistiu com espírito, digamos, paciencioso, com o bom humor de sempre e a profunda convicção democrática que o caracteriza.
No entanto, bastou Lula, em campanha pela eleição de Dilma, elevar um pouco o tom contra os adversários, e o caldo parece ter entornado, com a oposição sacudida por um histerismo desmesurado.
O fato ocorreu na última sexta-feira, 27, num comício em Pernambuco. Atacados politicamente pelo Presidente, o Deputado-Federal Raul Jugmann (PPS), candidato ao Senado na chapa do tucano-peemedebista Jarbas Vasconcelos, protagonizou uma cena que mescla ridículo, destempero e oportunismo. O parlamentar afirmou que cogita pedir “garantia de vida à Polícia Federal”. “Vou declarar-me o primeiro perseguido político da era do chavismo lulista”, berrou. Para ele, Lula quer “esmagar” a oposição, num coro alimentado por Vasconcelos, para quem o presidente “se considera acima de tudo, da Constituição, da Justiça, do Tribunal de Contas, do Congresso. É um semideus. Então, acha que pode tudo".
CONVERSA DE SEMPRE
A reação – entre lamuriosa e indignada - dos oposicionistas pernambucanos às críticas do presidente seria apenas ridícula não fosse a manifestação esperada de uma direita que, historicamente, se comporta assim: diante de suas derrotas frente a uma esquerda fortalecida, com enorme respaldo popular e, por isso, amplamente vitoriosa, começa a cacarejar – com o histrionismo de sempre - sobre uma suposta ameaça à ordem democrática.
A direita sempre se comporta assim, e não só no Brasil. Anos atrás, na Venezuela, a oposição decidiu não participar das eleições ao parlamento que, assim, terminou ocupado majoritariamente por chavistas. Daí, passou a gritar contra as “ameaças à democracia” decorrentes de um congresso com maioria situacionista. O sucesso popular de governos de esquerda – a Bolívia e o Equador são outros casos – é apresentado pelas direitas locais como “esmagamento da oposição” e, portanto, “ameaças à democracia”.
Preparemo-nos, portanto, para o incremento desse jogo oportunista no Brasil já no contexto dessas eleições. Envelhecida, sem propostas e lideranças carismáticas, deslocada do que o Brasil vive atualmente e dos anseios populares, a direita recorre aos velhos cantochões que, aos mais antigos, já não assusta, embora entedie. Ora é o discurso do medo, ora o da competência, ora esse berreiro sobre liberdade política, tudo isso tratado com a teatralidade necessária para criar, no eleitorado, um estado de espírito que a favoreça. Bem, não havendo propostas – ou melhor, não podendo a direita confessar seus desígnios, porque avessos aos interesses populares – só restam tais expedientes de baixo calão.
Democracia, para essa gente, é estar à vontade para exercer seu domínio autoritário e elitista em favor dos mais ricos, serviçal de interesses externos, considerando políticas sociais meras esmolas e o povo, afinal, um mal necessário. Tudo o que perturbe essa ordem de exploração, é apresentado como “ameaça à democracia”. Discurso velho, mas que ainda ilude alguns incautos.”
FONTE: escrito por Luiz Manfredini , jornalista e escritor paranaense, e publicado no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135975&id_secao=1).
SERRA ABRAÇA DISCURSO DA DITADURA EM ENCONTRO COM MILITARES
“O tucano acusou o PT de formar uma "república sindicalista", colocou-se contra a punição de crimes da ditadura e afirmou que o Brasil ajudou "ditador do Irã". Parece ter esquecido que era presidente da União Nacional de Estudantes (UNE) em 1964 e discursou no comício da Central do Brasil em defesa daquela que os golpistas de então classificavam de “república sindicalista”.
Protagonista do primeiro encontro de um candidato a presidente com oficiais das Forças Armadas nesta campanha, José Serra (PSDB) foi recebido sem muito entusiasmo pelos militares que compareceram ao Clube da Aeronáutica na tarde de sexta-feira (27).
A palestra, a primeira de uma série que terá também as candidatas Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff (PT), foi assistida por cerca de 200 pessoas, plateia que sequer conseguiu encher a sala reservada ao evento, e foi fechada à imprensa a pedido do candidato. Além de pouco público, também chamou a atenção na palestra a presença de muitos oficiais da reserva, alguns com clara posição antipetista, e a ausência dos atuais comandantes das três forças.
Descontraído, o ex-governador jogou para a plateia quando lembrou os temores militares frente ao governo de João Goulart e acusou o PT de ter formado "uma república de sindicalistas". O tucano também manifestou posição contrária ao Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) e ao que qualificou como "tentativa de controle da imprensa" por parte do governo petista. Serra também criticou a política externa brasileira e citou a "quebra do sigilo fiscal de pessoas próximas na Receita Federal".
"O PNDH cria uma espécie de tribunal que iria permanentemente julgar a imprensa, para efeito desse controle. Há, além do mais, por parte do governo, uma ofensiva econômica em relação à imprensa"
Serra, que no passado foi perseguido político e exilado pela ditadura militar, não hesitou em condenar aqueles que pregam punição para os crimes de tortura cometido pelos militares: "Reabrir a questão da anistia para mim é um equívoco porque a anistia valeu pra todos e ao meu ver não é algo que deveria ser reaberto. Uma coisa é ter conhecimento do que aconteceu etc. Outra é a reabertura dos processos que, aliás, pegaria gente dos dois lados. Permanentemente se procura reabrir essa questão, inclusive em nível ministerial, no atual governo", disse.
O poder do atual governo, segundo o candidato do PSDB, se dá "através da internet e da máquina sindical". Nesse momento, Serra chegou a citar o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart em 1964: "Em 64, uma grande motivação para a derrubada do Jango era a idéia da república sindicalista. Quem estava por dentro sabia que isso não tinha a menor possibilidade de acontecer. Mas, eles [do PT] fizeram agora a verdadeira república sindicalista. Mas, não é pra fazer socialismo, estatismo, nada disso. É para curtir, e é uma máquina poderosa, que conta com internet etc".
A política de direitos humanos do governo Lula foi o principal alvo do tucano, que chegou a afirmar que o PNDH "criminaliza quem não defende o aborto", para em seguida acrescentar: "Nesse mesmo programa de direitos humanos, passa-se por cima da ordem jurídica do país, por exemplo, no caso das invasões. O PNDH prevê que as invasões não poderão ser enfrentadas mediante ordem judicial e cria uma instância intermediária, um fórum para decidir se tal invasão é correta etc. Isso viola o direito de propriedade".
Serra voltou a criticar o "conferencismo" do atual governo e a se queixar da "pressão" sobre a mídia: "Outro aspecto é o controle da imprensa, que se dá através de congressos e de conferências, mas, na prática, prevê o controle e o monitoramento da imprensa.
Inclusive na área propriamente de direitos humanos, direitos civis etc, o PNDH cria uma espécie de tribunal que iria permanentemente julgar a imprensa, para efeito desse controle. Há, além do mais, por parte do governo, uma ofensiva econômica em relação à imprensa", disse.
VIZINHOS "INCÔMODOS"
O tucano também aproveitou um velho ícone do imaginário militar de direita para criticar a política externa do governo Lula ao apontar que o Brasil reconheceu, "de maneira injustificada", a China como economia de mercado.
"A implicação prática disso é que nós não podemos adotar medidas de defesa comercial com a rapidez que seria possível caso não tivéssemos feito esse reconhecimento a troco de nada. Em matéria externa, nós não tivemos agressividade econômica, mas tivemos, sim, atividade política equivocada, dando trela para ditadores da pior espécie, como o ditador do Irã, inclusive armando uma encrenca diplomática para o Brasil inteiramente desnecessária".
A relação com os vizinhos latino-americanos também foi atacada por Serra: "Relações boas com Venezuela, Equador, Bolívia etc, tudo bem. Com Cuba, também. Eu sou partidário que os Estados Unidos levantem o cerco econômico a Cuba. Isso, aliás, ajudaria o processo cubano a caminhar para a democracia. Mas o fato é que são parcerias e coalizões antinorte-americanas que, na verdade, são mais um 'saludo a la bandera' em relação ao qual nós não temos interesse nenhum. Para não falar, como no caso da Bolívia, de uma espécie de cumplicidade com um governo que é cúmplice do contrabando de drogas para o Brasil".
Além de reiterar a insinuação de cumplicidade do governo brasileiro com o narcotráfico, Serra voltou a insinuar que o PT faz corpo-mole em relação às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc): "Eu li a declaração do comandante do Exército na Amazônia dizendo que tropas da Farc entraram no Brasil, por questões logísticas deles e também para o narcotráfico. Nossas fronteiras não estão sendo guardadas como deveriam ser", disse.
Os vizinhos mais pobres foram alvo de outras queixas do tucano, que lembrou que uma cidade fronteiriça boliviana, à época em que era ministro da Saúde, tinha 75% das pessoas com dengue. Serra também citou o pré-sal: "A fronteira marítima merece atenção especial por causa das riquezas do subsolo referentes ao petróleo.
Nós temos que ocupar nossas fronteiras. A tecnologia é muito importante e envolve as três armas. Quero criar uma guarda nacional especifica para trabalho de fronteira, não conflitante com o trabalho das Forças Armadas, e para florestas e meio ambiente", prometeu.
PASSADO DE DILMA
Parte da plateia da palestra de José Serra no Clube da Aeronáutica não escondeu o seu antipetismo. Uma questão elaborada pelos coronéis Ozires Labatu e Ernani Almeida indagou ao tucano: "Por quê os condutores de sua campanha se eximem de abrir a biografia da senhora Dilma e de expor as verdadeiras intenções do PT?".
Serra respondeu que "essa questão biográfica é uma questão mais complicada" e saiu pela tangente: "Eu não acho que deva ser a campanha quem discute o passado, a vida de cada um. O que mais me incomoda na biografia da Dilma é atribuírem a ela coisas que ela não fez. Isso me aflige mais do que a questão do passado político. Conheço gente que fez a luta armada - não conheci muitos, foram alguns - e que hoje estão com uma posição política correta e trabalhando direito", disse.
Em outra questão, o tenente-brigadeiro Carlos Almeida Batista repreendeu Serra por "cometer os mesmos erros de Geraldo Alckmin na campanha passada". O militar disse que Serra não explora "conquistas tucanas como o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal e as privatizações bem-sucedidas" e indagou: "Por quê o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não engaja em sua campanha como faz o Lula com a Dilma?".
Em sua resposta, Serra disse que as conquistas citadas pelo tenente-brigadeiro são "temas que não emocionam a população" e que "a internet é usada para a propagação da mentira". Sobre FHC, o tucano foi evasivo: "Quanto à participação do Fernando Henrique, ele tem plena liberdade para isso. Mas eles quiseram transformar a eleição na comparação entre dois governos e eleição não é isso. A meu ver, levar para esse tipo de comparação não é bom".
FONTE: publicado no site “Rede Brasil Atual” e no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135947&id_secao=1) [imagem colocada por este blog].
DILMA PROPÕE POPULARIZAR INTERNET E FACILITAR ACESSO A 40 MILHÕES DE PESSOAS
“Popularizar a internet e facilitar o acesso para mais de 40 milhões de brasileiros. Essa é a proposta da candidata pela coligação “Para o Brasil Seguir Mudando”, Dilma Rousseff, para um serviço de banda larga de qualidade e com preços mais acessíveis.
“Hoje o acesso à internet é limitado às classes média alta e alta, que somam mais ou menos 12 milhões de pessoas”, disse Dilma, em entrevista coletiva à imprensa na tarde deste domingo (29). “No Brasil, hoje, a banda larga é lenta e cara. Aqui se paga, por exemplo, duas vezes e meia mais do que no México.”
Ela pretende levar, até 2014, internet rápida por um preço entre R$ 15,00 e R$ 35,00 para as 27 capitais e 4.283 municípios, conforme está previsto no Plano Nacional de Banda Larga do Governo Federal.
Segundo Dilma, a ideia é atender a população em geral e as empresas (microempresários, médios e grandes) com acesso a serviço de qualidade com preços acessíveis. “No Brasil, isso vai significar acesso para a população em geral e também um instrumento de aumento de produtividade.”
A proposta é tornar a banda larga disponível por meio da Telebras, usando as fibras ópticas das empresas de eletricidade e dos gasodutos da Petrobras. Será uma rede básica de transmissão de dados, voz e imagens de grande extensão. O montante previsto para ser gasto é de pouco mais de R$ 3 bilhões.
PARCERIAS
O objetivo, também, é fazer parcerias com os prestadores de serviços, os provedores normais, com “lan houses” e comunidades para diversificar a produção e impulsionar a concorrência.
O Plano Nacional de Banda Larga foi formatado quando a candidata petista ainda estava na chefia da Casa Civil. Na quinta-feira passada (26), o governo federal anunciou a relação das cem cidades que terão acesso à internet rápida até o final de 2010.
Nesta primeira fase, serão beneficiadas mais de 14 milhões de pessoas. As cem cidades estão distribuídas nos seguintes estados: Alagoas, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, São Paulo, Bahia, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Maranhão, Piauí e Tocantins. Além desses estados, estão incluídas 15 capitais das regiões Sudeste e Nordeste, além do Distrito Federal.
Os critérios escolhidos para a seleção dos primeiros municípios atendidos são a existência de redes de fibra ótica, a proximidade de até 50 km com os pontos de presença, chamados de POPs, cidades com menor densidade de banda larga e com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), áreas urbanas pobres e densamente povoadas, além de áreas rurais e regiões remotas.”
FONTE: publicado no blog www.dilma13.com.br e no portal do PT (http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/eleicoes-2010-11/dilma-propoe-popularizar-internet-e-facilitar-acesso-a-40-milhoes-de-pessoas-17931.html).
“Hoje o acesso à internet é limitado às classes média alta e alta, que somam mais ou menos 12 milhões de pessoas”, disse Dilma, em entrevista coletiva à imprensa na tarde deste domingo (29). “No Brasil, hoje, a banda larga é lenta e cara. Aqui se paga, por exemplo, duas vezes e meia mais do que no México.”
Ela pretende levar, até 2014, internet rápida por um preço entre R$ 15,00 e R$ 35,00 para as 27 capitais e 4.283 municípios, conforme está previsto no Plano Nacional de Banda Larga do Governo Federal.
Segundo Dilma, a ideia é atender a população em geral e as empresas (microempresários, médios e grandes) com acesso a serviço de qualidade com preços acessíveis. “No Brasil, isso vai significar acesso para a população em geral e também um instrumento de aumento de produtividade.”
A proposta é tornar a banda larga disponível por meio da Telebras, usando as fibras ópticas das empresas de eletricidade e dos gasodutos da Petrobras. Será uma rede básica de transmissão de dados, voz e imagens de grande extensão. O montante previsto para ser gasto é de pouco mais de R$ 3 bilhões.
PARCERIAS
O objetivo, também, é fazer parcerias com os prestadores de serviços, os provedores normais, com “lan houses” e comunidades para diversificar a produção e impulsionar a concorrência.
O Plano Nacional de Banda Larga foi formatado quando a candidata petista ainda estava na chefia da Casa Civil. Na quinta-feira passada (26), o governo federal anunciou a relação das cem cidades que terão acesso à internet rápida até o final de 2010.
Nesta primeira fase, serão beneficiadas mais de 14 milhões de pessoas. As cem cidades estão distribuídas nos seguintes estados: Alagoas, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, São Paulo, Bahia, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Maranhão, Piauí e Tocantins. Além desses estados, estão incluídas 15 capitais das regiões Sudeste e Nordeste, além do Distrito Federal.
Os critérios escolhidos para a seleção dos primeiros municípios atendidos são a existência de redes de fibra ótica, a proximidade de até 50 km com os pontos de presença, chamados de POPs, cidades com menor densidade de banda larga e com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), áreas urbanas pobres e densamente povoadas, além de áreas rurais e regiões remotas.”
FONTE: publicado no blog www.dilma13.com.br e no portal do PT (http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/eleicoes-2010-11/dilma-propoe-popularizar-internet-e-facilitar-acesso-a-40-milhoes-de-pessoas-17931.html).
PRESIDENTE DO PT RESPONDE A EDITORIAL DO “ESTADÃO”
A FALSIDADE CONTINUADA CONTRA O PT
Resposta ao editorial do Estadão publicado na sexta-feira, 27 de agosto:
“O Partido dos Trabalhadores se constituiu na luta pela redemocratização do país, tendo como primado a vigência do Estado de Direito. Foi o exercício contínuo da democracia, com liberdade de expressão, de crítica e de imprensa, que conduziu o PT à Presidência da República, em eleições que expressaram a vontade soberana da maioria da população.
Foi a Democracia que nos trouxe até aqui e dela não vamos nos afastar jamais. Ao longo de sua existência, o PT esteve à frente de todas as iniciativas destinadas a aperfeiçoar e consolidar as práticas democráticas entre nós – desde a luta pelo restabelecimento do direito de greve e da liberdade de organização sindical e política, passando pela campanha das Diretas, a convocação da Assembléia Constituinte, até o aperfeiçoamento da legislação eleitoral.
O governo do presidente Lula vem atuando de forma republicana na reconstituição de instituições públicas essenciais que haviam sido esvaziadas, de maneira irresponsável, em governos passados. Por meio de concursos públicos e de investimentos submetidos à fiscalização do Congresso e do Ministério Público, o governo do PT está reconstituindo a capacidade do Estado para atender às demandas do país por saúde, educação, infraestrutura, segurança, desenvolvimento científico e tecnológico e proteção ambiental, dentre outras.
Compreendemos que outros partidos e setores da sociedade tenham visão distinta sobre a melhor maneira de colocar o Estado a serviço do desenvolvimento econômico e social do país. Mas não podemos aceitar que o legítimo debate político desborde para a agressão, a injúria e a calúnia, como faz o editorial do Estado de S. Paulo de 27 de agosto.
Não é verdade que o PT ou a campanha da nossa candidata, Dilma Rousseff, tenham buscado ou recebido, por meios ilegais, informações sobre políticos e homens de negócios ligados ao candidato da oposição – nem mesmo por interpostas pessoas, como diz o editorial.
Se a Folha de S. Paulo, em quem se socorre o editorial para repetir a afirmação infamante, teve acesso a dados sigilosos de quem quer que seja, cabe a ela apontar sua origem, antes de acusar o PT e a campanha. Repetir sistematicamente que tenham “circulado na campanha” ou conformem um dossiê que ninguém viu; repetir sem amparo em fontes, provas, sequer indícios, é mau jornalismo. É antiético. É uma continuada falsidade.
O PT não fez, não fará nem autoriza que em seu nome se faça qualquer ação fora da lei. Diante da notícia de vazamento de dados fiscais do vice-presidente do PSDB, fomos nós, do PT, que solicitamos a abertura de inquérito na Polícia Federal para esclarecer o fato. Buscamos a verdade.
Tomamos essa iniciativa porque consideramos incompatível com o Estado de Direito democrático a violação de direitos protegidos pela Constituição, não importando a motivação nem a preferência partidária de quem perpetra esse crime.
Agimos assim, à luz do dia e da lei, para que não se repitam episódios como a violação das dívidas com o Banco do Brasil de nove deputados do antigo PPB, que à época (1996) eram constrangidos a apoiar a emenda da reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Agimos assim para que não se repita a manipulação da Polícia Federal em benefício de intrigas palacianas, como ocorreu em 1995, quando um embaixador da confiança do ex-presidente teve seu telefone grampeado e suas conversas expostas.
Agimos assim em defesa das instituições em que acreditamos e dos cidadãos que representamos. Para que crimes como esses não fiquem impunes, como não deverá ficar impune a violação do sigilo fiscal dos diretores da Petrobras, devassado em junho do ano passado.
Certas vozes que hoje apontam, sem qualquer fundamento, uma suposta manipulação de setores do Estado no caso da Delegacia da Receita de Mauá, foram as primeiras a fazer exploração política do crime cometido contra os diretores da Petrobras. É uma seletividade que desqualifica a indignação.
Oferecemos esse artigo para publicação em respeito aos leitores, em defesa da verdade e em consonância com o equilíbrio editorial que notabilizou o Estado de S. Paulo ao longo de sua história. A seção de editoriais do jornal – que em outros tempos foi exemplo de independência e coragem política – recusou-se a fazê-lo, interditando o debate de argumentos no mesmo espaço em que fomos caluniados.
Como diriam os editorialistas que sabiam polemizar sem recorrer ao sofisma e à desfaçatez: Sic transit gloria mundi ["Assim passa a glória do mundo”; ou, também: "Coisas mundanas são passageiras"].
FONTE: escrito por José Eduardo Dutra, presidente nacional do PT” . Publicado no portal do PT (http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/eleicoes-2010-11/presidente-do-pt-responde-a-editorial-do-estadao-leia-o-texto-aqui-17951.html) [foto e entre colchetes, ao final, colocados por este blog].
POLÍTICA EXTERNA DE DILMA
PRIORIDADE SERIA AMÉRICA DO SUL, DIZEM ALIADOS
“Questionados sobre quais seriam as prioridades da política externa num eventual governo Dilma Rousseff, tanto Marco Aurélio Garcia quanto Celso Amorim citam a consolidação da integração sul-americana. Mas ambos negam que isso signifique evitar voos altos em outras áreas.
"O Brasil é um país grande, destinado a ter uma forte presença no mundo. Mas, em termos econômico-comerciais, as grandes lides do século 21 vão envolver grandes blocos. A América Latina, ou pelo menos a América do Sul, pode ser um bloco com muito peso", disse Amorim.
Os desafios são tirar o Mercosul da paralisia institucional, fruto de prolongado período de desavenças, e consolidar a a Unasul (União de Nações Sul-Americana), criada em 2008.
No Mercosul, Amorim vê avanços possíveis na liberalização de serviços e proteção de investimentos.
Nos temas globais, o presidente eleito deve acompanhar Lula na reunião do G20 financeiro, em 11 e 12 de novembro, na Coreia do Sul, e na Cop-16, que continua as discussões sobre mudança climática, em dezembro, no México.”
FONTE: reportagem de Claudia Antunes publicada na Folha de São Paulo.
“Questionados sobre quais seriam as prioridades da política externa num eventual governo Dilma Rousseff, tanto Marco Aurélio Garcia quanto Celso Amorim citam a consolidação da integração sul-americana. Mas ambos negam que isso signifique evitar voos altos em outras áreas.
"O Brasil é um país grande, destinado a ter uma forte presença no mundo. Mas, em termos econômico-comerciais, as grandes lides do século 21 vão envolver grandes blocos. A América Latina, ou pelo menos a América do Sul, pode ser um bloco com muito peso", disse Amorim.
Os desafios são tirar o Mercosul da paralisia institucional, fruto de prolongado período de desavenças, e consolidar a a Unasul (União de Nações Sul-Americana), criada em 2008.
No Mercosul, Amorim vê avanços possíveis na liberalização de serviços e proteção de investimentos.
Nos temas globais, o presidente eleito deve acompanhar Lula na reunião do G20 financeiro, em 11 e 12 de novembro, na Coreia do Sul, e na Cop-16, que continua as discussões sobre mudança climática, em dezembro, no México.”
FONTE: reportagem de Claudia Antunes publicada na Folha de São Paulo.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
SERRA AGE COMO “VIVANDEIRA ALVOROÇADA”
TUCANO VAI AOS QUARTÉIS
DE LÍDER ESTUDANTIL A VIVANDEIRA: SERRA AGORA DEU PARA BOLIR COM GRANADEIROS
“Eu os identifico a todos. E são muitos deles, os mesmos que, desde 1930, como vivandeiras alvoroçadas, vêm aos bivaques bolir com os granadeiros e provocar extravagâncias do poder militar”.
A frase acima é de Castelo Branco, o primeiro general-presidente da ditadura instalada em 64. Ele desprezava os civis que viviam a bater na porta dos quartéis a pedir a intervenção militar contra a turma de Vargas e Jango. No fim, Castelo ajudou a dar o golpe, mas seguiu a desprezar as “vivandeiras alvoroçadas”.
Lembrei da frase ao ler que Serra foi ao Clube da Aeronáutica, no Rio, e pediu para falar sem a presença da imprensa. Péssimo sinal. Queria provocar extravagâncias, mas sem testemunhas por perto.
Não adiantou. O portal IG publicou o que Serra teria dito: “o PT criou uma República Sindicalista”, berrou Serra aos militares. [ler a seguir (*)]
O tucano, desesperado e crispado de ódio pela eleição que lhe escapa entre os dedos, apela para o discurso de extrema-direita. É o mesmo linguajar dos golpistas de 64 – que agora transborda da boca de um ex-lider estudantil, cassado pela ditadura.
Serra mudou de lado. Virou uma vivandeira, a bolir com os granadeiros.
(*) Transcrição de “SERRA DIZ QUE PT CRIOU UMA 'REPÚBLICA SINDICALISTA”:
Em encontro com militares no Rio de Janeiro, candidato tucano afirmou ser contra a retomada da discussão da 'Lei da Anistia'
Reportagem de Raphael Gomide, do portal iG, no Rio de Janeiro, em 27/08/2010 (http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/serra+diz+que+pt+criou+uma+republica+sindicalista/n1237763243059.html):
José Serra na reunião no Clube de Aeronáutica, evento proibido aos jornalistas a pedido de Serra (Foto: Agência Estado)
“Falando [secretamente, por ele abolida a presença da imprensa] a militares da reserva e reformados, em palestra no Clube da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, o candidato tucano José Serra comparou o governo Lula ao de João Goulart, deposto no golpe de 1964, referindo-se a “uma república sindicalista”.
“Em 64, não sei se os senhores já estavam nas Forças Armadas, mas uma grande motivação da derrubada de Jango era a ideia, equivocada, de uma ‘república sindicalista’. Não tinha menor possibilidade, tal a fraqueza (do governo)... Mas eles (PT) fizeram agora uma república sindicalista. Não pelo socialismo, estatismo, mas para curtir”, afirmou ao grupo de cerca de 200 associados dos clubes militares.
Serra era presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) à época e discursou [a favor de ‘república sindicalista’] no comício da Central do Brasil, em 13 de março de 64, considerado um momento-chave para o golpe.
De acordo com Serra, o governo petista tem característica de “ocupação militar”, pelo loteamento de cargos na administração pública. “Quase a totalidade da administração pública está tomada. Na prefeitura de São Paulo também era assim. O PT tem características, sem ironias, de ocupação militar. É um Exército que tem que ser acomodado. Tudo é hierarquizado, loteado”, disse.”
FONTE: publicado no blog “Escrivinhador”, do jornalista Rodrigo Vianna (http://www.rodrigovianna.com.br/) [título colocado por este blog].
CONFISSÃO DE JORNAL TUCANO: “SE DEPENDESSE DOS DEMOTUCANOS, "PROUNI" NÃO EXISTIRIA
“Dilma disse a verdade quando acusou o ex-PFL de tentar destruir o programa no STF”.
Elio Gaspari
"Em benefício da qualidade do debate eleitoral, é necessário que seja esclarecida uma troca de farpas entre Dilma Rousseff e José Serra durante o debate do UOL/Folha.
Dilma atacou dizendo o seguinte: "O partido de seu vice entrou na Justiça para acabar com o ProUni. Se a Justiça aceitasse o pedido, como você explicaria essa atitude para 704 mil alunos que dependem do programa?".
Serra respondeu: "O DEM não entrou com processo para acabar com o ProUni. Foi uma questão de inconstitucionalidade, um aspecto".
Em seguida, o deputado Rodrigo Maia, presidente do DEM, foi na jugular: "Essa informação que ela deu é falsa, mentirosa".
Mentirosa foi a contradita. O ProUni foi criado pela medida provisória 213 no dia 10 de setembro de 2004. Duas semanas depois o PFL, pai do DEM, entrou no Supremo Tribunal Federal com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a iniciativa, e ela tomou o nome de ADI 3314.
O ProUni transferiu para o MEC a seleção dos estudantes que devem receber bolsas de estudo em universidades privadas. Antes dele, elas usufruíam benefícios tributários e concediam gratuidades de acordo com regras abstrusas e preferências de cada instituição ou de seus donos.
Com o ProUni, a seleção dos bolsistas (1 para cada outros 9 alunos) passou a ser impessoal, seguindo critérios sociais (1,5 salário mínimo per capita de renda familiar, para os benefícios integrais), de acordo com o desempenho dos estudantes nas provas do ENEM. Ninguém foi obrigado a aderir ao programa, só quem quisesse continuar isento de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, PIS e COFINS.
O DEM sustenta que são inconstitucionais a transferência da atribuição, o teto de renda familiar dos beneficiados, a fixação de normas de desempenho durante o curso, bem como as penas a que estariam sujeitas as faculdades que não cumprissem essas exigências.
A ADI do ex-PFL está no Supremo, na companhia de outras duas e todas já foram rebarbadas pelo relator do processo, o ministro Carlos Ayres Britto. Se ela vier a ser aceita pelo tribunal, bye bye ProUni.
Quando o PFL/DEM decidiu detonar a medida provisória 213, sabia o que estava fazendo. Sua petição, de 23 páginas, está até bem argumentada. O que não vale é tentar esconder o gesto às vésperas de eleição.
Em 1944, quando o presidente Franklin Roosevelt criou a GI Bill que, entre outras coisas, abria as universidades para os soldados que retornavam da guerra, houve políticos (poucos) e educadores (de peso) que combateram a iniciativa.
Todos tiveram a coragem de sustentar suas posições. Em dez anos, a GI Bill botou 2,2 milhões de jovens veteranos nas universidades, tornando-se uma das molas propulsoras de uma nova classe média americana.
O ProUni não criou as bolsas, ele apenas introduziu critérios de desempenho e de alcance social para a obtenção do incentivo. Desde 2004 o programa já formou 110 mil jovens, e há hoje outros 429 mil cursando universidades. Algum dia será possível comparar o efeito social e qualificador do ProUni na formação da nova classe média brasileira. Nessa ocasião, como hoje, o DEM ficará no lugar que escolheu.”
FONTE: escrito por Elio Gaspari e publicado na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2908201023.htm).[título colocado por este blog].
Elio Gaspari
"Em benefício da qualidade do debate eleitoral, é necessário que seja esclarecida uma troca de farpas entre Dilma Rousseff e José Serra durante o debate do UOL/Folha.
Dilma atacou dizendo o seguinte: "O partido de seu vice entrou na Justiça para acabar com o ProUni. Se a Justiça aceitasse o pedido, como você explicaria essa atitude para 704 mil alunos que dependem do programa?".
Serra respondeu: "O DEM não entrou com processo para acabar com o ProUni. Foi uma questão de inconstitucionalidade, um aspecto".
Em seguida, o deputado Rodrigo Maia, presidente do DEM, foi na jugular: "Essa informação que ela deu é falsa, mentirosa".
Mentirosa foi a contradita. O ProUni foi criado pela medida provisória 213 no dia 10 de setembro de 2004. Duas semanas depois o PFL, pai do DEM, entrou no Supremo Tribunal Federal com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a iniciativa, e ela tomou o nome de ADI 3314.
O ProUni transferiu para o MEC a seleção dos estudantes que devem receber bolsas de estudo em universidades privadas. Antes dele, elas usufruíam benefícios tributários e concediam gratuidades de acordo com regras abstrusas e preferências de cada instituição ou de seus donos.
Com o ProUni, a seleção dos bolsistas (1 para cada outros 9 alunos) passou a ser impessoal, seguindo critérios sociais (1,5 salário mínimo per capita de renda familiar, para os benefícios integrais), de acordo com o desempenho dos estudantes nas provas do ENEM. Ninguém foi obrigado a aderir ao programa, só quem quisesse continuar isento de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, PIS e COFINS.
O DEM sustenta que são inconstitucionais a transferência da atribuição, o teto de renda familiar dos beneficiados, a fixação de normas de desempenho durante o curso, bem como as penas a que estariam sujeitas as faculdades que não cumprissem essas exigências.
A ADI do ex-PFL está no Supremo, na companhia de outras duas e todas já foram rebarbadas pelo relator do processo, o ministro Carlos Ayres Britto. Se ela vier a ser aceita pelo tribunal, bye bye ProUni.
Quando o PFL/DEM decidiu detonar a medida provisória 213, sabia o que estava fazendo. Sua petição, de 23 páginas, está até bem argumentada. O que não vale é tentar esconder o gesto às vésperas de eleição.
Em 1944, quando o presidente Franklin Roosevelt criou a GI Bill que, entre outras coisas, abria as universidades para os soldados que retornavam da guerra, houve políticos (poucos) e educadores (de peso) que combateram a iniciativa.
Todos tiveram a coragem de sustentar suas posições. Em dez anos, a GI Bill botou 2,2 milhões de jovens veteranos nas universidades, tornando-se uma das molas propulsoras de uma nova classe média americana.
O ProUni não criou as bolsas, ele apenas introduziu critérios de desempenho e de alcance social para a obtenção do incentivo. Desde 2004 o programa já formou 110 mil jovens, e há hoje outros 429 mil cursando universidades. Algum dia será possível comparar o efeito social e qualificador do ProUni na formação da nova classe média brasileira. Nessa ocasião, como hoje, o DEM ficará no lugar que escolheu.”
FONTE: escrito por Elio Gaspari e publicado na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2908201023.htm).[título colocado por este blog].
SERRA PODE PEGAR UM ANO DE PRISÃO
ISSO O JN NÃO MOSTRA: SERRA PODE PEGAR 1 ANO DE PRISÃO
"O Jornal Nacional da TV Globo, continua manipulando a edição do noticiário, o que se torna campanha eleitoral favorável a oposição demo-tucana.
Na quinta-feira, abriu espaço para Raul Jungmann (PPS) - que, por "coincidência", é candidato a senador em Pernambuco - destilar veneno contra o governo do presidente Lula, e contra o PT. Estaria tudo bem, se ouvisse o outro lado.
Na hora de "ouvir o outro lado", pinçou um pedaço da entrevista coletiva de José Eduardo Dutra (presidente do PT), onde parece que ele está na defensiva, com evasivas, tirando todo o contexto do próprio motivo da convocação da entrevista coletiva: anunciar que estavam abrindo processo contra José Serra (PSDB) na Justiça, por injúria e difamação (o que pode condenar a até um ano de prisão, de acordo com o código penal).
Além disso, Dutra disse que a oposição se utilizou de dados sigilosos violados na receita, de diretores da Petrobras, no ano passado, e nem por isso, o PT acusou a oposição de ter praticado o crime de violação, por não dispor de provas.
Nada sobre o processo contra Serra, nem sobre o vazamento que atingiu os diretores da Petrobras, foi ao ar no JN.
O vídeo comprova que entrevista coletiva de José Eduardo Dutra (PT) e do secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, nada teve a ver com o trecho pinçado no Jornal Nacional.”
FONTE: blog “Os amigos do Presidente Lula” (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/).
PT, CUT E AGU DEVERIAM PROCESSAR GILMAR
Este é o novo santinho da campanha eleitoral
"Na 1ª página da Folha (*), o ex-Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (**), diz que o vazamento de dados sigilosos da Receita é fruto de “banditismo político” e está ligado a “paradigmas selvagens da política sindical”.
O PT deveria processar o ex-Supremo Presidente do Supremo porque ele fez a mesma acusação que o José Serra fez.
Ele usa a cátedra de Ministro da Suprema Corte do país para mergulhar na batalha eleitora.
A Advocacia Geral da União deveria processar o ex Supremo Presidente do Supremo porque ele acusa a Receita Federal de ser um instrumento de bandidos.
A CUT e as Centrais Sindicais deveriam processar o ex Supremo Presidente do Supremo porque ele as acusa de bandidos que se aproveitam da Receita Federal para entregar dados a campanha de Dilma.
Gilmar Dantas (**), Marco Aurélio Mello e o PiG (****) reduziram o Supremo Tribunal Federal a um diretório acadêmico engajado na sucessão da UNE.
Os dois Ministros transformaram a Suprema Corte no palco de uma subalterna batalha partidária, disputa partidária e como tal deve ser tratada.
Assim sendo, os precedentes para o impeachment de Gilmar Dantas (**) devem esperar a nova composição do Senado quando, entre outros, deixará de contar com a douta eloquência do inigualável Heráclito Fortes.
(**) No “Conversa Afiada” há links para ver como um eminente colonista (***) do Globo se referiu a Ele. E para ver como outra eminente colonista (***) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (****) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(****) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.”
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado em seu portal “Conversa Afiada”.
GILMAR MENDES É MUITO “CUIDADOSO” SOMENTE SOBRE DANIEL DANTAS E TUCANOS
DR. MENDES E A JURISPRUDÊNCIA DA HIPÓTESE
Brizola Neto
“O ministro Gilmar Mendes vem domingo, em entrevista à Folha de S. Paulo, em socorro da tese serrista de que uma pessoa ou instituição deve pedir desculpas públicas sobre o que sustenta – e não há nenhuma prova em contrário – que não fez.
Na entrevista, que não reproduzo na íntegra por estar restrita a assinantes, diz que “é preciso punir gravemente essa cultura de dossiês no país. Os partidos que se utilizam disso têm que pedir desculpas. Têm que fazer um mea culpa. Porque isso é típico de partido da clandestinidade e não pode ocorrer em um regime democrático”.
A quais dossiês Sua Excelência se refere? Ao do grampo do qual jamais se viu o áudio? Ao que a Veja revelou que estaria sendo feito por Daniel Dantas, com o auxílio da Kroll, com acusações falsas ao Governo? Ou ao que a mesma revista disse que estaria endo preparado contra Serra, sem, entretanto, dizer nada sobre o que continha?
A quebra de sigilo que ocorreu na delegacia da Receita em Mauá tem todas as características de crime, é verdade. E crimes devem ser apurados e seus responsáveis, punidos com o rigor da lei – que é dever dos juízes, como Gilmar Mendes, aplicar. Com seriedade e sem precipitações.
Tão sem precipitação que, em sua função no Supremo, o Excelentíssimo Ministro concedeu dois habeas corpus consecutivos ao banqueiro Daniel Dantas, por considerar que não havia a devida prudência legal na decretação de sua prisão.
É de se imaginar que o Ministro Mendes deva ter o mesmo cuidado quando se trata de acusar – e nem tão veladamente assim – partidos e instituições porque, afinal, a lei é erga omnes, para todos, não é?
Mas o que dizer quando ele afirma que “a cultura do vale tudo da política sindical pode estar ligada a tudo o que vem acontecendo. Não se podem transpor ao mundo político os paradigmas selvagens da política sindical”? Qual seria a ligação entre política sindical e um caso de eventual extorsionismo? Quais são os “paradigmas selvagens” a que sua Excelência se refere? Seria a existência de capangas, como certa feita falou-lhe, em plena sessão do Supremo, o Ministro Joaquim Barbosa?
Ou seria a “república sindicalista” da qual falou, no Clube da Aeronáutica, o Sr. José Serra, seu ex-colega de Governo Fernando Henrique, afirmando estar implantada no país?
Só no último parágrafo da entrevista, com uma imparcialidade tocante, diz o Sr Ministro, ao ser perguntado se o PT estaria por trás do vazamento – aliás, não se sabe o que vazou, mas apenas que vazou – diz “isso eu não posso dizer, mas é preciso verificar quem está por trás disso”.
Totalmente de acordo, Dr. Gilmar, tudo tem de ser apurado, verificado e, sobretudo, punido na forma da lei.
E receber a dura condenação no devido processo legal. Não na forma de hipótese política em pleno curso do processo eleitoral.
Porque uma eventual partidarização de assuntos da Receita – como, aliás, se fez no caso da D. Lina Vieira – é gravíssima. Muito grave, mesmo, como também seria a partidarização da função de juiz da mais alta Corte do país.”
FONTE: escrito por Brizola Neto e publicado em seu blog “Tijolaço” (http://www.tijolaco.com/).
QUE NOTA O MARQUETEIRO DÁ AO SERRA?
Brizola Neto
“Sábado, José Serra disse à Folha que os tucanos não eram bons de marketing, dando a si mesmo, “nota cinco” em matéria de propaganda. Que injustiça, Serra. A sua propaganda não é o seu equívoco, a sua propaganda apenas revela como são equívocas as suas idéias.
Se é tão ruim a propaganda tucana – suas “notas” foram 2,5 para Mário Covas e 4 para Geraldo Alckmin – porque é que há 16 anos, segundo publica hoje o jornal O Globo, é o mesmo marqueteiro que cuida dela, o Sr. Luiz González? Os filhos dele , aliás, “tocam” a agência Lua Branca, responsável pela publicidade do Governo de São Paulo e pela da prefeitura paulistana, segundo diz o mesmo jornal, com contratos superiores a R$ 150 milhões.
A fama de González no meio profissional pode ser de turrão, mas de incompetente não é. E não deve ser essa a opinião do alto tucanato, tanto que ele é quem chefia a marquetagem de Alckmim e a de seu parceiro, Gilnei Rampazzo, que está à frente de outra campanha que está levando uma sova eleitoral, a de Jarbas Vasconcelos, em Pernambuco.
Todos são profissionais que, tecnicamente, não têm um histórico de incompetência, nem podem ser chamados de “cães” da direita, como faz hoje Eliane Cantanhêde – aquela da massa cheirosa - ao dizer que Lula “atiça os cães da internet” contra a imprensa.
O que acontece é que o marketing é poderoso, mas não é onipotente.
Quando o “produto” é ruim, não se sustenta.
Ou será que Serra é pau-mandado de marqueteiro? Será que é o González que está mandando ele fazer tudo o que faz?
Se for assim, que lancem logo o González candidato, não é? Do jeito que a coisa vai, talvez estivesse melhor.
Agora, eu daria um doce para saber qual é a nota que o “marqueteiro nota 5″ de Serra dá ao tucano como candidato…”
FONTE: escrito por Brizola Neto e publicado em seu blog “Tijolaço” (http://www.tijolaco.com/).
A SÍNDROME DE CAROLINA
Por Weden
“O país assiste a um processo de inclusão significativa de massas no mercado de consumo. E analistas da grande mídia insistem na tecla do “populismo como único responsável pela aprovação do atual governo”. Como se não bastasse, para alguns jornalistas aficionados, estas massas não cheiram bem.
Mais do que isso: parajornalistas e blogs que cultuam a violência verbal xingam os supostos “idiotas e cegos que apoiam a situação”. Sem perceberem que estão ofendendo 78% da população brasileira e mais uns trocados (1).
Acreditam-se, tais jornalistas, analistas e afins, Übermenschen (acima das massas e além da moral), e desejam mostrar que essas massas se dirigem ao abismo, enquanto lá do alto da montanha eles alertam. Sem perceberem que as tempestades chegam, primeiro, nas montanhas. E as avalanches também.
Agarrada a bandeiras da Guerra Fria, a temores íntimos (sim senhores, os muros nos defendem das ruas, mas também materializam nossos medos, que, ademais, podem ser apenas efeitos subjetivos!), a grande mídia perdeu, em oito anos, mais tempo com Hugo Chavez que com uma discussão séria sobre novos modelos de governança global. E eis que Lula aparece, de uma hora para outra, como “o cara”.
Essa imprensa não viu os perigos do neoliberalismo (quem daria importância a queixume de esquerdistas?). Mas quando o neoliberalismo mostrou suas mazelas, imaginem só: muitos jornalistas torceram contra a economia do país, sem perceberem que essa atitude insana iria ser debitada na facção política que lhes rendia préstimos (2).
Sucedem-se barrigas locais e barrigas globais (3).
A rede, como fenômeno mundial, revelou novos atores nas atividades públicas de informação, opinião e análise. Recentemente, Clóvis Rossi referiu-se a ela como um clube fechado, de partidários, sem nenhuma pluralidade. E ele disse isso dentro da...Folha de São Paulo.
A rede desestabilizou e reestruturou – para o bem e para o mal – a imagem pública das instituições políticas, jurídicas, científicas, expondo-as ao comentário e à apreciação contínua. O caso da adesão às loucuras de Gilmar Mendes (e sua rejeição aos homens da esquina) foi um dos muitos exemplos de como uma escolha impensada pode ser fatal para a credibilidade do jornalismo.
Falsas investigações, denúncias seletivas, reportagens ficcionais, fontes viciadas, manchetes subreptícias, ilações perigosas, acusações sem provas, edições insidiosas, ocultações acumpliciadoras, parcerias pouco recomendadas...
Tudo isso, além do fenômeno de rede, acabou acelerando a perda da “aura” do jornalismo brasileiro mainstream e suas fontes “autorizadas”.
Se a perda da aura da obra de arte e do artista foi fenômeno atribuído às novas condições de produção (a reprodutibilidade técnica) acentuadas na passagem do século XIX para o XX; em contexto mais local, a aura de nossa imprensa foi ao lixo devido à rede e um bocado de irresponsabilidade.
Em alguns espasmos de autoconsciência, alguns jornalistas perceberam isso (Josias de Souza: “Formadores de opinião de si mesmos”), mas com a mesma facilidade que respiram na superfície, submergem em suas crenças.
Foram tantas apostas erradas e erráticas, que só podemos estar diante de uma síndrome: a Síndrome de Carolina. No vocabulário médico, síndrome é um conjunto de sintomas que apontam para um quadro clínico, geralmente complexo, multifatorial.
No vocabulário buarqueano, a personagem, com os olhos fundos de um apresentador de último telejornal, guarda tanta dor que não existe (a Guerra Fria), tanto amor que não existe (a aposta apaixonada em personagens ultrapassados) e não percebe, apesar de todos os alertas, que o mundo passou na janela: a incorporação das massas ao mercado de consumo, o advento da rede, os deslocamentos de centros de poder no país e fora dele.
Numa entrevista recente, Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, percebeu, um pouco tardiamente, que o discurso da oposição está envelhecido. Faltou dizer que o discurso da grande imprensa também está. Embora aqui e ali comece a despertar para o tempo que passou na janela.
A retórica contraditória de Serra não é um sintoma de Serra, mas de todo um pensamento midiático que sucumbe ante as transformações violentas (pare eles) da sociedade brasileira e mundial, tal o grau de simbiose entre uma certa facção política e a grande imprensa no Brasil (4).
Um pensamento que, em meio a espasmos, vacila entre chegar à janela e compreender o que está acontecendo e voltar para o quarto de dormir, para viver os sonhos de antes da aurora.
Vai entender.
________________________
(1) Por questão de sobrevivência, teriam que compreender que boa parte deste apoio não é à pessoa de Lula; mas a um momento nacional que ele acabou por simbolizar. Mas que, logicamente, tem muito da mão do governo.
(2) Prefiro “certa facção política”. Afinal, embora esta atitude se confunda hoje com a oposição em sua totalidade, não é isso que ocorre. O anacronismo não é uma virtude de bandeira, diga-se de passagem. O problema é que foi justamente o anacronismo daquelas facções da oposição o mais vocalizado pela grande mídia. Mas de certo os coronéis e os grupos corporativos que aderiram ao atual governo não podem ser vistos como bons exemplos de sensibilidade às mudanças do mundo. Antes muito pelo contrário.
(3) No jargão jornalístico, barriga é a informação equivocada, geralmente causada por negligência profissional.
(4) Há que se separar o joio do trigo. Este texto tão crítico não deixa de bem considerar os jornalistas que não se contentaram em ser bonecos de ventríloquo das direções e, independentemente, de suas posições políticas, não somente chegaram à janela, mas também se permitiram ir às ruas.”
FONTE: escrito por Weden, colaborador do blog de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-sindrome-de-carolina#more).
“O país assiste a um processo de inclusão significativa de massas no mercado de consumo. E analistas da grande mídia insistem na tecla do “populismo como único responsável pela aprovação do atual governo”. Como se não bastasse, para alguns jornalistas aficionados, estas massas não cheiram bem.
Mais do que isso: parajornalistas e blogs que cultuam a violência verbal xingam os supostos “idiotas e cegos que apoiam a situação”. Sem perceberem que estão ofendendo 78% da população brasileira e mais uns trocados (1).
Acreditam-se, tais jornalistas, analistas e afins, Übermenschen (acima das massas e além da moral), e desejam mostrar que essas massas se dirigem ao abismo, enquanto lá do alto da montanha eles alertam. Sem perceberem que as tempestades chegam, primeiro, nas montanhas. E as avalanches também.
Agarrada a bandeiras da Guerra Fria, a temores íntimos (sim senhores, os muros nos defendem das ruas, mas também materializam nossos medos, que, ademais, podem ser apenas efeitos subjetivos!), a grande mídia perdeu, em oito anos, mais tempo com Hugo Chavez que com uma discussão séria sobre novos modelos de governança global. E eis que Lula aparece, de uma hora para outra, como “o cara”.
Essa imprensa não viu os perigos do neoliberalismo (quem daria importância a queixume de esquerdistas?). Mas quando o neoliberalismo mostrou suas mazelas, imaginem só: muitos jornalistas torceram contra a economia do país, sem perceberem que essa atitude insana iria ser debitada na facção política que lhes rendia préstimos (2).
Sucedem-se barrigas locais e barrigas globais (3).
A rede, como fenômeno mundial, revelou novos atores nas atividades públicas de informação, opinião e análise. Recentemente, Clóvis Rossi referiu-se a ela como um clube fechado, de partidários, sem nenhuma pluralidade. E ele disse isso dentro da...Folha de São Paulo.
A rede desestabilizou e reestruturou – para o bem e para o mal – a imagem pública das instituições políticas, jurídicas, científicas, expondo-as ao comentário e à apreciação contínua. O caso da adesão às loucuras de Gilmar Mendes (e sua rejeição aos homens da esquina) foi um dos muitos exemplos de como uma escolha impensada pode ser fatal para a credibilidade do jornalismo.
Falsas investigações, denúncias seletivas, reportagens ficcionais, fontes viciadas, manchetes subreptícias, ilações perigosas, acusações sem provas, edições insidiosas, ocultações acumpliciadoras, parcerias pouco recomendadas...
Tudo isso, além do fenômeno de rede, acabou acelerando a perda da “aura” do jornalismo brasileiro mainstream e suas fontes “autorizadas”.
Se a perda da aura da obra de arte e do artista foi fenômeno atribuído às novas condições de produção (a reprodutibilidade técnica) acentuadas na passagem do século XIX para o XX; em contexto mais local, a aura de nossa imprensa foi ao lixo devido à rede e um bocado de irresponsabilidade.
Em alguns espasmos de autoconsciência, alguns jornalistas perceberam isso (Josias de Souza: “Formadores de opinião de si mesmos”), mas com a mesma facilidade que respiram na superfície, submergem em suas crenças.
Foram tantas apostas erradas e erráticas, que só podemos estar diante de uma síndrome: a Síndrome de Carolina. No vocabulário médico, síndrome é um conjunto de sintomas que apontam para um quadro clínico, geralmente complexo, multifatorial.
No vocabulário buarqueano, a personagem, com os olhos fundos de um apresentador de último telejornal, guarda tanta dor que não existe (a Guerra Fria), tanto amor que não existe (a aposta apaixonada em personagens ultrapassados) e não percebe, apesar de todos os alertas, que o mundo passou na janela: a incorporação das massas ao mercado de consumo, o advento da rede, os deslocamentos de centros de poder no país e fora dele.
Numa entrevista recente, Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, percebeu, um pouco tardiamente, que o discurso da oposição está envelhecido. Faltou dizer que o discurso da grande imprensa também está. Embora aqui e ali comece a despertar para o tempo que passou na janela.
A retórica contraditória de Serra não é um sintoma de Serra, mas de todo um pensamento midiático que sucumbe ante as transformações violentas (pare eles) da sociedade brasileira e mundial, tal o grau de simbiose entre uma certa facção política e a grande imprensa no Brasil (4).
Um pensamento que, em meio a espasmos, vacila entre chegar à janela e compreender o que está acontecendo e voltar para o quarto de dormir, para viver os sonhos de antes da aurora.
Vai entender.
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(1) Por questão de sobrevivência, teriam que compreender que boa parte deste apoio não é à pessoa de Lula; mas a um momento nacional que ele acabou por simbolizar. Mas que, logicamente, tem muito da mão do governo.
(2) Prefiro “certa facção política”. Afinal, embora esta atitude se confunda hoje com a oposição em sua totalidade, não é isso que ocorre. O anacronismo não é uma virtude de bandeira, diga-se de passagem. O problema é que foi justamente o anacronismo daquelas facções da oposição o mais vocalizado pela grande mídia. Mas de certo os coronéis e os grupos corporativos que aderiram ao atual governo não podem ser vistos como bons exemplos de sensibilidade às mudanças do mundo. Antes muito pelo contrário.
(3) No jargão jornalístico, barriga é a informação equivocada, geralmente causada por negligência profissional.
(4) Há que se separar o joio do trigo. Este texto tão crítico não deixa de bem considerar os jornalistas que não se contentaram em ser bonecos de ventríloquo das direções e, independentemente, de suas posições políticas, não somente chegaram à janela, mas também se permitiram ir às ruas.”
FONTE: escrito por Weden, colaborador do blog de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-sindrome-de-carolina#more).
DADO COMO MORTO, NEOLIBERALISMO VOLTOU MAIS FORTE E DEVASTADOR
“Quando explodiu a crise em 2008, muitos aproveitaram para decretar o fim do período neoliberal e anunciar que, daquele momento em diante, o Estado e a sociedade estariam novamente ditando as regras do jogo. A ideologia do livre-mercado deveria admitir o erro da crise causada e recuar. Vacinados pelo desastre, Estados e sociedade passariam a controlar os excessos do livre-mercado.
Por Paulo Ferraresi Pegino, no Luis Nassif Online
Esse otimismo autoilusório dos setores progressistas da sociedade, ao mesmo tempo esperançoso, mas também demais envolvido emocionalmente com os fatos que se seguiam, obscureceu a capacidade de se analisar criticamente os efeitos da crise e de se perceber as respostas rápidas que poderiam surgir no contra-ataque do modelo de capitalismo de livre mercado. E foram, de fato, rápidas.
No primeiro momento da crise, como se sabe, veio o socorro aos bancos e as grandes empresas. Países ao redor do mundo derramaram cifras trilionárias de dinheiro público para salvar e premiar os especuladores que apostaram contra as vidas de milhões de trabalhadores e da sociedade em ativos artificialmente inflacionados. Enfraquecidos ideologicamente, os apostadores do livre-mercado, de fato, recuaram. Ouviram um sermão, mas recuaram com os bolsos preservados a preenchidos com o dinheiro público.
Mas, já num segundo momento, os ideólogos do livre mercado ressurgiram, agora cobrando a conta pelo rombo causado por aquele mesmo socorro trilionário nas finanças públicas. O mesmo socorro trilionário que salvou os especuladores passou a ser visto pelos economistas de plantão como sinal de gastança pública e mau gerenciamento do estado.
Empresas de ‘rating’ começaram a baixar as notas de avaliação de risco dos Estados nacionais. Estes, por sua vez, e de forma articulada, se puseram a cortar os gastos sociais: pensões, direitos trabalhistas, educação, saúde, investimentos públicos, tudo congelado, cortado ou revisto para baixo.
Todos os "privilégios" sociais, incompatíveis com a modernização da gestão do estado enxuto, conforme a cartilha da mitologia do livre-mercado, foram revistos. Os que ainda não foram, estão em vias de ser. De quebra, acelera-se ainda o processo de privatizações de empresas públicas. Tudo para dar uma resposta rápida e não abalar a confiança do livre-mercado.
O modelo neoliberal, dado como morto, em pouco tempo se impõe novamente como agenda política e como a fórmula inconteste para sair da crise provocada pelo próprio modelo. Em vez de precipitar o fim do modelo, a crise o fortaleceu.
A profecia do fim do neoliberalismo tem efeito inverso: na conta do sacrifício imposto aos trabalhadores e a sociedade está, ainda, a flexibilização das leis trabalhistas e a destruição dos modelos de seguridade social. Basta se atentar para o discurso de Obama, Sarkozy, Berlusconi etc e etc...
Além disso, na Europa e nos EUA, nunca se contratou tantas pessoas em condições de trabalho precário, temporários, meio período etc. As grandes empresas ganham duas vezes: o Estado reduz os custos trabalhistas e a crise as ajuda a congelar salários e demitir em massa. Os sindicatos recuam para preservar o pouco emprego que resta. Não à toa, as grandes empresas ao redor do mundo começam a publicar balanços com lucros recordes. Os trabalhadores perdem, mas o grande capital continua a ganhar.
O fim do neoliberalismo pode, na verdade, ser o começo de uma era de capitalismo ainda mais sombria para o mundo: tradicionalmente, o enfrentamento dos abusos e excessos do capitalismo é feito pelos trabalhadores organizados. Mas a crise foi uma oportunidade de ouro para o capital “higienizar” sua relação com os trabalhadores: o poder de negociação e enfrentamento dos trabalhadores está sendo aniquilada, com a ajuda decisiva dos Estados Nacionais.
Ainda, as grandes empresas aproveitam a debilidade causada pela crise nas pequenas e médias empresas para aniquilar ou absorver concorrentes. O mercado fica mais concentrado, os trabalhadores mais enfraquecidos e as grandes empresas ainda mais poderosas, podendo interferir ainda mais nas leis e na regulação do Estado e em toda vida social.
Fim do neoliberalismo ou o início de um neoliberalismo ainda mais devastador?”
FONTE: escrito por Paulo Ferraresi Pegino. Publicado no “Luis Nassif Online” e no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135920&id_secao=2).
Por Paulo Ferraresi Pegino, no Luis Nassif Online
Esse otimismo autoilusório dos setores progressistas da sociedade, ao mesmo tempo esperançoso, mas também demais envolvido emocionalmente com os fatos que se seguiam, obscureceu a capacidade de se analisar criticamente os efeitos da crise e de se perceber as respostas rápidas que poderiam surgir no contra-ataque do modelo de capitalismo de livre mercado. E foram, de fato, rápidas.
No primeiro momento da crise, como se sabe, veio o socorro aos bancos e as grandes empresas. Países ao redor do mundo derramaram cifras trilionárias de dinheiro público para salvar e premiar os especuladores que apostaram contra as vidas de milhões de trabalhadores e da sociedade em ativos artificialmente inflacionados. Enfraquecidos ideologicamente, os apostadores do livre-mercado, de fato, recuaram. Ouviram um sermão, mas recuaram com os bolsos preservados a preenchidos com o dinheiro público.
Mas, já num segundo momento, os ideólogos do livre mercado ressurgiram, agora cobrando a conta pelo rombo causado por aquele mesmo socorro trilionário nas finanças públicas. O mesmo socorro trilionário que salvou os especuladores passou a ser visto pelos economistas de plantão como sinal de gastança pública e mau gerenciamento do estado.
Empresas de ‘rating’ começaram a baixar as notas de avaliação de risco dos Estados nacionais. Estes, por sua vez, e de forma articulada, se puseram a cortar os gastos sociais: pensões, direitos trabalhistas, educação, saúde, investimentos públicos, tudo congelado, cortado ou revisto para baixo.
Todos os "privilégios" sociais, incompatíveis com a modernização da gestão do estado enxuto, conforme a cartilha da mitologia do livre-mercado, foram revistos. Os que ainda não foram, estão em vias de ser. De quebra, acelera-se ainda o processo de privatizações de empresas públicas. Tudo para dar uma resposta rápida e não abalar a confiança do livre-mercado.
O modelo neoliberal, dado como morto, em pouco tempo se impõe novamente como agenda política e como a fórmula inconteste para sair da crise provocada pelo próprio modelo. Em vez de precipitar o fim do modelo, a crise o fortaleceu.
A profecia do fim do neoliberalismo tem efeito inverso: na conta do sacrifício imposto aos trabalhadores e a sociedade está, ainda, a flexibilização das leis trabalhistas e a destruição dos modelos de seguridade social. Basta se atentar para o discurso de Obama, Sarkozy, Berlusconi etc e etc...
Além disso, na Europa e nos EUA, nunca se contratou tantas pessoas em condições de trabalho precário, temporários, meio período etc. As grandes empresas ganham duas vezes: o Estado reduz os custos trabalhistas e a crise as ajuda a congelar salários e demitir em massa. Os sindicatos recuam para preservar o pouco emprego que resta. Não à toa, as grandes empresas ao redor do mundo começam a publicar balanços com lucros recordes. Os trabalhadores perdem, mas o grande capital continua a ganhar.
O fim do neoliberalismo pode, na verdade, ser o começo de uma era de capitalismo ainda mais sombria para o mundo: tradicionalmente, o enfrentamento dos abusos e excessos do capitalismo é feito pelos trabalhadores organizados. Mas a crise foi uma oportunidade de ouro para o capital “higienizar” sua relação com os trabalhadores: o poder de negociação e enfrentamento dos trabalhadores está sendo aniquilada, com a ajuda decisiva dos Estados Nacionais.
Ainda, as grandes empresas aproveitam a debilidade causada pela crise nas pequenas e médias empresas para aniquilar ou absorver concorrentes. O mercado fica mais concentrado, os trabalhadores mais enfraquecidos e as grandes empresas ainda mais poderosas, podendo interferir ainda mais nas leis e na regulação do Estado e em toda vida social.
Fim do neoliberalismo ou o início de um neoliberalismo ainda mais devastador?”
FONTE: escrito por Paulo Ferraresi Pegino. Publicado no “Luis Nassif Online” e no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135920&id_secao=2).
A OPOSIÇÃO, O DISCURSO DE EXTREMA-DIREITA E OS "GASTOS PÚBLICOS"
“O grosso do aumento de gastos em despesa corrente deve-se ao pagamento de pensões e aposentadorias do INSS. Eles querem cortar essa despesa? Querem reduzir as aposentadorias? Esse é o verdadeiro conteúdo da crítica da direita. Menos aposentadorias e mais juros!
Por Renato Rabelo*
Já estava demorando para a oposição levantar a lebre do “aumento dos gastos públicos” pelo governo federal. É a velha ladainha de extrema-direita em torno da “piora das contas públicas”, da “revisão da meta de superávit primário” e a já crônica e velha conversa do “rombo da previdência”.
Sim, trata-se de uma retórica de extrema-direita na medida em que coloca as necessidades de reprodução material do Estado e do povo em franca contraposição aos interesses de uma ínfima minoria da população, sobretudo os banqueiros e os detentores dos títulos da dívida pública.
Os grandes jornais estão batendo duro no fato de a economia do setor público para pagamento de juros da dívida interna no mês de junho foi de “apenas” 2,03% do PIB, portanto longe da meta anunciada no início do ano de 3,3%. Estão fazendo um estardalhaço por conta da redução em R$ 10 bilhões – ou 25% – da meta de economia do setor público para o mês de agosto.
Além disso, para completar o conjunto macabro deste discurso tosco e pueril, não poderia faltar a batida conversa do “déficit” da previdência social que chegou em julho à casa dos R$ 2,5 bilhões.
Por outro lado está devidamente naturalizado o repasse de quase um terço do orçamento da União ao pagamento de juros da dívida interna. É o discurso da “responsabilidade fiscal” servindo como apanágio para recordes constantes dos lucros dos bancos, porém a mesma lógica não serve para a geração de emprego, renda e avanço de nosso processo de industrialização.
Extremismo de direita com ar de moderno e globalizado. É o lucro máximo de alguns na frente da necessidade de vestir, alimentar, educar e higienizar quase 200 milhões de brasileiros!!!
Mas é no campo das ideias que essa batalha deve ser tratada. Por que incluir milhares de aposentados no ciclo do consumo (e consequentemente da produção de bens para atender essa demanda) é tratado como gasto? Em que lugar do mundo a prática da “responsabilidade fiscal” (para o povo, evidentemente) levou algum país ao crescimento? Por que se naturalizou esse processo de dumping sobre o orçamento nacional provocado pelo pagamento em dia dos juros da dívida interna?
São questões que de maneira alguma podem ser capazes de colocar nosso campo político na defensiva. Somos trabalhadores que lêem. A conta desta barbárie financeira um dia vai chegar e vai bater na porta desta gente que hoje se enfileira em torno da candidatura tucana.”
FONTE: escrito por Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, e publicado no portal Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135924&id_secao=2).
Por Renato Rabelo*
Já estava demorando para a oposição levantar a lebre do “aumento dos gastos públicos” pelo governo federal. É a velha ladainha de extrema-direita em torno da “piora das contas públicas”, da “revisão da meta de superávit primário” e a já crônica e velha conversa do “rombo da previdência”.
Sim, trata-se de uma retórica de extrema-direita na medida em que coloca as necessidades de reprodução material do Estado e do povo em franca contraposição aos interesses de uma ínfima minoria da população, sobretudo os banqueiros e os detentores dos títulos da dívida pública.
Os grandes jornais estão batendo duro no fato de a economia do setor público para pagamento de juros da dívida interna no mês de junho foi de “apenas” 2,03% do PIB, portanto longe da meta anunciada no início do ano de 3,3%. Estão fazendo um estardalhaço por conta da redução em R$ 10 bilhões – ou 25% – da meta de economia do setor público para o mês de agosto.
Além disso, para completar o conjunto macabro deste discurso tosco e pueril, não poderia faltar a batida conversa do “déficit” da previdência social que chegou em julho à casa dos R$ 2,5 bilhões.
Por outro lado está devidamente naturalizado o repasse de quase um terço do orçamento da União ao pagamento de juros da dívida interna. É o discurso da “responsabilidade fiscal” servindo como apanágio para recordes constantes dos lucros dos bancos, porém a mesma lógica não serve para a geração de emprego, renda e avanço de nosso processo de industrialização.
Extremismo de direita com ar de moderno e globalizado. É o lucro máximo de alguns na frente da necessidade de vestir, alimentar, educar e higienizar quase 200 milhões de brasileiros!!!
Mas é no campo das ideias que essa batalha deve ser tratada. Por que incluir milhares de aposentados no ciclo do consumo (e consequentemente da produção de bens para atender essa demanda) é tratado como gasto? Em que lugar do mundo a prática da “responsabilidade fiscal” (para o povo, evidentemente) levou algum país ao crescimento? Por que se naturalizou esse processo de dumping sobre o orçamento nacional provocado pelo pagamento em dia dos juros da dívida interna?
São questões que de maneira alguma podem ser capazes de colocar nosso campo político na defensiva. Somos trabalhadores que lêem. A conta desta barbárie financeira um dia vai chegar e vai bater na porta desta gente que hoje se enfileira em torno da candidatura tucana.”
FONTE: escrito por Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, e publicado no portal Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135924&id_secao=2).
USINAS EÓLICAS DEVEM QUINTUPLICAR A CAPACIDADE INSTALADA ATÉ 2013
“As usinas eólicas deverão quintuplicar sua capacidade instalada para geração de energia elétrica até 2013. A previsão é do presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Ricardo de Maya Simões. O setor venceu a maioria dos lances dos dois leilões (de energia de reserva e de fontes renováveis) feitos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) semana passada, na capital paulista.
O setor, que hoje tem 744 megawatts (MW) de capacidade instalada, e ainda 1.806 MW em processo de instalação, terá mais 2.047 MW até 2013, resultado dos contratos fechados nos leilões, totalizando 4597 MW.
“Hoje está próximo a mil megawatts [de capacidade instalada]. Ano que vem, será 1.300 MW, 2012 teremos 3,1 mil MW, e em 2013 mais cinco 5 mil MW de capacidade instalada”, disse Simões.
Nos dois dias de pregão, iniciado quarta-feira (25), a energia produzida pelas usinas de bagaço de cana (biomassa) foram comercializadas, em média a R$ 144,20 o megawatt-hora (MWh), a energia eólica – a mais barata – a R$ 130,86, e a das pequenas centrais hidrelétricas (PHC) a R$ 141,93 o MWh.
De toda a energia negociada, as usinas eólicas ficaram com 70% (25% com as de biomassa e 5% com as PCH). Para Simões, o avanço do setor pode ser explicado pelo desempenho da economia brasileira diante de um cenário desaquecido da econômica mundial no pós-crise.
“Você tem claramente a economia mundial desaquecida, e o Brasil crescendo a taxas bem interessantes, que faz com que os grandes fabricantes mundiais de máquinas estejam olhando o país como oportunidade da expansão das suas operações. Também vemos que empresariado está entendendo que a descarbonização da economia gera oportunidade de negócios”, afirmou.”
FONTE: reportagem de Bruno Bocchini publicada pela Agência Brasil (edição: Aécio Amado).