sexta-feira, 25 de março de 2011

O APOIO DOS EUA AO GOLPE DE MARÇO DE 1964


BRASIL MARCA 47º ANIVERSÁRIO DO GOLPE MILITAR

APOIO AMERICANO AO GOLPE MILITAR NO BRASIL


Do “Arquivo de Segurança do EUA”, disponibilizado no site da “George Washington University”:

Editado por Peter Kornbluh

“Washington, 31 mar 2004 - "Eu acho que devemos tomar todas as medidas que pudermos. Devemos estar preparados para fazer tudo o que precisamos fazer". Assim o presidente Johnson instruiu seus assessores sobre os preparativos para um golpe de estado no Brasil em 31 de março de 1964.

No 40º aniversário do ‘putsch’ militar, o ‘National Security Archive’ publicou documentos recentemente desclassificados sobre as deliberações políticas dos EUA e as operações que levaram à derrubada do governo Goulart em 01 de abril de 1964. Os documentos revelam novos detalhes sobre a disposição dos EUA para apoiar as forças golpistas.

Os documentos do arquivo incluem uma fita áudio sobre [o presidente] Lyndon Johnson sendo informado por telefone, no seu rancho no Texas, como os militares brasileiros mobilizaram-se contra Goulart. "Eu colocaria todos que tenham alguma imaginação ou esperteza ... [o director da CIA John] McCone ... [secretário de Defesa Robert] McNamara para garantir que o golpe vá para a frente”. Johnson é ouvido ao instruir o subsecretário de Estado George Ball. "Nós simplesmente não podemos levar [somente] um presente", a fita registra opinião de LB Johnson. "Eu ia ficar bem em cima dele e arrisco meu pescoço um pouco."

Entre os documentos, são “Top Secret” os telegramas enviados pelo embaixador dos EUA, Lincoln Gordon, que pressionou vigorosamente Washington pelo envolvimento direto no apoio aos golpistas liderados pelo Chefe do Estado Maior do Exército, general Humberto Castello Branco. "Se nossa influência deve ser exercida para ajudar a evitar um grande desastre aqui, que pode tornar o Brasil a China dos anos 1960, tanto eu como todos os meus conselheiros senior acreditamos que nosso apoio deva ser colocado", escreveu Gordon ao Departamento de Estado, à Casa Branca e a responsáveis da CIA, em 27 de março de 1964.

Para assegurar o sucesso do golpe, Gordon recomendou "que as medidas sejam tomadas mais rápido, para se preparar a entrega clandestina de armas de “origem não-EUA”, a serem disponibilizadas para apoiadores de Castello Branco em São Paulo." Num telegrama a seguir, Gordon sugeriu que essas armas fossem "pré-posicionadas antes do eclodir da violência", a serem utilizadas pelas unidades paramilitares e por "militares amigos contra militares hostis, se necessário." Para esconder o papel dos EUA, Gordon recomendava que as armas fossem entregues através de "submarino 'não identificado' e serem desembarcadas à noite em pontos isolados do litoral do estado de São Paulo ao sul de Santos".

Os telegramas de Gordon também confirmam medidas encobertas pela CIA "para ajudar a fortalecer as forças de resistência" no Brasil. Essas incluíram "apoio encoberto para comícios de rua pró-democracia ... e incentivo [de] sentimento democrático e anticomunista no Congresso e forças armadas, trabalho ‘amigável’ em grupos de estudantes, igreja e empresas." Quatro dias antes do golpe, Gordon informou Washington que "podemos pedir um modesto financiamento suplementar para outros programas de ação encoberta no futuro próximo." Ele também pediu que os EUA enviassem navios de carga "POL" de petróleo, óleo e lubrificantes, para facilitar as operações logísticas dos conspiradores militares golpistas, e desdobrassem uma força-tarefa naval para intimidar apoiadores de Goulart e estar em posição de intervir militarmente se o combate se tornar prolongado.

Embora a CIA seja amplamente conhecida por ter sido envolvida na ação encoberta contra Goulart, que levou ao golpe, seus arquivos operacionais sobre a intervenção no Brasil continuam classificados, para a consternação dos historiadores.

O analista Peter Kornbluh pediu à Agência para "levantar o véu do segredo de um dos episódios mais importantes da intervenção dos EUA na história da América Latina", desvendando por completo os registros das operações da CIA no Brasil. Tanto as administrações Clinton como a Bush efetuaram significativas desclassificações sobre os regimes militares no Chile e na Argentina, observou ele. "A desclassificação dos registros históricos sobre o golpe de 1964 e os regimes militares que se seguiram promoveria os interesses dos EUA no fortalecimento da causa da democracia e dos direitos humanos no Brasil e no resto da América Latina", afirmou Kornbluh.

Em 31 de março de 1964, mostram os documentos, Gordon recebeu um telegrama secreto do Secretário Dean Rusk, afirmando que a administração decidira mobilizar imediatamente uma força-tarefa naval para tomar posição ao largo da costa do Brasil; bem como a expedição de navios da Marinha dos EUA "POL" de Aruba, e montar uma ponte aérea de 110 toneladas de munições e outros equipamentos, inclusive "CS agent", um gás especial para o “controle da máfia” [?].

Durante reunião de emergência da Casa Branca em 01 de abril (64), segundo memorando da CIA, o secretário de Defesa Robert McNamara disse ao presidente Johnson que a força tarefa já navegava, e que um petroleiro da Esso, com gasolina de aviação, logo estaria na vizinhança de Santos. Uma ponte aérea de munições, relatou ele, estava sendo preparada em New Jersey e poderia ser enviada para o Brasil dentro de 16 horas.

O apoio [de armas] dos EUA para o golpe militar provou-se desnecessário. As forças de Castello Branco conseguiram derrubar Goulart muito mais depressa e com muito menos resistência armada. Em 2 de abril, agentes da CIA no Brasil informaram que "João Goulart, presidente deposto do Brasil, deixou Porto Alegre cerca de 13:00, hora local, para Montevidéu."

Os documentos e telegramas referem-se às forças do golpe como "a rebelião democrática". Após a tomada do poder pelo general Castello Branco, os militares governaram o Brasil até 1985.” (...)

FONTE: informações do “Arquivo de Segurança do EUA”, disponibilizado no site da “George Washington University”. Editado por Peter Kornbluh. (http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB118/index.htm). Transcrito no blog de Luis Nassif com tradução do Google (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-papel-dos-eua-no-golpe-de-64#more)
[Este blog alterou o mínimo necessário para tornar inteligível a redação de vários trechos truncados pela tradução original automática do google, porém sem modificar o conteúdo da informação. Trechos repetidos foram omitidos. Imagem do Google adicionada por este blog].

Nenhum comentário:

Postar um comentário