Marinha do Brasil está construindo um estaleiro e uma Base Naval em Itaguaí (RJ), com conclusão prevista para 2015
PROGRAMA NUCLEAR E PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE SUBMARINOS DA MARINHA
PROGRAMA NUCLEAR DA MARINHA (PNM)
“A Marinha do Brasil tem desenvolvido o seu Programa Nuclear, cujo propósito é dominar a tecnologia necessária ao projeto e construção de submarino de propulsão nuclear, com poder dissuasório maior que o do submarino convencional, por sua capacidade de operar quase que indefinidamente submerso.
As principais atividades do Programa estão sob responsabilidade do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), que visam a adquirir a competência técnica nacional para projetar, construir, comissionar, operar e manter reatores do tipo Reator de Água Pressurizada - Pressurized Water Reactor (PWR) além de produzir o seu combustível.
Dominada essa tecnologia, ela poderá ser empregada na geração de energia elétrica, quer para iluminar cidades, quer para propulsão naval de submarinos.
A conquista da tecnologia necessária à geração de energia núcleoelétrica, para uso em propulsão naval, passa por complexos estágios de desenvolvimento, merecendo destaque:
- o domínio do ciclo do combustível nuclear (já conquistado pelo Brasil); e
- o desenvolvimento e construção de uma planta nuclear de geração de energia elétrica.
Essa instalação poderá servir de base e de laboratório para o desenvolvimento de outros projetos de reatores nucleares no Brasil (em andamento).
O PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE SUBMARINOS (PROSUB)
O PROSUB é programa prioritário da Marinha que visa capacitar o Brasil a projetar os seus próprios submarinos e construir, no País, inclusive, o Submarino de Propulsão Nuclear.
Embora o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) tenha logrado êxito, a partir da década de 1990, na construção de submarinos, faltava à Marinha a capacidade de projetar esses meios. O acordo com a França, país que dispõe de larga experiência de projeto e construção de submarinos nucleares e detém conhecimento avançado nessa área, visa abreviar as etapas da parte não nuclear desse tipo de submarino, com a transferência de tecnologia.
Em face da complexidade e da grandiosidade do empreendimento, a Marinha do Brasil criou a “Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear” (COGESN), com a finalidade de gerenciar o projeto e a construção do estaleiro e da base de submarinos e dos próprios submarinos.
ESTALEIRO E BASE NAVAL
A Marinha do Brasil está construindo um estaleiro e uma Base Naval em Itaguaí (RJ), além de uma Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), com conclusão geral das obras previsto para 2015.
Esse conjunto de obras constitui a parte de infraestrutura do PROSUB, cujo propósito é capacitar o Brasil a produzir e a operar submarinos convencionais e com propulsão nuclear.
As obras civis deverão estar concluídas em cinco anos e ali serão construídos quatro submarinos convencionais e um nuclear, até 2025.
A Base Naval estará apta para operar até seis submarinos nucleares e quatro convencionais e o estaleiro é dividido em setor de construção, onde é possível trabalhar em até dois submarinos ao mesmo tempo, e setor de manutenção, que inclui dois diques secos.
OBTENÇÃO DOS SUBMARINOS CONVENCIONAIS
Está prevista a obtenção de quatro Submarinos Convencionais (S-BR), os quais serão construídos no Brasil e cujo projeto é decorrente dos submarinos franceses da classe “Scorpène”.
No escopo da obtenção dos S-BR, com vistas à construção do Submarino de Propulsão Nuclear Brasileiro (SN-BR), está prevista a transferência de tecnologia de projeto e construção de submarinos de acordo com os métodos e processos franceses, o que permitirá a preparação de corpo técnico formado por engenheiros, especialistas e operários nacionais.
Os S-BR serão entregues em 2017, 2018, 2020 e 2021, respectivamente.
OBTENÇÃO DO SUBMARINO DE PROPULSÃO NUCLEAR
Para a obtenção do SN-BR, foi criada uma Escola de Projeto de Submarinos (École de Conception des Sous-marins), em Lorient, na França, dedicada, exclusivamente, à transferência de tecnologia em projeto de submarinos, particularmente o submarino de propulsão nuclear, à exceção da parte nuclear, que caberá, exclusivamente, à Marinha do Brasil desenvolver, o que está sendo feito pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), com previsão de integração ao SN-BR em 2018 A construção do SN-BR deverá ser iniciada em 2016, no estaleiro de Itaguaí, e sua entrega está prevista para 2025.”
FONTE: divulgado pela Marinha do Brasil e transcrito no site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/laad2011/noticia/692/Marinha-na-LAAD-Parte-1).
Maria Tereza
ResponderExcluirVc tem acesso a alguma autoridade do Governo ?
Uma coisa que tem que ser denunciada : há uma iniciativa não sei ligada a que interesses (não sei se americanos ou judeus ou ambos ou sei lá de quem) querendo demover o Brasil de seu programa nuclear, dizendo que a energia é cara e perigosa, duas falácias.
Ela é bem clara e estão aproveitando o problema do Japão para este fim.
Espero que o Governo não caia nessa como fez com vários projetos importantes principalmente no campo aeroespacial.
Seria um erro de planejamento estratégico catastrófico.
Iurikorolev,
ResponderExcluirNão tenho acesso a autoridade do Governo.
Você tem toda a razão.
Sempre existiu pressão das potências atômicas contra o nosso desenvolvimento nessa área, mesmo que exclusiva e comprovadamente para fins pacíficos. Sob qualquer pretexto, e escondida em "fins nobres", a pressão aumenta.
Vários governos nossos já caíram (inocente ou dolosamente) nesse engodo.
Considerando que a energia atômica adiciona valor a inúmeros produtos em todas as áreas, eu acredito que, em visão macro e simplista, o que as grandes potências desejam é perpetuar a favorável situação que adquiriram. O ideal para elas é serem sempre as ricas exportadoras de bens de alto valor agregado, e nós, pobres endividados exportadores de matérias-primas, alimentos e, no máximo, bens semimanufaturados intensivos em mão-de-obra. O pior é que alguns setores da nossa elite política, financeira e econômica (e a grande mídia), especialmente os americanófilos neoliberais, gostam e incentivam esse papel periférico para o Brasil.
Maria Tereza