sexta-feira, 27 de maio de 2011

FMI: ”BRASIL ESTÁ INDO BEM… ATÉ DEMAIS” (DEMASIADO PARA A OPOSIÇÃO E O FUNDO...)


Economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, alerta para o risco de "sobreaquecimento” da economia

[OBS deste blog democraciapolitica: O FMI, os “conservadores”, a direita, a nossa grande mídia sentem-se desconfortáveis com o atual maior crescimento brasileiro, com a nova e grande classe C ganhando maiores salários, com acesso a crédito, consumindo mais, e com o Brasil livre do capcioso FMI.

Reconhecem (são forçados a reconhecer) que o Brasil acertou e melhorou, mas, para eles, o Brasil ir bem é ruim. Ir bem demais é pior ainda.

Eles gostam mesmo é de “aperto monetário e fiscal”, “contenção da demanda”, “controle prudencial”, “redução do Estado e de seus gastos”, “privatizações”, “congelamento de salários”, "aumento do tempo para aposentadorias", “flexibilização trabalhista”, “reservas externas baixas” (país vulnerável), “desaquecimento”, "socorro aos bancos"  etc. Para a direita, o ideal seria a volta dos tempos de FHC/PSDB. Percebe-se isso na seguinte reportagem do jornal “Estadão” (que, em editorial, já se declarou tucano e pró-Serra, no ano passado) com o diretor do FMI
]:

Por Fernando Dantas, no “O Estado de S.Paulo”:

“O Brasil está muito perto do sobreaquecimento, e deve estar preparado para tomar novas medidas de contenção de demanda e controle prudencial de mercados, na visão de Olivier Blanchard, economista-chefe e diretor do Departamento de Pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Nós podemos discutir se tem sobreaquecimento agora ou se poderia haver sobreaquecimento em seis meses, mas nós estamos claramente muito perto disso”, disse Blanchard ao jornal “O Estado de São Paulo”, em entrevista no Hotel Caesar Park, no Rio, onde, hoje e amanhã, vai se realizar um seminário sobre controles de capital, organizado pelo Fundo com apoio do governo brasileiro. Para o economista-chefe do FMI, o Brasil “tem de estar preparado para mais aperto (da política econômica) no ano à frente”.

“Basicamente, o Brasil está indo bem, então a pergunta é se está indo bem demais”, observou o economista, acrescentando que “nós sabemos por experiência que, quando as coisas vão muito bem, é difícil para as autoridades econômicas apertar a tempo”.

Blanchard disse que a política brasileira de acumulação de reservas internacionais pode estar perto do seu limite, por causa do alto custo causado pela diferença entre a rentabilidade baixa que o Brasil recebe e os altos juros da dívida interna, que cresce em função da compra de dólares.

“Eu acho que nisso o Brasil já foi bem longe, e não há espaço muito grande sobrando”, ele afirmou.

O economista-chefe do Fundo acha que o Brasil pode, eventualmente, ampliar os controles de capitais, seja aumentando o imposto na entrada, seja estendendo-o para mais tipos de fluxos de recursos. Mas ele frisou que o sobreaquecimento não vem inteiramente dos fluxos de capital. “Vem em grande parte da demanda doméstica também”, afirmou. Dessa forma, Blanchard aponta que os controles têm de ser acompanhados de medidas monetárias e fiscais.

Sobre a possibilidade de o Brasil estar desenvolvendo uma bolha de crédito ou imobiliária, o economista disse que não conhece suficientemente os números para opinar. Mas ele ponderou que “nesse tipo de ambiente, em que o crescimento é muito alto e as pessoas estão muito otimistas, há risco”. Blanchard lembrou que, em caso de bolhas, o melhor remédio são as medidas macroprudenciais, como limites para a proporção do valor do imóvel que o crédito imobiliário pode cobrir.

Ele elogiou tanto a política econômica do Brasil na pior fase da crise, com a expansão fiscal e a redução das taxas de juros, como a política inversa que foi adotada mais recentemente, para conter o aquecimento, acrescida de acumulação de reservas e controles de capital. “Em uma linha, o diagnóstico (da política econômica brasileira) é bom”, afirmou.

Em relação à Grécia, Blanchard disse que “o programa grego pode funcionar, mas vai tomar muito tempo, e o financiamento tem de vir”. E será preciso mais dinheiro, disse.”

FONTE: reportagem de Fernando Dantas publicada no “O Estado de S.Paulo” e transcrita no blog “Leituras do Favre”  (http://blogdofavre.ig.com.br/2011/05/brasil-esta-indo-bem-ate-demais/) [imagem do Google, título e trecho ‘OBS’ entre colchetes adicionados por este blog democracia politica].

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