sábado, 30 de julho de 2011

ISRAEL REFORÇA CAMPANHA CONTRA ESTADO PALESTINO

[Invasão e ocupação por Israel das terras palestinas. Os mapas acima indicam até 2000, mas elas continuam. Quanto mais demorar o engodo do "acordo" bilateral Israel-Palestina, mais invasões e incorporações territoriais acontecerão].

DISPUTA DIPLOMÁTICA DEVE TERMINAR EM SETEMBRO COM DECISÃO DA ONU

"A demanda deve ser barrada [pelos EUA] no Conselho de Segurança; palestinos querem vencer votação na Assembleia Geral

“O embate final da acirrada disputa diplomática travada nos últimos meses entre palestinos e israelenses tem data e local marcados: setembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York.

É quando deverá ser avaliado o pedido para que a Palestina seja aceita como membro da ONU. Embora seu efeito seja mais simbólico do que prático, o gesto deflagrou uma guerra de lobbies.

Nas próximas semanas, três ministros israelenses estarão em países da América Latina com a missão de convencer os governos a não apoiar a "ambição" palestina.

Ao menos um deles, o ministro das Finanças, Yuval Steinitz, passará pelo Brasil.

Ao mesmo tempo, altas autoridades palestinas em Ramallah fazem ofensiva de relações públicas, em conversas semanais com jornalistas. Já que 18 anos de negociações [bilaterais] não resultaram num Estado palestino, afirmam, o jeito é apelar à ONU.

"É uma mudança de estratégia", afirmou Mohammad Shtayyeh, um dos principais negociadores palestinos. "Tínhamos grandes esperanças para esse processo de paz, mas ele não alcançou o objetivo principal, que é acabar [com as invasões e] a ocupação israelense [de territórios da Palestina]".

Com a negociação com Israel parada desde 2008, os palestinos há tempos balançam a carta da declaração unilateral de independência como ameaça para aumentar a pressão sobre Israel.

Em 1988, a OLP (Organização para Libertação da Palestina), proclamou na Argélia a independência do Estado palestino, sem fazer menção a fronteiras.

A nova estratégia se fixa em fronteiras definidas, as linhas de 1967 [que são as toleradas pela ONU, apesar de já conterem grandes áreas invadidas à força e ocupadas ilegalmente por Israel após definido seus limites pela ONU em 1947. Posteriormente, Israel ocupou ainda mais a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza].

Israel repudia o plano, alegando que o ato "unilateral" [de criação da Palestina, assim como Israel foi unilateralmente criado em 1947, sem ouvir e sem igualitária medida para a Palestina] ‘contraria acordos de paz’ e cria o ‘risco de uma nova onda de violência’.

"Não vamos unilateralmente declarar nossa independência. Isso já fizemos, em 1988", disse o negociador palestino Saeb Erekat. "Não queremos confrontar ninguém", afirmou.

Erekat reconhece que obter o status de membro pleno da ONU é improvável. Afinal, o pedido terá que ser aprovado no Conselho de Segurança, onde os EUA já adiantaram que usarão seu poder de veto para barrar a iniciativa [segundo o analista norte-americano Gordon Duff, no “Veterans Today” (EUA), “Murdoch ajudou Israel a ganhar absoluto controle sobre o Congresso dos EUA. Hoje, Israel controla literalmente os EUA” (ver postagem de 23/07 deste ‘democracia&política’ intitulada “IMPORTANTE: POR QUE A MÍDIA É SEMPRE FAVORÁVEL A ISRAEL, AOS EUA, AOS "CONSERVADORES", AOS "NEOLIBERAIS"?)].

Há ainda o risco financeiro. O Congresso americano ameaçou cortar a ajuda à ANP (Autoridade Nacional Palestina), que representa um quarto do orçamento.

O plano B é recorrer à Assembléia Geral, onde os palestinos não devem ter dificuldade para ganhar os votos de 2/3 dos 193 membros, o necessário para elevar seu status de "observador" para "Estado não-membro", o mesmo do Vaticano.

Não é o mesmo que "membro pleno", mas daria aos palestinos o direito de fazer parte de todas as agências da ONU, aumentando consideravelmente o alcance de sua diplomacia.”

FONTE: reportagem de Marcelo Ninio, de Jerusalém, publicada na “Folha de São Paulo”  (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2507201109.htm) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].

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