“O Brasil tem a menor taxa de desemprego dos últimos 9 anos para o mês de junho; a receita federal cresce 12,6% até julho; o superávit comercial em sete meses é 70% superior a igual período de 2010; os índices de inflação desaceleram em diferentes pesquisas.
Para manter o crescimento e evitar gargalos, ademais de se precaver contra a desindustrialização, o país precisa investir R$ 160 bilhões por ano em infraestrutura e reduzir as taxas de juros.
É o oposto do que ocorreu ontem, 4ª feira, quando o mercado esperava e induziu a sanção pelo Banco Central de mais uma alta de 0,25% na Selic. O aumento pertence à categoria das profecias autorrealizáveis.
Ao destinar mais recursos públicos à despesa financeira com juros (cerca de 6% do PIB a ano), o país reduz o fôlego para investir em infraestrutura –hoje investe apenas 2,5% do PIB nessa finalidade.
A expansão insuficiente de estradas, portos, ferrovias, aeroportos encarece a produção, reduz a competitividade da produção nacional e gera pressões inflacionárias.
O conjunto impulsiona a sua contrapartida monetária: mais juros para combater a inflação... Atrás deles, desembarcam os capitais especulativos que valorizam o Real e barateiam as importações, deslocando demanda e empregos para o exterior. É lenha na fogueira da desindustrialização.
Em resumo, a ortodoxia agrava e reproduz o que promete combater.”
FONTE: cabeçalho do site “Carta Maior” em 20/07/2011. (http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm) [imagem e pequena atualização (ref. Selic) adicionados por este blog].
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