terça-feira, 20 de março de 2012

A QUEM INTERESSA A DENÚNCIA ENVOLVENDO O DEMO DEMÓSTENES TORRES?

Senador Demóstenes Torres (DEM)

[OBS deste blog ‘democracia&política’: têm surgido fortes evidências de envolvimento diuturno, contínuo e intenso do Senador Demóstenes Torres (DEM) com expoente do mundo do crime. Inclusive, ele confessou ter recebido de presente de suposto criminoso valiosa cozinha importada. Quem tratava Carlinhos Cachoeira de "criminoso" era a grande mídia, nos tempos do relacionamento dele, sobre propinas, com Waldomiro Diniz, então integrante do governo do RJ (Garotinho). Especialmente, assim tratava a mídia porque, depois, Waldomiro veio a ser assessor de José Dirceu no Palácio do Planalto. Hoje, a mídia promoveu Cachoeira a "empresário". Esses fatos não são o foco, nem contestados no artigo abaixo. O que o jornalista Marco Aurélio Mello ressalta é o intrigante aspecto de as denúncias, desta vez, não terem sido totalmente abafadas pela mídia, como ela tem feito na proteção de integrantes da direita desde os anos 90. Deve haver algum interesse da mídia ainda oculto, por trás desse recente comportamento inusitado. Marco Aurélio conta outros "abafamentos" da TV Globo muito mais graves e dolosos].

Por Marco Aurélio Mello, no blog “DoLaDoDeLá”

“Lembrei-me do episódio que narro em seguida depois de ver o nome de Carlinhos Cachoeira de volta ao noticiário, no caso envolvendo o senador Demóstenes Torres.

Partindo de onde partiu, resolvi por as “barbas de molho”. Por quê? Explico.

Era 2004. Trabalhava na TV Globo, em São Paulo.

Um deputado estadual do Rio, não me lembro mais quem, havia passado para o “Fantástico” a gravação que incriminava Waldomiro Diniz, então assessor da Casa Civil do primeiro governo Lula.

O “furo” da Revista Época (leia-se Editora Globo), em fevereiro daquele ano, abriu caminho para a CPI dos Bingos, na Câmara Federal e excitou a mídia, que festejava a descoberta do caixa dois da campanha do PT à presidência.

De quebra, enfraquecia o principal artífice do projeto político ora no poder: José Dirceu.

Luiz Carlos Azenha e eu fomos incumbidos, em São Paulo, de produzir uma reportagem especial esmiuçando a gravação entre Cachoeira e Diniz a procura de desdobramentos.

Carlinhos Cachoeira e Waldomiro Diniz
Produzimos um VT de quase 8 minutos. A princípio, seria para o JN (duvidávamos, por causa da longa duração). Depois, passaram para o “Fantástico” e, por fim, reeditamos para o “Jornal da Globo”, depois de cortes e mais cortes.

A certa altura da edição, toca o telefone na minha mesa. Pasmo, atendo, do outro lado da linha, Carlos Augusto Ramos, Carlinhos Cachoeira, o próprio. Pergunto aos meus botões: como foi que ele descobriu a produção da nossa reportagem? E mais, quem teria dado o meu ramal a ele?

Conversamos com franqueza e cordialidade. Ele desqualifica a reportagem que estamos fazendo e diz (numa tentativa de barganhar a seu favor) que tem como nos dar, com exclusividade, o caminho para o caixa dois do PSDB (seria uma isca?).

Digo a ele que não tenho poder para mudar o trabalho em curso, mas sugiro que me explique qual é a denúncia exatamente, para encaminhar à direção.

Ele me conta que o negócio de caça-níqueis, bingos e loterias deixou de ser rentável e que migou para o ramo de medicamentos genéricos, mais “limpo” e atrativo. Estava disposto a contar “em off” como era o esquema na ANVISA para liberação das fórmulas.

Era denúncia grave. Envolvia o ex-ministro da Saúde e candidato derrotado à presidência, José Serra, e o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que, segundo meu interlocutor, teria até participado de um encontro com ele, Cachoeira, e outros na base aérea de Anápolis, quando de um evento da Aeronáutica.

Desligo o telefone, consulto o arquivo e bingo! Temos a imagem do então presidente desembarcando e sendo recebido na pista da base aérea de Anápolis, no dia apontado por Cachoeira. Peço para “descer” a imagem e conto para o Azenha.

Decidimos fazer menção discreta dentro da reportagem, para não chamar a atenção da nossa chefia, e que, indo ao ar, poderia servir de pista para repórteres investigativos, cujos veículos fossem mais isentos e independentes.

Diante dessa nova bomba, que poderia equilibrar o jogo em favor do governo Lula que, àquela altura, estava imobilizado nas cordas, apanhando sem parar, apresentei um relatório à chefia e fui pessoalmente contar ao chefe de reportagens especiais, Luiz Malavolta, o que tínhamos em mãos.

“Pode esquecer”, disse o Mala. “Denúncia contra o Serra a casa [TV Globo] não vai dar”. Dito e feito. Até hoje, ninguém abriu a caixa preta da indústria farmacêutica dos genéricos. Ou será que o Amaury Ribeiro Jr. não desvendará esse mistério para nós em “A Privataria Tucana 2”?

Por isso, quando ouço falar de Carlinhos Cachoeira, Revista Época, Globo e congêneres já fico com uma preguiça danada.

Foi o que disse ao meu sobrinho dia desses: “Toda denúncia serve ao interesse de alguém.” No caso dessa última, envolvendo o senador por Goiás, a quem interessa?”

Desta vez, houve alguma notícia. Por quê?

FONTE: escrito pelo jornalista Marco Aurélio Mello, no seu blog “DoLaDoDeLá”, e transcrito no portal “Viomundo”, do jornalista Luiz Carlos Azenha  (http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/marco-aurelio-mello-a-quem-interessa-a-denuncia-envolvendo-demostenes-torres.html) [imagens do google e observação inicial adicionadas por este blog ‘democracia&política’].

2 comentários:

  1. Esta matéria foi parar na página do Face da Beatrice.

    Ah, olha esta frase Maria Tereza:

    "...Exatamente quando Sarkozy radicaliza seu discurso xenofóbicos, contra os imigrantes, sucedem os atentados contra judeus e muçulmanos na França, como para lhe favorecer na campanha eleitoral."

    Emir Sader

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  2. Probus,
    A comoção de Sarkozy pela morte das três crianças judias foi aumentada porque a mãe dele era judia (o pai húngaro). A incoerência é ele e os franceses não terem se comovido com a morte das nove crianças afegãs por soldado(s) norte-americano(s) há poucos dias. Não simpatizo com Sarkozy. Além de extrema-direita disfarçado, ele foi falso com Lula e não cumpriu sua palavra por ocasião do Acordo de Teerã em 2010.
    Maria Tereza

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