domingo, 24 de junho de 2012

A HIPOCRISIA DOS PAÍSES RICOS NA RIO+20

[OBS deste blog 'democracia&política': Os países ricos e industrializados sempre foram os grandes poluentes da Terra. Essas movimentações "ambientalistas" foram em grande parte criadas por eles nos anos 70, 80 para inventar e acusar bodes expiatórios (uso da floresta amazônica, usinas hidrelétricas etc) e para inibir o crescimento dos emergentes (especialmente China, Índia, Brasil), que ameaçam seus mercados e supremacia. Queriam eternizar a vantagem relativa deles. Hoje, se arrependem da onda por eles criada, pois muitos tiros estão saindo pela culatra]



Por Rodrigo Viga Gaier, da agência norte-americana de notícias “Reuters”:

  “Os países ricos mostraram má-vontade e deram um mau exemplo nas negociações da Rio+20, disse à ‘Reuters’ na quinta-feira uma alta fonte da delegação brasileira que participou das discussões sobre o texto final da ‘Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável’.

"Para entender o interesse deles, basta ver que, na Eco-92, todos os chefes de Estado do G7 estavam aqui. Agora, só tem um", disse a fonte, sob condição de anonimato, lembrando a presença de todos os principais líderes mundiais na reunião realizada há 20 anos na cidade.

O documento aprovado nas negociações prévias à reunião de cúpula da Rio+20, que foram lideradas pelo Brasil, recebeu críticas de ambientalistas e de delegações internacionais, principalmente da Europa, que apontaram falta de ambição no texto.

A delegação brasileira considera, no entanto, que as críticas não podem ser consideradas sem levar em conta que alguns desses mesmos países se recusaram a disponibilizar aportes para programas de desenvolvimento sustentável, disse a fonte.

Os países ricos, que atribuíram à crise econômica a impossibilidade de se comprometerem com recursos para o meio ambiente, "estão jogando para a galera e vendendo um discurso para opinião pública, mas nos bastidores das negociações têm sido tímidos nas propostas e negligentes em alguns casos", disse a fonte. "Tem gente falando uma coisa e fazendo outra, literalmente", acrescentou.

O presidente francês, François Hollande, o único líder das nações do G7 presente à Rio+20, também criticou, na quarta-feira, a falta de ambição do documento.

A fonte brasileira rebateu com firmeza as críticas de Hollande. "Participei de reuniões em que ele estava e, em nenhum momento, ele falou em colocar um centavo para a sustentabilidade", disse.

Apesar das críticas ao texto final da Rio+20, a fonte sinalizou pontos que considera avanços no documento, como a inclusão a partir de 2015 de medidas de sustentabilidade, e no cálculo do PIB dos países o compromisso de erradicação da pobreza e iniciativas de mudança no padrão de consumo mundial.

"Isso é uma vitória. Conseguimos colocar o dedo na ferida. Já imaginou mudar o padrão de consumo da classe média norte-americana?", disse.

"Dentro do que era possível, tivemos avanços. Os meios de discussão da ONU são muito complexos, difíceis e exaustivos. Chegamos aqui (à Rio+20), depois de dois anos de discussão, com apenas 37% do texto aprovado... um sinal de que muita gente não queria muita coisa".

FONTE: divulgado pela agência norte-americana de notícias “Reuters” e transcrito no portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-paises-ricos-na-rio20)  [Título, imagem do Google e trecho inicial entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

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