sexta-feira, 22 de junho de 2012

O CAMPO POLÍTICO BRASILEIRO



Por Saul Leblon

“Há duas décadas que o campo político nacional no Brasil se polariza em duas frentes: aquela liderada pelo PSDB e a liderada pelo PT.

Desde que os tucanos, levados por FHC, se aliaram ao então PFL e assumiram o modelo neoliberal, o espaço à direita do campo político ficou ocupado pela aliança liderada pelo PSDB, que tem como aliado o atual DEM (e secundariamente pelo PPS).

No outro polo, o PT ocupa o espaço à esquerda, em aliança com outros partidos como o PSB, o PC do B, o PDT e outras forças, como a força posneoliberal. As oscilações se deram pela adesão do PDMB e outros partidos de centro e de direita ao bloco governante.

A correspondência a essa polarização é aquela que se dá entre dois projetos de país. 

O PSDB mantém visão centrada no "mercado", no "Tratado de Livre Comércio com os EUA" e no "Estado mínimo". Mesmo se não propõe claramente alternativa baseada nessas posições – a campanha de Serra a presidente oscilou todo o tempo entre continuidade com o governo Lula e oposição radical a esse governo -, são os eixos das posições tucanas, em que as denúncias fazem parte da tônica antiestatal –em que "o Estado" seria a fonte fundamental de corrupção.

O PT dirige bloco politico que faz o Brasil transitar do neoliberalismo herdado ao posneoliberalismo. Da ALCA passamos à sua negação e à prioridade dos projetos de integração regional (Mercosul, Banco do Sul, Unasul, Conselho Sul-americano de Defesa, Comunidade de Estados da America Latina e o Caribe) e das relações Sul-Sul. Da prioridade do ajuste fiscal à prioridade das políticas sociais. Do "Estado mínimo" ao "Estado indutor do crescimento econômico e da garantia dos direitos sociais".

Todo o cenário politico é sobredeterminado por essa polarização, de que o desenvolvimento do Brasil depende.”

FONTE: escrito por Saul Leblon no site “Carta Maior” (http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=1016).

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