segunda-feira, 30 de julho de 2012

BRASIL COMO “UMA DAS 'MAIORES INDÚSTRIAS DE DEFESA” É MITO PERSISTENTE

[O Brasil nem aparece no gráfico dos maiores exportadores]

Da “Folha de São Paulo”

“Um mito persistente, que dá voltas pela internet e às vezes pousa até na imprensa, é afirmar que o Brasil já teve uma das maiores indústrias de defesa do mundo.

Mesmo o “Livro Branco de Defesa Nacional” diz que a base industrial de defesa representou, há 30 anos, "importante segmento econômico, com relevante contribuição para a balança comercial".

De 1980 a 1992, o Brasil esteve, em todos os anos, exceto 1981, entre os 20 maiores exportadores de armas, chegando à sua melhor colocação, o 10º lugar, em 1985. Depois de 1992 [com as medidas dos neoliberais Collor e FHC], o país caiu fora da lista dos 20 maiores e não retornou desde então.

Pelas tabelas do SIPRI, o recorde brasileiro de vendas foi em 1984, de US$ 269 milhões, o que colocou o país em 11º entre os exportadores. Naquele mesmo ano, a então União Soviética vendeu o equivalente a US$ 14 bilhões; os EUA, US$ 11 bilhões.

Em 1985, o ano em que o Brasil foi o 10º maior exportador, os números são US$ 202 milhões. Até a pequena Áustria vendeu mais armas nesse ano: US$ 330 milhões.

As exportações de armas brasileiras se concentraram na Engesa, fabricante de blindados como o Urutu e o Cascavel (que deverão ser substituídos no Exército pelo novo Guarani), na Embraer e, em menor grau, na Avibrás.

A Embraer é hoje a principal exportadora na área militar do país, com produtos como os aviões de treinamento e ataque leve Tucano e Super Tucano e as versões de avião-radar do EMB-145.

Com o fim da Guerra Fria, muito material bélico usado pode ser comprado a preços relativamente baratos. Sem uma política sustentada de compras pelas Forças Armadas, não há como atrair as indústrias brasileiras para voltar a produzir armamento.

"AMEAÇA"

Para Carlos Frederico Aguiar, que preside a ABIMDE, as ações do governo para consolidar sua base industrial de defesa são vistas "como ameaça" pelos principais produtores do mundo, o que mostra que [para eles] o Brasil "poderá vir a ser um [indesejado] competidor a mais".[...]

FONTE: “Folha de São Paulo” de 29 jul  (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=29/07/2012&page=mostra_notimpol) [Imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

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