“Com relação à matéria “Petrobras, Brazil’s Oil Giant, Struggles to
Regain Lost Swagger” publicada pelo ‘New York Times’ (26/3) [ver abaixo, na “complementação”, a tradução
do texto obtida em
http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/petrobras-gigante-brasileira-do-petroleo-luta-para-recuperar-o-prestigio-texto-do-new-york-times/], a Petrobras reitera que tem
capacidade, tecnologia, conhecimento e recursos necessários para transformar o
potencial do pré-sal em riqueza para seus acionistas, e já ultrapassou o marco
de 300 mil barris de petróleo por dia (bpd) produzidos no pré-sal. O “Índice de
Sucesso Exploratório” foi de 64% em 2012 (82% no pré-sal), enquanto a média
mundial é de 30%. Nos últimos 9 meses, houve quatro reajustes nos preços do
diesel, totalizando aumento de 21,9%, e dois na gasolina, com alta acumulada de
14,9%.
Reconhecida por dispor do melhor
portfólio de ativos de petróleo e gás entre empresas de capital aberto do
setor, a Petrobras dispõe de 15,7 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em
reservas provadas no Brasil. Com os volumes potenciais do pré-sal e da Cessão
Onerosa, pode chegar a quase 30 bilhões de boe. As perspectivas são as mais
positivas no longo prazo. O segundo semestre de 2013 será o momento de partida
para recuperação da produção, com a entrada em operação das novas unidades,
mantendo crescimento contínuo, e atingindo 2,5 milhões de bpd em 2016 e 4,2
milhões de bpd em 2020.
A produção de derivados será
impulsionada com a entrada em operação das novas refinarias. Em 2020, a
capacidade de refino será de 3,6 milhões de barris por dia, com demanda
projetada de 3,4 milhões de barris por dia. Na medida em que os projetos do “Plano
de Negócios e Gestão” entrarem em operação, a geração de caixa irá aumentar
ainda mais. É importante destacar que os investimentos da indústria de petróleo
e gás são de longa maturação.
Em relação à política de Conteúdo
Local, a Petrobras esclarece que contrata bens e serviços no Brasil em bases
competitivas e sustentáveis. Os índices exigidos são embasados em estudos que
consideram a capacitação da indústria brasileira, características técnicas e
prazos. A indústria nacional tem respondido à altura das demandas da Petrobras.
Os principais benefícios para a Companhia são a redução dos custos operacionais,
a proximidade da base de fornecedores, o aumento da capacidade de inovação da
cadeia e a assistência técnica local.”
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COMPLEMENTAÇÃO: TRADUÇÃO
DO TEXTO DO “THE NEW YORK TIMES”:
“Petrobras,
gigante brasileira do petróleo, luta para recuperar o prestígio (texto do ‘New
York Times’)
Tradução do
texto “Petrobras, Brazil’s Oil Giant, Struggles to Regain
Lost Swagger”, publicado no "New York Times" em 26/3/13:
Simon Romero
"A produção
petrolífera brasileira está caindo, levantando dúvidas sobre a descoberta que
era tida como o grande achado do petróleo. As importações de gasolina estão
crescendo rapidamente, expondo o país às variações repentinas dos mercados
mundiais de energia. Até mesmo o setor de etanol do país, que já foi alvo de
inveja como um modelo de energia renovável, teve de importar etanol dos Estados
Unidos.
Já se passaram cinco anos desde que
os brasileiros comemoraram a descoberta feita pela petrolífera estatal,
Petrobras, de enormes quantidades de petróleo em campos de águas profundas, as
quais colocaram o país em posição triunfante entre os principais produtores
mundiais. Mas agora outro tipo de choque energético está despontando: a empresa
colossal, conhecida de longa data por seu poder, está perdendo o páreo de
acompanhar as crescentes demandas energéticas do país.
Sobrecarregada com uma obrigação
nacionalista de comprar embarcações, plataformas de petróleo e outros
equipamentos de apáticas empresas brasileiras, a gigante do petróleo agora
enfrenta altas dívidas, enormes projetos atolados em atrasos e campos maduros,
que já foram de bastante produtivos, mas de onde agora sai menos petróleo. A
abundância submarina que está em seu alcance também continua com uma
complexidade extrema de exploração.
Agora, ao invés de simbolizar a
ascensão brasileira como uma casa de força mundial, a Petrobras encarna a
própria morosidade da economia do país, que, após saltar 7,5% em 2010, reduziu
o ritmo para menos de 1% no ano passado, ficando atrás do crescimento de outros
países latino-americanos como o México e o Peru.
Até pouco tempo, a Petrobras tinha o
segundo maior valor de mercado entre as empresas de capital aberto do setor
energético, ficando atrás apenas da ExxonMobil. No entanto, sua opulência caiu
a um ponto que agora a empresa brasileira vale menos do que a petrolífera
estatal colombiana. Essa queda acentuou um debate cada vez mais ácido sobre as
tentativas da Presidente Dilma Rousseff de usar a Petrobras para proteger a
população brasileira contra o ritmo desacelerado da economia do país.
“A Petrobras já foi considerada
indestrutível, mas não é mais o caso”, afirma Adriano Pires, notável consultor
brasileiro do setor de energia. “Agora, a Petrobras é uma ferramenta de
política econômica de curto prazo, usada para combater a inflação e proteger o
setor industrial interno contra a concorrência. Esse processo desastroso ficará
pior se não for revertido”.
Dilma, como seu antecessor e mentor
político, Luiz Inácio Lula da Silva, apoia-se bastante em empresas estatais
como a Petrobras para criar empregos e estimular a economia. Em decorrência
disso, a presidente e seus principais assessores declaram que o desemprego
permanece próximo a níveis mínimos históricos, uma abordagem de gestão
econômica que contrasta nitidamente com a Europa e os Estados Unidos.
Em um discurso recente, Dilma
explicou que a prioridade de seu governo era tirar milhões de brasileiros da
pobreza. “Quem aposta contra nós”, declarou a presidente, “sofrerá graves
perdas financeiras e políticas”.
Apoiando os índices de aprovação do
governo de Dilma, que concorrerá nas eleições presidenciais de 2014, a
Petrobras está construindo novas refinarias, procurando petróleo offshore e
comprando a maior parte de seus equipamentos de empresas brasileiras. Tudo isso
criou dezenas de milhares de postos de trabalho e concretizou alguns benefícios
políticos tangíveis.
“Minha vida melhorou”, diz Adinael
Soares Silva, 38, soldador em uma refinaria da Petrobras que está em construção
em Itaboraí, cidade próxima ao Rio de Janeiro. Ele diz estar satisfeito com seu
salário de cerca de US$ 800 por mês. “Onde eu trabalhava antes, não ganhava o
suficiente para ter uma poupança”, conta. “Agora, eu ganho”.
No entanto, enquanto a Petrobras vem
ajudando a manter baixa a taxa de desemprego brasileira, por volta de 5,4%, um
coro cada vez maior de críticos aponta para os problemas óbvios da empresa,
tais como o acúmulo de projetos e a incapacidade de suprir a sede do país por
petróleo, forçando-a a importar gasolina para vender no mercado interno a um
preço mais baixo.
Depois de o Brasil descobrir
petróleo em suas águas profundas em 2007, o governo tomou medidas para que a
Petrobras estivesse ativa no controle das novas áreas, uma manobra que, segundo
os críticos, pode prejudicar ainda mais a empresa. Foi marcante a despedida da
década de 1990, quando as autoridades puseram fim ao monopólio da Petrobras
como parte de uma reestruturação radical da economia.
A Petrobras continuou sob o controle
estatal, mas ficou exposta às forças do mercado, surgindo como uma empresa
mista que competia com sagacidade com petrolíferas estrangeiras.
Hoje, a Petrobras parece bem menos
desenvolta. Em 2012, sua produção caiu 2%, o primeiro declínio deste tipo em
anos, e a produção teve uma nova leve queda no início deste ano.
O setor energético internacional
também está mudando, especialmente nos Estados Unidos, já que as forças deixam
de se concentrar na extração de petróleo e gás natural e passam a visar
formações de xisto em terra. Acredita-se que o Brasil também tenha grandes reservas
de xisto, mas o governo permanece concentrado em seus caros megaprojetos em
águas profundas.
“Os Estados Unidos estão
redesenhando o mapa mundial do petróleo. No Brasil, a euforia dissolveu-se em
inércia”, publicou em um editorial recente a Folha de São Paulo, um dos jornais
mais influentes do Brasil.
Agravando a situação, a demanda
brasileira de gasolina cresceu cerca de 20% em 2012, refletindo um setor
automobilístico que deve parte de seu crescimento aos esforços do governo de
aumentar a produção. A Petrobras ainda não tem refinarias suficientes com
capacidade para processar petróleo, situação que a força a importar quantidades
cada vez maiores de gasolina. A estatal ainda está tendo prejuízo com as
importações de gasolina já que o governo mantém baixos os preços internos dos
combustíveis a fim de controlar a inflação em meio a uma economia com ritmo
lento de crescimento.
Analistas do setor energético
sustentam que o governo federal está usando a Petrobras para promover seus
próprios objetivos políticos. A gestão de Dilma, por exemplo, baixou medidas
que visam restabelecer o setor da construção naval no país, exigindo que a
Petrobras compre a maior parte de seus navios e plataformas de petróleo de
estaleiros brasileiros.
Esses empreendimentos, no entanto,
têm enfrentado dificuldades com grandes excessos de custos, às vezes atrasando
a entrega de embarcações ou nem sequer as entregando, acabando com as
esperanças da Petrobras de cumprir suas ambiciosas metas de produção.
Há, então, os atrasos nas refinarias
em construção. Um desses complexos, em Pernambuco, foi concebido em 2005 como
uma forma do Brasil estreitar os laços políticos com a Venezuela, país rico em
petróleo. Oito anos depois, a Venezuela ainda precisa investir no projeto, que
enfrenta diversos atrasos já que a Petrobras precisa carregar sozinha todo o
custo da construção.
Ao descrever o acúmulo de problemas
na Petrobras, a revista Exame, principal revista de negócios do Brasil, é
categórica ao afirmar que o governo está “destruindo a maior empresa do
Brasil”, ilustrando a afirmação com uma mangueira de combustível no formato de
uma forca.
Esse desânimo reflete, pelo menos em
parte, no desenvolvimento da Petrobras. Fundada em 1953, a empresa emana poder
de sua sede em estilo brutalista em outras esferas bem além do setor de
energia, patrocinando de tudo, de festivais literários ao Carnaval de Salvador.
Apesar dos desafios que enfrenta, a
Petrobras continua lucrativa e é muito menos reprimida do que a ideologia
política que repreende algumas outras grandes petrolíferas estatais. No México,
por exemplo, a Pemex manteve por muito tempo seu monopólio apesar das quedas de
produção, e agora, o governo considera abri-la para um maior investimento
privado.
A Petrobras também é muito mais
transparente do que a Petróleos de Venezuela, a estatal que o finado presidente
Hugo Chávez transformou em um pilar extremamente politizado de seu governo,
demitindo milhares de empregados após uma dura greve e forçando a a se
concentrar em novas tarefas como a distribuição de alimentos.
Maria das Graças Foster, presidente
da Petrobras, tem sido extraordinariamente franca acerca dos problemas da
estatal. Em coletivas recentes com analistas, ela afirmou que a produção
petrolífera deve permanecer estável este ano, ainda com possibilidade de haver
uma pequena queda. Ela também deu respostas pontuais a críticos, defendendo que
a produção dos novos campos tinha chegado a 300.000 barris por dia. A empresa
espera dobrar sua produção total até 2020, chegando a 4,2 milhões de barris por
dia.
Outros executivos da empresa também
tentaram moderar as expectativas de que o Brasil entrará em uma vigorosa fase
de independência energética.
José Carlos Cosenza, executivo do
alto escalão da Petrobras, alertou que o Brasil pode precisar importar grandes
quantidades de combustível por mais quase dez anos. Além disso, há uma previsão
de que a demanda de gasolina continue crescendo à medida que os brasileiros
compram mais carros.
Ainda assim, a Petrobras pode
precisar mais do que autoavaliações exigentes. “Considerando a crescente
atratividade das manobras no setor internacional do petróleo, os mercados de
energia esperam uma mudança na forma como o governo brasileiro administra seus
recursos petrolíferos”, diz Christopher Garman, chefe de estratégias de
mercados emergentes no Eurasia Group, uma firma de consultoria de risco
político.”
[OBS deste ‘democracia&política: Como já expressamos em outras
postagens, é constante a luta contra a
Petrobras. A corrosiva reportagem acima é apenas um exemplo entre as centenas
que ocorrem a cada mês. São muito fortes as pressões dos interesses de grandes
empresas petrolíferas estrangeiras. Elas almejam a desvalorização da empresa nacional
para comprá-la por valor reduzido ou, pelo menos, para afastá-la do mercado. Paralelamente,
querem acabar com a política de Conteúdo Local, que diminui significativamente
a expectativa de ganhos dos fornecedores estrangeiros.
Em obediência a esses
interesses, já haviam sido desencadeados, no governo FHC/PSDB, o não
investimento, o enfraquecimento, o fatiamento e a desnacionalização progressiva
da Petrobras, mas foram interrompidos no governo Lula/PT. A retomada daquelas
medidas antinacionais vem sendo tentada por todos os meios, por qualquer
pretexto, com constantes ataques na imprensa das grandes potências e com o intenso
e infatigável apoio dos seus servis (gratuitamente?) braços no Brasil, especialmente da grande mídia e
da direita partidária (PSDB/DEM/PPS)].
FONTE:
blog “Fatos e Dados”, da Petrobras (http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2013/03/28/carta-ao-jornal-new-york-times/) [Título,
imagens (do google) e trechos entre colchetes adicionados por este blog
‘democracia&política’].
privatização total da Petrobrás já e abertura à concorrência!!
ResponderExcluirCryador,
ResponderExcluirÉ ironia ou convicção? Parece-me comentário da Chevron traduzido.
Maria Tereza
Falaram a mais pura verdade, aquilo que todo brasileiro com o mínimo de conhecimento já sabe. E o engraçado é que a própria resposta da Petrobras reforça a avaliação. Mas podemos ficar tranquilos, a Dilma/Lula vão conseguir acabar com a Petrobras antes que sela seja vendida :D
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