terça-feira, 30 de abril de 2013

ONU/PNUD: NO GOVERNO DILMA “BRASIL CONSEGUIRÁ ELIMINAR A POBREZA EXTREMA”


Por Pedro Peduzzi, repórter da Agência Brasil

“O representante do ‘Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento’ (PNUD), Jorge Chediek, disse que o Brasil conseguirá cumprir uma das principais promessas da presidenta Dilma Rousseff e tirar toda a população da pobreza extrema. Ele falou depois de conhecer o estudo “Vozes da Nova Classe Média”, divulgado segunda-feira (29) pela “Secretaria de Assuntos Estratégicos” (SAE) da Presidência da República. Segundo ele, as políticas do governo brasileiro para a nova classe média influenciarão a Organização das Nações Unidas (ONU).

Vemos que políticas públicas sociais e econômicas farão com que o Brasil atinja o resultado de 100% de redução da pobreza extrema. E a ONU tem compromisso assumido de combate à pobreza. Pensamos muito nisso, mas [pensamos] pouco no ponto de chegada, que é a classe média. É muito útil o Brasil estar pensando nesse ponto de chegada”, disse o representante do Pnud.

Ministro da SAE e presidente do “Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada” (IPEA), Marcelo Neri, disse que “o fim da miséria é apenas o começo”. Segundo ele, a desigualdade teve “queda espetacular”, após o índice de GINI ter caído de 0,64 para 0,54 nos últimos dez anos. Esse índice, pelo qual zero representa a igualdade total de renda, é um dos mais usados para comparações socioeconômicas entre países.

Em 2012, mesmo com [baixo crescimento do PIB] o chamado “Pibinho”, 35% das pessoas subiram [de nível social], enquanto 14% caíram. Isso mostra que o país vive mais prosperidade e oportunidade, e menos desigualdade”, acrescentou o ministro Marcelo Neri, após apontar a carteira de trabalho como maior símbolo da classe média.
  

Para Jorge Chediek, os números apresentados pelo estudo “são impressionantes”. Ele avalia que a formalização do emprego foi fundamental para os bons resultados. “O que mais melhorou a situação do país foi a criação de empregos. [Também] por isso é muito importante conhecer a classe média”, acrescentou. “A presidenta Dilma Rousseff disse que quer fazer do Brasil um país de classe média. Queremos influenciar a política e ampliá-la para fazer, também do mundo, um mundo de classe média

O estudo “Vozes da Nova Classe Média” mostra a contribuição do empreendedor para a expansão da nova classe média brasileira. Tem como um dos destaques o aumento na formalização dos empregos. Entre as conclusões do estudo, está a de que 40% dos postos de trabalho disponíveis foram gerados a partir de pequenos negócios.

Das 15 milhões de novas vagas abertas entre 2001 e 2011, 6 milhões foram criadas pelos empreendimentos de pequeno porte. Além disso, 95% delas são empregos formais. Ainda de acordo com o estudo, 39% do total de remunerações do país estão relacionadas a pequenos empreendedores – volume que supera os R$ 500 bilhões por ano.”

FONTE: escrito por Pedro Peduzzi, repórter da Agência Brasil (Edição: Beto Coura) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-04-29/brasil-conseguira-eliminar-pobreza-extrema) [Imagens do Google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].

NOVA YORK: QUASE METADE DA POPULAÇÃO ESTÁ PRÓXIMA DA POBREZA


“A RENDA DOS BILIONÁRIOS DA CIDADE CRESCEU US$ 11 BILHÕES NO ÚLTIMO ANO, O QUE EQUIVALERIA À SAÍDA DE QUATRO MILHÕES DE PESSOAS DA LINHA DA POBREZA”.

“Quase metade dos moradores de Nova York, cidade mais populosa dos Estados Unidos, vive próxima da linha da pobreza. A informação foi divulgada na semana passada pelo centro oficial de pesquisa da prefeitura nova-iorquina, com base em dados e indicativos sociais coletados durante os anos de 2005 e 2011. O número ainda pode aumentar com o corte de benefícios sociais anunciado pelo governo em março deste ano.


Os dirigentes de Nova York classificam como pobre uma família composta por, no mínimo, dois adultos e dois dependentes cuja renda [total] chegue até US$ 30.949 por ano. O levantamento revela que 46% da população da cidade – estimada em 8,175 milhões de habitantes – vive abaixo ou próxima desse valor.

A pesquisa, conduzida por Mark Levitan, foi feita a partir de uma amostra de 25 mil domicílios. Os índices mostram que a pobreza aumentou em três dos cinco distritos da cidade: Brooklyn (1,6%), Queens (4,8%) e Staten Island (3,9%).

Embora a taxa de desemprego tenha diminuído em 2011 em relação ao ano anterior, o estudo também revela que "a renda das famílias economicamente vulneráveis não aumentou. No entanto, os impactos da recessão econômica sobre a população diminuíram".


No texto de conclusão da pesquisa, Levitan faz um alerta sobre as medidas de austeridade fiscal anunciadas pelo governo em março. Cerca de 750 mil pessoas, em especial mulheres e crianças, não terão acesso aos benefícios sociais - como vale alimentação para pobres e assistência médica -, cortados no orçamento oficial dos EUA deste ano. Assim, afirma o estudo, o número de 46% “pode aumentar consideravelmente”.

As informações sobre pobreza reveladas pela pesquisa reacendem o debate acerca da desigualdade social em Nova York. Segundo a informação “Coalizão Contra a Fome”, a renda dos bilionários da cidade cresceu US$ 11 bilhões no último ano, o que equivale à saída de quatro milhões de pessoas da linha da pobreza.

[A situação vai melhorar para os ricos e piorar para os pobres] Com o objetivo de conseguir um acordo com os republicanos [mais à direita], a oferta de Obama inclui um corte de 400 bilhões de dólares no programa de saúde para idosos e aposentados conhecido como ‘Medicare’.”

FONTE: portal “Vermelho” com informações do “Opera Mundi”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=212338&id_secao=2). [Imagens do Google, subtítulo e trecho entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

ARROCHO E FRAUDE: O PODER DA IDEOLOGIA

[Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart (seus estudos errados deram "legitimidade" aos interesses rentistas acantonados na dívida pública)]

Por Saul Leblon

“Reportagem do 'El País', de domingo (28), faz o que nenhum veículo do dispositivo conservador brasileiro cogitou: entrevista o estudante de economia Thomas Herndon, de 28 anos; ele ganhou fama mundial ao fulminar a credibilidade de dois centuriões da ortodoxia fiscal, os economistas Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff.
 
[Thomas Herndon desmascarou o “erro]

Talvez seja delicado para a imprensa brasileira rememorar certos fatos que podem evocar semelhanças com investidas atuais da ortodoxia.

Herndon prepara seu doutorado na Universidade de Massachusetts, nos EUA.

Reinhart e Rogoff são titãs de Harvard, ademais de egressos da alta cúpula do FMI.

Entre 2001 e 2003, Rogoff ocupou nada menos que o cargo de economista-chefe da instituição; Reinhart era sua assistente.

O grande mérito de Herndon foi agir diante dessa catedral ortodoxa com impiedosa independência intelectual.

Ele não aceitou como intocáveis as premissas que sustentavam o edifício teórico da dupla consagrada dentro e fora da academia.

A saber, que o endividamento público é intrinsecamente nefasto e, ao transitar na faixa dos 90% do PIB, torna-se catastrófico.

Há exatamente três anos, os dois publicariam no ‘American Economic Review’ um ensaio ancorado na ‘comprovação’ estatística de que a ultrapassagem dessa marca fatídica inviabilizaria o crescimento econômico.

Apenas um parêntesis ilustrativo do peso material que tem as ideias: nesse momento, os socialistas franceses se imolam em praça pública agarrados a uma política de austeridade que visa exatamente reverter o endividamento público, na marca dos 92% do PIB.

A maldição fiscal não é novidade na carreira do mago Rogoff.

Como economista-chefe do FMI, ele já prescrevia a caldeirada de arrocho & rabo de escorpião mesmo sem tê-la demonstrado ‘cientificamente’ ainda.

A genuflexão a essa receita foi inoculada em cérebros intelectuais, operacionais e midiáticos nos quatro cantos do planeta.

O FMI, seus ‘rogoffs’ e aprendizes cuidaram de injetar cepas daquilo que, no fundo, revestia de legitimidade os interesses rentistas acantonados na dívida pública.

A agenda do desenvolvimento, propriamente dita, foi devastada por essa infecção contagiosa.

Seu efeito revelou-se tão ou mais devastador que a doença supostamente maligna que pretendia curar: o gasto público.

Herndon passou os olhos nas estatísticas que comprovavam o anátema e não ficou satisfeito. Solicitou as planilhas completas aos autores.

Quando as teve em mãos, hesitou mais uma vez.

Havia extrapolações de inconsistência óbvia; pior, dados que afrontavam a premissa da austeridade haviam sido eliminados das séries finais.

As evidências eram fortes, mas peso da ideologia é maior ainda.

O doutorando esfregou os olhos mais de uma vez na esperança de clarear a visão embaralhada pelo cansaço. Pediu ajuda à noiva, uma socióloga especialista em estatística.

Ela revisou as séries cuidadosamente. E confirmou: “Não creio que você esteja errado”.

O resto é sabido.

A fraude macroeconômica mais estonteante da ultimas décadas, brinca a reportagem, funcionou para o Estado do Bem Estar Social como as ‘armas de destruição em massa” funcionariam para a invasão do Iraque por Bush.

Herndon acha um pouco exagerada a comparação. Mas concorda com a essência da analogia: ‘Porque estão adotando políticas a partir de premissas falsas’, diz.

O coquetel de arrocho e premissas falsas, bem como seu personagem símbolo, a partir de agora, não são estranhos ao Brasil.

Kenneth Rogoff dirigia o FMI durante a disputa presidencial brasileira de 2002.

Em setembro daquele ano, o IBOPE divulgou uma pesquisa em que o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, retomava a trajetória ascendente.

Depois de um período com resultados negativos, Lula ganhou mais dois pontos, consolidando-se na liderança, com 41% das intenções de voto.

O tucano José Serra, seu principal adversário, cairia para 18%, um ponto a menos.Mas já se revelava um corisco no quesito rejeição: 29%.

A pesquisa encomendada pela 'Globo' foi divulgada numa terça-feira, véspera da reunião anual do FMI, em Washington.

Na quarta e na quinta-feira seguintes, choveriam raios, cobras, lagartos e escorpiões sobre o Brasil.

Autoridades do Fundo emitiriam previsões catastróficas e receitas sombrias para o futuro do país e de seus eleitores.

Tudo naturalmente escandido com a conhecida “isenção” dos veículos do dispositivo midiático conservador.

Na 'Folha', o então correspondente Marcio Aith, que viria a ser chefe de imprensa de Serra na outra derrota tucana, em 2010, exercitava o seu futuro com o dedo preso no gatilho: “Alternativa, agora, é mais arrocho, diz FMI”. Em seguida, ajustava o alvo: “Fundo elogia equipe econômica do Brasil (a do PSDB) e rebaixa perspectiva de crescimento do país...” ('Folha de S. Paulo', 26-09-2002)

No ‘Estadão’, o quadro de avisos viria igualmente encharcado de ostensiva agressividade.

Com o título “Ajuste no Brasil será feito com dor, diz FMI”, o texto era temperado de vaticínios agourentos aspergidos por ninguém menos que o rigoroso economista-chefe do organismo, Kenneth Rogoff.

As sentenças de Rogoff seriam impressas e disseminadas, então, com a mesma inquebrantável genuflexão do espírito que hoje acomete nossos jornalistas especializados em lubrificar a terapia do choque de juros.

Tudo chancelado pelo ‘rogoffismo’ local, vocalizado por sábios tucanos e professores banqueiros, de conhecidos serviços prestados à Nação.

Como diria Millôr Fernandes, se não é uma garantia, já é uma tradição.

Ela explica por que o estudante Thomas Herndon não tem o destaque merecido nos grandes diários nacionais.

Seria o mesmo que Bush admitir que as armas de destruição em massa serviram apenas de álibi para devastar o Iraque e tomar de assalto os seus poços de petróleo.

Leia, a seguir, trechos do 'Estadão', com as “sugestivas” advertências de Rogoff, na reta final das eleições de 2002.

“Ajuste no Brasil será feito com ‘dor’, diz FMI”

“Estadão” 25-09-2002

“O principal objetivo da política macroeconômica do Brasil, no médio prazo, deve ser reduzir o endividamento público, disse nesta quarta-feira o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kenneth Rogoff, na coletiva que abriu a reunião anual do FMI e do Banco Mundial.

Para quem conhece a linguagem sutil e diplomática do Fundo, fica claro que um aviso está sendo dado ao próximo governo: se não houver uma reversão significativa do sentimento negativo do mercado em relação à solvência pública, o FMI deve brigar por um superávit maior.

Rogoff foi até mais explícito na entrevista ao dizer que um "programa fiscal forte" requer "um forte grau de consenso social e político". Mais adiante, ele reformulou a expressão para "um alto grau de consenso social e apoio político".

Rogoff afirmou que o ajuste é particularmente difícil porque o grande endividamento faz com que as taxas de juros sejam muito altas. E isto, por sua vez, cria a necessidade de que o superávit primário (que exclui os gastos com juros) seja ainda maior.

Em um importante documento divulgado nesta quarta, o FMI deixa claro que encara o superávit primário de 3,75% do Produto Interno Bruto (PIB), com o qual o Brasil está comprometido, como um nível mínimo (que poderia ter de ser aumentado) nos próximos anos.

O FMI também explicita que considera que o elemento político - a incerteza sobre a continuidade da atual política de forte ajuste fiscal - é uma das principais causas da turbulência no Brasil.

O FMI deixou claro que considera que há um importante fator político na atual turbulência no Brasil. Referindo ao aumento de 750 para 1.500 pontos do risco-Brasil entre março e junho deste ano, a sessão sobre o Brasil da ‘Perspectiva’ diz que há várias razões, mas que "talvez, mais fundamentalmente, os participantes do mercado começaram a focalizar a sua atenção nas incertezas políticas associadas com a eleição presidencial de outubro e as suas implicações para a atual política econômica".

Mais adiante, referindo-se à piora da situação brasileira a partir de junho, o texto diz que "os mercados ficaram cada vez mais nervosos sobre o resultado das eleições e o que ele poderia significar para a sustentabilidade das finanças públicas no Brasil, especialmente em seguida às pesquisas de intenção de voto no início de julho".

Essa foi a fase em que Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes lideravam a disputa. "Para aliviar essas preocupações", conclui o relatório, "é crítico que se crie a confiança de que uma política econômica apropriada vai permanecer depois das eleições".

FONTE: escrito por Saul Leblon no seu “blog das frases” no site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1236). [Imagens do Google e suas legendas adicionadas por este blog ‘democracia&política’].

EUA ATACAM ‘CAPITALISMO DE ESTADO’ DA ÁSIA


“Países asiáticos como China, Malásia, Vietnã e Cingapura levantaram sua economias com um modelo de ‘capitalismo de Estado’, em que órgãos públicos apoiam ativamente suas transnacionais. Mas esse modelo está agora sob risco diante das negociações do “Acordo de Associação Transpacífico”, um tratado comercial e de investimentos impulsionado pelos EUA e que é negociado à portas fechadas.


segunda-feira, 29 de abril de 2013

STF E MÍDIA DÃO O 1º PASSO PARA O GOLPE


1º PASSO: O STF ESTÁ PROMOVENDO AGITAÇÃO POLÍTICA [Preparação para a volta da direita ao poder por meios não eleitorais]



“Hoje em dia, tornou-se tão disseminada a manipulação política do noticiário que, na coluna de sábado, acabei embarcando na suposta retaliação do Congresso ao STF (Supremo Tribunal Federal), com a tramitação da PEC 33 - que define o poder recursal do Congresso a leis declaradas inconstitucionais pelo STF.

Fui alertado pela analista política Maria Inês Nassif, em artigo no Jornal GGN (www.jornalggn.com.br) no qual apresentou um quadro perturbador do papel de alguns Ministros do STF, para gerar crises políticas e contribuir para a desestabilização institucional do país.

Vendeu-se a ideia de que a tramitação da PEC era fruto de represália do Congresso. Vários Ministros manifestaram indignação - entre eles, Gilmar Mendes, Marco Aurélio de Mello e o presidente do STF Joaquim Barbosa.

Maria Inês é taxativa: "Com toda certeza, os ministros que estão reagindo desproporcionalmente a uma tramitação absolutamente trivial de uma emenda constitucional no Congresso (...) estão fazendo uso político desses fatos".

A emenda tramita desde 2011. Foi proposta pelo deputado Nazareno Fontelenes (PT-PI) em 25 de maio do ano passado e encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça em 06 de junho. O relator da matéria é o deputado João Campos (PSDB-GO) – um parlamentar da oposição. E estava na agenda da CCJ desde fevereiro deste ano.

O fato de terem incluído José Genoíno (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP) no episódio comprovaria seu uso político, diz Inês. "No ano passado, quando a emenda foi apresentada, Genoino sequer tinha mandato parlamentar. Ele e Cunha não pediram a palavra, não defenderam a aprovação, nada. Apenas votaram a favor de um parecer de um parlamentar da oposição".

Não compete à CCJ apreciar o mérito de qualquer proposta. Seu papel é apenas analisar se a proposta cumpre os requisitos de constitucionalidade. Se cumprir, segue a tramitação até chegar ao plenário da Câmara. Aí sim, explica ela, a proposta será analisada em dois turnos, para depois cumprir dois turnos no Senado. "O primeiro passo da tramitação da PEC 33 foi dado na quarta-feira. Daí, dizer que o Congresso estava prestes a aprovar a proposta para retaliar o STF só pode ser piada, ou manipulação da informação".
                                    
A proposta tem respaldo na Constituição. O artigo 52 fala da competência exclusiva do Senado Federal, diz, em seu inciso X, que o Senado pode "suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal". No artigo 49, determina que é da competência do Congresso Nacional "zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes".

Conclui ela: "Diante dessas evidências constitucionais e da história da tramitação da PEC na Câmara, fica a pergunta: quem está ameaçando quem? É o Congresso que investiu contra o STF, ou o contrário?"

Na mesma quinta-feira, o Ministro Gilmar Mendes concedeu uma liminar trancando a tramitação da lei que inibe a constituição de novos partidos. Nos jornais de sexta, o ex-Ministro do STF Carlos Velloso declarava-se espantando com a decisão de Gilmar.”

FONTE: escrito pelo jornalista Luis Nassif em seu portal (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-stf-esta-promovendo-agitacao-politica) [Título, imagens do Google e trecho entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

ATÉ A “FOLHA” RECONHECE QUE O STF “TUCANEOU” DEMAIS

[No ano passado, tivemos a eufórica e midiática festa do PSDB no STF. A direita achava que já garantira a volta ao poder]

Da “Folha” [até a tucana “Folha” reconhece que pegou mal, pois o STF tucaneou demais!]

A "CRISE" ENTRE SUPREMO E CONGRESSO, 

NO PICADEIRO
                               
Por Janio de Freitas, na "Folha de São Paulo"

“O ato cogerador da 'crise' é [do STF], de Gilmar Mendes, a pedido de um partido do próprio Congresso, o PSB

A "crise" entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso não está longe de um espetáculo de circo, daqueles movidos pelos tombos patéticos e tapas barulhentos encenados por Piolim e Carequinha. É nesse reino que está a "crise", na qual quase nada é verdadeiro, embora tudo produza efeito enorme na grande arquibancada chamada país.

Não é verdade, como está propalado, que o Congresso, e nem mesmo uma qualquer de suas comissões, haja aprovado projeto que submete decisões do Supremo ao Legislativo. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara nem sequer discutiu o teor do projeto que propõe a apreciação de determinadas decisões do STF pelo Congresso. A CCJ apenas examinou, como é de sua função, a chamada admissibilidade do projeto, ou seja, se é admissível que seja discutido em comissões e eventualmente levado a plenário. A CCJ considerou que sim. E nenhum outro passo o projeto deu.

Daí a dizer dos parlamentares que "eles rasgaram a Constituição", como fez o ministro do STF Gilmar Mendes, vai uma distância só equiparável à sua afirmação de que o Brasil estava sob "estado policial", quando, no governo Lula, o mesmo ministro denunciou a existência de gravação do seu telefone, jamais exibida ou comprovada pelo próprio ou pela investigação policial.[Por conta dessa suposta gravação, ele e o então Senador Demóstenes Torres (DEM), auxiliar no Congresso do criminoso Cachoeira, foram "chamar Lula às falas" como responsável pelo inexistente grampo. Por isso, Lula e o governo ficaram longo tempo sob intenso bombardeio midiático, para deleite da direita].  

[Gilmar Mendes dá seu recado ao Poder Legislativo. Parece-me ser a demonstração de que ele sozinho pode impedir elaboração de projetos de lei e até mesmo a discussão ou tramitação no Congresso de assuntos que não lhe interessem. Por coincidência, a direita em geral e sua mídia o apoiam efusivamente

De autoria do deputado do PT piauiense Nazareno Fonteles, o projeto [que tem por relator da matéria o deputado João Campos (PSDB-GO) – um parlamentar da oposição], de fato polêmico, não propõe que as decisões do STF sejam submetidas ao Congresso, como está propalado. Isso só aconteceria, é o que propõe, se uma emenda constitucional aprovada no Congresso fosse declarada inconstitucional no STF. Se ao menos 60% dos parlamentares rejeitassem a opinião do STF, a discordância seria submetida à consulta popular. A deliberação do STF prevaleceria, mesmo sem consulta, caso o Congresso não a apreciasse em 90 dias.

Um complemento do projeto propõe que as "súmulas vinculantes" -decisões a serem repetidas por todos os juízes, sejam quais forem os fundamentos que tenham ocasionalmente para sentenciar de outro modo- só poderiam ser impostas com votos de nove dos onze ministros do STF (hoje basta a maioria simples). Em seguida a súmula, que equivale a lei embora não o seja, iria à apreciação do Congresso, para ajustar, ou não, sua natureza.

O projeto propalado como obstáculo à criação de novos partidos, aprovado na Câmara, não é obstáculo. Não impede a criação de partido algum. Propõe, isso sim, que a divisão do dinheiro do Fundo Partidário siga a proporção das bancadas constituídas pela vontade do eleitorado, e não pelas mudanças posteriores de parlamentares, dos partidos que os elegeram para os de novas e raramente legítimas conveniências. Assim também para a divisão do horário eleitoral pago com dinheiro público.

A pedido do PSB presidido pelo pré-candidato Eduardo Campos [que está desempenhando papel muito conveniente para a volta dos tucanos ao poder], Gilmar Mendes concedeu medida liminar que sustou a tramitação do projeto no Congresso, até que o plenário do STF dê a sua decisão a respeito. Se as Casas do Congresso votassem, em urgência urgentíssima, medida interrompendo o andamento de um processo no Supremo Tribunal Federal, não seria interferência indevida? Violação do preceito constitucional de independência dos Poderes entre si? Transgressão ao Estado de Direito, ao regime democrático? E quando o Supremo faz a interferência, o que é?

Ao STF compete reconhecer ou negar, se solicitado, a adequação de aprovações do Congresso e de sanções da Presidência da República à Constituição. Outra coisa, seu oposto mesmo, é impedir a tramitação regimental e legal de um projeto no Legislativo, tal como seria fazê-lo na tramitação de um projeto entre partes do Executivo.

O ato intervencionista e cogerador da "crise", atribuído ao STF, é de Gilmar Mendes -e este é o lado lógico e nada surpreendente do ato. Mas o pedido, para intervenção contra competência legítima do Congresso, foi de um partido do próprio Congresso, o PSB, com a aliança do PSDB do pré-candidato Aécio Neves e, ainda, dos recém-amaziados PPS-PMN.

Com o Congresso e o STF, a Constituição está na lona.”

FONTE: escrito por Janio de Freitas e publicado na tucana “Folha de São Paulo”. Transcrito no portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-crise-entre-supremo-e-congresso-por-janio-de-freitas) [Título, imagens do Google e trechos entre colchetes em azul adicionados por este blog ‘democracia&política’].

DIAS DE ABRIL: O PILOTO SUMIU?


Labirintos

Por Saul Leblon

“Há três semanas, o conservadorismo comanda as expectativas do país.

O carnaval do tomate e o furor rentista marcaram a segunda quinzena de abril.

Deu certo.

No dia 17, o BC elevou os juros.

Ato contínuo, vários indicadores desautorizaram as premissas da terapia ortodoxa.

Os preços dos alimentos – não o único, mas um fator sazonal importante na pressão inflacionária – perderam fôlego. O do tomate desabou.

Não apenas isso.

O cenário internacional desandou.

Recordes de desemprego na Europa vieram se somar à deflação das ‘commodities’, ademais da decepção com a velocidade da retomada nos EUA.

Tudo a desaconselhar o arrocho pró-cíclico evocado pelos especialistas em incursões aos abismos e às bancarrotas.

Há cinco anos, eles advertem que a resistência do Brasil à crise é um crime contra o mercado.

Nenhuma voz do governo ou do PT soube salgar o diagnóstico conservador com a salmoura pedagógica das evidências opostas.

Dilma poderia ter ido à TV. É sua responsabilidade esclarecer a opinião pública quando o futuro do país está sendo ostensivamente jogado na sarjeta das manipulações.

Não significa mistificar os problemas de uma transição macroeconômica difícil rumo a um novo ciclo de investimento.

Mas, sim, separá-los de interesses que não são os da nação.

As ferramentas macroeconômicas não têm partido.

Mas a forma de combiná-las, a dose e a direção, dependem de opções políticas mediadas pela correlação de forças.

Um pedaço da correlação de forças se define no diálogo com a sociedade.

Disputar as expectativas, em certos momentos, é tão decisivo quanto ajustar as linhas de passagem entre um ciclo e outro.

Um governo que toma decisões ancorado em diálogo direto com suas bases, e apoiado por elas, irradia uma capacidade de comando que desencoraja o assalto conservador.

Se Lula ficasse mudo em 2008, o jogral pró-cíclico faria do Brasil um imenso Portugal .

O quadro hoje é outro?

Sempre é outro.

É para isso que existe governo. Se a história fosse estável e previsível, bastariam burocracias administrativas.

Veio a terceira quinzena de abril.

Enquanto o PT se preocupa com Eduardo Campos, o verdadeiro partido oposicionista alimentava um clima de dissolução institucional.

É só aquecimento: o lacerdismo togado e seu diretório midiático podem muito mais.

A pauta da ‘caça ao Lula’ voltou às manchetes.

Grunhida pela boca do casal Roberto Gurgel e esposa, subprocuradora Claudia Sampaio.

Estamos em linha com a nova tradição latino-americana.

A implosão institucional de governos progressistas tem no lacerdismo togado um laboratório de ponta no país.

São sucessivas as contribuições ao modelo.

Na da semana passada, o STF desautorizou o Congresso a analisar a PEC sobre novos partidos, subtraindo espaço do Legislativo na divisão dos poderes.

A ideia de um Judiciário que diga ao Congresso o que ele pode e o que ele não pode discutir e votar é estranha à democracia.

Mas não ao método conservador, que pauta um Brasil cada vez mais explícito, à direita, em seus duetos e sintonias.

Respira-se a certeza da impunidade associada à supremacia asfixiante do poder de difusão conservador.

Avulta daí a progressiva desenvoltura de personagens que se dispensam do recato e da liturgia observada nos velhos conspiradores.

Joaquim Barbosa se manifesta como uma extensão de Merval Pereira.

E vice-versa.

Gurgel acossa Lula e agasalha o líder de Carlinhos Cachoeira no Congresso, Demóstenes Torres, com uma aposentadoria de R$ 22 mil.

E ninguém dá gargalhadas.

Como diz o senador Requião, falta humor à crítica política.

Falta também capacidade de se escandalizar.

Um delegado ex-integrante do aparato da ditadura diz que Otávio Frias e Sergio Fleury eram parceiros de teoria e prática.

Tomavam chá das cinco no DOPS.

Dá para acreditar?

Dá para ter certeza de que as veladas ligações entre o dispositivo midiático e a ditadura precisam ser investigadas. Por uma comissão de verdade.

Quem se dispõe?

Silêncio constrangedor.

O ministro Mercadante defende a “Folha” e o ‘seu’ Frias – como ele se refere ao falecido pai de Otavinho, em nota tocante. (Leia o artigo demolidor de Paulo Nogueira, do “blog do Centro do Mundo”; nesta pág., em “A DECLARAÇÃO DE AMOR DE MERCADANTE POR ‘SEU FRIAS’).

Toffoli, ministro do Supremo, dá ultimato à Câmara: os representantes do povo têm 72 horas para explicar o que estão pretendendo com a PEC-33 que determina que algumas decisões do STF sejam submetidas ao Congresso e eleva de seis para noves votos o quórum do Supremo ao invalidar emendas constitucionais do Legislativo.

Paulo Bernardo alia-se ao oligopólio da mídia.

A SECOM sustenta a “Globo”.

E o sub do sub do Banco Central vai discursar no Banco Itaú, espécie de diretório informal do PSDB. Prega o choque de juros.

O piloto sumiu.

Esse filme não é novo.

E nunca acaba bem.”

FONTE: escrito por Saul Leblon no site “Carta Maior”  (
http://cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1234). [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

A DECLARAÇÃO DE AMOR DE MERCADANTE POR ‘SEU FRIAS’


Por Paulo Nogueira, do “Diário do Centro do Mundo”


“Uma das frases de Sêneca que mais me agradam fala o seguinte: “Quando penso em certas coisas que disse, tenho inveja dos mudos.”

Ela me ocorreu ao ter ciência da carta que o ministro Aloízio Mercadante escreveu para a “Folha de S. Paulo”.

Mercadante fez um desagravo da memória de Octavio Frias de Oliveira, falecido dono do jornal, depois que um delegado dos tempos da ditadura militar disse, na Comissão da Verdade, o que todos sabem, exceto talvez ele mesmo, Mercadante: que Frias colaborou ativamente com a repressão a “terroristas”, “subversivos” e “assassinos”.

Frias foi o chamado colaborador total. De um lado, forneceu carros do jornal para a perseguição de “subversivos” pela OBAN, “Operação Bandeirante”, um grupo particularmente selvagem dedicado a exterminar a resistência à ditadura.

De outro, usou sua empresa jornalística para publicar conteúdos pró-ditadura.

Meu pai, editorialista e com carreira na “Folha” estabelecida antes que Frias comprasse o jornal em 1961, se recusou a escrever um editorial no qual Frias mandou que fosse dito que não existiam presos políticos – todos eram criminosos comuns.

Frias, nos piores anos da ditadura, manteve um jornal, a “Folha da Tarde”, que era uma espécie de porta-voz da repressão. (Mercadante poderia conversar sobre isso com Frei Betto, que foi jornalista da FT antes de Frias transformá-la numa extensão da OBAN.)

Num certo momento, com a abertura política, Frias, como empresário, enxergou uma boa oportunidade de negócio ao engajar a “Folha” na campanha das diretas e deixá-la mais arejada.

Era um movimento óbvio. O concorrente “Estadão” já estava morto editorialmente, então. E a “Globo” era, como a FT, porta-voz da ditadura na tevê.

O distanciamento oportunista da “Folha” em relação ao regime não impediria Frias de acatar servilmente uma ordem de um general para que afastasse o diretor Claudio Abramo depois que o grande cronista Lourenço Diaféria escreveu, com toda razão, que os paulistanos mijavam na estátua do Duque de Caxias, no centro da cidade, perto da “Folha”.

Bastava passar por lá e sentir o cheiro.

Para Claudio Abramo, foi um desdobramento irônico e amargo do editorial que meu pai recusou e ele, Claudio, escreveu, sabe-se lá a que custo emocional e mesmo físico, uma vez que era um homem de esquerda.

Frias pôs imediatamente no lugar de Claudio um jornalista que ele mantinha por causa das relações deste com o regime: Boris Casoy, egresso do “Comando de Caça ao Comunista” e antigo locutor de rádio. (Anos depois, na televisão, ao falar dos lixeiros, Boris mostrou quão pouco mudou nestes anos todos.)

Assustado, medroso, Frias tratou também de tirar seu nome da primeira página do jornal, como responsável. Boris passou a figurar como o responsável.

Apenas para situar, Boris marcou uma ruptura na “Folha”. Até ali, os chefes de redação eram jornalistas completos: tinham feito grandes reportagens a partir das quais subiram até serem testados também como editores.

Boris simplesmente não sabia escrever. Ele estava no jornal, e num cargo elevado, por razões políticas, e não jornalísticas.

Isso gerou situações bizarras. Na morte de Samuel Wainer, cabia a Boris escrever um pequeno tributo na coluna “São Paulo”. Boris chamou meu pai para escrever por ele por não ter capacidade para realizar a tarefa.

Mercadante mostrou uma ignorância desumana ao desconhecer tudo isso na carta que mandou à “Folha”.

A demonstração espetacular de desconhecimento é tanto mais grave por vir do ministro da Educação. Se ele não conhece com alguma profundidade um assunto tão próximo dele, o que ele conhecerá?

Terá lido livros? Quais?

Pela ignorância, mais ainda do que pela bajulação despropositada, Mercadante deveria ser afastado sumariamente do cargo que ocupa. Daqui por diante, ele será sempre lembrado como aquele sujeito que disse que o “seu Frias” foi um quase mártir na “luta pelas liberdades democráticas”.

A carta de Mercadante cumpre o papel inevitável das mensagens estapafúrdias, o de ser alvo de desprezo dos chamados dois lados. É altamente provável que Otávio Frias Filho não tenha enxergado na carta o que todo mundo enxergou.

Se existe um atenuante para Mercadante, é que parece haver no DNA do PT uma espécie de submissão mental aos donos da mídia.

Essa patologia ajuda a entender por que o Brasil não avançou nada, em dez anos de PT, na questão crucial para a sociedade de discutir os limites da mídia, a exemplo do que a Inglaterra acaba de fazer.

O momento simbólico dessa submissão – que o grande Etienne de La Boétie chamava de “servidão voluntária” – é assinado por Lula, ao escrever na morte de Roberto Marinho que ali se ia um, pausa antecipada para rir, um grande brasileiro, merecedor de três dias de luto oficial.”


FONTE:
escrito por Paulo Nogueira, do “Diário do Centro do Mundo”. O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises “Diário do Centro do Mundo”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21967
). [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

RESULTADOS FINANCEIROS E OPERACIONAIS DA PETROBRAS



Resultados: Lucro líquido foi de R$ 7,693 bilhões no 1º trimestre de 2013


“Veja os principais pontos dos resultados financeiros e operacionais do primeiro trimestre do exercício de 2013 da Petrobras, divulgados na sexta-feira (26/04):

O lucro líquido da Petrobras foi de R$ 7 bilhões e 693 milhões no 1º trimestre de 2013. O lucro operacional alcançou R$ 9 bilhões 849 milhões, representando aumento de 72% em relação ao trimestre anterior, devido aos reajustes de preços do diesel e da gasolina, menores custos de importação e redução das despesas operacionais.

O lucro líquido ficou estável em relação ao trimestre anterior, em função do maior resultado operacional ter sido compensado pelos menores ganhos financeiros e maior imposto sobre o lucro.

Na comparação com o 1º trimestre de 2012, o resultado operacional foi 16% inferior, refletindo maiores volumes de importação, o efeito da depreciação cambial (13%) e maiores despesas operacionais. O lucro líquido ficou 17% menor, em função do menor resultado operacional e ausência de benefício fiscal.

A produção total de petróleo e gás natural totalizou 2 milhões 552 mil barris/dia na média do trimestre, ficando 2% inferior ao 4º trimestre de 2012. Conforme esperado, a produção diminuiu devido ao declínio natural dos campos e ao maior número de paradas para manutenção, concentradas no 1º semestre do ano.

Dois sistemas de produção iniciaram operação na Bacia de Santos: FPSO Cidade de São Paulo, no campo de Sapinhoá, no pré-sal, e FPSO Cidade de Itajaí, no campo de Baúna, no pós-sal. O terceiro sistema – FPSO Cidade de Paraty – já se encontra em processo de ancoragem no campo de Lula Nordeste e começará a produzir no final de maio de 2013.

NOVO RECORDE DE PRODUÇÃO DO PRÉ-SAL DE 311 MIL BARRIS POR DIA EM 17 DE ABRIL.

As novas descobertas foram: Sul de Tupi e Florim em áreas da Cessão Onerosa; Sagitário no pré-sal da Bacia de Santos; e Mandarim, no pós-sal do campo de Marlim Sul na Bacia de Campos.

O “Programa de Recuperação da Eficiência Operacional da Bacia de Campos” (PROEF) apresentou ganhos de 34 mil barris por dia na produção de óleo e LGN do 1º trimestre de 2013.

O “Programa de Otimização dos Custos Operacionais” (PROCOP) gerou resultados globais acima do previsto para o trimestre, resultando em economia de R$ 1 bilhão 260 milhões (1/3 da meta para o ano).

A Petrobras bateu recorde de processamento de petróleo em 7 de abril (2 milhões 149 mil barris/dia). No trimestre, houve crescimento do mercado interno (+9%) atendido principalmente pelo aumento da produção de derivados (+10%) em comparação ao mesmo período de 2012.

Realização de dois reajustes de preços do diesel (totalizando 10,7%) e um de gasolina (6,6%).

Os investimentos totalizaram R$ 19 bilhões 769 milhões, sendo 54% nas atividades de Exploração e Produção.”

É A IMPRENSA-EMPRESA, ESTÚPIDO!



Por Robert Parry, no “Consortium News”, sob o título original It’s the Media, Stupid!”. Artigo traduzido pelo “pessoal da Vila Vudu” e transcrito no blog “Redecastorphoto” .

Robert Parry

“A imprensa-empresa nos EUA jamais foi “liberal”. Na melhor das hipóteses, pode-se dizer que houve períodos, em passado não muito distante, quando as grandes empresas-imprensa faziam melhor serviço, ao apresentar os fatos. E havia alguma imprensa “underground” que publicava algum material que a grande imprensa-empresa evitava.

(Entreouvido na “Vila Vudu”: no Brasil, a imprensa-empresa jamais foi, sequer, “de centro”: sempre foi da “direita udenista mais fascista”; depois passou a ser “tucana-uspeana à moda Sorbonne & Chicago”; ultimamente, já é sionista, “opusdeizista” e “danuzaleãosista”, sempre fascista.)

Segregação Racial nos EUA (anos 1950's e 1960's )

Assim, houve jornalistas que revelaram os horrores da segregação racial nos anos 1950s e 1960s; correspondentes de guerra expuseram parte da cruel violência da Guerra do Vietnã no final dos anos 1960s; algumas grandes empresas-jornais desafiaram o governo dos EUA e publicaram a história real, vazada, daquela guerra, em 1971; o “Washington Post” revelou uma parte (embora evidentemente não todos) dos crimes políticos de Richard Nixon em 1972-74; e o “New York Times” liderou a divulgação de uma parte da imunda história da CIA em meados dos anos 1970s.

Apesar de esse trabalho com certeza ofender a Direita e muitas alas do ‘Establishment’, todas aquelas matérias tiveram um elemento comum: todas eram histórias verdadeiras. Nesse sentido, não eram nem “liberais”, nem “conservadoras”, nem “centristas”. Eram jornalismo simplesmente acurado, bem feito – e contribuíram para trazer à vida outras instituições democráticas dos EUA, dos protestos nas ruas a pressão, pelos tribunais, contra quem chantageava e pressionava, com lobbies, funcionários do Estado.

História suja da CIA - Central Intelligence Agency (Serviço Secreto dos EUA)

Essa ressurgência da democracia participativa era o que os entrincheirados no poder mais temiam, fosse no sul segregacionista ou nos salões de painéis de carvalho nas paredes dos bancos de “Wall Street“ e grandes empresas. E eles organizaram uma poderosa contra-ação, para simultaneamente (a) impedir novas “revelações” (provavelmente mais ameaçadoras a cada dia) de crimes e erros e vícios, e (b) para reassumir o controle dos canais de informação que influenciam o modo como o povo norte-americano vê o mundo.

Naquele contexto, uma das estratégias mais efetivas de propaganda sempre foi apresentar o jornalismo decente como “de esquerda” e desqualificar os jornalistas decentes como “antiamericanos”. Assim, muitos norte-americanos passariam a duvidar de qualquer informação de boa qualidade; ao mesmo tempo em que passariam a descartar a informação acurada, acusada de ter “viés político”.

Como jornalista empregado da “Associated Press” e da revista “Newsweek” nos anos 1980s, conheci várias dessas táticas de jogo duro, quando cobria o governo Reagan, e o governo Reagan tentava manipular a percepção dos cidadãos, inflando o mais possível inúmeras “ameaças externas” (de Manágua a Moscou) e demonizando alguns grupos nacionais (das “rainhas do bem-estar social” aos sindicatos em geral).

Os homens de Reagan referiam-se às suas principais metas como “chutar para bem longe a Síndrome do Vietnã, quer dizer: apagar, na população dos EUA, qualquer resistência a qualquer movimento para nos arrastar, todos, outra vez, para guerras em países longínquos, empurrados por mentiras.

Assista a seguir:


A GUERRA NAS ONDAS DO ÉTER

A chave para o sucesso sempre foi conseguir controlar a maior quantidade possível de veículos de mídia noticiosa – fosse pela propriedade, nesse caso com empresas cujos proprietários fossem da Direita ativa; ou com pressão sobre os executivos dos veículos de notícias para que adotassem postura mais “patriótica”; ou por intimidação direta contra qualquer um que não se alinhasse.

As táticas deram certo, funcionaram como feitiço. Foram ajudadas por uma mudança na Esquerda, que vendeu ou fechou e, no geral, desistiu, de vários dos veículos da imprensa “underground” da era Vietnã, para concentrar-se “no local”, em questões locais: “pensar globalmente e agir localmente”, dizia a palavra-de-ordem daquele momento.

Essa combinação de fatores deu à Direita e aos conservadores do ‘Establishment’ domínio completo sobre a imprensa de notícias. Como um exército que controlasse os céus, a Direita e os conservadores passaram a poder fazer o que bem entendessem, para detonar qualquer um que se interpusesse, fosse político, jornalista ou cidadão. Nenhum ser humano atento mais ao fato que à versão nunca mais estaria a salvo, na noite escura que desceu sobre o jornalismo-empresa.

O sucesso da Direita pode ser aferido em diferentes momentos do processo: quando os Republicanos conseguiram esconder o escândalo dos “Contra” do Irã, em 1987 e quando o presidente George H.W. Bush disse, depois de destruir o já destroçado exército iraquiano, em 1991: “chutamos para bem longe, de uma vez por todas, a Síndrome do Vietnã”.

Síndrome do Vietnã - os EUA saíram corridos da guerra provocada por eles mesmos
                                
A realidade da imprensa-empresa de notícias – que só fez ampliar-se durante os anos 1990s e no início do novo século – já era, então, que a Direita podia inventar qualquer tema de propaganda, convertê-lo em noticiário e ter certeza de que milhões de norte-americanos engoliriam qualquer coisa. Assim, o presidente George W. Bush conseguiu inventar mentiras para invadir o Iraque em 2003 e os jornais, proprietários e jornalistas das empresas-imprensa não apenas nada fizeram para estabelecer a verdade como, até, o ajudaram a mentir.

Vez ou outra algumas vozes emergiam na Internet e em alguns veículos de baixa circulação e audiência, para desmentir as mentiras de Bush sobre a guerra do Iraque; mas não era difícil para a grande empresa-imprensa desqualificá-los ou ignorá-los. Foi preciso que se acumulasssem os erros e fracassos de Bush na Guerra do Iraque e outras crises locais e internacionais, para que, afinal, aquela potentíssima máquina de propaganda da direita começasse a engripar.

Mas a dinâmica geral nunca mudou. Sim, a “rede MSNBC” – depois de fracassar na tentativa de posicionar-se tão à extrema direita quanto a “rede Fox News” – moveu-se um pouco à esquerda, chegou quase ao centro, e conseguiu algum sucesso de audiência com interpretações “liberais” da política doméstica (mas sem jamais desafiar abertamente e seriamente o que o Establishment mandava dizer sobre política externa).

Há também alguns sites na Internet que desafiam a sabedoria convencional e apoiam ativamente o intervencionismo dos EUA em vários pontos do mundo, mas mal sobrevivem, do ponto de vista financeiro, e têm alcance limitado na população em geral.

COMPRAR AS EMPRESAS, PARA ESCREVER AS NOTÍCIAS

Agora, tudo leva a crer que, nos próximos anos, a Direita norte-americana consolidará sua dominação sobre a imprensa-empresa de notícias. Em futuro próximo, algumas das mais conhecidas e influentes redes regionais de noticiário poderão já estar sob controle direto de ideólogos ativos da extrema direita nos EUA, como Rupert Murdoch ou os Irmãos Koch.

David e Charles Koch 

As “Koch Industries”, gigante de petróleo e gás, de propriedade privada, que oferece todos os recursos necessários para que Charles e David Koch financiem fartamente inúmeros think tanks libertaristas e organizações do movimento “Tea Party”, começam a testar a mão em ofertas para comprarem oito veículos regionais da “Tribune Company”, incluídos aí o “Los Angeles Times”, o “Baltimore Sun”, o “Orlando Sentinel”, o “Hartford Courant” e o “Chicago Tribune”, como se lê em matéria publicada no “New York Times” domingo passado (21).

Se comprarem os veículos do grupo “Tribune”, os Irmãos Koch Brothers ter-se-ão presenteado, eles mesmos, com mais uma importante plataforma para distribuir propaganda de extrema direita e fazer da vida política (e, provavelmente, também privada) dos adversários políticos, um perfeito inferno. Lembro, dos meus dias de repórter, cobrindo o Capitólio, do que todos os jornalistas sabiam: nada assusta mais um deputado ou senador, que a oposição obcecada do jornal regional de sua base eleitoral.

Rupert Murdoch

Outro que também deve apresentar-se para esse negócio, ou para comprar, pelo menos, o “Los Angeles Times”, é o magnata sionista Rupert Murdoch, que já é proprietário da rede “Fox News” e de poderosos jornais diários no Reino Unido e nos EUA, dentre os quais o “Wall Street Journal”

Do outro lado, concorrendo com esses pesos-pesados, há empresários um pouco mais liberais, de olho no “Los Angeles Times”, mas não se sabe se têm condições de competir com as gordas carteiras dos Irmãos Koch e Murdoch. O “New York Times” diz que as Indústrias Koch podem ter grande vantagem no negócio, porque comprariam, de uma vez, os oito jornais do grupo.

Alguns, no campo da Esquerda, zombam da ideia de investir na indústria “dinossauro” do jornalismo impresso e questionam o interesse, para a Esquerda, de contar com – que fosse! – pelo menos alguns desses títulos de prestígio no jornalismo dos EUA. Não há dúvidas de que, sim, muitos daqueles jornais estão em decadência, em quase todos os casos por erros de administração, de política empresarial e pela volatilidade dos dólares da publicidade.

Mas ainda são vozes influentes, que falam às populações das áreas metropolitanas interessadas em saber sobre o mundo. Os jornais também definem a pauta de discussão das TV locais e de muitos blogueiros, sobretudo dos blogueiros jornalistas. O “Baltimore Sun”, por exemplo, produziu a mais importante peça de jornalismo sobre os crimes contra direitos humanos no governo Reagan, na América Central; e publicou inúmeros importantes furos de bom jornalismo sobre espionagem praticada pelo governo Bush contra cidadãos norte-americanos.

Gary Webb

É verdade, sim, que vários dos grandes jornais desgraçaram-se, eles mesmo, nas últimas décadas, como o “Los Angeles Times” e a vergonhosa campanha que moveu contra o jornalista assassinado Gary Webb, depois que ele trouxe à tona o escândalo de “Contras” e cocaína, do governo Reagan, no final dos anos 1990s.

Mas páginas de Internet – mesmo as páginas, como este nosso “Consortiumnews”.com que tem declarado e forte interesse em fazer jornalismo investigativo – vivem sob a pressão da falta de recursos financeiros e de material humano para produzir esse tipo de projetos de investigação, que são caros, pelo menos com alguma regularidade.

Se não se organizarem maiores investimentos, de cidadãos e empresas honestas – seja na Velha Mídia impressa ou na Nova Mídia eletrônica, para que se produza jornalismo de melhor qualidade – os EUA continuarão a navegar para o fundo do poço, num mundo de ficção, interesses escusos, paranoia de Direita e fatos falsificados. E isso é grave risco para todo o planeta.”

FONTE: escrito por Robert Parry, no “Consortium News”, sob o título original It’s the Media, Stupid!”. Artigo traduzido pelo “pessoal da Vila Vudu” e transcrito no blog “Redecastorphoto” (http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/04/e-imprensa-empresa-estupido.html). [Imagem inicial adicionada por este blog ‘democracia&política’].