“Algumas movimentações em curso no atual cenário político do país são sinais de uma polarização que se torna cada vez mais inevitável. A tendência da luta de classes no Brasil é que as contradições e diferenças entre os interesses das forças populares e das forças neoliberais se tornem cada vez mais nítidas para o conjunto da sociedade.
As forças populares defendem um projeto de desenvolvimento nacional que contemple as reformas estruturais e seja pautado pela soberania popular. Já as forças neoliberais defendem centralmente a hegemonia do capital financeiro [internacional] na economia brasileira, os ajustes fiscais que penalizam a classe trabalhadora e a retomada do programa de privatizações do patrimônio público.
Os partidos de direita [principalmente PSDB, DEM, PPS, Mídia], que representam os interesses neoliberais, foram derrotados no plano eleitoral em 2002, 2006 e 2010. No entanto, não se pode subestimar a capacidade da direita brasileira de reagir e virar esse jogo.
Existe um plano em curso que objetiva triunfar nas eleições presidenciais de 2014. Trata-se de ofensiva da direita brasileira que tem traços em comum com a crise política da década de 1950 e que precedeu o golpe militar 1964.
Podemos identificar três movimentações que dão conteúdo à ofensiva da direita nesse momento.
A primeira reside no fato de que as forças neoliberais buscam compensar suas derrotas e fragilidades na luta eleitoral através de aliança conservadora com o poder Judiciário e com a grande mídia reacionária.
Com esse conluio, as forças conservadoras avançam no campo da luta ideológica, negando a identidade de classe da jovem classe trabalhadora em formação através do embuste da “nova classe média”, criminalizando as lutas sociais, judicializando a política ao fazer do STF um balcão a serviço do revanchismo político da direita. A recente sanha do STF ao tentar sufocar as funções constitucionais do poder Legislativo de maioria pró-Dilma é parte dessa disputa. Essa movimentação da direita brasileira pode diminuir as margens para a luta democrática.
A segunda movimentação dessa direita objetiva pulverizar a luta eleitoral de 2014 em torno de diversas candidaturas, para provocar um segundo turno numa tentativa de derrotar a reeleição de Dilma. Uma candidatura alternativa proveniente da base de partidos que sustentam o governo Dilma e que divida votos, mesmo que poucos, faz parte dos planos da direita. Nesse caso, mais uma vez, o STF e a mídia conservadora trabalham incansavelmente para viabilizar a candidatura de Marina Silva e Eduardo Campos.
A terceira movimentação da direita busca diluir e descaracterizar o programa neodesenvolvimentista do governo Dilma, que tem como meta-síntese o crescimento econômico e a distribuição de renda. Para isso, o dispositivo midiático-conservador, em aliança com o capital financeiro e com certa burguesia interna sem projeto de nação, estão conseguindo imprimir uma agenda liberalizante no governo Dilma que não acumula forças para os interesses do povo brasileiro.
Começou com a timidez e lentidão na mudança dos rumos da política econômica, que ainda permanece refém do dogma neoliberal fundado no tripé conservador: câmbio flexível, sistemas de metas de inflação e superávit primário. Depois, veio o fim da aposentadoria integral do funcionalismo e o enfrentamento da greve dos servidores públicos com mão de ferro no ano de 2012.
Em seguida, o governo federal encaminhou a concessão dos três maiores aeroportos do país para o controle da iniciativa privada. Além disso, para atender aos interesses diretos da burguesia interna, o governo viabilizou a desoneração da folha de pessoal de 15 setores da economia, podendo comprometer a previdência social.
Agora, um amplo programa de concessão de rodovias, ferrovias e portos para o setor privado está em curso. Para consolidar a agenda liberalizante, o governo autorizou a retomada dos leilões de áreas de exploração do petróleo para este ano, que estavam paralisados desde dezembro de 2008.
A contradição é que essa perniciosa agenda liberalizante parte do seio da frente neodesenvolvimentista que sustenta o governo Dilma. Isso é a demonstração cabal de que tal frente é hegemonizada pela burguesia interna.
Neste momento, os setores populares precisam acumular forças para impedir as medidas privatizantes”. (...)
FONTE: Editorial da edição 532 do “Brasil de Fato” transcrito no portal “Viomundo” (http://www.viomundo.com.br/politica/brasil-de-fato.html).
Antes de voce fazer um comentario deste, deveria estudar um pouco de economia.
ResponderExcluirSou petista, votei e voto na Dilma em 2014, e sou totalmente a favor da concessao dos aeroportos, portos, rodovias e etc, desde que sejam bem realizadas, onde o que nao podemos aceitar, é estes trabalhadores publicos folgados, que só recebem, têm priveligios, dentre outros, e nao trabalham e prol da sociedade.
Por esta e outras medidas que voto na Dilma, e vou continuar votando!!!
Unknown,
ResponderExcluirAcho certo votar na Dilma.
Não acho certo o seu preconceito contra os trabalhadores públicos. Ou é falta de conhecimento, ou é cabeça feita pelo "mercado" e grandes potências, que querem o nosso Estado "mínimo", fraco, para eles assim dominarem absolutos. Isso está ultrapassado, pois na crise mundial iniciada em 2008 os grandes conglomerados financeiros norte-americanos e europeus (que antes nos vendiam a doutrina do Estado mínimo e FHC/PSDB aqui obedeceu) quiseram o Estado muito forte e rico para repassar para eles salvadoras trilionárias quantias.
Maria Tereza
Faço estágio em uma Universidade, uma amiga faz estágio na prefeitura, e sei o que estou falando.
ResponderExcluir1° Funcionário publico vai mais ao dentista do que ao trabalho, impressionante> acho que todos os funcionarios deveriam ter os dentes mais perfeitos do mundo;
2° O horário de serviços é de 8 ás 12 e das 14 às 18, mas é impressionate os horarios deles (8:35 às 11:30 e das 14 às 17:20);
3° Onde faço estágio, os estágiarios trabalham mais do que grande parte da equipe de funcionarios que lá se encontram;
4° Só falam em greve, sendo que quando prestaram concurso, já sabiam quanto iriam ganhar;
5° As pessoas ligam e nunca atendem ao telefone, pois ou estao fumando, ou tomando café ou fofocando;
6° Têm setores que são 4 funcionários, sendo que 1 funcionário mais um assistente, já bastaria.
Em relação a minha amiga estagiária da prefeitura;
A população chega, vai ao funcionário pedir informações sobre determinada certidão, ou nota fiscal, a resposta do funcionário é a seguinte: Vai até aquela moça(estagiário) que eles respondem, fora que são vários estagiários, porque pagam uma merreca de auxilio estágio, e o pessoal trabalham como se fossem os funcionarios, e o que estes fazem: NADA!!!
E voce quer que eu apoie este tipo de pessoas? È claro que existem exceções, mas neste caso, é muito pouco as exceções e voce sabe disso!!
Unknown,
ResponderExcluirCompreendo que são verdadeiras suas observações e de sua amiga nos estágios.
Contudo, sugiro: não generalize. Há muito preconceito injusto nesse tema.
Cenas como as que você descreveu também ocorrem em empresas privadas. Basta haver menos fiscalização.
Tenho grande vivência em repartições públicas e privadas brasileiras e estrangeiras, inclusive no Exterior. Na maioria dos países desenvolvidos, a proporção de funcionários públicos/população é até maior que no Brasil. Aqui e lá fora, vi que a maior parte dos funcionários públicos é competente e surpreendentemente dedicada. Muitos são disputados com propostas atraentes do "mercado", mas resistem por idealismo.
Maria Tereza