terça-feira, 17 de dezembro de 2013

ALGO NO JULGAMENTO DO MENSALÃO LEMBRA OS “CAPITÃES DE MATO”

Capitães do Mato, Eles eram os responsáveis pela tortura e morte dos negros na época colonial brasileira.

PODER x DEMOCRACIA

Por Júlio Miragaya

“Os processos eleitorais no Brasil são fortemente dominados pelo poder econômico, com as empresas financiando candidatos com doações milionárias, esperando a futura “retribuição” e imperando o chamado “Caixa 2”.

O fim desse processo viciado não interessa aos grandes grupos econômicos, pois, através dele, mantêm os seus lobistas nos parlamentos. Dessa forma, ao condenar um punhado de pessoas na Ação Penal 470, o STF julgou a exceção para manter a regra.

E para manter a regra, era necessário encontrar bodes expiatórios, dar satisfação à “ética” de uma pequena burguesia - que é tolerante com empresários corruptos, que compram favores e são tratados como benfeitores - mas que clama pela condenação dos ex-dirigentes petistas, pois no fundo quer a condenação do PT e de toda a luta pela melhoria da condição de vida da classe trabalhadora. Marx dizia que a pequena burguesia aspira ser burguesa e teme ser proletarizada. Daí sua bajulação pela burguesia e seu ódio pela classe trabalhadora.

O STF, que julgou baseado em "fatos presumidos", é o mesmo que mantém engavetado o processo do "Caixa 2 tucano em Minas", que não julgou a compra de votos da reeleição de FHC e que “anistiou” os crimes de tortura da ditadura militar.

A remoção [espalhafatosa] dos presos para Brasília, num [humilhante] espetáculo midiático e de violação do direito da pessoa, chocou o próprio ministro [querido dos tucanos] Marco Aurélio Mello, pois a Lei 7.210/84, conhecida como “Lei de Execução Penal”, confere o direito do preso cumprir pena em local próximo ao meio social e familiar. (...) 

É lamentável o comportamento de pessoas de origem humilde que, ao ascenderem a postos elevados, busquem agradar os poderosos, repetindo o que faziam negros ["capitães de mato"] que atuavam como capatazes dos fazendeiros escravistas [no Brasil] ou policiais negros sul-africanos que reprimiam a luta antiapartheid.”

FONTE: escrito por Júlio Miragaya, Presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal. Transcrito no portal do PT  (http://www.pt.org.br/noticias/view/artigo_poder_x_democracia_julio_miragaya). [Título, imagens do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

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