O novo “ombudsman” da Folha de São Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva, publicou hoje uma nota sobre a parcialidade e a omissão do jornal em notícias que atingem negativamente o governo paulista.
A nota demonstra que, assim como o anterior ocupante do seu cargo, Mário Magalhães, já havia trazido a público claramente, Lins da Silva também já sabe que a Folha é predominantemente pró-PSDB e pró-Governador José Serra.
Uma postagem de hoje no "blog do Favre" aborda bem essa constatação. Vejamos:
“ALSTOM CASE E SCHERLOK OMBUDSMAN”
“Leia a nota do ombudsman publicada hoje na Folha SP sobre a cobertura do caso Alstom. Não é só o caso Alstom.
Por que, por exemplo, a Folha só noticiou hoje, pequeno e ao pé de página par, que a CVM investiga movimentação suspeita anterior ao anúncio das negociações entre o BB e a Nossa Caixa?
Faz dois dias que a notícia da CVM era pública. O jornal O Globo a publicou ontem com destaque. Eu reproduzi aqui no blog e a Folha só hoje, um dia depois.
O ombudsman parece ter descoberto o filão. Mário Magalhães, jornalista ocupante anterior do cargo já tinha descoberto antes. Indo atrás, como bom jornalista, descobriu que os vários casos mostravam uma tendência pró-Serra do jornal. O novo ombudsman é um experiente jornalista, provavelmente demorará menos em perceber. Domingo passado foi a ponte da Marta, hoje Alstom…”
NOTA DO OMBUDSMAN DA FOLHA: “O CASO ALSTOM”
“Em 6 de maio, o “Valor” revelou, com reportagem do “Wall Street Journal”, que a multinacional Alstom é investigada por denúncias de corrupção em negócios com o governo do Estado de São Paulo.
Tenho cobrado na crítica interna e nesta coluna que a Folha melhore na cobertura do caso. Além de poucas notas em colunas, o jornal publicou oito textos sobre o assunto. Em vários, não disse que as empresas envolvidas (como Metrô) são estatais. Em nenhum, ouviu ou disse ter tentado ouvir o governador José Serra ou os secretários de Estado a que estão subordinadas as empresas.
Em 16 de maio, mencionou que o PT fez uma pesquisa no site do Tribunal de Contas do Estado, segundo a qual há 139 contratos no valor de R$ 7,6 bilhões entre o governo estadual e a Alstom. Mas o próprio jornal não fez pesquisa nenhuma.
A Folha não se pronunciou em editorial sobre o tema e, exceto na coluna de Elio Gaspari (11 de maio), não deu uma análise das conseqüências políticas do tema, coisa que até o “Wall Street Journal” já fez.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário