quarta-feira, 31 de agosto de 2011
PRIVATIZAÇÃO E APAGÃO
“No âmbito do que se denominou “Reforma do Estado”, FHC privatizou muitas estatais. Administradas por políticos, sem dúvida em muitos casos, eram sugadoras de dinheiro público, com crônicos e eternos prejuízos causados justamente pelo uso político.
Por Heitor Scalambrini Costa, na “Caros Amigos”
Usinas siderúrgicas, ferrovias, telefônicas, bancos estaduais e distribuidoras elétricas, passaram para a iniciativa privada com argumentos de que o Estado não tinha condições de investir, e que haveria melhoria na eficiência da gestão dessas empresas.
A justificativa era de que o mundo havia mudado, e era necessário redefinir o papel do Estado, e se desfazer assim de estatais ineficientes e eliminar a corrupção, pelo menos onde o estatal virou privado. No caso particular do setor elétrico, os defensores do processo de privatização acenavam a população com promessas de melhoria dos serviços prestados e com o barateamento das tarifas. Lembram disso?
Hoje, passados 20 anos, os apagões têm se tornado rotina em algumas regiões do país, não por falta de produção de energia, desabastecimento como ocorreu há 10 anos, mas por deficiências, tanto no sistema de transmissão quanto de distribuição, principalmente devido à falta de investimentos. Com relação aos reajustes tarifários, esses não param de aumentar, sempre acima dos índices de inflação que reajustam os salários, mesmo com os serviços prestados deficientes e em crescente deterioração, não cumprindo com as obrigações contratuais com os consumidores.
Por outro lado, os governos estaduais e federal também têm responsabilidades. As agências reguladoras, de ambas as esferas [nascidas com as privatizações demotucanas, portanto com o DNA de servirem primordialmente para manter o cumprimento dos contratos com as benesses concedidas às empresas], são coniventes com as empresas, não atuando mais efetivamente e nem as fazendo cumprir a lei. A falta de fiscalização das agências reguladoras é o grande problema, tendo relação direta com os constantes apagões. Quanto à questão das multas eventualmente aplicadas, ocorre que as concessionárias recorrem à justiça da punição, arrastando a decisão por anos, e continuam a operar sem nenhuma restrição.
Logo, se a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e as agências estaduais não fiscalizam direito as concessionárias, e o serviço entregue ao consumidor é ineficiente, por lógica os apagões que ocorrem são de responsabilidades também da agência reguladora. Afinal, se o serviço é ruim a tarifa não pode ser alta.
O cidadão constata que o fornecimento de energia está sendo interrompido com uma frequência cada vez maior, e as empresas privadas não conseguem estancar o processo de deterioração dos serviços. As razões dadas pelas concessionárias para os blecautes não conseguem convencer ninguém. Muitas vezes, as simplicidades das explicações nos deixam atônitos. E a pergunta que não quer calar é se são tão simples assim, porque as empresas não têm mecanismos de prevenção para tais acidentes?
Nos últimos três anos, o índice de interrupções do Brasil subiu de 16 horas para cerca de 20 horas. A região Nordeste está entre as mais prejudicadas, tendo a média se elevado de 18 para 27 horas. Situação de descaso foi verificada em Sergipe, onde o volume de apagões dobrou, de 22 para 44 horas. A Bahia também teve piora significativa: subiu de 14 para 20 horas. No Maranhão e no Piauí, os indicadores são altos, respectivamente 22 e 52 horas.
De fato, o setor privado não está fazendo os investimentos necessários e adequados nas redes existentes de distribuição e transmissão, desrespeitando as metas comprometidas com a ANEEL. A qualidade dos serviços de energia elétrica entregue ao consumidor brasileiro entrou num processo de deterioração crescente, resultando que o número de apagões só tem aumentado.
Baseiam-se em fatos autoevidentes, que as reformas do setor elétrico com as privatizações das distribuidoras frustraram as expectativas, e as esperanças dos que acreditaram na propaganda governamental de um serviço mais eficiente e mais barato.
O poder público precisa agir, pois não tem cumprido seu papel, e a população cobrar. Do lado do consumidor, nos últimos meses as reclamações junto aos órgãos de defesa têm aumentado muito. O que se espera é outra postura dos gestores do setor elétrico, e não a relação promíscua que tem se aprofundado com as empresas privadas.”
FONTE: escrito por Heitor Scalambrini Costa, professor da Universidade Federal de Pernambuco. Publicado no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=162635&id_secao=1) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’]
PELA PRIVATIZAÇÃO DA “VEJA”
Extraído do blog do Altamiro Borges:
PELA PRIVATIZAÇÃO DA REVISTA VEJA
Por Altamiro Borges
“A ação criminosa da Veja contra o ex-ministro José Dirceu –tentativa de invasão do seu apartamento e filmagens ilegais no hotel– já não surpreende. Há muito tempo que a revista da famiglia Civita não tem mais nada de jornalismo e comete crimes parecidos com os praticados pelo mafioso Rupert Murdoch. O que surpreende é que essa revista ainda abocanhe tanta publicidade de governos –inclusive dos que são vítimas de suas ações levianas.”
Reproduzo matérias sobre o tema, de setembro de 2009:
“Numa conversa descontraída no aeroporto de Brasília, o irreverente Sérgio Amadeu, professor da Faculdade Cásper Libero e uma das maiores autoridades brasileiras em internet, deu uma idéia brilhante. Propôs o início imediato de uma campanha nacional pela privatização da ‘Veja’. Afinal, a poderosa Editora Abril, que publica a revista semanal, preferida das elites colonizadas, sempre pregou a ‘redução do papel do Estado’, mas vive surrupiando os cofres públicos. “Se não fossem os subsídios e a publicidade oficial, as revistas da Abril iriam à falência”, prognosticou Serginho”.
AS “GENEROSIDADES” DO GOVERNO LULA
“Pesquisas recentes confirmam a sua tese. Carlos Lopes, editor do jornal ‘Hora do Povo’, descobriu no ‘Portal da Transparência’ que “nos últimos cinco anos, o Ministério da Educação repassou ao grupo Abril a quantia de R$ 719.630.139, 55 para compra de livros didáticos. Foi o maior repasse de recursos públicos destinados a livros didáticos dentre todos os grupos editoriais do país… Nenhum outro recebeu, nesse período, tanto dinheiro do MEC. Desde 2004, o grupo da ‘Veja’ ficou com mais de um quinto dos recursos (22,45%) do MEC para compra de livros didáticos”.
“Indignado, Carlos Lopes criticou. “O MEC, infelizmente, está adotando uma política de fornecer dinheiro público para que o Civita sustente seu panfleto –a revista Veja”. Realmente, é um baita absurdo que o governo Lula ajude a “alimentar cobras”, financiando o Grupo Abril com compras milionárias de publicações questionáveis, isenção fiscal em papel e publicidade oficial. Não há o que justifique tamanha bondade com inimigos tão ferrenhos da democracia e da ética jornalística. Ou é muita ingenuidade, ou muito pragmatismo, ou muita tibieza. Ou as três “virtudes” juntas.”
A RELAÇÃO PROMISCUA COM OS TUCANOS
“Já da parte de governos demotucanos, o apoio à famíglia Civita é perfeitamente compreensível. Afinal, a Editora Abril é hoje o principal quartel-general da oposição golpista no país e a revista ‘Veja’ é o mais atuante e corrosivo partido da direita brasileira. Não é de se estranhar suas relações promíscuas com o presidenciável José Serra e outros expoentes do PSDB-DEM. Recentemente, o Ministério Público Estadual acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista ‘Nova Escola’.
A compra de 220 mil assinaturas representa quase 25% da tiragem total da revista ‘Nova Escola’ e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do “barão da mídia” Victor Civita. Mas esse não é o único caso de privilégio ao grupo direitista. José Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do “Guia do Estudante”, outra publicação da Abril. Como observa o deputado Ivan Valente, “cada vez mais, a editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerado apenas o segundo semestre de 2008”.
O MENSALÃO DA MÍDIA GOLPISTA
“Segundo o blog ‘NaMariaNews’, que monitora a deterioração da educação em São Paulo, o rombo nos cofres públicos pode ser ainda maior. Numa minuciosa pesquisa aos editais publicados no Diário Oficial, o blog descobriu o que parece ser um autêntico “mensalão” pago pelo tucanato ao ‘Grupo Abril’ e a outras editoras, como ‘Globo’ e ‘Folha’. Os dados são impressionantes e reforçam a sugestão de Sérgio Amadeu da deflagração imediata da campanha pela “privatização” da revista Veja. Chega de sugar os cofres públicos!
Reproduzo abaixo algumas mamatas do Grupo Civita:
- DO de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual de ensino. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara “inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista ‘Nova Escola’.
- DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista ‘Recreio’. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.
- DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do ‘Guia do Estudante’. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.
- DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista ‘Recreio’. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.
- DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do ‘Guia do Estudante’. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data da assinatura: 08/09/2008.
- DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista ‘Nova Escola’. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura:01/10/2008.
- DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do ‘Guia do Estudante’. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.
- DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista ‘Recreio’. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.
- DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista ‘Veja’. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.
- DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do ‘Guia do Estudante’ e de 25.000 exemplares da publicação ‘Atualidades – Revista do Professor’. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.
Para não parecer perseguição à asquerosa revista ‘Veja’, cito alguns dados do blog sobre a compra de outras publicações. O Diário Oficial de 12 de maio passado informa que o governo José Serra comprou 5.449 assinaturas do jornal ‘Folha de S.Paulo’ que, desde a “ditabranda”, viu desabar sua credibilidade e perdeu assinantes. Valor da generosidade tucana: R$ 2.704.883,60. Já o DO de 15 de maio publica a compra de 5.449 assinaturas do jornalão oligárquico ‘O Estado de S.Paulo’ por R$ 2.691.806,00. E o de 21 de maio informa a aquisição de 5.449 assinaturas da revista ‘Época’, da Globo, por R$ 1.190.061,60. Depois, esses veículos criticam o “mensalão” no parlamento.”
FONTE: portal “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/08/29/miro-pela-privatizacao-da-veja/).
NORDESTE MANTÉM RITMO DA ECONOMIA E DESCOLA DO PAÍS
Complexo portuário de Suape
REGIÃO CONTINUA CRESCENDO COMO NO INÍCIO DO ANO, AO CONTRÁRIO DO SUDESTE
INVESTIMENTOS PRIVADOS E DINHEIRO DE PROGRAMAS SOCIAIS CONTRIBUEM PARA AMORTECER EFEITOS DO COMBATE À INFLAÇÃO
“A economia da região Nordeste continua crescendo num passo acelerado, descolada do resto do país e sem sentir os efeitos das medidas adotadas pelo governo para esfriar a atividade econômica e combater a inflação.
Enquanto os Estados nordestinos foram impulsionados por investimentos do governo federal e de empresas privadas, o enfraquecimento da indústria e o aumento das taxas de juros fizeram o Sul e o Sudeste trocar de marcha.
De acordo com projeções do Banco Central, a economia brasileira cresceu 1,1% no primeiro trimestre do ano e 0,7% no segundo trimestre, sempre em relação ao período imediatamente anterior.
O Sudeste cresceu 1,4% no primeiro trimestre e 0,6% no segundo, segundo o BC. No Nordeste, a economia manteve no segundo trimestre o mesmo ritmo do começo do ano, crescendo 1,6%.
O Nordeste é a região em que a presidente Dilma Rousseff alcançou sua melhor votação na eleição do ano passado. Lá, seu governo obtém índices de aprovação maiores do que os de outras regiões, segundo o Datafolha.
O aumento dos juros e outras medidas do governo atingiram com mais força o Sul e o Sudeste porque a oferta de crédito é maior nessas regiões e sua economia depende mais da indústria, abalada pela competição com produtos importados e pela turbulência global.
Enquanto isso, o Nordeste virou destino de vultosos investimentos como os do porto de Suape, na região metropolitana de Recife, onde estão previstos aportes de R$ 24 bilhões até 2014, a maior parte de empresas privadas.
Isso ajuda a explicar por que a taxa de desemprego na capital alcançou 6,3% no mês passado, bem abaixo da sua média histórica, superior a 10%, nota a economista Tânia Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco.
"Pernambuco está recebendo um volume de investimentos equivalente a toda riqueza que produz em um ano", diz ela. "Isso gera impacto muito forte na economia local, que é relativamente pequena perto de Estados como São Paulo."
RENDA EXTRA
As obras da ferrovia Transnordestina empregam 11,5 mil pessoas em Pernambuco, no Ceará e no Piauí. No Maranhão, a mineradora Vale investe na ampliação do porto de Ponta da Madeira e da Estrada de Ferro Carajás.
A renda extra assegurada pelos programas sociais do governo federal também faz diferença na economia local. Metade das 13 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa Família vive no Nordeste.
Em abril, o governo reajustou os benefícios do programa em 19,4%, ao mesmo tempo em que iniciou esforço para conter os gastos federais em outras áreas, sobretudo os investimentos [‘engano’ da “Folha”. O esforço é de redução no custeio, mantendo os investimentos].
O economista Carlos Azzoni, da Universidade de São Paulo, explica que os investimentos e os programas sociais ajudam o Nordeste a amortecer o impacto da desaceleração da economia. "Além disso, este ano não teve seca, fenômeno que teria impacto negativo", diz.
Mas o Nordeste [obviamente] não está completamente imune ao esfriamento da economia nas regiões mais desenvolvidas do país. A economia local deve perder o ritmo até o fim do ano, ainda que em menor intensidade, afirma Azzoni.
"A região sempre acompanha o que acontece no Brasil", diz Bacelar, da UFPE. Se o país entrar numa desaceleração [ou aceleração] maior, não será diferente com o Nordeste."
FONTE: reportagem de Mariana Carneiro e Mariana Schreiber publicada na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2808201102.htm) [trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].
Dilma fala sobre: LEI MARIA DA PENHA, COPA DE 2014 e AÇÕES PARA CRIAÇÃO DE NOVOS EMPREGOS
“A coluna ‘Conversa com a Presidenta’ publicada ontem, terça-feira (30/8), em 197 jornais e revistas no Brasil e no exterior aborda temas como a Lei Maria da Penha, as obras para a Copa de 2014 e ações do governo para incentivar a criação de novos empregos.
-A dona de casa Kátia Cilene de Albuquerque, moradora em Petrópolis (RJ), questiona se a presidenta Dilma Rousseff acredita que a Lei Maria da Penha é eficiente.
Para a presidenta Dilma, a lei “tem cumprido o seu papel de prevenir a violência doméstica, punir os agressores e mudar o comportamento da sociedade frente ao problema”. Na resposta, a presidenta diz que é crescente o número de mulheres que se valem da lei para garantir seu direito à integridade física, sexual, psíquica e moral. “Os números são expressivos. De setembro de 2006, quando a Lei entrou em vigor, até março deste ano, 332 mil processos foram abertos, houve 110 mil agressores sentenciados, foram realizadas 1.577 prisões preventivas e 9.715 prisões em flagrante. Os juízes expediram também 93.194 medidas de proteção”.
Segundo Dilma Rousseff, a lei encorajou a denúncia, garantindo a integridade física e a vida de milhares de mulheres. O "Ligue 180", da Secretaria de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República, já recebeu, desde a sua criação, em 2006, quase dois milhões de ligações. Desse total, 435 mil tinham relação com a Lei Maria da Penha. Mesmo assim, diz a presidenta, “é preciso esforço para estender o alcance da lei, que ainda não chega a todas as brasileiras. Por isso, Kátia, estamos ampliando e aperfeiçoando a rede de atendimento e fortalecendo o “Pacto Nacional de Enfrentamento da Violência Contra as Mulheres”, que agora conta com a participação de todos os estados”.
-A estudante Brenda Alves Sousa, de Fortaleza (CE), indagou se o governo federal não deveria tomar providências imediatas em relação aos atrasos nas obras da Copa do mundo da Fifa para 2014.
A presidenta assegurou que o governo está monitorando a execução das obras para que o Brasil faça a melhor Copa de todos os tempos: “A reforma e a construção de estádios estão em ritmo adequado. Das 12 arenas que receberão os jogos, 10 estão em obras, sendo que a conclusão de nove delas está prevista para dezembro de 2012, bem antes do início da Copa. Os obstáculos à construção do Itaquerão, em São Paulo, já foram superados e estão sendo criadas as condições para o início das obras na Arena das Dunas, em Natal”. Além disso, a presidenta registra que, em seis aeroportos das cidades-sede, as obras já começaram e, em cinco outros, a licitação já está em andamento. Quatro aeroportos serão concedidos à iniciativa privada: Brasília, Guarulhos, Viracopos e Natal.
“O leilão de concessão do aeroporto de Natal foi realizado com sucesso. Ainda este ano, vamos começar as obras nos portos, que deverão ser concluídas até 2013. Outro grande avanço foi a aprovação, pelo Congresso, do “Regime Diferenciado de Contratações” (RDC), que simplifica as licitações sem abrandar o controle e a fiscalização. Criamos, ainda, a “Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos”, no âmbito do Ministério da Justiça, com a missão de coordenar e integrar todas as forças de segurança. O governo federal, em parceria com governos estaduais e municipais (das cidades sedes) trabalha, portanto, para o cumprimento de todos os compromissos assumidos”.
-A também estudante Surian Fernanda de Almeida, que mora em Ponta Grossa (PR), registra que o desemprego caiu, mas pergunta o que a presidenta e seu governo pretendem fazer para esse número cair mais.
Em sua resposta, a presidenta Dilma destaca que a taxa de desemprego nas regiões metropolitanas foi de 6% em julho, o menor patamar para esse mês desde 2002. E fala que, mesmo assim, “não estamos acomodados”. E continuou: “Lançamos, recentemente, o “Plano Brasil Maior”, para fortalecer a indústria aumentando sua competitividade, o que deve resultar na criação de mais postos de trabalho. Também anunciamos novas regras para as micro e pequenas empresas, para incentivar um setor que é grande gerador de empregos. As mudanças incluem a renúncia fiscal de R$ 4,8 bilhões apenas em tributos federais”.
Além disso, relata a presidenta, “para estimular os empreendedores informais e individuais e as microempresas, gerando mais renda e mais oportunidades de trabalho, ampliamos o programa de microcrédito, que agora se chama “Crescer” –Programa Nacional de Microcrédito. A principal mudança é a redução da taxa de juros, que vai cair de até 60% ao ano para 8% ao ano.”
“Para a capacitação de jovens e trabalhadores, vamos construir 208 escolas técnicas, 4 universidades e abrir 47 campi universitários. Com o PRONATEC, vamos oferecer vagas no ensino técnico e em cursos de qualificação para 8 milhões de jovens e trabalhadores brasileiros até 2014. E com o “Ciência sem Fronteiras” vamos fornecer bolsas para 75 mil jovens estudarem nas melhores universidades do mundo. Tudo isso, Surian, vai ajudar a criar ainda mais empregos e garantir que as pessoas estejam capacitadas para ocupar as vagas.”
FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/conversa-com-a-presidenta-lei-maria-da-penha-copa-de-2014-e-acoes-para-criacao-de-novos-empregos/#more-37258).
-A dona de casa Kátia Cilene de Albuquerque, moradora em Petrópolis (RJ), questiona se a presidenta Dilma Rousseff acredita que a Lei Maria da Penha é eficiente.
Para a presidenta Dilma, a lei “tem cumprido o seu papel de prevenir a violência doméstica, punir os agressores e mudar o comportamento da sociedade frente ao problema”. Na resposta, a presidenta diz que é crescente o número de mulheres que se valem da lei para garantir seu direito à integridade física, sexual, psíquica e moral. “Os números são expressivos. De setembro de 2006, quando a Lei entrou em vigor, até março deste ano, 332 mil processos foram abertos, houve 110 mil agressores sentenciados, foram realizadas 1.577 prisões preventivas e 9.715 prisões em flagrante. Os juízes expediram também 93.194 medidas de proteção”.
Segundo Dilma Rousseff, a lei encorajou a denúncia, garantindo a integridade física e a vida de milhares de mulheres. O "Ligue 180", da Secretaria de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República, já recebeu, desde a sua criação, em 2006, quase dois milhões de ligações. Desse total, 435 mil tinham relação com a Lei Maria da Penha. Mesmo assim, diz a presidenta, “é preciso esforço para estender o alcance da lei, que ainda não chega a todas as brasileiras. Por isso, Kátia, estamos ampliando e aperfeiçoando a rede de atendimento e fortalecendo o “Pacto Nacional de Enfrentamento da Violência Contra as Mulheres”, que agora conta com a participação de todos os estados”.
-A estudante Brenda Alves Sousa, de Fortaleza (CE), indagou se o governo federal não deveria tomar providências imediatas em relação aos atrasos nas obras da Copa do mundo da Fifa para 2014.
A presidenta assegurou que o governo está monitorando a execução das obras para que o Brasil faça a melhor Copa de todos os tempos: “A reforma e a construção de estádios estão em ritmo adequado. Das 12 arenas que receberão os jogos, 10 estão em obras, sendo que a conclusão de nove delas está prevista para dezembro de 2012, bem antes do início da Copa. Os obstáculos à construção do Itaquerão, em São Paulo, já foram superados e estão sendo criadas as condições para o início das obras na Arena das Dunas, em Natal”. Além disso, a presidenta registra que, em seis aeroportos das cidades-sede, as obras já começaram e, em cinco outros, a licitação já está em andamento. Quatro aeroportos serão concedidos à iniciativa privada: Brasília, Guarulhos, Viracopos e Natal.
“O leilão de concessão do aeroporto de Natal foi realizado com sucesso. Ainda este ano, vamos começar as obras nos portos, que deverão ser concluídas até 2013. Outro grande avanço foi a aprovação, pelo Congresso, do “Regime Diferenciado de Contratações” (RDC), que simplifica as licitações sem abrandar o controle e a fiscalização. Criamos, ainda, a “Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos”, no âmbito do Ministério da Justiça, com a missão de coordenar e integrar todas as forças de segurança. O governo federal, em parceria com governos estaduais e municipais (das cidades sedes) trabalha, portanto, para o cumprimento de todos os compromissos assumidos”.
-A também estudante Surian Fernanda de Almeida, que mora em Ponta Grossa (PR), registra que o desemprego caiu, mas pergunta o que a presidenta e seu governo pretendem fazer para esse número cair mais.
Em sua resposta, a presidenta Dilma destaca que a taxa de desemprego nas regiões metropolitanas foi de 6% em julho, o menor patamar para esse mês desde 2002. E fala que, mesmo assim, “não estamos acomodados”. E continuou: “Lançamos, recentemente, o “Plano Brasil Maior”, para fortalecer a indústria aumentando sua competitividade, o que deve resultar na criação de mais postos de trabalho. Também anunciamos novas regras para as micro e pequenas empresas, para incentivar um setor que é grande gerador de empregos. As mudanças incluem a renúncia fiscal de R$ 4,8 bilhões apenas em tributos federais”.
Além disso, relata a presidenta, “para estimular os empreendedores informais e individuais e as microempresas, gerando mais renda e mais oportunidades de trabalho, ampliamos o programa de microcrédito, que agora se chama “Crescer” –Programa Nacional de Microcrédito. A principal mudança é a redução da taxa de juros, que vai cair de até 60% ao ano para 8% ao ano.”
“Para a capacitação de jovens e trabalhadores, vamos construir 208 escolas técnicas, 4 universidades e abrir 47 campi universitários. Com o PRONATEC, vamos oferecer vagas no ensino técnico e em cursos de qualificação para 8 milhões de jovens e trabalhadores brasileiros até 2014. E com o “Ciência sem Fronteiras” vamos fornecer bolsas para 75 mil jovens estudarem nas melhores universidades do mundo. Tudo isso, Surian, vai ajudar a criar ainda mais empregos e garantir que as pessoas estejam capacitadas para ocupar as vagas.”
FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/conversa-com-a-presidenta-lei-maria-da-penha-copa-de-2014-e-acoes-para-criacao-de-novos-empregos/#more-37258).
PROGRAMA DE RÁDIO “CAFÉ COM A PRESIDENTA”, COM DILMA ROUSSEFF
Rádio Nacional, 29 de agosto de 2011
“Luciano Seixas: Olá, eu sou o Luciano Seixas e estamos começando mais um “Café com a Presidenta”, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, Presidenta. Tudo bem com a senhora?
Presidenta: Tudo bem, Luciano. Bom dia para você e para todos os nossos ouvintes.
Luciano Seixas: Presidenta, a senhora lançou o “Crescer”, um programa de microcrédito para pequenos empreendedores. O que tem de novidade para quem quer produzir mais ou abrir um pequeno negócio?
Presidenta: Olha, Luciano, o crédito para as pessoas que têm ou querem ter um pequeno negócio ficou agora muito mais fácil e muito mais barato. A partir de agora, Luciano, o pequeno empreendedor que pegar dinheiro emprestado vai pagar taxa de juros bem mais baixa, de apenas 8% ao ano. Antes, Luciano, a taxa de juros chegava a 60% ao ano, agora baixou. Este crédito, assim barato, ele foi criado para as pessoas... por exemplo, uma costureira, que está precisando trocar a velha máquina de costura; para o pipoqueiro, que deseja adquirir um carrinho mais moderno; para o artesão, que está precisando comprar seu material de trabalho. É um crédito para quem precisa de um empurrãozinho. E eu queria te dizer qual é o tamanho do empurrãozinho: o tamanho é de R$ 15 mil por pessoa. A pessoa pode chegar no banco e tomar até R$ 15 mil para fazer tudo isso que nós falamos.
Luciano Seixas: Presidenta, além dos juros mais baixos do mercado, quais são as outras facilidades do Crescer?
Presidenta: Além dos juros, nós baixamos também a tarifa de abertura de crédito. Essa tarifa, Luciano, caiu de 3% para 1% do valor emprestado. Essas condições valem para todas as pessoas, como trabalhadores, empreendedores individuais, microempresários, enfim, também para aqueles que têm faturamento de até R$ 120 mil por ano. Outra novidade é que os quatro bancos públicos federais –o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil, a Caixa e o Banco da Amazônia– vão se dedicar, e muito, ao atendimento dos pequenos empreendedores. A pessoa que fizer um empréstimo, ela vai receber orientação de técnico do banco.
Luciano Seixas: Que tipo de orientação, Presidenta?
Presidenta: Essa orientação é para ajudar o empreendedor a planejar seus investimentos. O crédito não pode ser um peso, tem que ser uma alavanca para impulsionar os pequenos negócios. Na semana passada, no dia do lançamento do programa “Crescer”, eu estive com a dona Izabel Cândido, uma cearense, guerreira, que é um exemplo de como o crédito orientado pode dar um grande impulso à vida de uma pessoa. Ela contou que, em 2005, tirou um empréstimo de R$ 250 do Banco do Nordeste para começar um pequeno negócio de venda de cosméticos. Com a orientação do pessoal do banco, foi ampliando o negócio. Hoje, a dona Izabel tem uma loja, com estoque avaliado em R$ 25 mil. Isso quer dizer que ela multiplicou por cem aquele primeiro empréstimo, de R$ 250, e conquistou, Luciano, a estabilidade financeira que ela sempre sonhou.
Luciano Seixas: Quantas pessoas, Presidenta, a senhora acredita que poderão ter acesso a esse tipo de crédito?
Presidenta: Eu acredito que muitas pessoas vão ter acesso a esse tipo de crédito. Até 2013, Luciano, os nossos bancos vão trabalhar para que 3,5 milhões de pessoas tenham oportunidade de obter o seu microcrédito. Serão R$ 3 bilhões, só para começar. Não faltarão recursos, Luciano, para o “Microcrédito Produtivo Orientado”.
Luciano Seixas: É verdade que as mulheres são maioria entre as pessoas que tomaram empréstimo pelo microcrédito?
Presidenta: É, sim, Luciano. O sucesso da dona Izabel não é único. O microcrédito tem sido muito usado pelas mulheres desde que foi criado, no governo do presidente Lula. Seis em cada dez pessoas que pegaram o microcrédito são mulheres.
Luciano Seixas: Considerando que muitos lares são sustentados por mulheres, faz diferença, não é, Presidenta?
Presidenta: Ah, Luciano, faz diferença, sim, na vida das mulheres e na vida das famílias mais pobres. O crédito simplificado, sem exigência de muita papelada, barato e orientado, pode ajudar a elevar o padrão de vida da população de baixa renda. O “Crescer” vai além do “Brasil sem Miséria”, mas é também um instrumento importante para esse Programa, porque vai ajudar a criar novos empregos e novas oportunidades.
Luciano Seixas: Qual a relação do “Microcrédito Produtivo Orientado”, o “Crescer”, com aquele outro programa que a senhora lançou, do “Microempreendedor Individual”?
Presidenta: Veja só, Luciano, que casamento perfeito. Estamos reduzindo o tributo com o MEI, e ampliando o crédito, com juros menores, e garantindo assistência técnica, com o “Microcrédito Produtivo Orientado”. O impacto é enorme. O microcrédito vai criar novos empregos e novas oportunidades para milhões de brasileiros. Com o “Crescer”, os pequenos empreendedores brasileiros terão oportunidade de realizar o sonho de terem seu próprio negócio e de conquistarem uma vida melhor, com liberdade e autonomia.
Luciano Seixas: Obrigado, Presidenta. Chegamos ao final do nosso encontro de hoje. Até a semana que vem.
Presidenta: Olha, Luciano, muito obrigada a você. E uma boa semana a todos que nos acompanharam neste bate-papo, hoje.
Luciano Seixas: Você pode acessar este programa na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Voltamos segunda-feira, até lá.”
FONTE: Blog do Planalto (http://www2.planalto.gov.br/imprensa/cafe-com-a-presidenta/programa-de-radio-201ccafe-com-a-presidenta201d-com-a-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-1).
“Luciano Seixas: Olá, eu sou o Luciano Seixas e estamos começando mais um “Café com a Presidenta”, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, Presidenta. Tudo bem com a senhora?
Presidenta: Tudo bem, Luciano. Bom dia para você e para todos os nossos ouvintes.
Luciano Seixas: Presidenta, a senhora lançou o “Crescer”, um programa de microcrédito para pequenos empreendedores. O que tem de novidade para quem quer produzir mais ou abrir um pequeno negócio?
Presidenta: Olha, Luciano, o crédito para as pessoas que têm ou querem ter um pequeno negócio ficou agora muito mais fácil e muito mais barato. A partir de agora, Luciano, o pequeno empreendedor que pegar dinheiro emprestado vai pagar taxa de juros bem mais baixa, de apenas 8% ao ano. Antes, Luciano, a taxa de juros chegava a 60% ao ano, agora baixou. Este crédito, assim barato, ele foi criado para as pessoas... por exemplo, uma costureira, que está precisando trocar a velha máquina de costura; para o pipoqueiro, que deseja adquirir um carrinho mais moderno; para o artesão, que está precisando comprar seu material de trabalho. É um crédito para quem precisa de um empurrãozinho. E eu queria te dizer qual é o tamanho do empurrãozinho: o tamanho é de R$ 15 mil por pessoa. A pessoa pode chegar no banco e tomar até R$ 15 mil para fazer tudo isso que nós falamos.
Luciano Seixas: Presidenta, além dos juros mais baixos do mercado, quais são as outras facilidades do Crescer?
Presidenta: Além dos juros, nós baixamos também a tarifa de abertura de crédito. Essa tarifa, Luciano, caiu de 3% para 1% do valor emprestado. Essas condições valem para todas as pessoas, como trabalhadores, empreendedores individuais, microempresários, enfim, também para aqueles que têm faturamento de até R$ 120 mil por ano. Outra novidade é que os quatro bancos públicos federais –o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil, a Caixa e o Banco da Amazônia– vão se dedicar, e muito, ao atendimento dos pequenos empreendedores. A pessoa que fizer um empréstimo, ela vai receber orientação de técnico do banco.
Luciano Seixas: Que tipo de orientação, Presidenta?
Presidenta: Essa orientação é para ajudar o empreendedor a planejar seus investimentos. O crédito não pode ser um peso, tem que ser uma alavanca para impulsionar os pequenos negócios. Na semana passada, no dia do lançamento do programa “Crescer”, eu estive com a dona Izabel Cândido, uma cearense, guerreira, que é um exemplo de como o crédito orientado pode dar um grande impulso à vida de uma pessoa. Ela contou que, em 2005, tirou um empréstimo de R$ 250 do Banco do Nordeste para começar um pequeno negócio de venda de cosméticos. Com a orientação do pessoal do banco, foi ampliando o negócio. Hoje, a dona Izabel tem uma loja, com estoque avaliado em R$ 25 mil. Isso quer dizer que ela multiplicou por cem aquele primeiro empréstimo, de R$ 250, e conquistou, Luciano, a estabilidade financeira que ela sempre sonhou.
Luciano Seixas: Quantas pessoas, Presidenta, a senhora acredita que poderão ter acesso a esse tipo de crédito?
Presidenta: Eu acredito que muitas pessoas vão ter acesso a esse tipo de crédito. Até 2013, Luciano, os nossos bancos vão trabalhar para que 3,5 milhões de pessoas tenham oportunidade de obter o seu microcrédito. Serão R$ 3 bilhões, só para começar. Não faltarão recursos, Luciano, para o “Microcrédito Produtivo Orientado”.
Luciano Seixas: É verdade que as mulheres são maioria entre as pessoas que tomaram empréstimo pelo microcrédito?
Presidenta: É, sim, Luciano. O sucesso da dona Izabel não é único. O microcrédito tem sido muito usado pelas mulheres desde que foi criado, no governo do presidente Lula. Seis em cada dez pessoas que pegaram o microcrédito são mulheres.
Luciano Seixas: Considerando que muitos lares são sustentados por mulheres, faz diferença, não é, Presidenta?
Presidenta: Ah, Luciano, faz diferença, sim, na vida das mulheres e na vida das famílias mais pobres. O crédito simplificado, sem exigência de muita papelada, barato e orientado, pode ajudar a elevar o padrão de vida da população de baixa renda. O “Crescer” vai além do “Brasil sem Miséria”, mas é também um instrumento importante para esse Programa, porque vai ajudar a criar novos empregos e novas oportunidades.
Luciano Seixas: Qual a relação do “Microcrédito Produtivo Orientado”, o “Crescer”, com aquele outro programa que a senhora lançou, do “Microempreendedor Individual”?
Presidenta: Veja só, Luciano, que casamento perfeito. Estamos reduzindo o tributo com o MEI, e ampliando o crédito, com juros menores, e garantindo assistência técnica, com o “Microcrédito Produtivo Orientado”. O impacto é enorme. O microcrédito vai criar novos empregos e novas oportunidades para milhões de brasileiros. Com o “Crescer”, os pequenos empreendedores brasileiros terão oportunidade de realizar o sonho de terem seu próprio negócio e de conquistarem uma vida melhor, com liberdade e autonomia.
Luciano Seixas: Obrigado, Presidenta. Chegamos ao final do nosso encontro de hoje. Até a semana que vem.
Presidenta: Olha, Luciano, muito obrigada a você. E uma boa semana a todos que nos acompanharam neste bate-papo, hoje.
Luciano Seixas: Você pode acessar este programa na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Voltamos segunda-feira, até lá.”
FONTE: Blog do Planalto (http://www2.planalto.gov.br/imprensa/cafe-com-a-presidenta/programa-de-radio-201ccafe-com-a-presidenta201d-com-a-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-1).
ESTADOS UNIDOS RECONHECEM CRIME DOLOSO NA MORTE DE 83 GUATEMALTECOS EM “ESTUDO SOBRE SÍFILIS”
“O governo dos Estados Unidos reconheceu na última segunda-feira (29) a morte de 83 cidadãos da Guatemala [criminosa e propositadamente] infectados na década de 40 com doenças sexualmente transmissíveis (DST), como sífilis e gonorreia, durante “experimentos médicos”. A pedido do presidente norte-americano, Barack Obama, foi criada uma comissão de inquérito para investigar o assunto.
Por telefone, Obama pediu desculpas ao presidente da Guatemala, Álvaro Colom, dizendo que os estudos contrariam os valores norte-americanos. No começo deste ano, vários cidadãos guatemaltecos infectados [intencionalmente] à época e parentes das vítimas anunciaram que estavam abrindo processo contra o governo americano.
A comissão de inquérito norte-americana concluiu que cerca de 1,3 mil pessoas foram [dolosamente] expostas às doenças. A comissão reconheceu que os cientistas americanos infectaram [sem o conhecimento das vítimas] prisioneiros, pacientes psiquiátricos e órfãos guatemaltecos em estudos que testavam a abrangência do uso da penicilina.
A presidente da comissão de inquérito norte-americana, Amy Gutmann, classificou o estudo como “um pedaço vergonhoso da história médica”. Um relatório deve ser publicado em setembro com as conclusões finais sobre o caso.
No total, um grupo de 5,5 mil pessoas participaram dos estudos, sem saber dos riscos que corriam, segundo declarações de um dos investigadores, Stephen Hauser. Na relação dos infectados, apenas 700 receberam "tratamento" médico. Ao fim, 83 morreram.
A sífilis pode causar cegueira, distúrbios mentais e até a morte, caso os doentes não recebam o devido tratamento. Menos nociva e mais fácil de curar que a sífilis, a gonorreia pode se espalhar pelo organismo e até causar infertilidade nos homens.
A história dos “experimentos” [sic] americanos na Guatemala veio à tona no ano passado, fruto de pesquisa histórica da professora Susan Reverby, do Wellesley College, de Massachusetts. Segundo a acadêmica, o governo guatemalteco da época deu permissão aos "estudos" [sem saber que se tratavam de lentos assassinatos], que ocorreram entre 1946 e 1948.
Os cientistas usaram prostitutas portadoras da sífilis e fizeram [desumanas] inoculações nos pacientes para determinar se a penicilina também poderia evitar a doença, e não apenas curá-la. Na ocasião, o presidente Colom classificou os "estudos" como “crime contra a humanidade” por parte dos Estados Unidos.”
FONTE: divulgado pela agência britânica de notícias BBC e publicado pela Agência Brasil (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-08-30/estados-unidos-reconhecem-morte-de-83-guatemaltecos-em-estudo-sobre-sifilis) [imagens do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].
QUEM GANHA A LÍBIA?
Há um ano, líderes como Berlusconi estavam com Kaddafi. Hoje, festejam a “vitória”. Foto: Mahmud Turki/AFP
[OBS deste ‘democracia&política’: ontem, terça-feira (30), este blog postou o artigo "OTAN x BRICS", de Antonio Luiz M. C. Costa, publicado na “CartaCapital”. O texto completo foi posteriormente liberado pela revista. Reproduzo a seguir o artigo na íntegra, onde a parte aqui antes não publicada se segue à linha demarcatória +++++]:
Por Antonio Luiz M. C. Costa, na “CartaCapital”
“Repete-se há seis meses que “a queda de Kaddafi é iminente”, mas com grande parte de Trípoli nas mãos dos revoltosos, inclusive o complexo do governo e a principal base militar nas vizinhanças da cidade, em Zuara, pode-se finalmente acreditar nessa frase sem correr o sério risco de superestimar a competência dos rebeldes.
Risco que continua alto. Na noite de 22 de agosto, todas as mídias anunciaram a captura de Saif al-Islam, filho e principal porta-voz de Muammar Kaddafi, supostamente confirmada pelo Tribunal Penal Internacional, mas ele apareceu em um hotel cheio de jornalistas, dirigindo seu próprio carro, para assegurar que controlava a cidade e “escorraçaria as ratazanas”. Muhammad, o filho mais velho também “capturado”, escapou à prisão, segundo os rebeldes. Cidades como Sirte, no litoral, e Sabha, no Fezã, continuam fiéis a Kaddafi e podem continuar a luta por mais alguns dias. É incerto se seu líder se deixará capturar. Vale lembrar que “Kaddafi foge para a Venezuela” (ou algum outro país) é outra das “barrigas” mais repetidas dos últimos meses.
Em todo caso, o regime que dominou a Líbia por 42 anos foi derrotado. Menos pela "Primavera Árabe", neste caso pouco mais que pretexto, do que pela intervenção direta dos EUA e seus aliados, sob a folha de figueira do mandato da ONU, para “proteger os civis” por meio de uma zona de exclusão aérea. Foram decisivos o fornecimento de armas (proibido pela resolução da ONU, que determinou embargo para ambas as partes), os ataques diretos dos navios, aviões e helicópteros da OTAN às tropas e instalações civis e militares de Kaddafi (redobrados durante a ofensiva a Zawiya e Trípoli).
E também a participação discreta, em terra, de conselheiros e instrutores militares da SAS (Special Air Service, força especial do exército britânico) e de espiões do MI-6 no planejamento das ofensivas militares, bem como de forças especiais da França, Catar e Jordânia, como anotou o jornal britânico Guardian. Mercenários britânicos, franceses, árabes e da Europa Oriental, recrutados com ajuda da CIA, do serviço secreto britânico e de companhias ocidentais de “segurança” engrossaram o inexperiente, indisciplinado e escasso contingente revoltoso. Sem tudo isso, a rebelião, ao que tudo indica, teria sido destroçada há meses.
Mas quem venceu? “Os rebeldes” é uma resposta que, além de ingênua, não quer dizer muita coisa. A oposição a Kaddafi é um saco de gatos que inclui monarquistas pró-ocidentais do antigo regime, militantes da Irmandade Muçulmana e ex-combatentes da Al-Qaeda (como reconheceram comandantes da OTAN), socialistas e empresários, além de muitas figuras importantes do regime teoricamente deposto. E, ao mesmo tempo, não inclui todas as regiões e grupos tribais da Líbia. Os conflitos internos foram brutais mesmo durante a luta, como mostrou o assassinato do ex-ministro do Interior de Kaddafi e comandante militar rebelde Abdul Fatah Younis, em 28 de julho, supostamente por rebeldes islamitas. Deixados a si mesmos, os rebeldes estariam prontos para outra rodada de guerra civil.
Nos primeiros dias da ocupação de Trípoli, o principal porta-voz do governo provisório rebelde, como notou Jonathan Rugman da revista Foreign Affairs, foi o secretário britânico do Desenvolvimento Internacional, Andrew Mitchell.
A vitória, por enquanto, pertence aos norte-americanos e europeus, que tentarão colher os louros na forma de petróleo. Os rebeldes deram várias indicações de que os premiarão com contratos e concessões e punirão as empresas de países que se recusaram a apoiá-los e romper com Trípoli, inclusive o Brasil.
++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Abdeljalil Mayouf, diretor de informação da petroleira líbia ‘Arabian Gulf Oil Company’ (AGOCO), sob controle rebelde, foi explícito: “Não temos problemas com países ocidentais, como as companhias italianas, francesas e britânicas. Mas podemos ter algumas questões políticas com Rússia, China e Brasil”.
Talvez não interesse nem mesmo às potências ocidentais abrir precedente de ruptura de contratos com empresas privadas. Nicolas Sarkozy convidou “nossos amigos chineses, russos, brasileiros e indianos” (além dos 22 países do ‘Grupo de Contato’ formado pela OTAN, Japão e alguns países árabes) para a conferência sobre reconstrução da Líbia, que deverá ocorrer [amanhã], em 1º de setembro, em Paris. Segundo o jornal ‘Valor Econômico’, o presidente do ‘Conselho Nacional de Transição’ dos rebeldes líbios (e ex-ministro da Justiça de Kaddafi), Mustafa Abdel Jalil, garantiu ao embaixador brasileiro que os contratos com empresas brasileiras (Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Petrobras, principalmente), no valor total de 5 bilhões de dólares, serão cumpridos. Pode ser que outros gatos do saco pensem diferentemente. Ninguém sabe qual a composição final do novo governo e, se houver eleições livres, como prometido, ninguém hoje é capaz de adivinhar o resultado. Mas não se aposte em novos grandes negócios com países de fora da OTAN.
Não que esses países já não estivessem lá bem instalados desde a reconciliação do regime de Kaddafi com as potências ocidentais nos anos 1990. Empresas petrolíferas européias, como a italiana ENI, a francesa TOTAL, a austríaca OMV e a britânica British Petroleum operavam na Líbia. Eram notórios os laços do país com o Reino Unido, que iam muito além da amizade de Saif al-Islam com Anthony Giddens e Tony Blair e seu patrocínio à ‘London School of Economics’. Os EUA também não perdiam a oportunidade de fazer negócios: em agosto de 2009, uma delegação de senadores dos EUA liderada pelo ex-candidato republicano John McCain (com os correligionários Lindsay Graham e Susan Collins, além do independente Joseph Lieberman) visitou Kaddafi para oferecer equipamentos militares “não letais”, e assessorias dos EUA planejavam com o regime a privatização do sistema bancário.
Por outro lado, conforme revelou mensagem de novembro de 2007 da embaixada estadunidense em Trípoli, vazada pelo ‘WikiLeaks’, as petroleiras reclamavam que a Líbia era “um lugar difícil para operar” devido à burocracia, aos impostos altos e à disposição de Kaddafi de jogar uma empresa contra outra para extrair o máximo de lucros para o país (ainda que uma parte fosse para os bolsos da família). Agora, a concorrência ficará menor e esses problemas provavelmente deixarão de incomodá-las. Claro que podem surgir outros, como descobriram as petroleiras anglo-americanas no Iraque.
No primeiro momento, ao menos, a queda de Trípoli também proporcionará uma bem-vinda lufada de oxigênio político a governos ocidentais assediados por crises econômicas, inquietação social, eleições iminentes ou tudo isso junto, como certamente esperavam Barack Obama, Nicolas Sarkozy e David Cameron ao dar início à intervenção. Mas o investimento saiu muito mais caro e demorado que o orçado, e o retorno, nesse aspecto, será provavelmente tão efêmero quanto aquele da execução de Osama bin Laden, muito mais simples.
Mas, se o aspecto político-eleitoral tem relativamente pouco peso, o geopolítico-estratégico pode ser ainda mais importante do que o econômico-petrolífero. Assim como as invasões do Afeganistão e Iraque foram tentativas de isolar o Irã e garantir bases permanentes dos EUA na Ásia Central e no Golfo Pérsico, a Líbia deverá servir para consolidar o AFRICOM, o novo comando das forças do Pentágono na África (exceto Egito, que continuou sob a “jurisdição” do CENTCOM), anunciado em 2007 e ativado em outubro de 2008 (com sede, por enquanto, em Stuttgart, na Alemanha). Também servirá à Europa, em tese, para controlar o fluxo de imigrantes provenientes da África.
Autoritarismo (pior que o de Kaddafi) à parte –e mesmo tendo servido, na guerra Irã-Iraque, aos interesses dos EUA–, Saddam Hussein foi, em seus melhores tempos, uma referência do nacionalismo árabe laico e do anti-imperialismo no Oriente Médio. Kaddafi teve papel semelhante na África e foi um dos criadores da União Africana, que por sua vez serviu de modelo para a UNASUL sul-americana. Como em Bagdá, a mudança de regime em Trípoli visa a substituir uma relação ambígua e desconfortável por segura plataforma de operações contra possíveis novos incômodos e de vigilância dos recursos africanos disputados com os BRICS, inclusive o integrante mais fraco do grupo, a África do Sul.
Não é à toa que o venezuelano Hugo Chávez e seu aliado nicaraguense Daniel Ortega foram os críticos mais duros da intervenção e continuaram a se declarar amigos de Kaddafi até o fim. A postura da Venezuela na América do Sul é análoga, em muitos aspectos, à que era a da Líbia na África (e a do Brasil, até certo ponto, à da África do Sul). Se, no fim das contas, a mudança de regime em Trípoli se mostrar proveitosa do ponto de vista ocidental, os EUA podem se sentir tentados a repetir a experiência em Caracas.
Assim, uma leitura possível é que as velhas potências do Atlântico Norte tenham vencido a primeira batalha de uma nova Guerra Fria, que as opõe aos BRICS. Se consolidarão essa vitória, só o tempo dirá: Kabul e Bagdá mostraram que uma invasão bem sucedida pode ser apenas o começo de uma longa dor de cabeça. As mineradoras que esperavam grandes lucros do Afeganistão e as petroleiras que sonhavam torná-lo um caminho alternativo para os oleodutos da Ásia Central já devem ter tirado seus cavalinhos da chuva, e as empreiteiras e petroleiras anglo-americanas que esperavam ver o Iraque transformado em paraíso neoliberal enfrentam hoje o inferno do terrorismo, do fundamentalismo e dos conflitos étnicos e sectários, ao lado de um governo precário e dominado por xiitas simpáticos ao Irã.
Os EUA parecem dispostos a tentar aproveitar algumas das lições aprendidas a duras penas. Por exemplo, provavelmente tentarão preservar a máquina governamental líbia e buscar acordos e compromissos com ex-partidários e ex-funcionários de Kaddafi, em vez da perseguição implacável que promoveram ao Taleban e ao Partido Baath, a ponto de tornar o Afeganistão e o Iraque ingovernáveis e a pacificação impossível. Mas não depende só de Obama. Por um lado, seu governo tem de lidar com uma oposição líbia arrogante e sedenta de vingança e com sua própria oposição republicana, idem.
E quanto à "Primavera Árabe"? Apesar de algumas análises triunfalistas, é pouco provável que os acontecimentos de Trípoli façam diferença. Mesmo que deles surja algo que se possa chamar de democracia, não servem de modelo. Uma intervenção da OTAN nos mesmos termos certamente não acontecerá no Iêmen ou no repressivo Bahrein [e muito menos na Arábia Saudita], cujos regimes, embora mais impopulares que o de Kaddafi, são aliados dos EUA. E é muito improvável que aconteça na Síria, onde os interesses petrolíferos são menores, a população é bem maior e a oposição, ao que tudo indica, não é tida como tão confiável por Washington e Tel-Aviv. Se houver um caminho para a mudança nesses países, seus povos terão de encontrá-lo sem o apoio interessado do Ocidente, talvez contra ele.
A queda de Kaddafi pode, porém, ter efeitos nos vizinhos Tunísia e Egito. Em tese, um regime pró-ocidental em Trípoli, com bases da OTAN, deveria desencorajar governos antiocidentais nesses países, ao mesmo tempo que a reconstrução pode oferecer empregos a seus trabalhadores e aliviar a crise econômica e a tensão social crescentes, à medida que sobem os preços dos alimentos. Mas um quadro caótico como o do Iraque e do Afeganistão pode abrir oportunidades a movimentos armados radicais em Túnis e no Cairo, ou ao menos a governos eleitos mais hostis ao Ocidente.
O mundo árabe continua em estado fluido, no qual mesmo imprevistos de menor porte podem ter desdobramentos imprevisíveis e incontroláveis. E imprevistos não faltarão, como mostram os últimos incidentes em Gaza e na fronteira entre Israel e Egito, às vésperas da ofensiva diplomática palestina para obter reconhecimento de seu Estado pela ONU. Os ataques em Eilat demonstraram que o Cairo não controla inteiramente seu território, mas a resposta de Israel, ainda que violenta, foi relativamente contida. Benjamin Netanyahu convenceu seu gabinete a aprovar uma trégua e certa cooperação indireta com o Hamas para evitar uma escalada, argumentando que o país não tem legitimidade para uma operação em grande escala em Gaza. Não se brinca com fogo quando a gasolina está vazando por toda parte.”
FONTE: escrito por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista “CartaCapital” desta semana. O autor é editor de “Internacional” de “CartaCapital” e também escreve sobre ciência e ficção científica. (http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/quem-ganha-a-libia-2)[trechos]. entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'
[OBS deste ‘democracia&política’: ontem, terça-feira (30), este blog postou o artigo "OTAN x BRICS", de Antonio Luiz M. C. Costa, publicado na “CartaCapital”. O texto completo foi posteriormente liberado pela revista. Reproduzo a seguir o artigo na íntegra, onde a parte aqui antes não publicada se segue à linha demarcatória +++++]:
Por Antonio Luiz M. C. Costa, na “CartaCapital”
“Repete-se há seis meses que “a queda de Kaddafi é iminente”, mas com grande parte de Trípoli nas mãos dos revoltosos, inclusive o complexo do governo e a principal base militar nas vizinhanças da cidade, em Zuara, pode-se finalmente acreditar nessa frase sem correr o sério risco de superestimar a competência dos rebeldes.
Risco que continua alto. Na noite de 22 de agosto, todas as mídias anunciaram a captura de Saif al-Islam, filho e principal porta-voz de Muammar Kaddafi, supostamente confirmada pelo Tribunal Penal Internacional, mas ele apareceu em um hotel cheio de jornalistas, dirigindo seu próprio carro, para assegurar que controlava a cidade e “escorraçaria as ratazanas”. Muhammad, o filho mais velho também “capturado”, escapou à prisão, segundo os rebeldes. Cidades como Sirte, no litoral, e Sabha, no Fezã, continuam fiéis a Kaddafi e podem continuar a luta por mais alguns dias. É incerto se seu líder se deixará capturar. Vale lembrar que “Kaddafi foge para a Venezuela” (ou algum outro país) é outra das “barrigas” mais repetidas dos últimos meses.
Em todo caso, o regime que dominou a Líbia por 42 anos foi derrotado. Menos pela "Primavera Árabe", neste caso pouco mais que pretexto, do que pela intervenção direta dos EUA e seus aliados, sob a folha de figueira do mandato da ONU, para “proteger os civis” por meio de uma zona de exclusão aérea. Foram decisivos o fornecimento de armas (proibido pela resolução da ONU, que determinou embargo para ambas as partes), os ataques diretos dos navios, aviões e helicópteros da OTAN às tropas e instalações civis e militares de Kaddafi (redobrados durante a ofensiva a Zawiya e Trípoli).
E também a participação discreta, em terra, de conselheiros e instrutores militares da SAS (Special Air Service, força especial do exército britânico) e de espiões do MI-6 no planejamento das ofensivas militares, bem como de forças especiais da França, Catar e Jordânia, como anotou o jornal britânico Guardian. Mercenários britânicos, franceses, árabes e da Europa Oriental, recrutados com ajuda da CIA, do serviço secreto britânico e de companhias ocidentais de “segurança” engrossaram o inexperiente, indisciplinado e escasso contingente revoltoso. Sem tudo isso, a rebelião, ao que tudo indica, teria sido destroçada há meses.
Mas quem venceu? “Os rebeldes” é uma resposta que, além de ingênua, não quer dizer muita coisa. A oposição a Kaddafi é um saco de gatos que inclui monarquistas pró-ocidentais do antigo regime, militantes da Irmandade Muçulmana e ex-combatentes da Al-Qaeda (como reconheceram comandantes da OTAN), socialistas e empresários, além de muitas figuras importantes do regime teoricamente deposto. E, ao mesmo tempo, não inclui todas as regiões e grupos tribais da Líbia. Os conflitos internos foram brutais mesmo durante a luta, como mostrou o assassinato do ex-ministro do Interior de Kaddafi e comandante militar rebelde Abdul Fatah Younis, em 28 de julho, supostamente por rebeldes islamitas. Deixados a si mesmos, os rebeldes estariam prontos para outra rodada de guerra civil.
Nos primeiros dias da ocupação de Trípoli, o principal porta-voz do governo provisório rebelde, como notou Jonathan Rugman da revista Foreign Affairs, foi o secretário britânico do Desenvolvimento Internacional, Andrew Mitchell.
A vitória, por enquanto, pertence aos norte-americanos e europeus, que tentarão colher os louros na forma de petróleo. Os rebeldes deram várias indicações de que os premiarão com contratos e concessões e punirão as empresas de países que se recusaram a apoiá-los e romper com Trípoli, inclusive o Brasil.
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Abdeljalil Mayouf, diretor de informação da petroleira líbia ‘Arabian Gulf Oil Company’ (AGOCO), sob controle rebelde, foi explícito: “Não temos problemas com países ocidentais, como as companhias italianas, francesas e britânicas. Mas podemos ter algumas questões políticas com Rússia, China e Brasil”.
Talvez não interesse nem mesmo às potências ocidentais abrir precedente de ruptura de contratos com empresas privadas. Nicolas Sarkozy convidou “nossos amigos chineses, russos, brasileiros e indianos” (além dos 22 países do ‘Grupo de Contato’ formado pela OTAN, Japão e alguns países árabes) para a conferência sobre reconstrução da Líbia, que deverá ocorrer [amanhã], em 1º de setembro, em Paris. Segundo o jornal ‘Valor Econômico’, o presidente do ‘Conselho Nacional de Transição’ dos rebeldes líbios (e ex-ministro da Justiça de Kaddafi), Mustafa Abdel Jalil, garantiu ao embaixador brasileiro que os contratos com empresas brasileiras (Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Petrobras, principalmente), no valor total de 5 bilhões de dólares, serão cumpridos. Pode ser que outros gatos do saco pensem diferentemente. Ninguém sabe qual a composição final do novo governo e, se houver eleições livres, como prometido, ninguém hoje é capaz de adivinhar o resultado. Mas não se aposte em novos grandes negócios com países de fora da OTAN.
Não que esses países já não estivessem lá bem instalados desde a reconciliação do regime de Kaddafi com as potências ocidentais nos anos 1990. Empresas petrolíferas européias, como a italiana ENI, a francesa TOTAL, a austríaca OMV e a britânica British Petroleum operavam na Líbia. Eram notórios os laços do país com o Reino Unido, que iam muito além da amizade de Saif al-Islam com Anthony Giddens e Tony Blair e seu patrocínio à ‘London School of Economics’. Os EUA também não perdiam a oportunidade de fazer negócios: em agosto de 2009, uma delegação de senadores dos EUA liderada pelo ex-candidato republicano John McCain (com os correligionários Lindsay Graham e Susan Collins, além do independente Joseph Lieberman) visitou Kaddafi para oferecer equipamentos militares “não letais”, e assessorias dos EUA planejavam com o regime a privatização do sistema bancário.
Por outro lado, conforme revelou mensagem de novembro de 2007 da embaixada estadunidense em Trípoli, vazada pelo ‘WikiLeaks’, as petroleiras reclamavam que a Líbia era “um lugar difícil para operar” devido à burocracia, aos impostos altos e à disposição de Kaddafi de jogar uma empresa contra outra para extrair o máximo de lucros para o país (ainda que uma parte fosse para os bolsos da família). Agora, a concorrência ficará menor e esses problemas provavelmente deixarão de incomodá-las. Claro que podem surgir outros, como descobriram as petroleiras anglo-americanas no Iraque.
No primeiro momento, ao menos, a queda de Trípoli também proporcionará uma bem-vinda lufada de oxigênio político a governos ocidentais assediados por crises econômicas, inquietação social, eleições iminentes ou tudo isso junto, como certamente esperavam Barack Obama, Nicolas Sarkozy e David Cameron ao dar início à intervenção. Mas o investimento saiu muito mais caro e demorado que o orçado, e o retorno, nesse aspecto, será provavelmente tão efêmero quanto aquele da execução de Osama bin Laden, muito mais simples.
Mas, se o aspecto político-eleitoral tem relativamente pouco peso, o geopolítico-estratégico pode ser ainda mais importante do que o econômico-petrolífero. Assim como as invasões do Afeganistão e Iraque foram tentativas de isolar o Irã e garantir bases permanentes dos EUA na Ásia Central e no Golfo Pérsico, a Líbia deverá servir para consolidar o AFRICOM, o novo comando das forças do Pentágono na África (exceto Egito, que continuou sob a “jurisdição” do CENTCOM), anunciado em 2007 e ativado em outubro de 2008 (com sede, por enquanto, em Stuttgart, na Alemanha). Também servirá à Europa, em tese, para controlar o fluxo de imigrantes provenientes da África.
Autoritarismo (pior que o de Kaddafi) à parte –e mesmo tendo servido, na guerra Irã-Iraque, aos interesses dos EUA–, Saddam Hussein foi, em seus melhores tempos, uma referência do nacionalismo árabe laico e do anti-imperialismo no Oriente Médio. Kaddafi teve papel semelhante na África e foi um dos criadores da União Africana, que por sua vez serviu de modelo para a UNASUL sul-americana. Como em Bagdá, a mudança de regime em Trípoli visa a substituir uma relação ambígua e desconfortável por segura plataforma de operações contra possíveis novos incômodos e de vigilância dos recursos africanos disputados com os BRICS, inclusive o integrante mais fraco do grupo, a África do Sul.
Não é à toa que o venezuelano Hugo Chávez e seu aliado nicaraguense Daniel Ortega foram os críticos mais duros da intervenção e continuaram a se declarar amigos de Kaddafi até o fim. A postura da Venezuela na América do Sul é análoga, em muitos aspectos, à que era a da Líbia na África (e a do Brasil, até certo ponto, à da África do Sul). Se, no fim das contas, a mudança de regime em Trípoli se mostrar proveitosa do ponto de vista ocidental, os EUA podem se sentir tentados a repetir a experiência em Caracas.
Assim, uma leitura possível é que as velhas potências do Atlântico Norte tenham vencido a primeira batalha de uma nova Guerra Fria, que as opõe aos BRICS. Se consolidarão essa vitória, só o tempo dirá: Kabul e Bagdá mostraram que uma invasão bem sucedida pode ser apenas o começo de uma longa dor de cabeça. As mineradoras que esperavam grandes lucros do Afeganistão e as petroleiras que sonhavam torná-lo um caminho alternativo para os oleodutos da Ásia Central já devem ter tirado seus cavalinhos da chuva, e as empreiteiras e petroleiras anglo-americanas que esperavam ver o Iraque transformado em paraíso neoliberal enfrentam hoje o inferno do terrorismo, do fundamentalismo e dos conflitos étnicos e sectários, ao lado de um governo precário e dominado por xiitas simpáticos ao Irã.
Os EUA parecem dispostos a tentar aproveitar algumas das lições aprendidas a duras penas. Por exemplo, provavelmente tentarão preservar a máquina governamental líbia e buscar acordos e compromissos com ex-partidários e ex-funcionários de Kaddafi, em vez da perseguição implacável que promoveram ao Taleban e ao Partido Baath, a ponto de tornar o Afeganistão e o Iraque ingovernáveis e a pacificação impossível. Mas não depende só de Obama. Por um lado, seu governo tem de lidar com uma oposição líbia arrogante e sedenta de vingança e com sua própria oposição republicana, idem.
E quanto à "Primavera Árabe"? Apesar de algumas análises triunfalistas, é pouco provável que os acontecimentos de Trípoli façam diferença. Mesmo que deles surja algo que se possa chamar de democracia, não servem de modelo. Uma intervenção da OTAN nos mesmos termos certamente não acontecerá no Iêmen ou no repressivo Bahrein [e muito menos na Arábia Saudita], cujos regimes, embora mais impopulares que o de Kaddafi, são aliados dos EUA. E é muito improvável que aconteça na Síria, onde os interesses petrolíferos são menores, a população é bem maior e a oposição, ao que tudo indica, não é tida como tão confiável por Washington e Tel-Aviv. Se houver um caminho para a mudança nesses países, seus povos terão de encontrá-lo sem o apoio interessado do Ocidente, talvez contra ele.
A queda de Kaddafi pode, porém, ter efeitos nos vizinhos Tunísia e Egito. Em tese, um regime pró-ocidental em Trípoli, com bases da OTAN, deveria desencorajar governos antiocidentais nesses países, ao mesmo tempo que a reconstrução pode oferecer empregos a seus trabalhadores e aliviar a crise econômica e a tensão social crescentes, à medida que sobem os preços dos alimentos. Mas um quadro caótico como o do Iraque e do Afeganistão pode abrir oportunidades a movimentos armados radicais em Túnis e no Cairo, ou ao menos a governos eleitos mais hostis ao Ocidente.
O mundo árabe continua em estado fluido, no qual mesmo imprevistos de menor porte podem ter desdobramentos imprevisíveis e incontroláveis. E imprevistos não faltarão, como mostram os últimos incidentes em Gaza e na fronteira entre Israel e Egito, às vésperas da ofensiva diplomática palestina para obter reconhecimento de seu Estado pela ONU. Os ataques em Eilat demonstraram que o Cairo não controla inteiramente seu território, mas a resposta de Israel, ainda que violenta, foi relativamente contida. Benjamin Netanyahu convenceu seu gabinete a aprovar uma trégua e certa cooperação indireta com o Hamas para evitar uma escalada, argumentando que o país não tem legitimidade para uma operação em grande escala em Gaza. Não se brinca com fogo quando a gasolina está vazando por toda parte.”
FONTE: escrito por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista “CartaCapital” desta semana. O autor é editor de “Internacional” de “CartaCapital” e também escreve sobre ciência e ficção científica. (http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/quem-ganha-a-libia-2)[trechos]. entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'
terça-feira, 30 de agosto de 2011
10 anos do "11 de setembro": RESPOSTAS OFICIAIS A CINCO VERSÕES
Questionamentos sobre o ataque de 11 de setembro de 2001 nos EUA
DEZ ANOS DEPOIS DOS ATAQUES DE 11 DE SETEMBRO NO ESTADOS UNIDOS, DIVERSAS TEORIAS CONSPIRATÓRIAS CONTINUAM POPULARES
[A seguir, o "Parecer" do Governo dos EUA, que rotula os céticos de "teóricos da conspiração" e a versão do governo como "relatórios oficiais"]:
“De um modo geral, as formulações se concentram em torno de supostas "perguntas não respondidas" pelos relatórios sobre o incidente e sugerem que o governo americano pode ter planejado os ataques juntamente com as suas Forças Armadas.
Conheça as cinco teorias conspiratórias mais proeminentes que circulam em comunidades online.
1. FALHA AO INTERCEPTAR OS AVIÕES SEQUESTRADOS
A pergunta: Por que a força aérea mais poderosa do mundo não conseguiu interceptar nenhum dos quatro aviões sequestrados?
O que os teóricos da conspiração dizem: O vice-presidente dos Estados Unidos na época, Dick Cheney, teria dado ordens para que o Exército não tentasse recuperar os aviões das mãos dos sequestradores.
O que os relatórios oficiais dizem: Esse foi um sequestro múltiplo incomum, com violência a bordo, e no qual o transponder, que transmite a localização exata do avião, foi desligado ou alterado.
Um exercício militar de rotina também estava acontecendo no mesmo dia do comando da defesa aérea americana e teria havido confusão e falta de comunicação entre o controle de tráfego aéreo civil (FAA) e o Exército.
O equipamento do Exército também estava obsoleto e foi planejado para procurar sobre o oceano por ameaças na Guerra Fria, segundo oficiais.
2. A QUEDA DAS TORRES GÊMEAS
A pergunta: Por que as Torres Gêmeas caíram tão rapidamente e dentro da própria área que ocupavam, após incêndios em poucos andares que duraram somente uma ou duas horas?
O que os teóricos da conspiração dizem: As Torres Gêmeas foram destruídas por demolições controladas.
As teorias se referem ao desmoronamento rápido dos prédios (que durou cerca de 10 segundos) e aos incêndios relativamente curtos (56 minutos no World Trade Center 2 e 102 minutos no World Trade Center 1).
Além disso, haveria relatos de pessoas que teriam ouvido sons de explosões antes da queda e objetos sendo arremessados violentamente para fora de janelas nos andares inferiores.
O que os relatórios oficiais dizem: Um inquérito extenso feito pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia concluiu que os aviões romperam e danificaram colunas de suporte do edifício e deslocaram materiais à prova de fogo.
Cerca de 39 mil litros de combustível de avião foram espalhados por diversos andares, dando início a incêndios generalizados. As temperaturas de até mil graus Celsius fizeram com que o piso dos andares cedesse e as colunas se curvassem, provocando os sons de "explosões".
O peso dos pisos de cada andar criou um peso muito maior do que as colunas dos edifícios foram projetadas para sustentar. Objetos foram expulsos pelas janelas dos andares inferiores na medida em que os andares de cima desmoronavam.
Além disso, as demolições controladas são sempre iniciadas dos andares de baixo até os de cima, ao contrário do desmoronamento das Torres.
Nenhuma evidência de explosivos foi encontrada nos edifícios, apesar das buscas. E tampouco há evidência de rompimento proposital de quaisquer colunas ou paredes, o que é feito rotineiramente em uma demolição controlada.
3. O ATAQUE NO PENTÁGONO
A pergunta: Como um piloto amador pode ter feito uma manobra complicada em um avião comercial e lançado o avião sobre o quartel-general das forças armadas mais poderosas do mundo -78 minutos depois do primeiro relato de um possível sequestro- e não ter deixado nenhum vestígio , [nem pedaços dos trens de pouso, a não ser uma relativamente muito estreita faixa de prédio destruído]?
O que os teóricos da conspiração dizem: Não foi um Boeing 757 comercial que atingiu o edifício, mas sim um míssil, um pequeno caça ou um avião não tripulado.
No entanto, depois que evidências comprovaram que o voo número 77 da American Airlines realmente atingiu o Pentágono, o foco desta teoria mudou para a discussão sobre a dificuldade de executar a manobra de aproximação.
Pessoas que acreditam na conspiração dizem que o avião estava sob o controle do Pentágono, e não da Al-Qaeda.
O que os relatórios oficiais dizem: Destroços do avião, incluindo as caixas pretas, foram encontrados no local do acidente e catalogados pelo FBI.
Apesar de algumas filmagens iniciais do acidente não mostrarem os destroços, ainda há vídeos e fotografias [secretos?] que mostram as evidências do trajeto que o avião fez durante o choque com o edifício, como postes quebrados, "segundo oficiais".
Os restos da tripulação e dos passageiros do voo foram encontrados e identificados pelo DNA. "Testemunhas" também viram o avião atingir o Pentágono.
4. O QUARTO AVIÃO - VOO 93 DA UNITED AIRLINES
A pergunta: Por que a queda do quarto avião sequestrado, em Shanksville, na Pensilvânia, foi tão pequena e por que os destroços do avião não foram vistos?
O que os teóricos da conspiração dizem: O voo 93 da United Airlines foi derrubado por um míssil e se desintegrou em pleno ar, espalhando os destroços sobre uma área extensa.
O que os relatórios oficiais dizem: Há fotografias claras que mostram os destroços do avião e o gravador de voz da cabine do piloto, que foi recuperado, mostrou que houve revolta dos passageiros e que os sequestradores derrubaram o avião deliberadamente.
Teorias iniciais de que os destroços haviam sido espalhados por quilômetros de distância do local principal da queda se provaram falsos.
Na verdade, o vento jogou alguns destroços leves como papéis e materiais de isolamento por cerca de dois quilômetros.
Outra teoria foi baseada em uma frase do médico-legista local, Wally Miller, que foi citada incorretamente. Ele disse que parou de ser um médico-legista cerca de 20 minutos depois de chegar ao local, porque não havia corpos.
Mas ele também disse que percebeu rapidamente que o que aconteceu foi um acidente de avião e que seria preciso organizar um grande funeral para as vítimas.
O exército diz, ainda, que nunca deu ordens para que a força aérea derrubasse o avião comercial.
5. O COLAPSO DO EDIFÍCIO 7 DO WORLD TRADE CENTER
A pergunta: Como é possível que um arranha-céu que não foi atingido por um avião tenha desmoronado tão rapidamente e simetricamente, quando nenhum outro prédio revestido de aço caiu por causa de incêndios?
O que os teóricos da conspiração dizem: O edifício 7 do World Trade Center foi destruído por demolição controlada usando explosivos e materiais inflamáveis.
O foco da teoria inicialmente era uma frase dita pelo dono do prédio, Larry Silverstein, em entrevista de TV. Ele falava sobre a retirada dos bombeiros do edifício, mas a expressão que utilizou fez com que sua fala fosse interpretada como alusão ao momento em que os explosivos foram detonados.
Agora o foco mudou para a velocidade do colapso do edifício, que esteve próxima à velocidade de queda livre durante 2,25 segundos. Argumenta-se que somente explosivos poderiam fazer com que o prédio desmoronasse tão rapidamente.
Alguns cientistas, que são céticos quanto ao relato oficial, examinaram quatro amostras de poeira do Marco Zero e dizem ter encontrado material termítico, que reage violentamente em contato com o calor.
Eles dizem ainda que toneladas de materiais explosivos foram colocados dentro, não só do WTC7, mas também das Torres Gêmeas.
O que os relatórios oficiais dizem: Uma investigação de três anos feita pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia concluiu que o prédio desmoronou por causa de incêndios incontroláveis, que foram causados pelo colapso da torre norte e que queimaram o prédio por sete horas.
Os encanamentos que levavam água até o irrigador de emergência foram rompidos. Não foram encontradas evidências de cargas explosivas e não há registro da série de explosões que seriam esperadas no caso de demolição controlada.
Também haveria uma explicação para o "material termítico" que os cientistas encontraram na poeira -é só um tipo de tinta básica.
Calcula-se que 1,2 milhão de toneladas de materiais de construção foram pulverizados no World Trade Center e a maioria dos minerais que estavam nos materiais estão presentes na poeira.
Uma amostra mais extensa da poeira não achou evidências de explosivos, de acordo com um relatório do Instituto de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos e com outro relatório, produzido pela empresa de inovação científica RJ Lee.”
FONTE: divulgado pela agência britânica de notícias BBC e transcrito no site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/11set2001/noticia/2566/11-de-setembro--Cinco-teorias-de-conspiracao-) [trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política']
CRESCIMENTO IMPULSIONA APROVAÇÃO DE DILMA
DESEMPENHO DA ECONOMIA NORDESTINA EXPLICA POR QUE A PRESIDENTE É MAIS BEM AVALIADA NA REGIÃO DO QUE NO RESTO DO PAÍS
“Governantes até podem seguir ilesos a crises morais e escândalos administrativos [como FHC/PSDB sobreviveu aos escândalos da compra de votos para reeleição e da doação (na prática) do patrimônio público para empresas estrangeiras (sem 'retribuição'?)], mas nenhuma gestão é imune ao desemprego e à diminuição do poder aquisitivo da população.
Por sua vez, a percepção disseminada de ganhos econômicos, especialmente entre os mais carentes, gera prestígio eleitoral duradouro aos que são identificados como responsáveis pelo feito.
Cada vez mais, os índices detalhados de popularidade dos governos são analisados em conjunto com a percepção econômica dos moradores de cada região.
A atual deterioração econômica dos Estados Unidos, por exemplo, gerou enorme crise de confiança na economia local e, por consequência, o mais baixo índice de popularidade enfrentado por Obama desde sua posse.
A síndrome do bolso vazio apagou a euforia pela morte de Bin Laden. Em resposta, Obama programou visitas aos Estados de Minnesota, Iowa e Illinois, locais onde a queda da confiança dos consumidores mais prejudicou sua imagem.
No Brasil, basta confrontar as curvas históricas das avaliações de Fernando Henrique e Lula com as de perspectivas econômicas da população para comprovar essa relação. Nos últimos 16 anos, a popularidade do governo federal acompanhou o movimento das expectativas do eleitorado quanto ao desemprego e ao poder de compra dos salários.
É cedo ainda para avaliar a relação entre expectativas econômicas da população e o início do governo Dilma. Sua aprovação é linear, já que aproximadamente metade dos moradores de cada região do país considera seu governo ótimo ou bom [somente cerca de 10% o acham ruim].
Um olhar mais atento, considerando as notas atribuídas ao governo pela população, revela que os nordestinos conferem a Dilma notas nove e dez, acima da média verificada no Sudeste e no Sul. A sua nota média nessa região é de 7,1 contra 6,6 nas demais regiões.
O aval conferido pelos nordestinos à sucessora de Lula tem, certamente, peso nessa média. Mas os reflexos visíveis do crescimento constante da economia do Nordeste têm sido decisivos para alinhar o bolso de seus habitantes com a admiração pela gestão petista.”
FONTE: publicado na tucana ‘Folha de São Paulo’ (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2808201104.htm) [imagens do google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].
Delfim Netto: “ESTA É A HORA”
Reunião do COPOM
[OBS deste blog: Hoje e amanhã (30 e 31 de agosto) haverá reuniões do COPOM que decidirão a taxa básica de juros para os próximos dois meses. Esta é a hora de o Banco Central corrigir distorções].
“Há uma nuvem escura sobre a economia mundial, anunciadora de possíveis dificuldades. Talvez a manifestação mais típica dessa ameaça seja a procura dos papéis do Tesouro das duas maiores economias de mercado.
Os EUA, com uma inflação anual da ordem de 3,6% ao ano e a Alemanha, com 2,4%, têm taxas de juros reais virtualmente nulas para papéis com menos de um ano.
Diante das incertezas que envolvem a economia mundial, há procura de abrigo nos papéis do Tesouro das duas economias. A despeito do ridículo exibicionismo da S&P [agência de classificação de risco Standard&Poors], a demanda de papéis americanos tem aumentado com taxa de juro real cadente... Sinal ainda mais evidente da desesperada busca de segurança é o preço do ouro: US$ 1.873,9 por onça, em 19/8.
Se você não está confuso, é porque está desinformado!
São, no fundo, sinais de pânico no mundo em que prevalecem:
1º) a disfuncionalidade política dos EUA;
2º) as complicações da administração da Comunidade Europeia;
3º) o esgotamento das medidas tocadas por tecnocratas (as políticas fiscal e monetária) e
4º) mais importante, a evidente falta de estadistas.
O grave é que o problema se autoalimenta. A fuga para a segurança produz mais insegurança: destrói valor nas Bolsas (particularmente dos bancos "sob suspeita") e pode levar a outra interrupção do crédito interbancário, condição suficiente para ampliar a crise da economia real. O Brasil, como parte do mundo, também sentirá os efeitos da tempestade.
Nossa situação é melhor do que a da maioria dos países, mas ainda temos a maior taxa de juros real e a moeda mais sobrevalorizada do mundo!
Talvez tenhamos a chance de iniciar a solução desses problemas, ao reduzir substancialmente a taxa de juro real.
O movimento preliminar preparatório deve aproveitar a credibilidade do governo e estabelecer política fiscal de longo prazo, cuidadosa e crível: de crescimento de custeio abaixo do crescimento do PIB; regras claras para a redução da taxa do financiamento da dívida com LFT; colocação de papéis do Tesouro em reais no exterior; políticas de estímulo à poupança; aumento do superávit primário; atenção ao problema da aposentadoria do servidor público; desindexação ampla, geral e irrestrita; ajustamento da caderneta de poupança e medidas microeconômicas que reduzam o estresse do ajustamento do mercado de trabalho.
A curva de juros atual parece indicar que é hora de programa fiscal bem conformado e amplo, acompanhado de políticas microeconômicas que retirem do Banco Central o peso das incertezas fiscais (vistas pelo mercado) e lhe deem musculatura e tranquilidade para, num prazo adequado, reduzir a taxa de juros real a qualquer coisa entre 2% e 3%.”
FONTE: escrito por Antonio Delfim Netto e publicado na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2408201106.htm)[imagem]. do google e trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'
O PONTO SEM RETORNO DA “VEJA”: CASO JOSÉ DIRCEU
“’Veja’ chegou a um ponto sem retorno. Em plena efervescência do caso Murdoch, com o fim da blindagem para práticas criminosas por parte da grande mídia no mundo todo, com toda opinião esclarecida discutindo os limites para a ação dá mídia, ela dá seu passo mais atrevido, com a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu e o uso de imagens dos vídeos do hotel, protegidas pelo sigilo legal.
Por Luis Nassif, em seu blog
Até agora, nenhum outro veículo da mídia repercutiu nenhuma das notícias: a da tentativa de invasão do apartamento de Dirceu, por ficar caracterizado o uso de táticas criminosas ‘murdochianas’ no Brasil; e a matéria em si, um cozidão mal-ajambrado, uma sequência de ilações sem jornalismo no meio.
‘Veja’ hoje é uma ameaça direta ao jornalismo da ‘Folha’, ‘Estadão’, ‘Globo’, aos membros da Associação Nacional dos Jornais, a todo o segmento da velha mídia, por ter atropelado todos os limites. Sua ação lançou a mancha da criminalização para toda a mídia.
Quando Sidney Basile me procurou em 2008, com uma proposta de paz –que recusei– lá pelas tantas indaguei dele o que explicaria a maluquice da revista. Basile disse que as pessoas que assumiam a direção da revista de repente vestiam uma máscara de ‘Veja’ que não tiravam nem para dormir.
Recusei o acordo proposto. Em parte porque não me era assegurado o direito de resposta dos ataques que sofri; em parte porque –mostrei para ele– como explicaria aos leitores e amigos do Blog a redução das críticas ao esgoto que jorrava da revista. Basile respondeu quase em desespero: "Mas você não está percebendo que estamos querendo mudar". Disse-lhe que não duvidava de suas boas intenções, mas da capacidade da revista de sair do lamaçal em que se meteu.
Não mudou. Esses processos de deterioração editorial dificilmente são reversíveis. Parece que todo o organismo desaprende regras básicas de jornalismo. Às vezes me pergunto se o atilado Roberto Civita, dos tempos da ‘Realidade’ ou dos primeiros tempos de ‘Veja’, foi acometido de algum processo mental que lhe turvou a capacidade de discernimento.
Tempos atrás, participei de um seminário promovido por uma fundação alemã. Na mesa, comigo, o grande Paulo Totti, que foi chefe de reportagem da ‘Veja’, meu chefe quando era repórter da revista. Em sua apresentação, Totti disse que, nos anos 70, a revista podia ser objeto de muitas críticas, dos enfoques das matérias aos textos. "Mas nunca fomos acusados de mentir".
Definitivamente, não sei o que se passa na cabeça de Roberto Civita e do Conselho Editorial da revista. Semana após semana, ela se desmoraliza junto aos segmentos de opinião pública que contam, mesmo aqueles que estão do mesmo lado político da publicação. Pode contentar um tipo de leitor classe média pouco informado, que se move pelo efeito manada, não os que efetivamente contam. Mas, com o tempo, tende a envergonhar os próprios aliados.
Confesso que poucas vezes na história da mídia houve um processo tão clamoroso de marcha da insensatez, como o que acometeu a revista.”
FONTE: escrito pelo jornalista Luis Nassif no Blog Luis Nassif Online. Título do portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=162571&id_secao=6) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].
O BRASIL NA TV POR ASSINATURA
Por Manoel Rangel, diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema
“A nova lei encara a imensa transformação ocorrida no mundo do audiovisual e das telecomunicações e fixa base conceitual leve e consistente.
A aprovação do novo marco regulatório da TV paga é uma dessas decisões que moldam o futuro e aceleram o tempo. O PLC nº 116 é a primeira norma brasileira sobre comunicação realmente convergente.
A nova lei encara a imensa transformação ocorrida no mundo do audiovisual e das telecomunicações, remove barreiras à competição, valoriza a cultura brasileira, propõe nova dinâmica para produção e circulação de obras audiovisuais e, sobretudo, fixa base conceitual leve e consistente, capaz de orientar o desenvolvimento das duas áreas na próxima década.
De iniciativa parlamentar, o PLC nº 116 foi exaustivamente debatido no Congresso nos últimos cinco anos. Nasceu da aglutinação de cinco projetos de lei diferentes e foi enriquecido por sete audiências públicas, quatro comissões parlamentares e mais de cem encontros com agentes econômicos e sociais.
Exemplo do alto grau de convergência alcançado foi a atuação persistente e solidária de parlamentares de todos os matizes políticos, vinculados ao governo e à oposição. O conflito dos interesses e a aridez do tema foram enfrentados com desassombro, por meio do debate polêmico e muitas vezes duro.
Mesmo que persistam divergências, o resultado final preserva o interesse público e foi fruto de negociação e superação de visões extremas e particularistas.
Quais são os ganhos para o cidadão? A TV por assinatura no Brasil vai se expandir. Os serviços chegarão a mais brasileiros. Haverá maior número de competidores na distribuição e na programação.
Com mais competição, os preços cairão. A programação ofertada se diversificará não apenas pela expansão do serviço.
Haverá mais oportunidades para os programadores, mais canais e maior procura por conteúdos diferenciados. Teremos mais obras audiovisuais brasileiras, ao lado das estrangeiras, e maior pluralidade na programação.
Esse novo mercado de conteúdos será estimulado por recursos da própria atividade, que possibilitarão investimentos na produção de obras independentes em todas as regiões do país em parceria com os canais e com as emissoras de TV.
O Brasil poderá se ver e se ouvir em larga escala, com todos os seus sotaques e com todos os seus modos de criar, fazer e viver, como orienta a Constituição.
Todos esses ganhos para o cidadão trarão reflexos cruciais ao desenvolvimento do Brasil. A expansão do serviço de TV paga exigirá investimentos maciços nas redes, necessários à expansão e ao barateamento da oferta de banda larga.
A parceria com as emissoras dinamizará polos de produção audiovisual, criará demandas para as produtoras independentes e fortalecerá as empresas brasileiras de comunicação, criando sinergias propícias a maior presença da produção audiovisual nacional no Brasil e à internacionalização das nossas empresas, carregando a nossa língua e a cultura brasileira.
Todas essas oportunidades combinam-se ao momento especial de crescimento da nossa economia, incorporando mais brasileiros à cidadania e ao mercado, mesmo em meio à crise global. Combinam-se, ainda, à extraordinária criatividade e ao talento dos brasileiros.
Nessa mescla, na marcha veloz do Brasil para ocupar seu lugar no mundo, se darão as condições para que sejamos nós os construtores da nossa própria imagem.”
FONTE: escrito por Manoel Rangel, diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema. Publicado na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2508201108.htm) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].
UNIÃO PREVÊ REAJUSTE DAS FORÇAS ARMADAS EM 2012
Folha de São Paulo
“Esperado por 568 mil militares ativos, inativos e pensionistas das Forças Armadas, o reajuste dos soldos e pensões no ano que vem ganhou amparo legal e indicação de custeio. O dispositivo está na Lei Orçamentária de 2012, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff e pelos dois ministros “linha dura” da política econômica, Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento). No Artigo 81 da lei, está escrito: “Fica autorizada a revisão da remuneração dos militares ativos e inativos e pensionistas, cujo percentual será definido em lei específica”.
A legislação faz uma ressalva que “quaisquer aumento de despesa com pessoal decorrente de medidas administrativas ou judiciais” que não se enquadrem nas exigências previstas em artigos, como o 81, dependerão de créditos adicionais. Ou seja, o governo está disposto apenas em garantir o reajuste aos soldos. Pagar dívidas judiciais, como a dos 28,86% (referentes a erro cometido durante o governo Itamar Franco), dependerá de manobra orçamentária para sair do papel e entrar nos contracheques de quem estava em serviço em 1993.
“Falta definir o índice. Já ouvimos falar em 75%, 40% e até em míseros 2,9%. Acreditamos e esperamos os índices maiores”, revela suboficial, reproduzindo conversas travadas em quartel do Rio.
GASTO MENOR COM PENSÕES
O percentual de reajuste dos soldos depende do cenário econômico mundial. Mas estudo em posse do Ministério do Planejamento revela que recursos podem vir da economia que está sendo feita com os gastos com pensões e inativos. O levantamento aponta que a mudança (e quase extinção) do direito à pensão vitalícia das filhas dos militares acena com redução de gasto e maior margem de aumento de soldos para militares da ativa e da reserva.
A sinalização do estudo é que um aumento maior para os soldos não esbarra em gasto contínuo por longo tempo. Antes, o cálculo dos reajustes tinha que levar em consideração que pensão de filhas é paga, às vezes, por até 70 anos.
AUMENTO VIRIA ESCALONADO ATÉ 2014
Nas Forças Armadas, há ainda outras margens financeiras para o reajuste, entre elas a extinção do direito à transferência para reserva com vencimentos do posto superior e o congelamento, desde 2000, do adicional do tempo de serviço. Trata-se de dois pesadelos dos quartéis que resultarão em soldos maiores. Ante a redução gradual de gastos com pensões e contenção de gastos com inativos, ganha força a ideia de que seja anunciado, com o reajuste de 2012, aumento escalonado para os anos de 2013 e 2014. “O aumento tem como argumento as baixas antecipadas. Os pedidos de sargento e até oficiais aviadores”, conta militar da FAB que serve no Rio.”
P.S. deste blog 'democracia&política': ver atualização sobre este assunto na postagem deste blog de 25/12/2011 intitulada "Reajuste dos soldos e reaparelhamento, em 2012" (http://democraciapolitica.blogspot.com/2011/12/reajuste-dos-soldos-e-reaparelhamento.html).
FONTE: reportagem de Marco Aurélio Reis publicada na Folha de São Paulo e transcrita no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=28/08/2011&page=mostra_notimpol) [imagem do google adicionada por este blog ‘democracia&política’].
“Esperado por 568 mil militares ativos, inativos e pensionistas das Forças Armadas, o reajuste dos soldos e pensões no ano que vem ganhou amparo legal e indicação de custeio. O dispositivo está na Lei Orçamentária de 2012, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff e pelos dois ministros “linha dura” da política econômica, Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento). No Artigo 81 da lei, está escrito: “Fica autorizada a revisão da remuneração dos militares ativos e inativos e pensionistas, cujo percentual será definido em lei específica”.
A legislação faz uma ressalva que “quaisquer aumento de despesa com pessoal decorrente de medidas administrativas ou judiciais” que não se enquadrem nas exigências previstas em artigos, como o 81, dependerão de créditos adicionais. Ou seja, o governo está disposto apenas em garantir o reajuste aos soldos. Pagar dívidas judiciais, como a dos 28,86% (referentes a erro cometido durante o governo Itamar Franco), dependerá de manobra orçamentária para sair do papel e entrar nos contracheques de quem estava em serviço em 1993.
“Falta definir o índice. Já ouvimos falar em 75%, 40% e até em míseros 2,9%. Acreditamos e esperamos os índices maiores”, revela suboficial, reproduzindo conversas travadas em quartel do Rio.
GASTO MENOR COM PENSÕES
O percentual de reajuste dos soldos depende do cenário econômico mundial. Mas estudo em posse do Ministério do Planejamento revela que recursos podem vir da economia que está sendo feita com os gastos com pensões e inativos. O levantamento aponta que a mudança (e quase extinção) do direito à pensão vitalícia das filhas dos militares acena com redução de gasto e maior margem de aumento de soldos para militares da ativa e da reserva.
A sinalização do estudo é que um aumento maior para os soldos não esbarra em gasto contínuo por longo tempo. Antes, o cálculo dos reajustes tinha que levar em consideração que pensão de filhas é paga, às vezes, por até 70 anos.
AUMENTO VIRIA ESCALONADO ATÉ 2014
Nas Forças Armadas, há ainda outras margens financeiras para o reajuste, entre elas a extinção do direito à transferência para reserva com vencimentos do posto superior e o congelamento, desde 2000, do adicional do tempo de serviço. Trata-se de dois pesadelos dos quartéis que resultarão em soldos maiores. Ante a redução gradual de gastos com pensões e contenção de gastos com inativos, ganha força a ideia de que seja anunciado, com o reajuste de 2012, aumento escalonado para os anos de 2013 e 2014. “O aumento tem como argumento as baixas antecipadas. Os pedidos de sargento e até oficiais aviadores”, conta militar da FAB que serve no Rio.”
P.S. deste blog 'democracia&política': ver atualização sobre este assunto na postagem deste blog de 25/12/2011 intitulada "Reajuste dos soldos e reaparelhamento, em 2012" (http://democraciapolitica.blogspot.com/2011/12/reajuste-dos-soldos-e-reaparelhamento.html).
FONTE: reportagem de Marco Aurélio Reis publicada na Folha de São Paulo e transcrita no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=28/08/2011&page=mostra_notimpol) [imagem do google adicionada por este blog ‘democracia&política’].
OTAN x BRICS
Ataque da OTAN na Líbia
QUEM VENCE NA LÍBIA? O “POVO”? OS “REBELDES”?
E o vencedor é…?
Por Antonio Luiz M. C. Costa, na "CartaCapital"
“Repete-se há seis meses que “a queda de Kaddafi é iminente”, mas com grande parte de Trípoli nas mãos dos revoltosos, inclusive o complexo de governo, pode-se finalmente acreditar nessa frase sem correr o sério risco de superestimar a competência dos rebeldes. Demonstrada, mais uma vez, na noite de 22 de agosto. Todas as mídias anunciaram a captura de Saif al-Islam, filho e principal porta-voz de Kaddafi, supostamente confirmada pelo Tribunal Penal Internacional, mas ele apareceu num hotel cheio de jornalistas, dirigindo seu próprio carro, para assegurar que controlava a cidade e “escorraçaria as ratazanas”. Muhammad, o filho mais velho também “capturado”, escapou à prisão, segundo os rebeldes. Faz lembrar a frase feita sobre pessoas a quem não se deve dar duas tartarugas para cuidar ao mesmo tempo.
Em todo caso, o regime que dominou a Líbia por 42 anos foi derrotado. Menos pela “primavera árabe”, neste caso pouco mais que pretexto, do que pela intervenção direta dos EUA e seus aliados sob a folha de figueira do mandato da ONU para “proteger os civis” por meio de uma zona de exclusão aérea.
Foram decisivos não só os ataques diretos dos aviões e navios da OTAN às tropas e instalações civis e militares de Kaddafi, como também a participação discreta, em terra, de conselheiros e instrutores militares da SAS (Special Air Service, força especial secreta do exército britânico) e de espiões do MI-6 no planejamento das ofensivas militares. Sem isso, a rebelião, ao que tudo indica, teria sido destroçada há meses.
Mas quem venceu? “Os rebeldes” é uma resposta que, além de ingênua, não quer dizer muita coisa. A oposição a Kaddafi é um saco de gatos que inclui monarquistas pró-ocidentais do antigo regime, islamistas originados da Al-Qaeda (como reconhece a própria OTAN), socialistas e empresários, além de muitas figuras importantes do regime teoricamente deposto. Os conflitos internos foram brutais mesmo durante a luta, como mostrou o assassinato do ex-ministro do Interior de Kaddafi e comandante militar rebelde Abdul Fatah Younis em 28 de julho, supostamente por rebeldes islamistas. Deixados a si mesmos, os rebeldes estariam prontos para outra rodada de guerra civil.
A vitória, por enquanto, pertence aos norte-americanos e europeus, que tentarão colher os louros na forma de petróleo. Os rebeldes já deram várias indicações de que os premiarão com contratos e concessões e punirão as estatais da Rússia, China e Brasil, países que se recusaram a apoiá-los e romper com Trípoli.
Assim, uma leitura possível é que as velhas potências do Atlântico Norte tenham vencido a primeira batalha de uma nova guerra fria, que as opõe aos BRICS. Se consolidarão essa vitória, só o tempo dirá: o Afeganistão e o Iraque mostraram que uma invasão bem-sucedida é apenas o começo de uma longa dor de cabeça.”
PS do Viomundo: Não subestimemos o fato de que, pelo menos no Brasil, a mídia joga no time da OTAN. Quase em uníssono.”
FONTE: escrito por Antonio Luiz M.C.Costa, editor de “internacional” da revista “CartaCapital”; também escreve sobre ciência e ficção científica. Transcrito no portal “Viomundo” (http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/antonio-luiz-costa-na-libia-otan-faz-1-a-0-nos-brics.html)
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segunda-feira, 29 de agosto de 2011
TROPAS DOS EUA E FRANÇA REALIZARAM EXERCÍCIOS MILITARES SECRETOS PRÓXIMO À AREA “RAPOSA/TERRA DO SOL”
EXERCÍCIO MILITAR PRÓXIMO À AMAZÔNIA BRASILEIRA IRRITOU O GOVERNO
“O Brasil [governo Itamar Franco] advertiu os Estados Unidos sobre o risco de exercícios militares realizados em países limítrofes da Amazônia, revelam documentos do Itamaraty agora liberados ao público.
Em setembro de 1993, o embaixador brasileiro em Washington, Sérgio Amaral, aproveitou um briefing feito pelo Departamento de Estados dos EUA "a um número selecionado de embaixadores" para dar o recado.
O Brasil estava particularmente contrariado com recentes exercícios realizados pelos EUA na Guiana, numa região localizada na fronteira, a cerca de 470 km da capital de Roraima, Boa Vista.
Amaral levou a situação ao secretário de Estado assistente, Thomas McNamara: "O aumento da presença [dos EUA] e de exercícios militares em áreas sem nenhum perigo visível pode dar sinal equivocado. Em vez de gerar tranquilidade, cria a percepção de riscos que requerem aumento dos efetivos e dos recursos militares nos países da região [América Latina]."
Embora não tenha citado a Amazônia, o recado do embaixador foi explícito. Meses antes, o Brasil havia trocado mensagens e telefonemas com autoridades dos EUA sobre exercícios na Guiana.
O Estado-Maior das forças armadas brasileiras acompanhou o assunto. Relatório do CIE (área de inteligência do Exército), retransmitido pelo Itamaraty em caráter confidencial, descreveu o treinamento de forças Especiais dos EUA por mais de um mês, entre abril e maio de 1993. Os norte-americanos empregaram mais de 180 homens, helicópteros e barcos.
O CIE se preocupava, ainda, com exercícios realizados na região, meses antes, pela França. "[...] Os exercícios foram executados de maneira que não houvesse conhecimento nem repercussão."
FONTE: publicado na Folha de São Paulo e transcrito no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=28/08/2011&page=mostra_notimpol) [imagens do google adicionadas por este blog ‘democracia&política’]
“VEJA” PASSOU RECIBO DO CRIME
Por Luis Nassif
AS SUSPEITAS SOBRE AS GRAVAÇÕES DA VEJA
“Antes de publicar a edição desta semana, a revista VEJA já tinha se complicado com a denúncia de José Dirceu. Foi aberto boletim de ocorrência no 5º distrito policial de Brasília, que conta com o depoimento da camareira e do chefe de segurança do hotel. Na edição desta semana, por burrice ou amadorismo, a revista produz prova robusta contra si mesma.
Com a denúncia de tentativa de invasão e de falsidade ideológica pesava contra a revista apenas o fato de o jornalista estar a seu serviço, o que poderia ser justificado com a alegação que o seu contratado agiu por conta própria, sem o aval da direção. Mas, ao usar as imagens obtidas pelo repórter, a VEJA assume cumplicidade e beneficiamento com os crimes conhecidos.
Na reportagem que fez com acusações contra José Dirceu, a VEJA afirma que “obteve” imagens de circulação do hotel, dando a entender que se tratava de imagens da câmera de segurança, só não admitiu que obteve imagens ilegalmente através de equipamento instalado pelo seu jornalista.
Vamos aos fatos: quando me deparei com as imagens, vi na hora que não se tratava de imagem de câmera de segurança interna, pois estas não apresentam data e horário, têm resolução baixa para câmeras normalmente usadas para esse fim e o posicionamento e foco que não privilegiam a tomada de todo o corredor, mas apenas de quem passava por ela.
A câmera que foi usada pelo repórter da Veja, provavelmente, é uma minicâmera espiã wi-fi (imagem acima) que pode ser instalada facilmente, pois não precisa de fios ligando ao monitor que recebe as imagens. Ela tem fonte que pode ser facilmente instalada na fiação de um suporte de luz por algum funcionário da manutenção do hotel, regiamente pago para a função.
A câmera infravermelho (acima, à esquerda), por ter tamanho reduzido, é específica para espionagem e não possui leds IV e, diferentemente de câmeras usadas em segurança (acima, à direita), que têm uma quantidade desses leds para fornecer a iluminação que vai ser usada para captar as imagens, ela não “enxerga” no escuro como as câmeras comuns e precisam de alguma luz branca para captação de imagens.
Analisando as imagens da VEJA, percebe-se com facilidade se tratar de uma minicâmera para espionagem. Câmeras de segurança, por ter fonte de luz IV própria, não são instaladas próximas à anteparos de iluminação, pois o reflexo da luz branca atrapalha. As imagens divulgadas pela VEJA identificam que a câmera usada para captá-las estava instalada junto ao anteparo de luz. Eles usam, normalmente, esse artifício para ocultar o equipamento, ter uma fonte de luz e energia para ligar a câmera. Perceba, na imagem acima, os reflexos nas cabeças de José Dirceu e Fernando Pimentel que estão mais próximos à câmera, demonstrando que foi ocultada em um anteparo de luz.
As provas que a VEJA produziu contra si mesma agravaram a sua situação. Agora, além de tentativa de invasão de domicílio e de falsidade ideológica, existe a confissão de invasão de privacidade, não só de José Dirceu e dos políticos mostrados, mas de todos os hóspedes desse andar e dos funcionários do hotel.
Apesar da vergonhosa “operação abafa” (Omertá tupiniquim) movida pelos principais veículos de comunicação, que demonstra corporativismo criminoso (se não for rabo preso por culpa no cartório), ainda restam aos atingidos, como o PT, acionar a Polícia Federal e o Procurador-Geral da República, por se tratar de crime ainda mais grave, quando atinge ministros de estado e põe em risco o estado democrático de direito.
Não sei quanto a vocês amigos, mas esse que lhes escreve já está cheio desses abusos, é hora de dar um basta. A minha esperança se renova quando presencio manifestação do deputado Paulo Pimenta no twitter, que apesar de não ser do grupo do ex-ministro José Dirceu, exigiu do presidente José Eduardo Dutra que o partido tome providências drásticas. Nem tudo está perdido, o deputado mostra que ainda restou algo da velha combatividade do PT.”
FONTE: escrito pelo jornalista Luis Nassif em seu portal (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/as-suspeitas-sobre-as-gravacoes-da-veja#more).
O SILÊNCIO DOS INDECENTES
“Ao constatar o silêncio sepulcral que se derramou sobre a grande mídia neste fim de semana, logo após a denúncia que a revista ‘Veja’ fez contra o ex-ministro José Dirceu e a que este fez contra a revista, fiquei imaginando quantos jornalistas sérios existem nesses grandes veículos que podem estar tendo a decência de se indignar com seus patrões por estarem impedindo que façam seu trabalho.
Para quem chegou agora ao noticiário político e não sabe sobre o que se refere esse caso, ou para você que, aí no futuro, está lendo o que escrevi no passado, explico que o ex-ministro José Dirceu, no fim de agosto de 2011, denunciou em seu blog que a revista ‘Veja’ mandou um repórter tentar invadir seu apartamento em um hotel de Brasília pouco antes de publicar matéria com a “revelação” de que ele se reunia, ali, com correligionários políticos.
Na matéria, a revista ‘Veja’ fez suposições sobre as razões que levaram aqueles políticos a se reunirem no hotel Naoum, em Brasília, baseando-se na premissa inverídica de que, por Dirceu estar sendo processado pelo Supremo Tribunal Federal pelo “escândalo do mensalão” e por ter tido cassado seu direito de disputar eleições, estaria impedido, de alguma forma, de fazer articulações políticas. As suposições, surpreendentemente, são tratadas como fatos pela matéria da ‘Veja’.
Uma das suposições da matéria é a de que, por ter se reunido com seus correligionários petistas em data próxima à queda do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, Dirceu teria tramado com eles a retirada de apoio do PT a ele, o que teria determinado a sua demissão pela presidente Dilma Rousseff. Não houve escuta ou indício maior para a ‘Veja’ fazer tal afirmação. A revista apenas supôs e publicou como se fosse fato.
Apesar de não haver matéria alguma nesse fato sobre os encontros de Dirceu em Brasília, isso não significa que esse caso, por inteiro, não contenha uma das mais saborosas e instigantes matérias jornalísticas sobre política dos últimos tempos.
Acontece que, apesar de a matéria da ‘Veja’ fazer parte de jogo político da imprensa aliada ao PSDB e, portanto, não precisar de fatos reais, pois tenta apenas impor à sociedade a percepção de que o governo Dilma e o PT estariam infestados de gangsters e, nesse processo, procura, na falta de qualidade das acusações, produzir quantidade, faltava um mínimo de verossimilhança à “denúncia” contra Dirceu.
Na tentativa de tornar a matéria menos pífia, a ‘Veja’ se valeu de método literalmente criminoso. Como é óbvio que o hotel que fez um ‘Boletim de Ocorrência’ contra a tentativa do repórter da revista de invadir o quarto de Dirceu não cederia imagens de seu circuito interno de TV àquele mesmo repórter, ele instalou câmeras nos corredores do estabelecimento para conseguir as imagens que a ‘Veja’ publicou.
O viés criminoso da revista, nesse caso, é uma bomba jornalística que reproduz, no Brasil, o escândalo de alcance planetário que se abateu sobre a imprensa britânica. É uma das maiores matérias jornalísticas que surgiram neste ano, no mínimo.
É verdadeira a acusação de José Dirceu? Que tal seria se a imprensa ouvisse as testemunhas? Por exemplo, a imprensa poderia entrevistar a camareira à qual o repórter da ‘Veja’ Gustavo Ribeiro teria pedido que abrisse o apartamento de Dirceu alegando que aquele era o seu apartamento (do repórter) e que teria esquecido a chave em algum lugar.
O pessoal da recepção poderia ser entrevistado para comprovar ou não que Ribeiro se hospedou no hotel e pediu para ser alojado no apartamento contiguo ao de Dirceu e que o repórter da ‘Veja’, ao ser denunciado pela camareira, fugiu do estabelecimento sem pagar a conta. Afinal, se Ribeiro se hospedou no hotel teve que fazer o ‘check-in’ e o ‘check-out’. Se pagou a conta, deve ter o recibo do pagamento. Se não tem, fugiu.
Por que um repórter fugiria de um hotel no qual se hospedou?
Seria uma bomba jornalística se essa matéria fosse parar no Jornal Nacional, por exemplo. E mesmo nos telejornais da Record, da Band ou do SBT, seria uma bomba. Menor, mas uma bomba. No entanto, até a manhã de domingo, dias após os fatos, somente saíram uma notinha escondida na Folha de São Paulo e outra em O Globo e uma matéria no telejornal da TV Cultura, em termos de grande mídia.
O silêncio desses indecentes pseudojornalistas que controlam as redações dos grandes meios de comunicação é a prova final, para quem dela tomar conhecimento, de que o que essa gente quer não é liberdade de imprensa, mas liberdade para decidir o que você, leitor, deve ou não saber, pois há coisas que não querem que você saiba e outras que querem que você pense. Mesmo não sendo verdade.
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CONHEÇA O IMPÉRIO DE COMUNICAÇÃO DA FAMÍLIA CIVITA
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Editora Abril S.A.
Tipo: Privada
Fundação: 1950
Sede: São Paulo, Brasil
Pessoa(s) chave: Roberto Civita – Presidente e Giancarlo Civita – Presidente executivo [ambos judeus]
Lucro: R$ 1,644 bilhão (2007)
A Editora Abril é editora brasileira, sediada na cidade de São Paulo, parte integrante do Grupo Abril. Fundado em 1950 por Victor Civita como Editora Abril, o Grupo Abril é, hoje, um dos maiores e mais influentes grupos de comunicação da América Latina. Ao longo de sua história, expandiu e diversificou suas operações, e hoje fornece conteúdo em multiplataformas.
Nos anos 40, os irmão Victor Civita e Cesar Civita fundaram a Editora Abril inicialmente na Argentina e lá conseguiram licença dos personagens Disney. Em 1945, em visita a Argentina, o jornalista Adolfo Aizen toma conhecimento da Editora Abril e resolve criar uma parceria para publicação de um título Disney no Brasil, “Seleções Coloridas”, que foi publicada em 1946 pela EBAL de Adolfo Aizen.
Em Maio de 1950, Victor Civita resolve fundar uma editora no Brasil. Surge a Editora Primavera e sua primeira publicação foi a revista ‘Raio Vermelho’. Em Julho de 1950, Civita passa a usar o mesmo nome da Editora argentina “Editora Abril”.
A Editora Abril começou com a publicação ‘O Pato Donald’ num escritório no centro de São Paulo, com seis funcionários. O nome da empresa é referência ao mês que dá início à primavera na Europa.
O crescimento experimentado pela empresa na década de 50 se intensifica nos anos 60, fruto combinado da publicação de obras de referência em fascículos, e do aumento de sua linha infanto-juvenil, incluindo o lançamento de ‘Zé Carioca’ em 1961, e de ‘Recreio’ em 1969, que circularia por 12 anos. Em 1968, passa a publicar ‘Veja’, revista jornalística de variedades que viria a ser a revista com mais circulação no Brasil.
Expandindo os segmentos, a Abril passa a publicar revistas sobre turismo e da indústria automobilística (Quatro Rodas, Guia Quatro Rodas e Viagem & Turismo), Futebol (Placar), masculinas (Playboy, Vip e Men’s Health). Cria também inúmeras publicações voltadas ao público feminino: Capricho (que começou com fotonovelas e em 1981 foi reformulada para temas relacionados às adolescentes), Manequim (a primeira revista de moda da Abril), Claudia (que quando surge em 1961 focalizava a dona-de-casa), além de Estilo (versão brasileira da americana InStyle), Nova (versão brasileira da americana Cosmopolitan) e Elle (versão brasileira da revista francesa homônima).
Em 1999 o grupo Abril adquire parte das Editoras Ática e Scipione e, em 2004, a totalidade das ações, ganhando importância no mercado brasileiro de livros escolares.
Em maio de 2006, Civita anunciou a sociedade com o ‘Naspers’, grupo de mídia sul-africano que esteve estreitamente vinculado ao Partido Nacional, a organização partidária de extrema-direita que legalizou o criminoso regime do apartheid no pós-Segunda Guerra Mundial. O grupo Naspers passou a deter 30% do capital do Grupo, incluindo a compra dos 13,8% que pertenciam aos fundos de investimento administrados pela Capital International, desde julho de 2004.
Segundo dados da própria empresa, hoje a Abril publica mais de 350 títulos, que chegam a 23 milhões de leitores. A Gráfica utiliza processos digitais e imprime cerca 350 milhões de revistas por ano. As editoras Ática e Scipione produziram mais de 4.300 títulos e venderam 37 milhões de livros em 2005.”
FONTE: publicado no blog “Cidadania.com, de Eduardo Guimarães (http://www.blogcidadania.com.br/2011/08/o-silencio-dos-indecentes/)