"S&P dá grau de investimento ao Estado do Rio
É a primeira unidade da Federação a alcançar a classificação. Para agência internacional, indicadores fluminenses melhoraram
A agência internacional de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) informou ontem que concedeu grau de investimento ao Estado do Rio de Janeiro. A nota é dada a, por exemplo, empresas e países considerados seguros para se investir. O Brasil recebeu a classificação há dois anos, em abril de 2008, apenas quatro meses antes da explosão da crise financeira mundial, em setembro daquele ano. No país, para se ter uma ideia, o Brasil, a Vale e a Petrobras são grau de investimento. Segundo o governo estadual, nenhum estado do país tinha alcançado a classificação até o momento.
A S&P atribuiu o rating de crédito de emissor ‘BBBrsquo; na escala global e o rating de crédito de emissor ‘brAAA’ na Escala Nacional Brasil. Isso quer dizer que os títulos que o governo emitir são recomendados a investidores. Os grandes fundos de pensão americanos, por exemplo, por regras próprias, só podem aplicar em papéis com a nota.
Em relatório, a agência informa que a gestão das finanças “aprimorou de maneira significativa a capacidade operacional do Estado do Rio de Janeiro, melhorando seus indicadores fiscais e financeiros”. Mas ressalta que, “apesar de contar com um elevado nível de receitas próprias, a flexibilidade fiscal do estado continuará sendo restringida pelo grande volume de endividamento e pela contínua pressão de gastos”.
Ainda segundo o relatório, a economia do Rio é forte e diversificada, “cujo PIB per capita estima-se que seja 25% superior ao do Brasil”. A agência diz ainda que o desenvolvimento dos campos de petróleo na camada pré-sal no Estado “continuará oferecendo suporte à sua economia no médio prazo”.
Cerco a doações pode render R$ 390 milhões ao estado De Nova York, o secretário estadual de Fazenda, Joaquim Levy, comemorou: — O investment grade (grau de investimento) dá ao Rio condições muito mais favoráveis para conduzir suas políticas de investimento, que prevêem grandes projetos de infraestrutura, inclusive para os jogos Olímpicos e Copa do Mundo — disse Levy. — Estamos muito felizes.
Vale ressaltar a importância da transparência e da mudança de gestão que implementamos.
De olho em aproximadamente R$ 390 milhões que deixaram de ser recolhidos pelo governo do Rio desde 2005, a Secretaria estadual de Fazenda está apertando o cerco aos devedores do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e por Doação de Quaisquer Bens e Direitos (ITD). A secretaria acaba de enviar cerca de 17 mil correspondências a quem, desde 2005, informou em suas declarações do Imposto de Renda (IR) ter feito doações sobre as quais não houve recolhimento do imposto. A base de cálculo é o valor venal do bem, título ou crédito, sobre o qual incide uma alíquota de 4%.
O valor total das doações indicado nas declarações supera R$ 9,8 bilhões — o que reverteria R$ 390 milhões aos cofres públicos. Entre elas, estão valores em espécie (dinheiro), ações, quotas de empresas, joias. Quem recebe um bem imóvel por doação ou herança também é obrigado a recolher.
Levy ressaltou que haverá anistia aos contribuintes que pagarem até 30 de abril."
FONTE: reportagem de Emanuel Alencar publicada hoje (31/03) no jornal O GLOBO. Li no blog de Luis Favre.
quarta-feira, 31 de março de 2010
A PRIORIDADE NA GESTÃO DE SERRA: GASTO COM PROPAGANDA SUBIU 620% !
"A grande obra de Serra: gasto com propaganda subiu 620%. Foram R$ 300 milhões só em 2009 (*)
O que daria para fazer com R$ 300 milhões em 2009, para evitar que o povo ficasse alagado, misturado com água de esgoto? Crianças morreram por causa de doenças como a leptospirose. Poderia ser evitado.
Quem deseja votar em um presidente da República cuja prioridade é gastar com propaganda, cortando investimentos em educação, saúde, segurança, transporte, saneamento, drenagem, energia, aumento de aposentadorias, já tem candidato certo: o demo-tucano José Serra (PSDB/SP).
Quase R$ 300 milhões em propaganda só em 2009.
Nunca antes neste país, um governador gastou tanto em publicidade como fez José Serra. Nem Maluf chegou a tanto.
Dados oficiais do Sistema de Gerenciamento do Orçamento do Estado (SIGEO) informa que as despesas do governo paulista com propaganda foram multiplicadas, de R$ 40,7 milhões em 2006, ano anterior à posse de Serra, para R$ 293 milhões em 2009, terceiro ano de seu mandato.
O crescimento foi de astronômicos 620%.
Só para se ter uma idéia das dimensões do que o governador demo-tucano gastou em propaganda, basta dizer que um hospital com 250 leitos, construído e montado com toda a infraestrutura, custa aos cofres públicos algo em torno de R$ 50 milhões. Com o que gastou em publicidade no ano passado, quando já pleiteava a candidatura à Presidência, Serra poderia ter construído seis hospitais no Estado.
As secretarias em que Serra aportou mais recursos em publicidade são exatamente as que ele considera as vitrines de seu governo.
Na Educação, as despesas com propaganda cresceram 466% – de R$ 4,4 milhões, no último ano do governo anterior, para R$ 20,5 milhões, no ano passado.
Enquanto isso o salário dos professores acumula perdas no poder aquisitivo de 34% desde 1998, sem qualquer disposição do ditador José Serra para negociar um plano de reposição, o que levou à greve.
Na Saúde, os gastos com publicidade aumentaram 442% (de R$ 4,5 milhões para R$ 24,3 milhões).
Na área de Transportes (rodovias, ferrovias etc), o crescimento das despesas com publicidade foi de 1.359% – de R$ 823 mil para R$ 12 milhões.
E na área de Transportes Metropolitanos (Metrô, CPTM ou Expansão São Paulo, amplamente divulgado por emissoras de rádio e TV) os gastos com propaganda aumentaram mais do que em todos os outros setores. O crescimento, estratosférico, foi de R$ 20 mil para R$ 48,4 milhões.
As despesas com publicidade também são exorbitantes quando se compara o que Serra gastou no primeiro bimestre de 2009 ao que gastou em janeiro e fevereiro últimos. As despesas quase triplicaram – de R$ 5,08 milhões para R$ 14,2 milhões. Como a lei eleitoral limita os gastos dos governos com publicidade até o mês de julho, a bancada do PT acredita que o governador resolveu concentrar gastos neste semestre, procurando mostrar obras que, muitas vezes, só existem mesmo na propaganda.
Gastos com propaganda de trens são 2,5 vezes maiores do que investimentos na compra de trens
Outro gasto que chamou a atenção foram os que o Governo Serra fez para divulgar a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Eles saltaram de R$ 15 mil, em 2006, para R$ 48 milhões, em 2009, cerca de 310 mil porcento a mais. Para se ter uma ideia do que foi gasto de propaganda na CPTM, basta dizer que os investimentos do Governo Serra na compra de novos trens, em 2009, não passaram de R$ 19 milhões. Afora isso, os gastos com serviços de limpeza das composições e também das estações foram diminuídos de R$ 46 milhões, em 2008, para R$ 40 milhões, em 2009.
(*) Em tempo: Me parece os gastos com publicidade da SABESP e de outras estatais não estão computados nestes números, por serem empresas com seus próprios orçamentos, e não ser gasto da administração direta. Neste caso, os gastos com propaganda ainda são muito mais altos. A conferir."
FONTE: publicado hoje (31/03) no blog "Os amigos do Presidente Lula".
O que daria para fazer com R$ 300 milhões em 2009, para evitar que o povo ficasse alagado, misturado com água de esgoto? Crianças morreram por causa de doenças como a leptospirose. Poderia ser evitado.
Quem deseja votar em um presidente da República cuja prioridade é gastar com propaganda, cortando investimentos em educação, saúde, segurança, transporte, saneamento, drenagem, energia, aumento de aposentadorias, já tem candidato certo: o demo-tucano José Serra (PSDB/SP).
Quase R$ 300 milhões em propaganda só em 2009.
Nunca antes neste país, um governador gastou tanto em publicidade como fez José Serra. Nem Maluf chegou a tanto.
Dados oficiais do Sistema de Gerenciamento do Orçamento do Estado (SIGEO) informa que as despesas do governo paulista com propaganda foram multiplicadas, de R$ 40,7 milhões em 2006, ano anterior à posse de Serra, para R$ 293 milhões em 2009, terceiro ano de seu mandato.
O crescimento foi de astronômicos 620%.
Só para se ter uma idéia das dimensões do que o governador demo-tucano gastou em propaganda, basta dizer que um hospital com 250 leitos, construído e montado com toda a infraestrutura, custa aos cofres públicos algo em torno de R$ 50 milhões. Com o que gastou em publicidade no ano passado, quando já pleiteava a candidatura à Presidência, Serra poderia ter construído seis hospitais no Estado.
As secretarias em que Serra aportou mais recursos em publicidade são exatamente as que ele considera as vitrines de seu governo.
Na Educação, as despesas com propaganda cresceram 466% – de R$ 4,4 milhões, no último ano do governo anterior, para R$ 20,5 milhões, no ano passado.
Enquanto isso o salário dos professores acumula perdas no poder aquisitivo de 34% desde 1998, sem qualquer disposição do ditador José Serra para negociar um plano de reposição, o que levou à greve.
Na Saúde, os gastos com publicidade aumentaram 442% (de R$ 4,5 milhões para R$ 24,3 milhões).
Na área de Transportes (rodovias, ferrovias etc), o crescimento das despesas com publicidade foi de 1.359% – de R$ 823 mil para R$ 12 milhões.
E na área de Transportes Metropolitanos (Metrô, CPTM ou Expansão São Paulo, amplamente divulgado por emissoras de rádio e TV) os gastos com propaganda aumentaram mais do que em todos os outros setores. O crescimento, estratosférico, foi de R$ 20 mil para R$ 48,4 milhões.
As despesas com publicidade também são exorbitantes quando se compara o que Serra gastou no primeiro bimestre de 2009 ao que gastou em janeiro e fevereiro últimos. As despesas quase triplicaram – de R$ 5,08 milhões para R$ 14,2 milhões. Como a lei eleitoral limita os gastos dos governos com publicidade até o mês de julho, a bancada do PT acredita que o governador resolveu concentrar gastos neste semestre, procurando mostrar obras que, muitas vezes, só existem mesmo na propaganda.
Gastos com propaganda de trens são 2,5 vezes maiores do que investimentos na compra de trens
Outro gasto que chamou a atenção foram os que o Governo Serra fez para divulgar a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Eles saltaram de R$ 15 mil, em 2006, para R$ 48 milhões, em 2009, cerca de 310 mil porcento a mais. Para se ter uma ideia do que foi gasto de propaganda na CPTM, basta dizer que os investimentos do Governo Serra na compra de novos trens, em 2009, não passaram de R$ 19 milhões. Afora isso, os gastos com serviços de limpeza das composições e também das estações foram diminuídos de R$ 46 milhões, em 2008, para R$ 40 milhões, em 2009.
(*) Em tempo: Me parece os gastos com publicidade da SABESP e de outras estatais não estão computados nestes números, por serem empresas com seus próprios orçamentos, e não ser gasto da administração direta. Neste caso, os gastos com propaganda ainda são muito mais altos. A conferir."
FONTE: publicado hoje (31/03) no blog "Os amigos do Presidente Lula".
O FIASCO DO CIRCO DEMOTUCANO
"O fiasco do circo demo-tucano no Senado
Basta olhar os principais veículos de comunicação do PIG (Partido da Imprensa Golpista) para verificar que o depoimento de João Vaccari Neto, ontem, no Senado, na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, não era aquilo que o PIG e os demo-tucanos queriam.
O circo montado pela oposição, liderada por Álvaro Dias e Artur Virgilio, falou, falou e não disse nada. Os questionamentos ficaram limitados ao que publicou a revista Veja, que tem tanta credibilidade quanto uma nota de três reais. Todos os questionamentos foram respondidos por Vaccari e pelo advogado da Bancoop, Pedro Dallari, com números e dados, apresentados logo no início aos senadores e reforçados durante os questionamentos.
O promotor José Carlos Blat, transformado em super-herói dos demo-tucanos, não compareceu, alegando, segundo seus porta-vozes Álvaro Dias e Artur Virgilio, um tratamento de câncer. Foi exaustivamente mostrado que tudo aquilo que a Veja apresenta é assunto requentado. As denúncias que Blat fazia pelo PIG em 2008, sem nunca ter apresentado provas, são as mesmas que ele faz agora, novamente sem apresentar provas.
Quando é para atacar o partido do presidente Lula, no afã de derrotar a candidatura da ministra Dilma Roussef e alavancar a candidatura Serra, o PIG não mede esforços, usa até o DataFalha. É uma tentativa diária de destruir os mais importantes quadros do PT, com campanhas sistemáticas e sem provas.
Na semana passada, o ex-ministro da saúde Humberto Costa, foi absolvido por unanimidade (14 votos a zero) das denúncias da Operação Vampiro. A Veja e outros porta-vozes do PIG que deram capa para a denúncia não informaram nada sobre a absolvição, quando muito uma nota minúscula escondida em alguma página interna.
O que resta agora? Convocar Vaccari para a CPI das ONG´s? Aliás, desde quando Cooperativa é ONG? Os palhaços querem repetir o número, mas a encenação será a mesma. Será que terá algum interesse a repetição das mesmas perguntas e respostas na CPI das ONG´s ? Ou na Assembléia Legislativa de São Paulo, onde a maioria tucana abriu a CPI da Bancoop e não permitiu nenhuma das 13 CPI´s solicitadas no governo Serra, que somando-se as pedidas nos governos tucanos anteriores chegam próximo de 70 pedidos, dentre eles alguns muito importantes, tais como a CPI da Alston, do CDHU ou do Roboanel? Os tucanos que gostam tanto de CPI´s para investigar o governo Lula não aparentam o mesmo prazer quando se trata de investigar o próprio ninho."
FONTE: escrito por Nelson Canesin, sociólogo, e postado hoje (31/03) no blog "Os amigos do Presidente Lula".
Basta olhar os principais veículos de comunicação do PIG (Partido da Imprensa Golpista) para verificar que o depoimento de João Vaccari Neto, ontem, no Senado, na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, não era aquilo que o PIG e os demo-tucanos queriam.
O circo montado pela oposição, liderada por Álvaro Dias e Artur Virgilio, falou, falou e não disse nada. Os questionamentos ficaram limitados ao que publicou a revista Veja, que tem tanta credibilidade quanto uma nota de três reais. Todos os questionamentos foram respondidos por Vaccari e pelo advogado da Bancoop, Pedro Dallari, com números e dados, apresentados logo no início aos senadores e reforçados durante os questionamentos.
O promotor José Carlos Blat, transformado em super-herói dos demo-tucanos, não compareceu, alegando, segundo seus porta-vozes Álvaro Dias e Artur Virgilio, um tratamento de câncer. Foi exaustivamente mostrado que tudo aquilo que a Veja apresenta é assunto requentado. As denúncias que Blat fazia pelo PIG em 2008, sem nunca ter apresentado provas, são as mesmas que ele faz agora, novamente sem apresentar provas.
Quando é para atacar o partido do presidente Lula, no afã de derrotar a candidatura da ministra Dilma Roussef e alavancar a candidatura Serra, o PIG não mede esforços, usa até o DataFalha. É uma tentativa diária de destruir os mais importantes quadros do PT, com campanhas sistemáticas e sem provas.
Na semana passada, o ex-ministro da saúde Humberto Costa, foi absolvido por unanimidade (14 votos a zero) das denúncias da Operação Vampiro. A Veja e outros porta-vozes do PIG que deram capa para a denúncia não informaram nada sobre a absolvição, quando muito uma nota minúscula escondida em alguma página interna.
O que resta agora? Convocar Vaccari para a CPI das ONG´s? Aliás, desde quando Cooperativa é ONG? Os palhaços querem repetir o número, mas a encenação será a mesma. Será que terá algum interesse a repetição das mesmas perguntas e respostas na CPI das ONG´s ? Ou na Assembléia Legislativa de São Paulo, onde a maioria tucana abriu a CPI da Bancoop e não permitiu nenhuma das 13 CPI´s solicitadas no governo Serra, que somando-se as pedidas nos governos tucanos anteriores chegam próximo de 70 pedidos, dentre eles alguns muito importantes, tais como a CPI da Alston, do CDHU ou do Roboanel? Os tucanos que gostam tanto de CPI´s para investigar o governo Lula não aparentam o mesmo prazer quando se trata de investigar o próprio ninho."
FONTE: escrito por Nelson Canesin, sociólogo, e postado hoje (31/03) no blog "Os amigos do Presidente Lula".
A ELITE NÃO DIGERIU O SAPO BARBUDO
Lula, Galileu e a elite que não digeriu o sapo barbudo
Eu cresci numa época em que era muito difícil perceber onde estava a direita brasileira. Tirando os personagens folclóricos, todo mundo se dizia centro-esquerda. Vejam vocês, até o PSDB tinha esta “Social-Democracia” no nome.
Tudo se diluía na “geléia” da modernidade. Os tempos eram outros, “a história tinha terminado”, na frase célebre daquele tal Francis Fukuyama, a quem a história, felizmente, já esqueceu.
Vivíamos o mundo do neoliberalismo. Defender a importância do Estado era antiquado, “jurássico”.
Não havia mais diferença entre nacional ou estrangeiro, público ou privado, e a palavra “social” foi substituída por uma vaga idéia de “inclusão”, que viria, com o tempo, do “politicamente correto”, da “responsabilidade social” e da “eficiência” e dos “ganhos de produtividade”.
A resistência ao império destas idéias era, além de antiquada, tachada de obtusa, quase uma cegueira ideológica: chata, ranzinza, desinteressante.
Os políticos que as defendiam tinham dois caminhos: ceder à ideologia dominante ou verem, progressivamente, suas lideranças definharem.
Para sobreviver, era preciso mostrar-se “adaptado” e “respeitoso” com as “leis do mercado”, que substituíam o ser humano como valor supremo. A Carta aos Brasileiros de Lula não foi um pouco isso?
Nos tempos da Inquisição, o matemático e astrônomo Galileu Galilei para evitar a morte na fogueira teve de proclamar a um tribunal que a Terra, e não o Sol, era o centro do Universo conhecido e era fixa no espaço, tal – como dizia a Igreja – Deus a teria criado. Mas diz a lenda que, ao sair do julgamento, teria sussurrado: contudo, ela se move.
E a Terra se moveu. Aceito pelas elites, Lula pôde chegar ao Governo, embora para chegar – e para ficar – tivesse de fazer muitas concessões e - por que não confessar? – decepcionado muitos de nós que esperávamos mudanças mais radicais e velozes.
Porém se, de um lado, Lula tinha certa razão ao pretender “comer o mingau pelas beiradas”, de outro isso lhe custou um certo desgaste político. Teve, para fugir do dilúvio, como Noé e Getúlio, de embarcar uma fauna heterogênea e até bizarra na arca de sua aliança.
Mas hove algo diferente do que costuma acontecer. Lula refinou-se, é verdade. Ele próprio o reconhece, brincando, numa fala muito engraçada:
“Gente, eu estou aqui falando da nova era que tem início hoje , falando de uma transcendência incomensurável”. “Vocês estão acreditando que estou dizendo isso? Nem eu estou crendo em mim mesmo. Agora pouco falei concomitantemente, daqui a pouco vou falar en passant e ainda nem usei o sine qua non. Para quem tomou posse falando menas laranja tá bom demais”
A própria brincadeira mostra que esse refinamento não lhe deformou as origens e a ligação atávica com o povo brasileiro.
Como naquela frase que Brizola disse antes de dar seu apoio a Lula em 1989, não foi “uma maravilha ver nossas elites tendo que engolir um sapo barbudo?”
Sim, engoliram-no. Mas não o digeriram no suco gástrico de seus salões como fizeram a Fernando Henrique, que se acreditou príncipe.
Ontem à noite eu fiquei escrevendo e pensando nisso.
Quando falei do tal “Comando Marrom”, estava pensando não especificamente nesta ou naquela pessoa. Mas no traço comum do discurso virulento que vem assumindo, totalmente desprovido de laços com a realidade.
A toda hora estou lendo nos jornais frases sobre “cubanização” do Brasil, “chavismo” de Lula, atentados à “liberdade de expressão”, às instituições e à democracia. Pelo simples fato de receber o presidente do Irã, quase que o associam a um “terrorismo islâmico”.
Faça a si mesmo uma pergunta: em que você está sendo coagido? Você conhece alguém que esteja sendo coagido em sua liberdade pelo Governo? Alguém foi demitido, perseguido, preso? Evidente que não.
Mas nossos jornais – e logo as televisões, escreva – assumem um discurso furibundo, falando em ameaças, em perigos à democracia. Porque democracia, para eles, é o seu governo, o governo dos seus grupos, não um governo que, se ainda não é do povo, está do lado do povo. Como na histórica frase de Getúlio, em 50: “hoje estais com o Governo, amanhã sereis governo”, o Governo Lula, por ser uma mudança de rumos, é o início de um novo caminho.
Nada os deixa mais apavorados do que a possibilidade de Lula ser sucedido por Dilma, que domina as ferramentas ideológicas e a compreensão histórica das lutas sociais do povo brasileiro, embora não tenha o carisma e a identidade carnal que Lula mantém com elas. Temem que, por isso, ela possa aprofundar as mudanças que Lula, no seu empirismo e sensibilidade política, soube encaminhar e iniciar.
É essa a ideia que deixa a direita em polvorosa. Na verdade, essa é a razão da histeria que origina estes espasmos que se assemelham ao discurso das forças que prepararam a derrubada de João Goulart no pré-64. Embora ele não fosse, pessoalmente, acusado de “comunista”, seu governo era “comunizante”. Ele, “populista”, “demagogo”.
Jango era, dizem-me todos, um homem avesso a conflitos, mas impregnado do espirito de justiça que marca o trabalhismo. O que assistimos hoje, em boa parte da mídia conservadora, assemelha-se ao discurso moralista – e falso – da UDN e ao fundamentalismo moralista e religioso da TFP (Tradição, Família e Propriedade). Hoje ela teria outra sigla, onde só a propriedade ficaria, trocando a tradição e a familia pela “modernidade” e o “capital”.
Substituindo Deus pelo Mercado, quem sabe não estarão logo organizando uma Marcha?"
FONTE: escrito por Brizola Neto e postado em seu blog "Tijolaço".
NOVO ACORDO NUCLEAR EUA-RÚSSIA PERMITIRÁ QUE A TERRA SEJA DESTRUÍDA "SOMENTE" 10 VEZES
"Acordo nuclear: EUA e Rússia "só" terão 7 mil ogivas
Os Estados Unidos e a Rússia possuem hoje, no total, cerca de 10 mil ogivas nucleares. Tal quantidade de armamento é suficiente para destruir o planeta 14 vezes.
Na semana passada, os dois países acertaram um acordo de desarmamento que reduzirá o arsenal para 7 mil ogivas, aproximadamente. Aí as duas nações poderão destruir o mundo "apenas" 10 vezes.
Os presidentes americano, Barack Obama, e russo, Dmitri Medvedev, assinarão o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start) no dia 8 de abril, em Praga, na Tchéquia, ou República Tcheca, como quer a mídia americanizada.
O acordo, que sucede o anterior realizado em 1991 e que valerá por 10 anos, limita a redução para 1.550 ogivas nucleares em cada país em até sete anos.
Os EUA possuem atualmente 5.576 ogivas. A Rússia dispõe de 3,909 mil cargas atômicas, segundo dados publicados pela agência de notícias russa RIA Novosti.
Para Moscou, o novo pacto reflete o “equilíbrio de interesses” entre as duas potências nucleares, e “estabelece um novo nível nas relações bilaterais”, segundo a porta-voz do Kremlin, Natália Timákova.
Para Washington, o acordo representa “uma importante conquista” nas relações, segundo opinião da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.
O novo Start deverá ainda ser ratificado pelo Senado dos Estados Unidos e pela Duma (Parlamento) da Rússia.
O Kremlin anunciou que o acordo possui uma referencia especial ao caráter vinculante da relação entre armas estratégicas e sistemas de defesa antimíssil e sua importância no processo de desarmamento, mas o documento não impõe restrições concretas.
A partir de Washington, o acordo foi interpretado como não impeditivo à intenção do país em instalar armas nucleares onde bem entender, como na Romênia e na Bulgária.
Foi essa questão que impediu o encerramento das negociações do acordo. O documento final deixa cada parte livre para decidir em que portadores cada país manterá seus projéteis estratégicos.
O novo acordo define que cada parte terá direito a 700 foguetes balísticos intercontinentais em submarinos e em bombardeiros estratégicos, duas vezes menos que nos tratados anteriores, explicou o ministro russo de Relações Externas, Serguei Lavrov.
Da mesma forma, serão permitidas 800 rampas de lançamento para cada parte, ou seja, metade das existentes hoje.
Rússia e Estados Unidos criaram uma comissão conjunta consultiva que vai avaliar o progresso dos trabalhos previstos no acordo, que é a maior redução de arsenais nucleares dos últimos 20 anos.
O tratado terá prazo de uma década após sua ratificação e poderá ser prorrogado por acordo mútuo entre as partes. A redução apontada nos arsenais deverá ser garantida nos primeiros sete anos, segundo indicou o chefe do Estado Maior russo, o general do exército Nikolai Makarov.
"Os mecanismos de verificação a serem aplicados nesta ocasião serão mais modernos e menos dispendiosos, aumentarão a transparência e a constatação do processo de desarmamento", considerou Lavrov.
Moscou e Washington se comprometem a evitar a instalação de armas estratégicas ofensivas fora do território de cada país, em respeito às preocupações do Kremlin sobre a localização desses armamentos nos novos membros do pacto militar do Atlântico Norte.
Nos últimos 15 anos, Hungria, Polônia, Tchéquia, Eslováquia, Romênia, Lituânia, Letônia e Estônia, todos localizados próximos a fronteira russa, se integraram ao Pacto.
Desta vez, a Rússia exigiu que o processo de ratificação tenha caráter simultâneo, diferente dos acordos assinados no passado, quando a União Soviética ratificava os documentos e esperava por Washington.
O tratado será assinado pouco antes de celebrar-se em Washington a cúpula de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e no meio da discussão sobre o programa atômico do Irã, que Estados Unidos alegam de tentar desenvolver armas nucleares.
Teerã defende seu direito, como país signatário do TNP, de utilizar energia atômica com fins pacíficos.
Em 1970, quando entrou em vigor o Tratado de Não Proliferação Nuclear, Estados Unidos e União Soviética tinham juntos 7.455 ogivas nucleares.
Em 1995, depois de mais dois tratados de limitação de armas nucleares, de outros dois de redução dessas armas, e da desativação de cerca de 7.000 ogivas, Estados Unidos e Rússia tinham juntos 16.900 ogivas nucleares, capazes, segundo estimativas, de acabar com a vida na Terra por 14 vezes.
Em 1997, de acordo com o The Bulletin of the Atomic Scientists, os dois países tinham estocados em seus territórios 21.550 ogivas.
Nessa corrida atômica, só os Estados Unidos já despenderam cerca de 4 trilhões de dólares, e continuam gastando outros 33 bilhões de dólares por ano para manter suas armas nucleares estratégicas prontas para serem usadas a qualquer momento.
O especialista Brian Hall informou que o Pentágono vai reservar entre 3 mil a 4 mil ogivas nucleares acima do teto especificado pelo primeiro tratado de redução de armas, como uma "margem de segurança" para se contrapor a possíveis relações hostis futuras com a Rússia...
O resultado do investimento mundial neste setor é que o poder destrutivo do arsenal nuclear do planeta equivale hoje a 4,2 toneladas de dinamite para cada habitante do planeta
A França declara possuir 500 ogivas nucleares, a China 300 ogivas e o Reino Unido 250 ogivas. Estima-se que Israel tenha cerca de 200 ogivas, a Índia 20 ogivas e o Paquistão 10 ogivas.
FONTE: publicado hoje (31/03) no portal "Vermelho".
Os Estados Unidos e a Rússia possuem hoje, no total, cerca de 10 mil ogivas nucleares. Tal quantidade de armamento é suficiente para destruir o planeta 14 vezes.
Na semana passada, os dois países acertaram um acordo de desarmamento que reduzirá o arsenal para 7 mil ogivas, aproximadamente. Aí as duas nações poderão destruir o mundo "apenas" 10 vezes.
Os presidentes americano, Barack Obama, e russo, Dmitri Medvedev, assinarão o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start) no dia 8 de abril, em Praga, na Tchéquia, ou República Tcheca, como quer a mídia americanizada.
O acordo, que sucede o anterior realizado em 1991 e que valerá por 10 anos, limita a redução para 1.550 ogivas nucleares em cada país em até sete anos.
Os EUA possuem atualmente 5.576 ogivas. A Rússia dispõe de 3,909 mil cargas atômicas, segundo dados publicados pela agência de notícias russa RIA Novosti.
Para Moscou, o novo pacto reflete o “equilíbrio de interesses” entre as duas potências nucleares, e “estabelece um novo nível nas relações bilaterais”, segundo a porta-voz do Kremlin, Natália Timákova.
Para Washington, o acordo representa “uma importante conquista” nas relações, segundo opinião da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.
O novo Start deverá ainda ser ratificado pelo Senado dos Estados Unidos e pela Duma (Parlamento) da Rússia.
O Kremlin anunciou que o acordo possui uma referencia especial ao caráter vinculante da relação entre armas estratégicas e sistemas de defesa antimíssil e sua importância no processo de desarmamento, mas o documento não impõe restrições concretas.
A partir de Washington, o acordo foi interpretado como não impeditivo à intenção do país em instalar armas nucleares onde bem entender, como na Romênia e na Bulgária.
Foi essa questão que impediu o encerramento das negociações do acordo. O documento final deixa cada parte livre para decidir em que portadores cada país manterá seus projéteis estratégicos.
O novo acordo define que cada parte terá direito a 700 foguetes balísticos intercontinentais em submarinos e em bombardeiros estratégicos, duas vezes menos que nos tratados anteriores, explicou o ministro russo de Relações Externas, Serguei Lavrov.
Da mesma forma, serão permitidas 800 rampas de lançamento para cada parte, ou seja, metade das existentes hoje.
Rússia e Estados Unidos criaram uma comissão conjunta consultiva que vai avaliar o progresso dos trabalhos previstos no acordo, que é a maior redução de arsenais nucleares dos últimos 20 anos.
O tratado terá prazo de uma década após sua ratificação e poderá ser prorrogado por acordo mútuo entre as partes. A redução apontada nos arsenais deverá ser garantida nos primeiros sete anos, segundo indicou o chefe do Estado Maior russo, o general do exército Nikolai Makarov.
"Os mecanismos de verificação a serem aplicados nesta ocasião serão mais modernos e menos dispendiosos, aumentarão a transparência e a constatação do processo de desarmamento", considerou Lavrov.
Moscou e Washington se comprometem a evitar a instalação de armas estratégicas ofensivas fora do território de cada país, em respeito às preocupações do Kremlin sobre a localização desses armamentos nos novos membros do pacto militar do Atlântico Norte.
Nos últimos 15 anos, Hungria, Polônia, Tchéquia, Eslováquia, Romênia, Lituânia, Letônia e Estônia, todos localizados próximos a fronteira russa, se integraram ao Pacto.
Desta vez, a Rússia exigiu que o processo de ratificação tenha caráter simultâneo, diferente dos acordos assinados no passado, quando a União Soviética ratificava os documentos e esperava por Washington.
O tratado será assinado pouco antes de celebrar-se em Washington a cúpula de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e no meio da discussão sobre o programa atômico do Irã, que Estados Unidos alegam de tentar desenvolver armas nucleares.
Teerã defende seu direito, como país signatário do TNP, de utilizar energia atômica com fins pacíficos.
Em 1970, quando entrou em vigor o Tratado de Não Proliferação Nuclear, Estados Unidos e União Soviética tinham juntos 7.455 ogivas nucleares.
Em 1995, depois de mais dois tratados de limitação de armas nucleares, de outros dois de redução dessas armas, e da desativação de cerca de 7.000 ogivas, Estados Unidos e Rússia tinham juntos 16.900 ogivas nucleares, capazes, segundo estimativas, de acabar com a vida na Terra por 14 vezes.
Em 1997, de acordo com o The Bulletin of the Atomic Scientists, os dois países tinham estocados em seus territórios 21.550 ogivas.
Nessa corrida atômica, só os Estados Unidos já despenderam cerca de 4 trilhões de dólares, e continuam gastando outros 33 bilhões de dólares por ano para manter suas armas nucleares estratégicas prontas para serem usadas a qualquer momento.
O especialista Brian Hall informou que o Pentágono vai reservar entre 3 mil a 4 mil ogivas nucleares acima do teto especificado pelo primeiro tratado de redução de armas, como uma "margem de segurança" para se contrapor a possíveis relações hostis futuras com a Rússia...
O resultado do investimento mundial neste setor é que o poder destrutivo do arsenal nuclear do planeta equivale hoje a 4,2 toneladas de dinamite para cada habitante do planeta
A França declara possuir 500 ogivas nucleares, a China 300 ogivas e o Reino Unido 250 ogivas. Estima-se que Israel tenha cerca de 200 ogivas, a Índia 20 ogivas e o Paquistão 10 ogivas.
FONTE: publicado hoje (31/03) no portal "Vermelho".
GOVERNO BRASILEIRO VÊ IMINÊNCIA DE ATAQUE MILITAR DOS EUA AO IRÃ
O 'OLHO GRANDE' NO PETRÓLEO DO IRÃ É O VERDADEIRO E ESCUSO OBJETIVO
"Governo brasileiro teme que ocorra ataque militar dos EUA ao Irã
Questionado sobre a posição do governo brasileiro em relação ao programa nuclear desenvolvido pelo Irã, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, revelou que há um temor que ocorra naquele país “uma situação parecida com a que ocorreu no Iraque, e tudo indica que a situação está caminhando nesse sentido”.
Na iminência de um ataque militar dos Estados Unidos ao país, o chanceler diz que o Brasil quer ajudar na busca pelo entendimento.
“Como temos um bom diálogo com o Irã e um bom diálogo também com os países ocidentais, vamos ver se é possível chegar a uma conclusão que permita, de um lado, ao Irã continuar tendo um programa pacífico de energia nuclear e, do outro, dar garantias ao Ocidente e à comunidade internacional como um todo, de que o Irã não está usando isso para fins nucleares”, disse.
O ministro tratou do assunto numa palestra feita mês passado na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. O "Vermelho" teve acesso ao conteúdo dos debates até então restrito como documento interno do Itamaraty. Entre outras questões, o chanceler fala do eixo estruturante da política externa do Governo Lula.
Sobre a possibilidade de um desgaste da política externa, num ano eleitoral, por conta das posições assumidas em relação ao Irã, Amorim diz que não se trata de apoiar política nuclear iraniana.
“O que o Brasil tem dito é que o Irã, assim como o Brasil, tem direito de desenvolver um programa nuclear pacífico. E é preciso, para isso, que ele esteja se comportando dentro das regras da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e do Tratado de Não-Proliferação (TNP), do qual é signatário”, defende.
Segundo ele, é importante ter em mente que há países que não assinaram o TNP e sabidamente têm armas nucleares. Cita a Índia e Paquistão que fizeram isso declaradamente e Israel, não-declaradamente. “Todas as vezes em que se discute a possibilidade de um Oriente Médio livre de armas nucleares, os Estados Unidos são, quase sempre, os primeiros a se opor, em função de sua aliança com Israel”, explicou.
“O Brasil é, obviamente, contra a proliferação nuclear. Não faria sentido o país assinar o Tratado de Não-Proliferação, dizer na sua Constituição que as armas nucleares estão proscritas, e achar razoável que outros desenvolvam ou adquiram a bomba”, argumentou.
Revisão da TNP
O ministro diz que a posição básica do governo é estabelecer o diálogo. Afirmou que isso será feito em breve na conferência de revisão do TNP quando o Brasil vai cobrar o cumprimento do artigo 6, que versa sobre o desarmamento nuclear.
“Até agora muito se fez e muito se fala sobre a não-proliferação, mas nada se fez pelo desarmamento”, disse ele, lembrando que o Brasil assinou o TNP sob a convicção de que deveria existir um equilíbrio entre não-proliferação e desarmamento.
No caso do Irã, Amorim diz que o Brasil defende o programa nuclear pacífico. “Houve, no passado, suspeitas em relação à quantidade de urânio não-declarada ou não-especificada. Não sei se as respostas oferecidas pelo Irã foram consideradas totalmente satisfatórias ou não. De lá para cá, a Agência Atômica continua inspecionando. Até onde sabemos, não há nenhum indício de desvio no destino do urânio no Irã.”
Ele diz que existem dúvidas ainda sobre um passado um pouco longínquo, mas quando a própria Agência Atômica se refere a essas dúvidas, usa o termo “alegados estudos”. “Quer dizer, nem os estudos são estudos. São estudos alegados. Provavelmente relatórios de serviços secretos de países que não simpatizam com o Irã”, afirmou.
Para o ministro, o Brasil tem um desejo natural de ter boas relações com o Irã, país com quase 80 milhões de habitantes e que terá uma grande influência no Oriente Médio e, portanto, na paz mundial e nos preços do petróleo.
Busca do diálogo
Segundo o ministro, atualmente existe uma proposta cujos conceitos básicos parecem ser favoráveis a um lado e ao outro. O Brasil e a Turquia têm procurado restabelecer as condições para esse diálogo. “O que ouço muito é que os países ocidentais valorizam a interlocução do Brasil e da Turquia, mas isso às vezes vem com um apoio cheio de crítica”, disse, referindo-se as posições de que o Irã só está querendo ganhar tempo.
Ele não descarta essa possibilidade, mas alega que para se passar do estágio atual para à bomba atômica, e há relatórios americanos que dizem isso, não se passa em seis, oito meses. “Não passará provavelmente nem em dois anos. Se o Irã está tentando comprar urânio a 20% é porque ele tem dificuldade. A não ser que tudo faça parte de um despistamento absolutamente diabólico”, diz.
“O Irã precisa mostrar internamente que não está assinando 'on the dotted line', quer dizer, que não está assinando onde mandam assinar, como se tivesse um formulário pronto. Trata-se de poder negociar um pouco, discutir prazo, discutir como seria feita a entrega. Quem sabe pode haver um acordo?”
O maior problema, segundo o ministro, é o anuncio feito pelo Irã de que vai enriquecer urânio a 20%. “Penso que isso é ruim para o mundo, porque se houver no Irã uma tragédia como houve no Iraque, vai haver consequências incalculáveis. Porque o Irã não é o Iraque. O Iraque não tinha um regime bem visto. Saddam Hussein, em geral, não era bem visto no mundo árabe, até porque se tratava de um regime muito secular.”
Na sua opinião, o caso do Irã é diferente. “Claro que a maior parte dos governantes tem grandes restrições ao Irã. Mas o fato é que o regime iraniano têm grande penetração na massa. Se houver um ataque militar ao Irã, isso terá, provavelmente, consequências muito graves, ao meu ver, muito além do Irã”, prevê."
FONTE: reportagem de Iram Alfaia publicada hoje (31/03) no portal "Vermelho" [1º parágrafo colocado por este blog].
"Governo brasileiro teme que ocorra ataque militar dos EUA ao Irã
Questionado sobre a posição do governo brasileiro em relação ao programa nuclear desenvolvido pelo Irã, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, revelou que há um temor que ocorra naquele país “uma situação parecida com a que ocorreu no Iraque, e tudo indica que a situação está caminhando nesse sentido”.
Na iminência de um ataque militar dos Estados Unidos ao país, o chanceler diz que o Brasil quer ajudar na busca pelo entendimento.
“Como temos um bom diálogo com o Irã e um bom diálogo também com os países ocidentais, vamos ver se é possível chegar a uma conclusão que permita, de um lado, ao Irã continuar tendo um programa pacífico de energia nuclear e, do outro, dar garantias ao Ocidente e à comunidade internacional como um todo, de que o Irã não está usando isso para fins nucleares”, disse.
O ministro tratou do assunto numa palestra feita mês passado na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. O "Vermelho" teve acesso ao conteúdo dos debates até então restrito como documento interno do Itamaraty. Entre outras questões, o chanceler fala do eixo estruturante da política externa do Governo Lula.
Sobre a possibilidade de um desgaste da política externa, num ano eleitoral, por conta das posições assumidas em relação ao Irã, Amorim diz que não se trata de apoiar política nuclear iraniana.
“O que o Brasil tem dito é que o Irã, assim como o Brasil, tem direito de desenvolver um programa nuclear pacífico. E é preciso, para isso, que ele esteja se comportando dentro das regras da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e do Tratado de Não-Proliferação (TNP), do qual é signatário”, defende.
Segundo ele, é importante ter em mente que há países que não assinaram o TNP e sabidamente têm armas nucleares. Cita a Índia e Paquistão que fizeram isso declaradamente e Israel, não-declaradamente. “Todas as vezes em que se discute a possibilidade de um Oriente Médio livre de armas nucleares, os Estados Unidos são, quase sempre, os primeiros a se opor, em função de sua aliança com Israel”, explicou.
“O Brasil é, obviamente, contra a proliferação nuclear. Não faria sentido o país assinar o Tratado de Não-Proliferação, dizer na sua Constituição que as armas nucleares estão proscritas, e achar razoável que outros desenvolvam ou adquiram a bomba”, argumentou.
Revisão da TNP
O ministro diz que a posição básica do governo é estabelecer o diálogo. Afirmou que isso será feito em breve na conferência de revisão do TNP quando o Brasil vai cobrar o cumprimento do artigo 6, que versa sobre o desarmamento nuclear.
“Até agora muito se fez e muito se fala sobre a não-proliferação, mas nada se fez pelo desarmamento”, disse ele, lembrando que o Brasil assinou o TNP sob a convicção de que deveria existir um equilíbrio entre não-proliferação e desarmamento.
No caso do Irã, Amorim diz que o Brasil defende o programa nuclear pacífico. “Houve, no passado, suspeitas em relação à quantidade de urânio não-declarada ou não-especificada. Não sei se as respostas oferecidas pelo Irã foram consideradas totalmente satisfatórias ou não. De lá para cá, a Agência Atômica continua inspecionando. Até onde sabemos, não há nenhum indício de desvio no destino do urânio no Irã.”
Ele diz que existem dúvidas ainda sobre um passado um pouco longínquo, mas quando a própria Agência Atômica se refere a essas dúvidas, usa o termo “alegados estudos”. “Quer dizer, nem os estudos são estudos. São estudos alegados. Provavelmente relatórios de serviços secretos de países que não simpatizam com o Irã”, afirmou.
Para o ministro, o Brasil tem um desejo natural de ter boas relações com o Irã, país com quase 80 milhões de habitantes e que terá uma grande influência no Oriente Médio e, portanto, na paz mundial e nos preços do petróleo.
Busca do diálogo
Segundo o ministro, atualmente existe uma proposta cujos conceitos básicos parecem ser favoráveis a um lado e ao outro. O Brasil e a Turquia têm procurado restabelecer as condições para esse diálogo. “O que ouço muito é que os países ocidentais valorizam a interlocução do Brasil e da Turquia, mas isso às vezes vem com um apoio cheio de crítica”, disse, referindo-se as posições de que o Irã só está querendo ganhar tempo.
Ele não descarta essa possibilidade, mas alega que para se passar do estágio atual para à bomba atômica, e há relatórios americanos que dizem isso, não se passa em seis, oito meses. “Não passará provavelmente nem em dois anos. Se o Irã está tentando comprar urânio a 20% é porque ele tem dificuldade. A não ser que tudo faça parte de um despistamento absolutamente diabólico”, diz.
“O Irã precisa mostrar internamente que não está assinando 'on the dotted line', quer dizer, que não está assinando onde mandam assinar, como se tivesse um formulário pronto. Trata-se de poder negociar um pouco, discutir prazo, discutir como seria feita a entrega. Quem sabe pode haver um acordo?”
O maior problema, segundo o ministro, é o anuncio feito pelo Irã de que vai enriquecer urânio a 20%. “Penso que isso é ruim para o mundo, porque se houver no Irã uma tragédia como houve no Iraque, vai haver consequências incalculáveis. Porque o Irã não é o Iraque. O Iraque não tinha um regime bem visto. Saddam Hussein, em geral, não era bem visto no mundo árabe, até porque se tratava de um regime muito secular.”
Na sua opinião, o caso do Irã é diferente. “Claro que a maior parte dos governantes tem grandes restrições ao Irã. Mas o fato é que o regime iraniano têm grande penetração na massa. Se houver um ataque militar ao Irã, isso terá, provavelmente, consequências muito graves, ao meu ver, muito além do Irã”, prevê."
FONTE: reportagem de Iram Alfaia publicada hoje (31/03) no portal "Vermelho" [1º parágrafo colocado por este blog].
PRESIDENTE DA PETROBRAS É O ÚNICO SUL-AMERICANO ENTRE OS 30 MELHORES EXECUTIVOS DO MUNDO
"O presidente da Petrobras foi selecionado como um dos "Barron's 30".
É a lista dos "chief executive officers" ou presidentes que, "em tempos difíceis, mantiveram as suas empresas seguras e fortes".
Em meio a nomes como Steve Jobs e diversos chineses, listados apenas por ordem alfabética, José Sérgio Gabrielli é o único latino-americano.
"Por que" ele está na lista, explica o semanário ligado ao "Wall Street Journal": "Ergueu um gigante sul-americano de petróleo que rivaliza com a Exxon".
FONTE: publicado hoje (31/03) na coluna "Toda Mídia", de Nelson de Sá, na Folha de São Paulo.
CRESCE A CONFIANÇA NA INDÚSTRIA
"Confiança da indústria na economia volta aos patamares pré-crise
O 'Índice de Confiança na Indústria (ICI)' subiu 0,6% de fevereiro para março e ficou em 116,5 pontos, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado hoje (31).
Com isso, o índice foi o segundo mais alto da série histórica, que começou em 1995. O maior índice foi registrado em novembro de 2007 (116,9 pontos). O resultado leva o ICI aos níveis do período pré-crise financeira internacional.
O estudo mostrou também que o empresariado está animado com os próximos seis meses: 63% esperam melhora nos negócios no período de março a agosto e 23% consideram forte o nível de demanda atual.
Segundo a pesquisa, o 'Nível de Utilização da Capacidade Instalada' alcançou 84,3% em março, o maior desde outubro de 2008 (85,1%). Quanto ao 'Índice de Situação Atual' (ISA) avançou 3,4% em março.
Para a realização do estudo, foram consultadas 1.165 empresas, responsáveis por volume de vendas de R$ 589,3 bilhões, entre os dias 3 e 26 de março."
FONTE: reportagem de Ivy Farias (Edição: Tereza Barbosa) divulgada hoje (31/03) pela Agência Brasil
O 'Índice de Confiança na Indústria (ICI)' subiu 0,6% de fevereiro para março e ficou em 116,5 pontos, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado hoje (31).
Com isso, o índice foi o segundo mais alto da série histórica, que começou em 1995. O maior índice foi registrado em novembro de 2007 (116,9 pontos). O resultado leva o ICI aos níveis do período pré-crise financeira internacional.
O estudo mostrou também que o empresariado está animado com os próximos seis meses: 63% esperam melhora nos negócios no período de março a agosto e 23% consideram forte o nível de demanda atual.
Segundo a pesquisa, o 'Nível de Utilização da Capacidade Instalada' alcançou 84,3% em março, o maior desde outubro de 2008 (85,1%). Quanto ao 'Índice de Situação Atual' (ISA) avançou 3,4% em março.
Para a realização do estudo, foram consultadas 1.165 empresas, responsáveis por volume de vendas de R$ 589,3 bilhões, entre os dias 3 e 26 de março."
FONTE: reportagem de Ivy Farias (Edição: Tereza Barbosa) divulgada hoje (31/03) pela Agência Brasil
IRÃ E CUBA: "BRASIL NÃO ESTÁ EM CIMA DO MURO"
"Brasil não está em cima do muro, diz Marco Aurélio sobre Irã e Cuba
"O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou hoje (31) que o país “não está em cima do muro” sobre um posicionamento mais forte em questões como o programa nuclear iraniano e a situação de presos políticos em Cuba.
“Não queremos ser seletivos. Precisamos saber como tratar isso, se fizermos uma declaração estrepitosa [escandalosa], vamos ser aplaudidos, mas não vamos obter nenhum resultado concreto, pelo contrário. Não nos omitimos, mas temos que saber como dosar e como contribuir a longo prazo.”
Ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Brasil em Pauta, Marco Aurélio explicou que a estratégia brasileira é de não intervir em assuntos internos de outros países e que isso é válido para Cuba, China e qualquer outra nação onde haja denúncias sobre violação de direitos humanos.
“Achamos que a melhor maneira de intervir positivamente não é soltando foguete. A tendência normal do país é reagir, se enclausurar e não dar atenção à isso”, afirmou, ao citar como exemplo o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba. “Aquilo que os Estados Unidos queriam lograr com isso não conseguiram, pelo contrário, conseguiram simplesmente uma retração maior do governo cubano. Achamos que são muito mais úteis negociações discretas”, completou.
Sobre a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã em dezembro, Marco Aurélio afirmou que será cobrada a submissão iraniana às verificações da Agência Nacional de Energia Nuclear. Lula deve pedir ainda maior participação do país para a solução de conflitos no Oriente Médio."
FONTE: reportagem de Paula Laboissière, com edição de Talita Cavalcante, divulgada hoje (31/03) pela Agência Brasil.
"O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou hoje (31) que o país “não está em cima do muro” sobre um posicionamento mais forte em questões como o programa nuclear iraniano e a situação de presos políticos em Cuba.
“Não queremos ser seletivos. Precisamos saber como tratar isso, se fizermos uma declaração estrepitosa [escandalosa], vamos ser aplaudidos, mas não vamos obter nenhum resultado concreto, pelo contrário. Não nos omitimos, mas temos que saber como dosar e como contribuir a longo prazo.”
Ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Brasil em Pauta, Marco Aurélio explicou que a estratégia brasileira é de não intervir em assuntos internos de outros países e que isso é válido para Cuba, China e qualquer outra nação onde haja denúncias sobre violação de direitos humanos.
“Achamos que a melhor maneira de intervir positivamente não é soltando foguete. A tendência normal do país é reagir, se enclausurar e não dar atenção à isso”, afirmou, ao citar como exemplo o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba. “Aquilo que os Estados Unidos queriam lograr com isso não conseguiram, pelo contrário, conseguiram simplesmente uma retração maior do governo cubano. Achamos que são muito mais úteis negociações discretas”, completou.
Sobre a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã em dezembro, Marco Aurélio afirmou que será cobrada a submissão iraniana às verificações da Agência Nacional de Energia Nuclear. Lula deve pedir ainda maior participação do país para a solução de conflitos no Oriente Médio."
FONTE: reportagem de Paula Laboissière, com edição de Talita Cavalcante, divulgada hoje (31/03) pela Agência Brasil.
CELSO AMORIM: "O HAITI E O FUTURO"
""Com a contribuição adequada da comunidade internacional, o povo haitiano será capaz de refundar seu país
A nona visita que fiz a Porto Príncipe desde que assumi as funções de chanceler no governo do presidente Lula foi, sem dúvida, a mais desalentadora. O terremoto de 12 de janeiro, além de provocar a monumental tragédia humana que todos acompanhamos, fez retroceder um processo virtuoso de superação de dificuldades seculares.
A descrição que Voltaire fez de Lisboa após o sismo de 1755 coincide tristemente com a destruição que testemunhei ao percorrer a capital haitiana. E, a exemplo da ampla discussão moral desencadeada pelo poema do filósofo francês, a catástrofe haitiana lança hoje um desafio à capacidade da comunidade internacional de reagir diante de um desastre que afeta não apenas o povo do Haiti, mas a humanidade toda.
Ao realizar hoje, dia 31 de março, na sede das Nações Unidas em Nova York, a Conferência de Doadores por um Novo Futuro para o Haiti, a comunidade internacional confronta-se com a oportunidade de reafirmar, com ações concretas, sua solidariedade e disposição para ajudar o Haiti a recuperar-se da tragédia.
O Brasil, escolhido como um dos copresidentes da conferência, defenderá que o objetivo central do encontro seja construir, sob a condução das lideranças haitianas, as condições para o desenvolvimento social e econômico de longo prazo no Haiti.
Desde 2004, quando assumiu o comando militar da Missão de Estabilizaçãodas Nações Unidas no Haiti (Minustah), o Brasil sustenta que segurança e desenvolvimento são dimensões inseparáveis para encaminhar uma solução duradoura para a situação haitiana.
A ajuda que o governo brasileiro estendeu ao Haiti já superou US$ 200 milhões. Trata-se da maior soma que o Brasil destinou a um país vitimado por catástrofe natural. Em Nova York, anunciarei compromissos adicionais que elevarão a cerca de US$ 340 milhões essa contribuição. É um montante considerável para um país em desenvolvimento como o Brasil.
Tenho a certeza de que essa resposta ao chamado da solidariedade orgulharia os brasileiros que perdemos entre as vítimas do terremoto, como a dra. Zilda Arns, o vice-representante especial da ONU, Luiz Carlos da Costa, e nossos militares.
Não basta, contudo, canalizar bilhões de dólares para uma miríade de projetos de cooperação com o Haiti se não houver uma visão estratégica para o futuro do país. Sem ela, corremos o risco de apaziguar momentaneamente nossas consciências, deixando intactas as raízes históricas e sociais que explicam o atraso haitiano.
A Conferência de Doadores dá passos positivos para superar essa lógica,ao prever a criação de um fundo fiduciário único, que dirigirá recursos para prioridades estabelecidas pelo governo do Haiti no seu Plano deAção.
Tenho proposto que países em condições de fazê-lo -sobretudo os mais desenvolvidos- ofereçam ao Haiti a abertura de seus mercados, sem tarifas nem quotas, de modo a incentivar investimentos produtivos em território haitiano. O Brasil espera pôr em prática em breve seu próprio mecanismo facilitado para importação de mercadorias haitianas, em especial têxteis, em linha com a aspiração do setor privado brasileiro de instalar unidades fabris naquele país.
Com o objetivo de gerar empregos e renda no Haiti e melhorar as condições ambientais, sugeri no Fórum Econômico Mundial que o Banco Mundial liderasse o financiamento de amplo programa de reflorestamento, cuja contrapartida deveria ser a abertura de mercados importadores para produtos do manejo sustentável das áreas reflorestadas no Haiti.
No campo da infraestrutura, o Exército brasileiro já vem elaborando projeto técnico para a construção de barragem no rio Artibonite, que permitirá a produção de energia limpa e renovável, bem como irrigação para agricultura.
São muitos e de grande monta os desafios da reconstrução. Aproxima-se a estação das chuvas, que demandará a reacomodação em condições dignas das populações deslocadas pelo terremoto. O fornecimento de bens emergenciais deverá continuar pelos próximos meses, em paralelo ao esforço de plantio da próxima safra.
Escolas terão de ser erguidas e, ao mesmo tempo, as famílias precisarão recobrar a confiança de que seus filhos podem voltar aos bancos escolares sem medo de desabamentos.
Hospitais improvisados terão de ser substituídos por estruturas permanentes.
Tenho a convicção de que, com a contribuição adequada da comunidade internacional, o povo haitiano, com sua coragem e resistência invejáveis, será capaz de superar essas adversidades e refundar seu país. Nosso compromisso em Nova York deve ser o de coadjuvar o Haiti em uma nova independência."
FONTE: escrito por CELSO AMORIM, diplomata, doutor em ciências políticas pela London School of Economics (Inglaterra), ministro das Relações Exteriores. Publicado hoje (31/03) na Folha de São Paulo.
A nona visita que fiz a Porto Príncipe desde que assumi as funções de chanceler no governo do presidente Lula foi, sem dúvida, a mais desalentadora. O terremoto de 12 de janeiro, além de provocar a monumental tragédia humana que todos acompanhamos, fez retroceder um processo virtuoso de superação de dificuldades seculares.
A descrição que Voltaire fez de Lisboa após o sismo de 1755 coincide tristemente com a destruição que testemunhei ao percorrer a capital haitiana. E, a exemplo da ampla discussão moral desencadeada pelo poema do filósofo francês, a catástrofe haitiana lança hoje um desafio à capacidade da comunidade internacional de reagir diante de um desastre que afeta não apenas o povo do Haiti, mas a humanidade toda.
Ao realizar hoje, dia 31 de março, na sede das Nações Unidas em Nova York, a Conferência de Doadores por um Novo Futuro para o Haiti, a comunidade internacional confronta-se com a oportunidade de reafirmar, com ações concretas, sua solidariedade e disposição para ajudar o Haiti a recuperar-se da tragédia.
O Brasil, escolhido como um dos copresidentes da conferência, defenderá que o objetivo central do encontro seja construir, sob a condução das lideranças haitianas, as condições para o desenvolvimento social e econômico de longo prazo no Haiti.
Desde 2004, quando assumiu o comando militar da Missão de Estabilizaçãodas Nações Unidas no Haiti (Minustah), o Brasil sustenta que segurança e desenvolvimento são dimensões inseparáveis para encaminhar uma solução duradoura para a situação haitiana.
A ajuda que o governo brasileiro estendeu ao Haiti já superou US$ 200 milhões. Trata-se da maior soma que o Brasil destinou a um país vitimado por catástrofe natural. Em Nova York, anunciarei compromissos adicionais que elevarão a cerca de US$ 340 milhões essa contribuição. É um montante considerável para um país em desenvolvimento como o Brasil.
Tenho a certeza de que essa resposta ao chamado da solidariedade orgulharia os brasileiros que perdemos entre as vítimas do terremoto, como a dra. Zilda Arns, o vice-representante especial da ONU, Luiz Carlos da Costa, e nossos militares.
Não basta, contudo, canalizar bilhões de dólares para uma miríade de projetos de cooperação com o Haiti se não houver uma visão estratégica para o futuro do país. Sem ela, corremos o risco de apaziguar momentaneamente nossas consciências, deixando intactas as raízes históricas e sociais que explicam o atraso haitiano.
A Conferência de Doadores dá passos positivos para superar essa lógica,ao prever a criação de um fundo fiduciário único, que dirigirá recursos para prioridades estabelecidas pelo governo do Haiti no seu Plano deAção.
Tenho proposto que países em condições de fazê-lo -sobretudo os mais desenvolvidos- ofereçam ao Haiti a abertura de seus mercados, sem tarifas nem quotas, de modo a incentivar investimentos produtivos em território haitiano. O Brasil espera pôr em prática em breve seu próprio mecanismo facilitado para importação de mercadorias haitianas, em especial têxteis, em linha com a aspiração do setor privado brasileiro de instalar unidades fabris naquele país.
Com o objetivo de gerar empregos e renda no Haiti e melhorar as condições ambientais, sugeri no Fórum Econômico Mundial que o Banco Mundial liderasse o financiamento de amplo programa de reflorestamento, cuja contrapartida deveria ser a abertura de mercados importadores para produtos do manejo sustentável das áreas reflorestadas no Haiti.
No campo da infraestrutura, o Exército brasileiro já vem elaborando projeto técnico para a construção de barragem no rio Artibonite, que permitirá a produção de energia limpa e renovável, bem como irrigação para agricultura.
São muitos e de grande monta os desafios da reconstrução. Aproxima-se a estação das chuvas, que demandará a reacomodação em condições dignas das populações deslocadas pelo terremoto. O fornecimento de bens emergenciais deverá continuar pelos próximos meses, em paralelo ao esforço de plantio da próxima safra.
Escolas terão de ser erguidas e, ao mesmo tempo, as famílias precisarão recobrar a confiança de que seus filhos podem voltar aos bancos escolares sem medo de desabamentos.
Hospitais improvisados terão de ser substituídos por estruturas permanentes.
Tenho a convicção de que, com a contribuição adequada da comunidade internacional, o povo haitiano, com sua coragem e resistência invejáveis, será capaz de superar essas adversidades e refundar seu país. Nosso compromisso em Nova York deve ser o de coadjuvar o Haiti em uma nova independência."
FONTE: escrito por CELSO AMORIM, diplomata, doutor em ciências políticas pela London School of Economics (Inglaterra), ministro das Relações Exteriores. Publicado hoje (31/03) na Folha de São Paulo.
terça-feira, 30 de março de 2010
PRE-SP RECOMENDA CASSAÇÃO DE KASSAB (DEM-SP)
"Procuradoria recomenda manutenção da cassação de Kassab
A Procuradoria Regional Eleitoral [PRE] recomenda em parecer que a Justiça mantenha a cassação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e da sua vice Alda Marco Antonio (PMDB). Os dois foram cassados no mês passado pelo juiz Aloísio Silveira, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, por recebimento ilegal de doação na campanha eleitoral de 2008.
No parecer, o procurador Luiz Carlos Dos Santos Gonçalves recomenda que Kassab e Alda recorram da decisão fora do cargo.
Por outro lado, o procurador recomenda mudar a decisão de primeira instância, que também determinou que Kassab e Alda ficassem inelegíveis por três anos. "[...] Determinando-se, ademais, a imediata execução do julgado, no que tange à cassação do diploma expedido", diz.
Kassab e Alda recorreram da cassação, que foi suspensa dois dias depois da primeira decisão. Na ocasião, a Justiça Eleitoral acolheu pedido de efeito suspensivo formulado pela defesa do prefeito de São Paulo. Com isso, a sentença de cassação ficou suspensa até o pronunciamento do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo.
Cassação
O juiz de primeira instância aceitou a denúncia do Ministério Público Eleitoral, que acusou o prefeito de ter recebido doações ilegais da AIB (Associação Imobiliária Brasileira), de sete construtoras e do Banco Itaú.
A Lei Eleitoral proíbe que candidatos ou partidos políticos recebam doações de empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. No caso de Kassab, seriam as construtoras que prestam serviços à Prefeitura de São Paulo."
FONTE: publicado hoje (30/03) pela Folha Online e postado no portal UOL
MALVINAS: "ARGENTINA CONTINUARÁ A BATALHA"
"Argentina continuará batalha pela Malvinas, diz presidente
A presidente argentina, Cristina Kirchner, prometeu nesta terça-feira que manterá uma "batalha eterna" pela soberania das Ilhas Malvinas, arquipélago sob dominio britânico no Atlântico Sul, ao mesmo tempo em que esclareceu que esta não será pela via da "força".
"Vamos seguir na batalha para conseguir o que as Nações Unidas ordenaram, que o Reino Unido e nós nos sentemos para dialogar sobre a soberania", afirmou Cristina, ao inaugurar esta manhã uma mostra fotográfica em homenagem às mães dos soldados mortos na Guerra das Malvinas, travada em 1982.
Será "uma profunda batalha cultural, diplomática, política, em todas as frentes com todos os instrumentos do direito internacional e do nosso direito nacional na defesa de nosso patrimônio, que não apenas é territorial", declarou Cristina.
A Argentina tem direitos "históricos, geográficos e jurídicos" sobre o arquipélago, complementou a mandatária, reiterando assim a reivindicação pela soberania das ilhas a poucos dias do aniversário da guerra contra os britânicos, iniciada em 2 de abril de 1982.
Recentemente, após uma empresa britânica passar a explorar petróleo na região, o governo argentino retomou a disputa pelo arquipélago e recorreu à ONU para fazer com que o governo britânico acatasse a resolução da entidade, que determina que ambos os países deveriam entrar em entendimento sobre o que poderia ser feito na área.
Por outro lado, a companhia britânica que atua na região informou ontem que o petróleo encontrado nas Malvinas é de má qualidade, minimizando as grandes expectativas em torno da exploração. Este foi, porém, apenas um dos seis poços que fazem parte da operação."
FONTE: publicado hoje (30/03) no portal "Vermelho" com informações da agência italiana de notícias ANSA (Agenzia Nazionale Stampa Associata).
A presidente argentina, Cristina Kirchner, prometeu nesta terça-feira que manterá uma "batalha eterna" pela soberania das Ilhas Malvinas, arquipélago sob dominio britânico no Atlântico Sul, ao mesmo tempo em que esclareceu que esta não será pela via da "força".
"Vamos seguir na batalha para conseguir o que as Nações Unidas ordenaram, que o Reino Unido e nós nos sentemos para dialogar sobre a soberania", afirmou Cristina, ao inaugurar esta manhã uma mostra fotográfica em homenagem às mães dos soldados mortos na Guerra das Malvinas, travada em 1982.
Será "uma profunda batalha cultural, diplomática, política, em todas as frentes com todos os instrumentos do direito internacional e do nosso direito nacional na defesa de nosso patrimônio, que não apenas é territorial", declarou Cristina.
A Argentina tem direitos "históricos, geográficos e jurídicos" sobre o arquipélago, complementou a mandatária, reiterando assim a reivindicação pela soberania das ilhas a poucos dias do aniversário da guerra contra os britânicos, iniciada em 2 de abril de 1982.
Recentemente, após uma empresa britânica passar a explorar petróleo na região, o governo argentino retomou a disputa pelo arquipélago e recorreu à ONU para fazer com que o governo britânico acatasse a resolução da entidade, que determina que ambos os países deveriam entrar em entendimento sobre o que poderia ser feito na área.
Por outro lado, a companhia britânica que atua na região informou ontem que o petróleo encontrado nas Malvinas é de má qualidade, minimizando as grandes expectativas em torno da exploração. Este foi, porém, apenas um dos seis poços que fazem parte da operação."
FONTE: publicado hoje (30/03) no portal "Vermelho" com informações da agência italiana de notícias ANSA (Agenzia Nazionale Stampa Associata).
OS TUCANOS DE SÃO PAULO CONGELARAM O BRASIL POR 8 ANOS
"Por que o PiG (**) está desesperado com o PAC: Lula e Petrobrás descentralizam economia brasileira
Não adianta chorar. O teleférico tá lá
O Globo , a Folha (*) da província de S. P. (ou, como diz o Sader Força Serra Presidente) estão desesperados com o lançamento do PAC-2.
Fazem a contabilidade do despeito: o que não foi feito, o que está por fazer, o que ficou inacabado.
Passei ontem pela rua Barão da Torre, em Ipanema no Rio.
E vi a obra do teleférico do Pavão-Pavãozinho, com dinheiro do PAC.
Quase pronto.
Se o repórter da Globo for lá, vai dizer que faltam três tijolos no banheiro do maquinista.
O motorista do táxi respondeu à minha pergunta: Sim, claro, todo mundo está vendo que essas UPPs limparam as favelas.
Unidade Policial Pacificadora é a ação do Governo do Rio nas favelas, com dinheiro do PAC, para expulsar o tráfico e realizar obras como os teleféricos do Pavão-Pavãozinho e do Alemão.
Não adianta o PiG (** ) chorar.
O povão vê.
Vai andar de teleférico e chegar mais cedo ao trabalho.
(A Neuza, que trabalha lá em casa, leva duas horas e meia para ir de Mauá ao bairro de Higienópolis em São Paulo, não sem antes ser pisoteada, empurrada, bolinada na estação do metro à espera daqueles trens que o Zé Alagão põe na Globo.
O teleférico é muito mais seguro do que helicóptero, o meio de transporte predileto da elite de São Paulo.
O que os brasileiros já perceberam é que os tucanos de São Paulo congelaram o Brasil durante 8 anos (governo (?) FHC) e atrasam São Paulo há 16 anos.
O que aconteceu de novo em São Paulo em 16 anos ?
Nem o Robanel dos Tunganos inteiro eles conseguiram acabar.
Que obra, que investimento novo ?
São Paulo perdeu peso na economia brasileira, debaixo dos olhos dos governadores tucanos.
São Paulo – que não pensa o Brasil, como diz o sábio Fernando Lyra – não viu crescer debaixo do nariz dele a classe C que o Lula promoveu.
Quem viu foi o baiano da Insinuante.
O Bradesco, o Itaú e a Fiat.
E os tucanos de São Paulo continuam a desfraldar as bandeiras com que o Serra foi derrotado fragorosamente em 2002.
Que ideias novas eles tem ?
Com que ideias o Serra quer ser presidente ?
Eles não conseguem defender uma única vírgula do Governo FHC.
Serra não defendeu em 2002, Alckmin não defendeu em 2002 e Serra não defenderá em 2010.
Esconder o Farol de Alexandria – é a palavra de ordem.
Como diz o Ciro, quem se encosta no Fernando Henrique vira sal.
Lula empurrou o crescimento do Brasil para fora de São Paulo.
Quando a elite de São Paulo perceber, vai fugir para Miami.
Os amigos navegantes leram o Relatório de Atividades-2009 que a Petrobrás publicou ontem no Valor ?
Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, começa a operar em 2012.
Refinaria Premium I, em Bacabeira, Maranhão, em 2013, com um terminal portuário.
Premium II, em Caucaia, Ceará, em 2013, interligada a um terminal portuário em Pecém (beneficiada por uma estrada do PAC).
Refinaria Potiguar Camarão, no Rio Grande do Norte, que começa a operar este ano.
Associação à Braskem para se tornar a maior produtora de termo-plásticos das Américas.
Complexo Petroquímico do Rio, Comperj.
Companhia Petroquímica de Suape, Pernambuco.
Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco,
Coquepar, no Rio e no Paraná.
Construção de 49 navios (no Brasil, apesar de a Vale do Roger Agnelli gostar de comprar navios na Ásia…).
A Petrobrás tem um valor de mercado de US$ 200 bilhões, a quarta no mundo no setor de energia.
Ano passado ela investiu US$ 71 bilhões.
O plano de negócios 2009-2013 prevê investimentos de US$ 174 bilhões, sendo US$ 28 bilhões só para o desenvolvimento do pré-sal.
Já imaginou, amigo navegante, isso fora do alcance das mãos dos tucanos de São Paulo ?
Fora do alcace do PìG (**).
É de desesperar !
Em tempo: Sugestão do amigo navegante Ali Kômiko:
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista"
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado hoje (30/03) em seu portal "Conversa Afiada".
Não adianta chorar. O teleférico tá lá
O Globo , a Folha (*) da província de S. P. (ou, como diz o Sader Força Serra Presidente) estão desesperados com o lançamento do PAC-2.
Fazem a contabilidade do despeito: o que não foi feito, o que está por fazer, o que ficou inacabado.
Passei ontem pela rua Barão da Torre, em Ipanema no Rio.
E vi a obra do teleférico do Pavão-Pavãozinho, com dinheiro do PAC.
Quase pronto.
Se o repórter da Globo for lá, vai dizer que faltam três tijolos no banheiro do maquinista.
O motorista do táxi respondeu à minha pergunta: Sim, claro, todo mundo está vendo que essas UPPs limparam as favelas.
Unidade Policial Pacificadora é a ação do Governo do Rio nas favelas, com dinheiro do PAC, para expulsar o tráfico e realizar obras como os teleféricos do Pavão-Pavãozinho e do Alemão.
Não adianta o PiG (** ) chorar.
O povão vê.
Vai andar de teleférico e chegar mais cedo ao trabalho.
(A Neuza, que trabalha lá em casa, leva duas horas e meia para ir de Mauá ao bairro de Higienópolis em São Paulo, não sem antes ser pisoteada, empurrada, bolinada na estação do metro à espera daqueles trens que o Zé Alagão põe na Globo.
O teleférico é muito mais seguro do que helicóptero, o meio de transporte predileto da elite de São Paulo.
O que os brasileiros já perceberam é que os tucanos de São Paulo congelaram o Brasil durante 8 anos (governo (?) FHC) e atrasam São Paulo há 16 anos.
O que aconteceu de novo em São Paulo em 16 anos ?
Nem o Robanel dos Tunganos inteiro eles conseguiram acabar.
Que obra, que investimento novo ?
São Paulo perdeu peso na economia brasileira, debaixo dos olhos dos governadores tucanos.
São Paulo – que não pensa o Brasil, como diz o sábio Fernando Lyra – não viu crescer debaixo do nariz dele a classe C que o Lula promoveu.
Quem viu foi o baiano da Insinuante.
O Bradesco, o Itaú e a Fiat.
E os tucanos de São Paulo continuam a desfraldar as bandeiras com que o Serra foi derrotado fragorosamente em 2002.
Que ideias novas eles tem ?
Com que ideias o Serra quer ser presidente ?
Eles não conseguem defender uma única vírgula do Governo FHC.
Serra não defendeu em 2002, Alckmin não defendeu em 2002 e Serra não defenderá em 2010.
Esconder o Farol de Alexandria – é a palavra de ordem.
Como diz o Ciro, quem se encosta no Fernando Henrique vira sal.
Lula empurrou o crescimento do Brasil para fora de São Paulo.
Quando a elite de São Paulo perceber, vai fugir para Miami.
Os amigos navegantes leram o Relatório de Atividades-2009 que a Petrobrás publicou ontem no Valor ?
Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, começa a operar em 2012.
Refinaria Premium I, em Bacabeira, Maranhão, em 2013, com um terminal portuário.
Premium II, em Caucaia, Ceará, em 2013, interligada a um terminal portuário em Pecém (beneficiada por uma estrada do PAC).
Refinaria Potiguar Camarão, no Rio Grande do Norte, que começa a operar este ano.
Associação à Braskem para se tornar a maior produtora de termo-plásticos das Américas.
Complexo Petroquímico do Rio, Comperj.
Companhia Petroquímica de Suape, Pernambuco.
Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco,
Coquepar, no Rio e no Paraná.
Construção de 49 navios (no Brasil, apesar de a Vale do Roger Agnelli gostar de comprar navios na Ásia…).
A Petrobrás tem um valor de mercado de US$ 200 bilhões, a quarta no mundo no setor de energia.
Ano passado ela investiu US$ 71 bilhões.
O plano de negócios 2009-2013 prevê investimentos de US$ 174 bilhões, sendo US$ 28 bilhões só para o desenvolvimento do pré-sal.
Já imaginou, amigo navegante, isso fora do alcance das mãos dos tucanos de São Paulo ?
Fora do alcace do PìG (**).
É de desesperar !
Em tempo: Sugestão do amigo navegante Ali Kômiko:
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista"
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado hoje (30/03) em seu portal "Conversa Afiada".
SERRA ALIVIADO, ARRUDA FICA CALADO
"Mensalão do DEM: Arruda fica calado, Serra aliviado
O ex-pré-candidato a vice-presidente de José Serra (PSDB/SP), José Roberto Arruda (ex-Demos), preso na Polícia Federal, ficou calado ontem (29) durante seu depoimento à Polícia Federal, por orientação do advogado Nelio Machado.
A preocupação de políticos demo-tucanos é que Arruda conte o que sabe, envolvendo nomes famosos da política nacional, como José Serra (PSDB/SP).
Segundo foi amplamente noticiado, quando foi ameaçado de ser abandonado pelo DEMos, Arruda teria ameaçado contar que o dinheiro do mensalão do DEM ajudou a financiar todo o partido nas eleições de 2008 e, dessa forma, até a eleição de Gilberto Kassab (DEMos/SP). O PSDB do DF também fez parte do escândalo do mensalão do DEM."
FONTE: publicado no blog "Os amigos do Presidente Lula".
O ex-pré-candidato a vice-presidente de José Serra (PSDB/SP), José Roberto Arruda (ex-Demos), preso na Polícia Federal, ficou calado ontem (29) durante seu depoimento à Polícia Federal, por orientação do advogado Nelio Machado.
A preocupação de políticos demo-tucanos é que Arruda conte o que sabe, envolvendo nomes famosos da política nacional, como José Serra (PSDB/SP).
Segundo foi amplamente noticiado, quando foi ameaçado de ser abandonado pelo DEMos, Arruda teria ameaçado contar que o dinheiro do mensalão do DEM ajudou a financiar todo o partido nas eleições de 2008 e, dessa forma, até a eleição de Gilberto Kassab (DEMos/SP). O PSDB do DF também fez parte do escândalo do mensalão do DEM."
FONTE: publicado no blog "Os amigos do Presidente Lula".
DISCURSO DE LULA NO LANÇAMENTO DO PAC 2
Brasília, 29/03/2010
"Por incrível que pareça, eu vou ser breve de verdade, porque a agenda hoje está demasiadamente carregada e eu tenho uma agenda internacional ainda.
Primeiro, eu queria, tanto ao Artur quanto ao Godoy, à Dilma, ao Guido Mantega, ao governador Jaques Wagner e ao prefeito Eduardo Paes, dar os parabéns pelos discursos feitos aqui.
Certamente, o Brasil já viveu outros momentos destes, em que o governo anunciou um conjunto de obras. Certamente, em alguns momentos as obras aconteceram, em outros momentos as obras não aconteceram. Vocês poderiam estar perguntando: “Por que o presidente Lula resolveu lançar o PAC 2 no seu último ano de governo, já que o PAC 1 foi lançado no seu primeiro ano de governo?” Apenas para efeito de registro histórico, o PAC 1 era para ter sido lançado também em 2006, antes das eleições. A gente não lançou porque já era mais ou menos o mês de setembro, e a gente não queria confundir o PAC 1 com as eleições de 2006. E nós entendíamos que era melhor, então, guardar para lançá-lo no começo do ano seguinte. Isso demonstra o otimismo que a gente tinha naquela época, com o lançamento de um programa da envergadura do PAC, que não queríamos utilizá-lo politicamente.
Por que, então, agora, tomamos a decisão de lançar o PAC 2? Primeiro, porque nós aprendemos – prefeitos, governadores, os gestores públicos do governo federal em todos os ministérios –, nós aprendemos que, entre anunciar uma obra - disponibilizar dinheiro no orçamento é a coisa mais fácil - e essa obra começar a ser executada, tem um tempo que não depende individualmente de nenhum de nós e que depende de todas as barreiras que, historicamente, nós criamos para nos autofiscalizar.
Estou dizendo isso com muito orgulho, porque nós fizemos um governo que, mais transparência, era impossível. Mas, dois exemplos que eu vou dar para vocês, inclusive um comunicado ao Eduardo Campos: eu não estou indo amanhã a Pernambuco porque nem sempre as coisas são como as pessoas dizem que são. Depois eu vou contar a minha viagem de Itabuna, você vai saber do que eu estou falando.
A Transnordestina, nós estamos trabalhando nela há cinco anos. Não são cinco dias, há cinco anos. Só a elaboração do projeto, a arquitetura financeira, que envolveu vários... ministro da Fazenda, presidente do Banco Central, ministro da Integração... Nós levamos mais de três anos para construir a engenharia financeira para fazer a Transnordestina. Quando nós concluímos a engenharia financeira, nós tínhamos nos esquecido da engenharia burocrática de cada ente que estava envolvido – seja do BNDES, seja do Finor, seja do Ministério da Integração, seja da empresa. Ou seja, sempre você tinha uma vírgula que, quando eu perguntava: Quando vamos começar?, diziam: “Um pouco mais, Presidente”. Depois, tem o problema dos governos estaduais com as desapropriações, que não é uma coisa fácil. Só para vocês terem ideia, na reunião que eu fiz em janeiro – porque agora eu estou fazendo reunião a cada trinta dias – estava tudo pronto, na de fevereiro já não estava pronto. Ou seja, só para ter uma ideia do transtorno que é você fazer uma obra de grande envergadura neste país. É por isso que de vez em quando se falava do “cemitério de obras paradas”. É porque nem todo mundo é perseverante como eu sou, para ir em cima, para concluir, porque senão elas não acontecem.
Veja, eu estou dizendo isso de público porque eu ia amanhã para a Transnordestina, para inaugurar a fábrica de dormentes, a maior do mundo, e a fábrica de brita que, sozinha a usina de brita, vai produzir mais brita que as quarenta que tem em São Paulo. E não vamos porque não está pronta. Esse compromisso foi feito comigo em janeiro, em janeiro. Não está pronta.
Poderíamos pegar outras obras. A Transnordestina, para quem é paulista, para quem é gaúcho, para quem é catarinense, para quem é... é uma ferrovia de quase 1.800 quilômetros, que vai ligar o Porto de Pecém ao Porto de Suape, em Pernambuco – Pecém, no Ceará – e vai até Eliseu Martins, no Tocantins, pegar a produção de soja que tem lá... no Piauí, no Piauí - é que ela vai chegar no Tocantins logo, logo. E vai pegar toda a soja produzida e vai ser um sistema de transporte muito moderno.
Eu lembro que na campanha de [19]79, quando eu fui fazer um comício no Crato, na volta, o doutor Arraes, que estava me apoiando firmemente, disse para mim: “Ô Lula, me faça a Transnordestina. O Nordeste precisa reativar essa ferrovia”. Portanto, nós... toda a engenharia foi para que a gente inaugurasse ela em 2010, toda a engenharia; e vamos inaugurar somente lá para 2012, porque entre a vontade de fazer... E agora uma prova: não é falta de dinheiro. Porque antigamente, se dizia que não tinha dinheiro. Tem dinheiro. O que nós precisamos resolver nas prefeituras, nos governos dos estados e no governo federal é a facilidade dos projetos.
É importante e eu vou dizer [em] alto e em bom som para todo mundo entender: o que libera dinheiro não é discurso, o que libera dinheiro não é pressão política, o que libera dinheiro não é emenda parlamentar, o que libera dinheiro não é o estado ser mais rico ou mais pobre. O que libera dinheiro é o cidadão que governa uma cidade ou um estado, ou um ministro que governa uma pasta trazer um projeto consistente, com cumprimento de todas as exigências legais.
Por isso... todo mundo aqui já aprendeu, todo mundo aqui já aprendeu. Acho que não tem um prefeito neste país... não tem um prefeito e um governador, que a gente não tenha aprendido como é difícil a distância entre a gente ter o dinheiro e a gente ter a obra. É uma coisa... você pensa que é só a 319? Se fosse só 319...
Pois bem. Pois bem, companheiros. Por que foi importante, e eu queria fazer o lançamento do PAC 2, agora e urgente? Porque era para garantir que cada companheiro, desde uma empresa como a Petrobras, a uma empresa como a Eletrobras, a outras empresas importantes, até cada prefeito ou cada governador e cada ministro, vão ter um tempo para construir e preparar os seus projetos. Daqui até junho, de todas essas coisas que a ministra Dilma anunciou, nós já temos por volta de 441 projetos selecionados, inclusive, projetos selecionados já com projetos básicos em muitos casos, ou projetos executivos. Portanto, obra preparada para começar.
Agora, Aloizio, não pense que quando eu falo “obra preparada para começar”, ela começa. Demora um tempo. Eu lembro que antes de terminar o mandato, o Fernando Henrique Cardoso foi entregar a ordem de serviço da BR-101 lá na cidade de Osório, no Rio Grande do Sul. E eu, em 2004, fui lá buscar a ordem que ele deu e dar outra ordem. É, porque não aconteceu nada com a ordem que ele deu. E com a minha, quase que não acontece, porque tinha uma perereca no túnel, e a perereca “embirrou” seis meses a obra, seis meses.
Bem, então era necessário lançar... era necessário lançar o PAC agora, porque até junho – é importante vocês prestarem atenção - até junho o núcleo coordenador do PAC vai se reunir com os prefeitos e com os governadores para que a gente comece a destrinchar cada coisa. E isso é importante porque se não fizermos agora, quem assumir o governo no dia 1º de janeiro do ano que vem vai perder um ano fazendo o que nós estamos fazendo agora. Como nós não precisamos ficar parados, esperando obra, nós temos o PAC 1 funcionando, ou seja, nós vamos ter uma equipe, concomitantemente com a execução do PAC 1, trabalhando os projetos dos prefeitos com a sua estrutura, os governadores, para que o pessoal comece 2011 embalado. Mais ou menos que nem o time do Corinthians, ontem, embalado, embalado. Para não falar o time do Santos aqui, eu tenho que falar do Corinthians.
Então nós vamos ter, só para vocês prestarem atenção, prestarem atenção: entre abril e junho, nós deveremos estar discutindo mais de dez mil projetos. Entre vocês trazerem o projeto à mesa do ministro ou à mesa da coordenação do PAC e esse projeto se transformar numa coisa concreta... porque parte disso vai entrar no orçamento que a gente vai aprovar em... este ano, para 2011. A gente não pode deixar para fazer as coisas... porque aí só vão ser feitas a partir de 2012, e nós não temos tempo a perder.
Na medida em que o Brasil aprendeu a se planejar, na medida em que nós estamos construindo... eu considero isso, Dilma, uma carteira, uma carteira de obras. É que nem uma carteira de advogado. O advogado, quando ele se forma... eu estou vendo aqui o Jobim, estou vendo o Tarso Genro, advogados. O advogado, quando ele se forma – o Temer –, ele pensa que vai ganhar dinheiro. Aí, monta um escritório. Aí, ali passa um mês sem aparecer um cliente, passam dois meses, e quando aparece o primeiro cliente ele só vai receber o dinheiro daquele cliente quatro ou cinco anos depois, quando a causa é julgada. Isso, se ele ganhar. Se ele perder...
Então, o que nós estamos construindo no Brasil é uma prateleira de projetos nas prefeituras, nos estados e no governo federal para que quem vier a governar este país, em qualquer momento, não pegue o país como vocês pegaram as prefeituras, como vocês pegaram os governos dos estados e como nós pegamos aqui, em que você não tinha projeto. Tudo, você tinha que começar praticamente do zero.
Essa é uma coisa que o Brasil, na hora em que construir essa carteira, o Brasil vai poder pensar em outras coisas. Vocês viram que nós falamos aqui muito em PAC de infraestrutura, PAC... mas o Fernando Haddad sabe que vai ter que construir mais coisas para a Educação; o Sergio Rezende sabe que vai ter que construir mais coisas para a Ciência e Tecnologia; a Embrapa sabe que vai ter que pensar um pouco mais para frente, porque é pensando quatro anos para frente que a gente pode construir este país mais rapidamente, para que as futuras gerações não vivam a situação que nós vivemos.
Eu estava vendo a Dilma dizer um dado aqui que me deixou impressionado: o último grande investimento em infraestrutura foi feito pelo Geisel. Você pode dizer o Brasil planejado, com aqueles planos decenais, quinquenais, que eram feitos pelos militares. Está certo que o Geisel deixou também a dívida externa para a gente pagar, ele deixou. Mas o dado concreto é que depois dele ninguém teve mais competência ou possibilidade de fazer qualquer coisa para a frente, porque o país estava endividado. Nós passamos duas décadas discutindo apenas a questão de pagamento de dívida.
Bom, nós estamos em um outro momento agora. O que nós estamos querendo é dar fôlego para que este país possa pensar o futuro, em que um presidente da República venha a fazer um discurso e ele não tenha que ficar falando mal de quem saiu, e que ele tenha que apresentar propostas à frente, propostas para os nossos netos, para os nossos filhos.
E é isso que eu acho que nós fizemos, com todas as mudanças. Vocês estão lembrados que em 2007 eu disse, no começo do segundo mandato: é preciso destravar este país.
Por conta desse discurso de destravar o país, o companheiro Luciano Coutinho nos levou, junto com o Miguel Jorge, ao BNDES, para a gente aprovar um programa chamado Política de Desenvolvimento Produtivo – PDP, que é, na verdade, é uma espécie de revolução, que trata, entre outras coisas, da inovação tecnológica, porque se nós não fizermos inovação tecnológica, muitas das coisas que nós sonhamos não acontecerão, sobretudo de o Brasil se transformar na quinta economia do mundo, na quarta economia do mundo ou na sexta economia do mundo.
Nós estamos trabalhando firmemente para não sermos apenas campeões de exportar suco de laranja, minério de ferro ou soja. Nós queremos exportar muito mais coisas, dentre elas o conhecimento e a inteligência do povo brasileiro, que será aprendida em um processo de qualificação, melhorando as universidades, fazendo mais universidades, mais escolas técnicas, mais Cefets. É isso que vai permitir que a gente possa fazer o Brasil ingressar no rol dos países desenvolvidos.
E obviamente que isso só pode ser feito se você tiver a roda da economia girando, se você estiver gerando emprego, se você estiver gerando salário, se você estiver gerando renda. Porque uma coisa, uma coisa todos os economistas, todos os advogados, todos os políticos precisam saber: a coisa mais importante que aconteceu neste país, no nosso governo, foi a prova de que é plenamente possível você compatibilizar o crescimento com a distribuição de renda, concomitantemente, não esperar que o segundo degrau seja feito para você subir o primeiro. E o resultado disso foi o enfrentamento da crise, no ano passado. Vocês não sabem como me enche de orgulho quando as pesquisas mostram que as classes D e E das regiões mais pobres do Brasil consumiram mais do que a classe A, da região Sul do país. Eu gostaria que a A também tivesse consumido mais, porque aí o PIB teria crescido um pouco mais. Mas, ao mesmo tempo, nós temos que lembrar dos efeitos de uma pequena política de transferência de renda, o que causou na opinião pública.
O povo nordestino, o povo do Norte e o povo da periferia dos grandes centros urbanos – de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro – sabe disso. O Sérgio Cabral sabe da alegria daquele povo da favela de ver o Estado lá dentro, não apenas levando polícia, mas levando assistência, levando casa, levando educação, levando emprego, levando cultura. As pessoas percebem que o Estado está lá dentro. E qual é o meu orgulho? É o que acontece no Rio de Janeiro, acontece em São Paulo, acontece em Salvador, acontece em Aracaju, acontece em Recife, acontece em Fortaleza, ou seja, não tem uma capital deste país... Eu vou dizer mais: não tem uma cidade deste país que não tenha hoje um investimento do PAC.
É por isso que a Dilma disse corretamente: ser republicano não é retórica de palanque. É colocar em prática. Certamente, alguns companheiros governadores de outros partidos não vieram, mas têm representantes, têm vices. E, se não vieram, não foi por oposição. É porque estão preocupados em gastar o dinheiro do PAC 1, que eles já receberam neste mandato. Tenham certeza disso, de que a preocupação de todos eles é inaugurar as obras antes de terminar o 2 de abril. Eu mesmo estou convidado para algumas, mas não posso ir porque tenho muita coisa para fazer aqui, amanhã.
Então, eu quero terminar, companheiros, dizendo para vocês apenas duas coisas. Eu não estou contente com o que nós fizemos até agora, e acho que nenhum de vocês está contente, porque nós temos a obrigação de fazer mais, temos competência de fazer mais. O povo pobre deste país precisa que a gente faça mais, e a economia precisa que isso aconteça.
Eu fico imaginando se nós, naquele momento de crise, tivemos que fazer um investimento de quase R$ 12 bilhões no Bolsa Família, o próximo governo não pode se contentar com [R$] 12 [bilhões], vai ter que fazer mais. Ou vai ter que gerar tanto emprego, que um dia não vai precisar mais ninguém ter o Bolsa Família. Porque quando a gente começou a fazer o programa Bolsa Família, qual era a crítica que a gente recebia? “Cadê a porta da saída? A porta da saída? A porta da saída?”. Os coitados não tinham nem entrado. Eu não sei porque pobre incomoda tanta gente neste país! Não, porque a verdade é essa, é que incomoda. Você dizer que vai fazer as coisas para os pequenos neste país incomoda, é perda de tempo. Inclusão, fazer estrada, fazer Bolsa Família, tudo isso é secundário. O que é importante é fazer infraestrutura. Obviamente que nós concordamos, mas se a gente fizer um aeroporto e do lado de fora tiver o povo morrendo de fome, quem vai viajar de avião? Quem vai viajar de avião se o povo não pode comer? Vejam, um pouco dos pobres andando de avião já está dando problema nos aeroportos. Todo dia o Jobim chega e mostra para mim: “Está crescendo 10% ao ano, está crescendo 10% ao ano”. E vai crescer mais.
Eu lembro a primeira vez que eu entrei em um avião. A primeira vez que eu viajei em um avião era coisa de rico, eu me preparei para viajar. Em 1975, eu fui eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e tinha um congresso da Previdência aqui.
Quando eu vim para cá me prepararam: “Olha, só tem gente rica no avião. Você leva uns 30 lenços porque vai colocar tudo para fora”. Eu entrei no avião, amarrei a barriga, quase que estouro. Naquele tempo tinha champanhe no avião, Rollemberg. Tinha champanhe, Vicentinho. Champanhe, tinha comida no prato, garfo... E eu falei: não vou comer nada, não vou beber nada. Sentei duro ali, travei a mão ali, fechei os olhos. Eu falei: daqui para a frente, quero ver o que vai acontecer. Fiquei só esperando vomitar. Aquele saquinho de plástico que tinha, eu pus uns 10 lá na minha sacolinha. Quando eu menos... quando eu menos espero, o cara comunica: “Parou em Brasília”. Então era coisa de rico mesmo, eu me preparei. Hoje, não, hoje os pobres estão viajando de avião. Tem mais gente viajando de avião, sabe. E nós queremos que mais gente viaje mais de avião. Nós queremos que mais gente viaje de avião, que possa percorrer esse Brasil inteiro. E isso só pode acontecer se a gente continuar fazendo distribuição de renda. E aí, Guido, você disse uma coisa que para mim merece registro. Fazer tudo isso sem perder a noção, de cuidar com carinho da responsabilidade fiscal e de controlar a inflação neste país. Porque a inflação, na hora em que volta, ela volta exatamente para corroer o salário das pessoas que ganham salário.
Então, essa é uma coisa sagrada que nós não podemos perder de vista. Este país pode crescer bem, este país pode ter juros menores e este país pode ter a inflação controlada, porque nós aprendemos isso.
E aí eu queria fazer um apelo aos companheiros congressistas, aos companheiros congressistas: gente, ano de eleição não é hora de a gente fazer loucura em votação. Ano de eleição é hora de a gente pensar na próxima geração. E a gente só vai poder cuidar bem da próxima geração se a gente agir com o máximo de cuidado e com o máximo de responsabilidade.
Eu sei da quantidade de propostas que já apareceram para o pré-sal. Mas, se a gente não tomar cuidado, a gente vai diluir tanto que a gente vai terminar não utilizando esse recurso para significar a independência do Brasil.
Eu estive na Bahia agora, Jucá, eu estive na Bahia. E estavam lá os policiais, querendo piso. Não é que eu ache que R$ 3.500,00 é um salário alto. Eu não acho. Se eu ganhasse isso, quem sabe, eu estava até protestando. Mas é importante a gente olhar quantos estados brasileiros podem pagar um piso de R$ 3.500,00, hoje. Quantos governadores? Estão todos ali. É perguntar para alguns quantos podem pagar.
Então, eu penso que essa harmonia entre as votações que a gente vai fazer e a realidade de cada lugar que a gente mora, vive, não pode ser perdida por causa do ano eleitoral.
Eu queria fazer um apelo a vocês. Um apelo que começa pelo comportamento do presidente da República, que deve passar pelo comportamento de quem vai ser candidato a presidente da República neste país, que passa pelo comportamento dos ministros que vão sair e dos ministros que vão ficar. Se tem uma coisa sagrada que fez este país chegar onde chegou foi a seriedade do nosso comportamento até agora. A nossa seriedade, no fundo, no fundo é o que permitiu – e o Sérgio sabe disso –, foi o que permitiu que a gente fosse lá em Copenhague e ganhasse o direito de realizar as Olimpíadas em 2016. É essa seriedade que permite que o Brasil seja elogiado por onde passa hoje.
Aqui tem muita gente que viaja. E todos vocês sabem que o Brasil nunca foi tratado com 10% do respeito que ele tem hoje. Porque aqui a gente provou que tem até mais competência de fazer as coisas melhor do que aqueles que antes davam tanto palpite nas nossas coisas, e agora estão lá endividados e num emaranhado de confusões, que não sabem como sair. Enquanto o mundo desenvolvido está sofrendo o desemprego, neste país, no pior ano da crise, nós criamos 905 mil empregos; este ano, até agora, em dois meses, já criamos quase 400 mil novos empregos. Eu tenho a certeza de que este ano será um ano extraordinário, para alegria do povo brasileiro, para alegria dos dirigentes sindicais não fazerem greve nem passeata no meu último ano de mandato, e para alegria do trabalhador, que vai poder ganhar um pouco mais.
Por último, companheiros e companheiras, a partir de amanhã muitos companheiros irão deixar o governo, porque muitos estarão na luta democrática. Você sabe que é assim, não é? Quando o presidente da República vai querer tirar o ministro, então ele fala: “Mas eu, Presidente? Eu sou tão dedicado! Eu...” É duro tirar. É duro, você não sabe como é triste tirar um ministro. Agora, quando eles querem sair, eles inventam o seguinte discurso para mim: “Olha, o povo precisa, a base decidiu. A base decidiu, eu tenho que ir. Não tenho como faltar com a minha base. O meu estado quer”. Mesmo que depois, nas eleições, ele tenha uma “merrequinha” de voto, assim, ele nem se arrepende, porque ele fez aquilo que era vontade dele. Ninguém segura, ninguém segura alguém que quer ser candidato a deputado, é um negócio impressionante. A deputado e a outras coisas, também. Não apenas a deputado.
Mas, de qualquer forma, eu... vários companheiros vão sair, nós vamos ter uma despedida aqui, um “trololó” com eles. Todo mundo sabe que eu não vou fazer mudança no governo, ou seja, todo mundo sabe que eu não vou... não adianta nem partido pedir ministro, que não tem, a equipe que vai ficar é a equipe que está trabalhando, nós vamos fazer os ajustes que tem que fazer e não tem... Que ninguém venha me pedir a presidência da Petrobras ou da Caixa Econômica, do Banco do Brasil, do BNDES, não venha... A não ser que o Zé Alencar pedisse. Como ele não pede...
Então, nós vamos continuar. Eu estou marcando uma reunião para segunda-feira, depois da Semana Santa, uma reunião com todo mundo que vai ficar, porque eu posso dizer para vocês: quem quiser ficar, sabe que vai trabalhar o dobro dos que saíram, porque agora, a fiscalização nas obras vai ter que ser muito mais rígida, porque a gente não pode se deixar pegar na disputa eleitoral. Ministro não é para cuidar de finanças de campanha de ninguém, ministro é para trabalhar e para cuidar do dinheiro público corretamente. Nós vamos fiscalizar isso, para que as coisas funcionem bem. E nós precisamos fazer o que o Brasil fez no Chile em 1962: Pelé se machucou... - porque tem vários “Pelés” que vão sair - e o Garrinchinha e sua turma conseguiram ganhar a Copa do Mundo de [19]62.
Então, eu só queria agradecer a vocês e dizer o seguinte: Companheira Dilma, você, que foi a mãe do PAC 1... Certamente, eu não posso ficar chamando você de mãe eterna do PAC 2, porque daqui a pouco surge outra mãe aí, adotiva, e vai... E também não vou chamá-la de avó do PAC, porque isso não ajuda. Mas, de qualquer forma, eu quero que vocês saibam, eu quero vocês saibam, e isso aqui eu falo de coração, amanhã, no dia em que a Dilma for sair – eu sei que vocês não estarão aqui, muitos de vocês, porque têm outras atividades –, mas eu gostaria de dizer uma coisa para vocês: se não fosse a trinca da Dilma – ela, a Erenice, a Miriam Belchior e mais a Tereza –, eu estou dizendo... se não fosse a dedicação dessas companheiras, talvez a gente não pudesse nem estar lançando isso aqui hoje, porque eu estou prometendo desde setembro, elas ficaram pedindo conversa comigo em setembro, outubro, novembro, eu não pude conversar. Eu só vim conversar com elas no começo do ano. E elas, eu sei que se dedicaram sábado e domingo até altas horas da noite, para a gente poder apresentar para vocês.
Certamente, isso aqui vai passar por um ajuste, pente fino, nas discussões com os governadores de estados que vão querer uma coisa, vão querer aprimorar outra, vão querer tirar outra; com prefeitos, que vão querer tirar umas, colocar outras... De qualquer forma, o PAC não é do Lula. O Lula só tem mais nove meses aqui. Nove? Acho que menos, até. Estou querendo ganhar alguns dias. Mas, de qualquer forma, esse PAC, se for feito por vocês, governadores e prefeitos, esse PAC, quem entrar aqui na Presidência não vai poder simplesmente pegar e dizer: “Eu não vou fazer isso aqui, vou rasgar e vou fazer outra coisa”, porque terá os governadores eleitos e os prefeitos eleitos no pé, para que ele cumpra o compromisso do Estado brasileiro com a redenção definitiva deste país.
Parabéns, companheira Dilma. Parabéns, companheiro Guido Mantega. E parabéns a todos vocês que, ao longo desse tempo, contribuíram para que a gente pudesse chegar onde nós chegamos.
Está encerrado este ato."
FONTE: compilado por CLAUDIA ANTUNES, do RIOCentro de Eventos e Convenções Brasil 21 – Brasília-DF. Reproduzido no blog "Tijolaço", de Brizola Neto.
"Por incrível que pareça, eu vou ser breve de verdade, porque a agenda hoje está demasiadamente carregada e eu tenho uma agenda internacional ainda.
Primeiro, eu queria, tanto ao Artur quanto ao Godoy, à Dilma, ao Guido Mantega, ao governador Jaques Wagner e ao prefeito Eduardo Paes, dar os parabéns pelos discursos feitos aqui.
Certamente, o Brasil já viveu outros momentos destes, em que o governo anunciou um conjunto de obras. Certamente, em alguns momentos as obras aconteceram, em outros momentos as obras não aconteceram. Vocês poderiam estar perguntando: “Por que o presidente Lula resolveu lançar o PAC 2 no seu último ano de governo, já que o PAC 1 foi lançado no seu primeiro ano de governo?” Apenas para efeito de registro histórico, o PAC 1 era para ter sido lançado também em 2006, antes das eleições. A gente não lançou porque já era mais ou menos o mês de setembro, e a gente não queria confundir o PAC 1 com as eleições de 2006. E nós entendíamos que era melhor, então, guardar para lançá-lo no começo do ano seguinte. Isso demonstra o otimismo que a gente tinha naquela época, com o lançamento de um programa da envergadura do PAC, que não queríamos utilizá-lo politicamente.
Por que, então, agora, tomamos a decisão de lançar o PAC 2? Primeiro, porque nós aprendemos – prefeitos, governadores, os gestores públicos do governo federal em todos os ministérios –, nós aprendemos que, entre anunciar uma obra - disponibilizar dinheiro no orçamento é a coisa mais fácil - e essa obra começar a ser executada, tem um tempo que não depende individualmente de nenhum de nós e que depende de todas as barreiras que, historicamente, nós criamos para nos autofiscalizar.
Estou dizendo isso com muito orgulho, porque nós fizemos um governo que, mais transparência, era impossível. Mas, dois exemplos que eu vou dar para vocês, inclusive um comunicado ao Eduardo Campos: eu não estou indo amanhã a Pernambuco porque nem sempre as coisas são como as pessoas dizem que são. Depois eu vou contar a minha viagem de Itabuna, você vai saber do que eu estou falando.
A Transnordestina, nós estamos trabalhando nela há cinco anos. Não são cinco dias, há cinco anos. Só a elaboração do projeto, a arquitetura financeira, que envolveu vários... ministro da Fazenda, presidente do Banco Central, ministro da Integração... Nós levamos mais de três anos para construir a engenharia financeira para fazer a Transnordestina. Quando nós concluímos a engenharia financeira, nós tínhamos nos esquecido da engenharia burocrática de cada ente que estava envolvido – seja do BNDES, seja do Finor, seja do Ministério da Integração, seja da empresa. Ou seja, sempre você tinha uma vírgula que, quando eu perguntava: Quando vamos começar?, diziam: “Um pouco mais, Presidente”. Depois, tem o problema dos governos estaduais com as desapropriações, que não é uma coisa fácil. Só para vocês terem ideia, na reunião que eu fiz em janeiro – porque agora eu estou fazendo reunião a cada trinta dias – estava tudo pronto, na de fevereiro já não estava pronto. Ou seja, só para ter uma ideia do transtorno que é você fazer uma obra de grande envergadura neste país. É por isso que de vez em quando se falava do “cemitério de obras paradas”. É porque nem todo mundo é perseverante como eu sou, para ir em cima, para concluir, porque senão elas não acontecem.
Veja, eu estou dizendo isso de público porque eu ia amanhã para a Transnordestina, para inaugurar a fábrica de dormentes, a maior do mundo, e a fábrica de brita que, sozinha a usina de brita, vai produzir mais brita que as quarenta que tem em São Paulo. E não vamos porque não está pronta. Esse compromisso foi feito comigo em janeiro, em janeiro. Não está pronta.
Poderíamos pegar outras obras. A Transnordestina, para quem é paulista, para quem é gaúcho, para quem é catarinense, para quem é... é uma ferrovia de quase 1.800 quilômetros, que vai ligar o Porto de Pecém ao Porto de Suape, em Pernambuco – Pecém, no Ceará – e vai até Eliseu Martins, no Tocantins, pegar a produção de soja que tem lá... no Piauí, no Piauí - é que ela vai chegar no Tocantins logo, logo. E vai pegar toda a soja produzida e vai ser um sistema de transporte muito moderno.
Eu lembro que na campanha de [19]79, quando eu fui fazer um comício no Crato, na volta, o doutor Arraes, que estava me apoiando firmemente, disse para mim: “Ô Lula, me faça a Transnordestina. O Nordeste precisa reativar essa ferrovia”. Portanto, nós... toda a engenharia foi para que a gente inaugurasse ela em 2010, toda a engenharia; e vamos inaugurar somente lá para 2012, porque entre a vontade de fazer... E agora uma prova: não é falta de dinheiro. Porque antigamente, se dizia que não tinha dinheiro. Tem dinheiro. O que nós precisamos resolver nas prefeituras, nos governos dos estados e no governo federal é a facilidade dos projetos.
É importante e eu vou dizer [em] alto e em bom som para todo mundo entender: o que libera dinheiro não é discurso, o que libera dinheiro não é pressão política, o que libera dinheiro não é emenda parlamentar, o que libera dinheiro não é o estado ser mais rico ou mais pobre. O que libera dinheiro é o cidadão que governa uma cidade ou um estado, ou um ministro que governa uma pasta trazer um projeto consistente, com cumprimento de todas as exigências legais.
Por isso... todo mundo aqui já aprendeu, todo mundo aqui já aprendeu. Acho que não tem um prefeito neste país... não tem um prefeito e um governador, que a gente não tenha aprendido como é difícil a distância entre a gente ter o dinheiro e a gente ter a obra. É uma coisa... você pensa que é só a 319? Se fosse só 319...
Pois bem. Pois bem, companheiros. Por que foi importante, e eu queria fazer o lançamento do PAC 2, agora e urgente? Porque era para garantir que cada companheiro, desde uma empresa como a Petrobras, a uma empresa como a Eletrobras, a outras empresas importantes, até cada prefeito ou cada governador e cada ministro, vão ter um tempo para construir e preparar os seus projetos. Daqui até junho, de todas essas coisas que a ministra Dilma anunciou, nós já temos por volta de 441 projetos selecionados, inclusive, projetos selecionados já com projetos básicos em muitos casos, ou projetos executivos. Portanto, obra preparada para começar.
Agora, Aloizio, não pense que quando eu falo “obra preparada para começar”, ela começa. Demora um tempo. Eu lembro que antes de terminar o mandato, o Fernando Henrique Cardoso foi entregar a ordem de serviço da BR-101 lá na cidade de Osório, no Rio Grande do Sul. E eu, em 2004, fui lá buscar a ordem que ele deu e dar outra ordem. É, porque não aconteceu nada com a ordem que ele deu. E com a minha, quase que não acontece, porque tinha uma perereca no túnel, e a perereca “embirrou” seis meses a obra, seis meses.
Bem, então era necessário lançar... era necessário lançar o PAC agora, porque até junho – é importante vocês prestarem atenção - até junho o núcleo coordenador do PAC vai se reunir com os prefeitos e com os governadores para que a gente comece a destrinchar cada coisa. E isso é importante porque se não fizermos agora, quem assumir o governo no dia 1º de janeiro do ano que vem vai perder um ano fazendo o que nós estamos fazendo agora. Como nós não precisamos ficar parados, esperando obra, nós temos o PAC 1 funcionando, ou seja, nós vamos ter uma equipe, concomitantemente com a execução do PAC 1, trabalhando os projetos dos prefeitos com a sua estrutura, os governadores, para que o pessoal comece 2011 embalado. Mais ou menos que nem o time do Corinthians, ontem, embalado, embalado. Para não falar o time do Santos aqui, eu tenho que falar do Corinthians.
Então nós vamos ter, só para vocês prestarem atenção, prestarem atenção: entre abril e junho, nós deveremos estar discutindo mais de dez mil projetos. Entre vocês trazerem o projeto à mesa do ministro ou à mesa da coordenação do PAC e esse projeto se transformar numa coisa concreta... porque parte disso vai entrar no orçamento que a gente vai aprovar em... este ano, para 2011. A gente não pode deixar para fazer as coisas... porque aí só vão ser feitas a partir de 2012, e nós não temos tempo a perder.
Na medida em que o Brasil aprendeu a se planejar, na medida em que nós estamos construindo... eu considero isso, Dilma, uma carteira, uma carteira de obras. É que nem uma carteira de advogado. O advogado, quando ele se forma... eu estou vendo aqui o Jobim, estou vendo o Tarso Genro, advogados. O advogado, quando ele se forma – o Temer –, ele pensa que vai ganhar dinheiro. Aí, monta um escritório. Aí, ali passa um mês sem aparecer um cliente, passam dois meses, e quando aparece o primeiro cliente ele só vai receber o dinheiro daquele cliente quatro ou cinco anos depois, quando a causa é julgada. Isso, se ele ganhar. Se ele perder...
Então, o que nós estamos construindo no Brasil é uma prateleira de projetos nas prefeituras, nos estados e no governo federal para que quem vier a governar este país, em qualquer momento, não pegue o país como vocês pegaram as prefeituras, como vocês pegaram os governos dos estados e como nós pegamos aqui, em que você não tinha projeto. Tudo, você tinha que começar praticamente do zero.
Essa é uma coisa que o Brasil, na hora em que construir essa carteira, o Brasil vai poder pensar em outras coisas. Vocês viram que nós falamos aqui muito em PAC de infraestrutura, PAC... mas o Fernando Haddad sabe que vai ter que construir mais coisas para a Educação; o Sergio Rezende sabe que vai ter que construir mais coisas para a Ciência e Tecnologia; a Embrapa sabe que vai ter que pensar um pouco mais para frente, porque é pensando quatro anos para frente que a gente pode construir este país mais rapidamente, para que as futuras gerações não vivam a situação que nós vivemos.
Eu estava vendo a Dilma dizer um dado aqui que me deixou impressionado: o último grande investimento em infraestrutura foi feito pelo Geisel. Você pode dizer o Brasil planejado, com aqueles planos decenais, quinquenais, que eram feitos pelos militares. Está certo que o Geisel deixou também a dívida externa para a gente pagar, ele deixou. Mas o dado concreto é que depois dele ninguém teve mais competência ou possibilidade de fazer qualquer coisa para a frente, porque o país estava endividado. Nós passamos duas décadas discutindo apenas a questão de pagamento de dívida.
Bom, nós estamos em um outro momento agora. O que nós estamos querendo é dar fôlego para que este país possa pensar o futuro, em que um presidente da República venha a fazer um discurso e ele não tenha que ficar falando mal de quem saiu, e que ele tenha que apresentar propostas à frente, propostas para os nossos netos, para os nossos filhos.
E é isso que eu acho que nós fizemos, com todas as mudanças. Vocês estão lembrados que em 2007 eu disse, no começo do segundo mandato: é preciso destravar este país.
Por conta desse discurso de destravar o país, o companheiro Luciano Coutinho nos levou, junto com o Miguel Jorge, ao BNDES, para a gente aprovar um programa chamado Política de Desenvolvimento Produtivo – PDP, que é, na verdade, é uma espécie de revolução, que trata, entre outras coisas, da inovação tecnológica, porque se nós não fizermos inovação tecnológica, muitas das coisas que nós sonhamos não acontecerão, sobretudo de o Brasil se transformar na quinta economia do mundo, na quarta economia do mundo ou na sexta economia do mundo.
Nós estamos trabalhando firmemente para não sermos apenas campeões de exportar suco de laranja, minério de ferro ou soja. Nós queremos exportar muito mais coisas, dentre elas o conhecimento e a inteligência do povo brasileiro, que será aprendida em um processo de qualificação, melhorando as universidades, fazendo mais universidades, mais escolas técnicas, mais Cefets. É isso que vai permitir que a gente possa fazer o Brasil ingressar no rol dos países desenvolvidos.
E obviamente que isso só pode ser feito se você tiver a roda da economia girando, se você estiver gerando emprego, se você estiver gerando salário, se você estiver gerando renda. Porque uma coisa, uma coisa todos os economistas, todos os advogados, todos os políticos precisam saber: a coisa mais importante que aconteceu neste país, no nosso governo, foi a prova de que é plenamente possível você compatibilizar o crescimento com a distribuição de renda, concomitantemente, não esperar que o segundo degrau seja feito para você subir o primeiro. E o resultado disso foi o enfrentamento da crise, no ano passado. Vocês não sabem como me enche de orgulho quando as pesquisas mostram que as classes D e E das regiões mais pobres do Brasil consumiram mais do que a classe A, da região Sul do país. Eu gostaria que a A também tivesse consumido mais, porque aí o PIB teria crescido um pouco mais. Mas, ao mesmo tempo, nós temos que lembrar dos efeitos de uma pequena política de transferência de renda, o que causou na opinião pública.
O povo nordestino, o povo do Norte e o povo da periferia dos grandes centros urbanos – de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro – sabe disso. O Sérgio Cabral sabe da alegria daquele povo da favela de ver o Estado lá dentro, não apenas levando polícia, mas levando assistência, levando casa, levando educação, levando emprego, levando cultura. As pessoas percebem que o Estado está lá dentro. E qual é o meu orgulho? É o que acontece no Rio de Janeiro, acontece em São Paulo, acontece em Salvador, acontece em Aracaju, acontece em Recife, acontece em Fortaleza, ou seja, não tem uma capital deste país... Eu vou dizer mais: não tem uma cidade deste país que não tenha hoje um investimento do PAC.
É por isso que a Dilma disse corretamente: ser republicano não é retórica de palanque. É colocar em prática. Certamente, alguns companheiros governadores de outros partidos não vieram, mas têm representantes, têm vices. E, se não vieram, não foi por oposição. É porque estão preocupados em gastar o dinheiro do PAC 1, que eles já receberam neste mandato. Tenham certeza disso, de que a preocupação de todos eles é inaugurar as obras antes de terminar o 2 de abril. Eu mesmo estou convidado para algumas, mas não posso ir porque tenho muita coisa para fazer aqui, amanhã.
Então, eu quero terminar, companheiros, dizendo para vocês apenas duas coisas. Eu não estou contente com o que nós fizemos até agora, e acho que nenhum de vocês está contente, porque nós temos a obrigação de fazer mais, temos competência de fazer mais. O povo pobre deste país precisa que a gente faça mais, e a economia precisa que isso aconteça.
Eu fico imaginando se nós, naquele momento de crise, tivemos que fazer um investimento de quase R$ 12 bilhões no Bolsa Família, o próximo governo não pode se contentar com [R$] 12 [bilhões], vai ter que fazer mais. Ou vai ter que gerar tanto emprego, que um dia não vai precisar mais ninguém ter o Bolsa Família. Porque quando a gente começou a fazer o programa Bolsa Família, qual era a crítica que a gente recebia? “Cadê a porta da saída? A porta da saída? A porta da saída?”. Os coitados não tinham nem entrado. Eu não sei porque pobre incomoda tanta gente neste país! Não, porque a verdade é essa, é que incomoda. Você dizer que vai fazer as coisas para os pequenos neste país incomoda, é perda de tempo. Inclusão, fazer estrada, fazer Bolsa Família, tudo isso é secundário. O que é importante é fazer infraestrutura. Obviamente que nós concordamos, mas se a gente fizer um aeroporto e do lado de fora tiver o povo morrendo de fome, quem vai viajar de avião? Quem vai viajar de avião se o povo não pode comer? Vejam, um pouco dos pobres andando de avião já está dando problema nos aeroportos. Todo dia o Jobim chega e mostra para mim: “Está crescendo 10% ao ano, está crescendo 10% ao ano”. E vai crescer mais.
Eu lembro a primeira vez que eu entrei em um avião. A primeira vez que eu viajei em um avião era coisa de rico, eu me preparei para viajar. Em 1975, eu fui eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e tinha um congresso da Previdência aqui.
Quando eu vim para cá me prepararam: “Olha, só tem gente rica no avião. Você leva uns 30 lenços porque vai colocar tudo para fora”. Eu entrei no avião, amarrei a barriga, quase que estouro. Naquele tempo tinha champanhe no avião, Rollemberg. Tinha champanhe, Vicentinho. Champanhe, tinha comida no prato, garfo... E eu falei: não vou comer nada, não vou beber nada. Sentei duro ali, travei a mão ali, fechei os olhos. Eu falei: daqui para a frente, quero ver o que vai acontecer. Fiquei só esperando vomitar. Aquele saquinho de plástico que tinha, eu pus uns 10 lá na minha sacolinha. Quando eu menos... quando eu menos espero, o cara comunica: “Parou em Brasília”. Então era coisa de rico mesmo, eu me preparei. Hoje, não, hoje os pobres estão viajando de avião. Tem mais gente viajando de avião, sabe. E nós queremos que mais gente viaje mais de avião. Nós queremos que mais gente viaje de avião, que possa percorrer esse Brasil inteiro. E isso só pode acontecer se a gente continuar fazendo distribuição de renda. E aí, Guido, você disse uma coisa que para mim merece registro. Fazer tudo isso sem perder a noção, de cuidar com carinho da responsabilidade fiscal e de controlar a inflação neste país. Porque a inflação, na hora em que volta, ela volta exatamente para corroer o salário das pessoas que ganham salário.
Então, essa é uma coisa sagrada que nós não podemos perder de vista. Este país pode crescer bem, este país pode ter juros menores e este país pode ter a inflação controlada, porque nós aprendemos isso.
E aí eu queria fazer um apelo aos companheiros congressistas, aos companheiros congressistas: gente, ano de eleição não é hora de a gente fazer loucura em votação. Ano de eleição é hora de a gente pensar na próxima geração. E a gente só vai poder cuidar bem da próxima geração se a gente agir com o máximo de cuidado e com o máximo de responsabilidade.
Eu sei da quantidade de propostas que já apareceram para o pré-sal. Mas, se a gente não tomar cuidado, a gente vai diluir tanto que a gente vai terminar não utilizando esse recurso para significar a independência do Brasil.
Eu estive na Bahia agora, Jucá, eu estive na Bahia. E estavam lá os policiais, querendo piso. Não é que eu ache que R$ 3.500,00 é um salário alto. Eu não acho. Se eu ganhasse isso, quem sabe, eu estava até protestando. Mas é importante a gente olhar quantos estados brasileiros podem pagar um piso de R$ 3.500,00, hoje. Quantos governadores? Estão todos ali. É perguntar para alguns quantos podem pagar.
Então, eu penso que essa harmonia entre as votações que a gente vai fazer e a realidade de cada lugar que a gente mora, vive, não pode ser perdida por causa do ano eleitoral.
Eu queria fazer um apelo a vocês. Um apelo que começa pelo comportamento do presidente da República, que deve passar pelo comportamento de quem vai ser candidato a presidente da República neste país, que passa pelo comportamento dos ministros que vão sair e dos ministros que vão ficar. Se tem uma coisa sagrada que fez este país chegar onde chegou foi a seriedade do nosso comportamento até agora. A nossa seriedade, no fundo, no fundo é o que permitiu – e o Sérgio sabe disso –, foi o que permitiu que a gente fosse lá em Copenhague e ganhasse o direito de realizar as Olimpíadas em 2016. É essa seriedade que permite que o Brasil seja elogiado por onde passa hoje.
Aqui tem muita gente que viaja. E todos vocês sabem que o Brasil nunca foi tratado com 10% do respeito que ele tem hoje. Porque aqui a gente provou que tem até mais competência de fazer as coisas melhor do que aqueles que antes davam tanto palpite nas nossas coisas, e agora estão lá endividados e num emaranhado de confusões, que não sabem como sair. Enquanto o mundo desenvolvido está sofrendo o desemprego, neste país, no pior ano da crise, nós criamos 905 mil empregos; este ano, até agora, em dois meses, já criamos quase 400 mil novos empregos. Eu tenho a certeza de que este ano será um ano extraordinário, para alegria do povo brasileiro, para alegria dos dirigentes sindicais não fazerem greve nem passeata no meu último ano de mandato, e para alegria do trabalhador, que vai poder ganhar um pouco mais.
Por último, companheiros e companheiras, a partir de amanhã muitos companheiros irão deixar o governo, porque muitos estarão na luta democrática. Você sabe que é assim, não é? Quando o presidente da República vai querer tirar o ministro, então ele fala: “Mas eu, Presidente? Eu sou tão dedicado! Eu...” É duro tirar. É duro, você não sabe como é triste tirar um ministro. Agora, quando eles querem sair, eles inventam o seguinte discurso para mim: “Olha, o povo precisa, a base decidiu. A base decidiu, eu tenho que ir. Não tenho como faltar com a minha base. O meu estado quer”. Mesmo que depois, nas eleições, ele tenha uma “merrequinha” de voto, assim, ele nem se arrepende, porque ele fez aquilo que era vontade dele. Ninguém segura, ninguém segura alguém que quer ser candidato a deputado, é um negócio impressionante. A deputado e a outras coisas, também. Não apenas a deputado.
Mas, de qualquer forma, eu... vários companheiros vão sair, nós vamos ter uma despedida aqui, um “trololó” com eles. Todo mundo sabe que eu não vou fazer mudança no governo, ou seja, todo mundo sabe que eu não vou... não adianta nem partido pedir ministro, que não tem, a equipe que vai ficar é a equipe que está trabalhando, nós vamos fazer os ajustes que tem que fazer e não tem... Que ninguém venha me pedir a presidência da Petrobras ou da Caixa Econômica, do Banco do Brasil, do BNDES, não venha... A não ser que o Zé Alencar pedisse. Como ele não pede...
Então, nós vamos continuar. Eu estou marcando uma reunião para segunda-feira, depois da Semana Santa, uma reunião com todo mundo que vai ficar, porque eu posso dizer para vocês: quem quiser ficar, sabe que vai trabalhar o dobro dos que saíram, porque agora, a fiscalização nas obras vai ter que ser muito mais rígida, porque a gente não pode se deixar pegar na disputa eleitoral. Ministro não é para cuidar de finanças de campanha de ninguém, ministro é para trabalhar e para cuidar do dinheiro público corretamente. Nós vamos fiscalizar isso, para que as coisas funcionem bem. E nós precisamos fazer o que o Brasil fez no Chile em 1962: Pelé se machucou... - porque tem vários “Pelés” que vão sair - e o Garrinchinha e sua turma conseguiram ganhar a Copa do Mundo de [19]62.
Então, eu só queria agradecer a vocês e dizer o seguinte: Companheira Dilma, você, que foi a mãe do PAC 1... Certamente, eu não posso ficar chamando você de mãe eterna do PAC 2, porque daqui a pouco surge outra mãe aí, adotiva, e vai... E também não vou chamá-la de avó do PAC, porque isso não ajuda. Mas, de qualquer forma, eu quero que vocês saibam, eu quero vocês saibam, e isso aqui eu falo de coração, amanhã, no dia em que a Dilma for sair – eu sei que vocês não estarão aqui, muitos de vocês, porque têm outras atividades –, mas eu gostaria de dizer uma coisa para vocês: se não fosse a trinca da Dilma – ela, a Erenice, a Miriam Belchior e mais a Tereza –, eu estou dizendo... se não fosse a dedicação dessas companheiras, talvez a gente não pudesse nem estar lançando isso aqui hoje, porque eu estou prometendo desde setembro, elas ficaram pedindo conversa comigo em setembro, outubro, novembro, eu não pude conversar. Eu só vim conversar com elas no começo do ano. E elas, eu sei que se dedicaram sábado e domingo até altas horas da noite, para a gente poder apresentar para vocês.
Certamente, isso aqui vai passar por um ajuste, pente fino, nas discussões com os governadores de estados que vão querer uma coisa, vão querer aprimorar outra, vão querer tirar outra; com prefeitos, que vão querer tirar umas, colocar outras... De qualquer forma, o PAC não é do Lula. O Lula só tem mais nove meses aqui. Nove? Acho que menos, até. Estou querendo ganhar alguns dias. Mas, de qualquer forma, esse PAC, se for feito por vocês, governadores e prefeitos, esse PAC, quem entrar aqui na Presidência não vai poder simplesmente pegar e dizer: “Eu não vou fazer isso aqui, vou rasgar e vou fazer outra coisa”, porque terá os governadores eleitos e os prefeitos eleitos no pé, para que ele cumpra o compromisso do Estado brasileiro com a redenção definitiva deste país.
Parabéns, companheira Dilma. Parabéns, companheiro Guido Mantega. E parabéns a todos vocês que, ao longo desse tempo, contribuíram para que a gente pudesse chegar onde nós chegamos.
Está encerrado este ato."
FONTE: compilado por CLAUDIA ANTUNES, do RIOCentro de Eventos e Convenções Brasil 21 – Brasília-DF. Reproduzido no blog "Tijolaço", de Brizola Neto.
PAÍSES ARMADOS QUEREM DESARMAR OS DESARMADOS ATÉ O ÚLTIMO ESTILINGUE
Potências querem tirar dos desarmados até estilingue
"Para Samuel Guimarães, caso do Irã pode repetir "manipulação ideológica" pré-invasão do Iraque
O ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, disse ontem que os países "extraordinariamente armados" pretendem "desarmar os desarmados totalmente, até o último estilingue", e convencer o mundo de que são estes últimos os "perigosos e que oferecem grandes riscos à paz internacional".
Foi uma das referências indiretas à pressão das potências ocidentais sobre o programa nuclear do Irã, em palestra na Escola de Políticas Públicas do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio) na qual o ex-secretário-geral do Itamaraty falou sobre "as perspectivas do Brasil para o mundo de 2022".
Ele se referiu às negociações de defesa ao mencionar a criação de normas destinadas a "consagrar privilégios" como uma das tendências globais que o Brasil enfrentará.
Ao apresentar o ministro, o acadêmico Candido Mendes, reitor da universidade à qual o Iuperj é ligado, saudou o esforço brasileiro para "readmitir o Irã na comunidade internacional" e perguntou por que o país persa não pode ser potência nuclear "se Israel o é".
Guimarães não entrou nesse mérito, mas disse que a manutenção de privilégios no sistema internacional envolve uma "manipulação ideológica permanente", que segundo ele parte de universidades para organismos internacionais e a imprensa, e conseguiu, em 2003, "convencer" que o Iraque tinha armas de destruição em massa.
"Quem sabe não estamos diante de uma outra formulação do tipo, que se articula gradualmente?", perguntou.
Antes, ao lembrar que países hoje no Conselho de Segurança da ONU, como França e Reino Unido, já estavam em posição de poder no início do século 19, o ministro disse que "uma das características do sistema internacional é o racismo, a ideia de civilizações superiores e inferiores".
Disse que japoneses foram considerados "brancos honorários" para fazer negócios com a África do Sul do apartheid e comparou: "Fiquem sabendo os senhores que nós também somos brancos honorários. Mesmo aqueles aqui de pele mais alva".
América do Sul
Guimarães disse que a crescente disparidade econômica entre o Brasil e seus vizinhos da América do Sul, e a penetração de empresas brasileiras na região, onde o "capital estrangeiro, como sabemos, nem sempre é bem-vindo", exige que o país seja mais generoso.
"Será necessária uma política de grande audácia para reverter essa tendência, promover o desenvolvimento dos vizinhos e permitir o desenvolvimento equilibrado da região", disse, citando também a intensificação do ativismo indígena, desconfiado da exploração de recursos naturais.
Ele sugeriu a formação de um mercado único sul-americano, mas não "ao estilo neoliberal", no qual o Brasil continue a acumular superavit. Seria, disse, um esquema "em que o Brasil abra seu mercado, mas permita aos países menores proteger seu sistema econômico para poderem se desenvolver".
Guimarães disse ainda que o Brasil sofrerá "danos extraordinários" se cair na tentação de se intrometer na política interna dos vizinhos, movido por interesses econômicos. "Será necessário manter o princípio da não intervenção e da autodeterminação", afirmou."
FONTE: reportagem de CLAUDIA ANTUNES publicada hoje (30/03) na Folha de São Paulo.
"Para Samuel Guimarães, caso do Irã pode repetir "manipulação ideológica" pré-invasão do Iraque
O ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, disse ontem que os países "extraordinariamente armados" pretendem "desarmar os desarmados totalmente, até o último estilingue", e convencer o mundo de que são estes últimos os "perigosos e que oferecem grandes riscos à paz internacional".
Foi uma das referências indiretas à pressão das potências ocidentais sobre o programa nuclear do Irã, em palestra na Escola de Políticas Públicas do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio) na qual o ex-secretário-geral do Itamaraty falou sobre "as perspectivas do Brasil para o mundo de 2022".
Ele se referiu às negociações de defesa ao mencionar a criação de normas destinadas a "consagrar privilégios" como uma das tendências globais que o Brasil enfrentará.
Ao apresentar o ministro, o acadêmico Candido Mendes, reitor da universidade à qual o Iuperj é ligado, saudou o esforço brasileiro para "readmitir o Irã na comunidade internacional" e perguntou por que o país persa não pode ser potência nuclear "se Israel o é".
Guimarães não entrou nesse mérito, mas disse que a manutenção de privilégios no sistema internacional envolve uma "manipulação ideológica permanente", que segundo ele parte de universidades para organismos internacionais e a imprensa, e conseguiu, em 2003, "convencer" que o Iraque tinha armas de destruição em massa.
"Quem sabe não estamos diante de uma outra formulação do tipo, que se articula gradualmente?", perguntou.
Antes, ao lembrar que países hoje no Conselho de Segurança da ONU, como França e Reino Unido, já estavam em posição de poder no início do século 19, o ministro disse que "uma das características do sistema internacional é o racismo, a ideia de civilizações superiores e inferiores".
Disse que japoneses foram considerados "brancos honorários" para fazer negócios com a África do Sul do apartheid e comparou: "Fiquem sabendo os senhores que nós também somos brancos honorários. Mesmo aqueles aqui de pele mais alva".
América do Sul
Guimarães disse que a crescente disparidade econômica entre o Brasil e seus vizinhos da América do Sul, e a penetração de empresas brasileiras na região, onde o "capital estrangeiro, como sabemos, nem sempre é bem-vindo", exige que o país seja mais generoso.
"Será necessária uma política de grande audácia para reverter essa tendência, promover o desenvolvimento dos vizinhos e permitir o desenvolvimento equilibrado da região", disse, citando também a intensificação do ativismo indígena, desconfiado da exploração de recursos naturais.
Ele sugeriu a formação de um mercado único sul-americano, mas não "ao estilo neoliberal", no qual o Brasil continue a acumular superavit. Seria, disse, um esquema "em que o Brasil abra seu mercado, mas permita aos países menores proteger seu sistema econômico para poderem se desenvolver".
Guimarães disse ainda que o Brasil sofrerá "danos extraordinários" se cair na tentação de se intrometer na política interna dos vizinhos, movido por interesses econômicos. "Será necessário manter o princípio da não intervenção e da autodeterminação", afirmou."
FONTE: reportagem de CLAUDIA ANTUNES publicada hoje (30/03) na Folha de São Paulo.
GRANDES ELOGIOS AO BRASIL NO "WALL STREET JOURNAL"
"Na capa do "Wall Street Journal", acima do logotipo, "Para o Brasil, finalmente é o amanhã".
Era chamada para o caderno especial que abria com o mesmo título, mais o enunciado "Como o país do futuro finalmente conseguiu -e o que falta fazer".
Como nas edições especiais de "Financial Times", "Economist" e outros, o "WSJ" destaca que "os brasileiros estão ocupados demais, comprando máquina de lavar, carro e televisor de tela plana, para sequer perceber a crise". De um dos editores, em vídeo: "A ascensão do Brasil como um gigante econômico é um dos maiores temas de nosso tempo. Não está somente redefinindo a América Latina, mas também a economia do mundo inteiro."
FONTE: publicado hoje (30/03) na coluna "Toda Mídia", de Nelson de Sá, na Folha de São Paulo.
Era chamada para o caderno especial que abria com o mesmo título, mais o enunciado "Como o país do futuro finalmente conseguiu -e o que falta fazer".
Como nas edições especiais de "Financial Times", "Economist" e outros, o "WSJ" destaca que "os brasileiros estão ocupados demais, comprando máquina de lavar, carro e televisor de tela plana, para sequer perceber a crise". De um dos editores, em vídeo: "A ascensão do Brasil como um gigante econômico é um dos maiores temas de nosso tempo. Não está somente redefinindo a América Latina, mas também a economia do mundo inteiro."
FONTE: publicado hoje (30/03) na coluna "Toda Mídia", de Nelson de Sá, na Folha de São Paulo.
ESTADO FOI OMISSO E MÍNIMO NA GESTÃO FHC/PSDB/DEM
"Discurso marca saída da ministra, que deixa amanhã Casa Civil para disputar Planalto
No lançamento do PAC 2, petista se emociona ao falar do governo Lula e diz que presidente deixará "herança bendita" para seu sucessor
Em um evento organizado ontem pelo Planalto para marcar a sua despedida do governo, a ministra e presidenciável petista, Dilma Rousseff, acusou, em discurso de 50 minutos, os tucanos de terem implementado um Estado "mínimo" e "omisso" na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"Era o Estado do não", disse a ministra, que amanhã deixa a Casa Civil para iniciar a sua corrida à sucessão. Na campanha, Dilma, terá como principal adversário o governador tucano José Serra (SP), ministro na gestão FHC. A última pesquisa Datafolha [do grupo Folha, radical pró-Serra] divulgada no sábado mostrou que Serra abriu nove pontos sobre a candidata de Lula, na segunda colocação.
"Não tinha planejamento estratégico, não fortalecia as empresas públicas, não promovia alianças com o setor privado", afirmou Dilma em fala na qual anunciou as diretrizes de uma segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento.
Ao discutir o papel do Estado, Dilma repete o que já fizera no discurso do congresso do PT, em fevereiro, quando se lançou oficialmente pré-candidata, e dá a tônica da campanha petista, que propõe uma comparação plebiscitária entre o legado de FHC e o governo Lula.
"Hoje, por tudo isto, podemos dizer que, antes de ser um Estado mínimo, ele foi um Estado omisso", completou a ministra, em uma tentativa de resposta à oposição, que a aponta como "estatizante".
Diante de cerca de mil pessoas, entre as quais governadores, congressistas, ministros, empresários e sindicalistas, a ministra citou dezenas de números do PAC, trocou alguns deles, atacou a oposição, foi aplaudida seguidas vezes e, no minuto final do discurso, ficou com a voz embargada ao falar do programa e da gestão Lula.
Todos no evento receberam um exemplar de um caderno com as principais diretrizes da nova versão do PAC, com previsão de investimentos em infraestrutura entre 2011 e 2014.
Assim como fizera diante dos militantes petistas, Dilma também afirmou que o governo petista deixará uma "herança bendita" ao seu sucessor.
A fala de Lula encerrou o evento. Ele enalteceu a atuação da ministra no programa e se referiu à pré-candidata como "mãe eterna do PAC" e "avó do PAC". O presidente também respaldou Erenice Guerra como uma das executoras do PAC. Ela assumirá amanhã a Casa Civil."
FONTE: publicado hoje (30/03) na Folha de São Paulo.
No lançamento do PAC 2, petista se emociona ao falar do governo Lula e diz que presidente deixará "herança bendita" para seu sucessor
Em um evento organizado ontem pelo Planalto para marcar a sua despedida do governo, a ministra e presidenciável petista, Dilma Rousseff, acusou, em discurso de 50 minutos, os tucanos de terem implementado um Estado "mínimo" e "omisso" na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"Era o Estado do não", disse a ministra, que amanhã deixa a Casa Civil para iniciar a sua corrida à sucessão. Na campanha, Dilma, terá como principal adversário o governador tucano José Serra (SP), ministro na gestão FHC. A última pesquisa Datafolha [do grupo Folha, radical pró-Serra] divulgada no sábado mostrou que Serra abriu nove pontos sobre a candidata de Lula, na segunda colocação.
"Não tinha planejamento estratégico, não fortalecia as empresas públicas, não promovia alianças com o setor privado", afirmou Dilma em fala na qual anunciou as diretrizes de uma segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento.
Ao discutir o papel do Estado, Dilma repete o que já fizera no discurso do congresso do PT, em fevereiro, quando se lançou oficialmente pré-candidata, e dá a tônica da campanha petista, que propõe uma comparação plebiscitária entre o legado de FHC e o governo Lula.
"Hoje, por tudo isto, podemos dizer que, antes de ser um Estado mínimo, ele foi um Estado omisso", completou a ministra, em uma tentativa de resposta à oposição, que a aponta como "estatizante".
Diante de cerca de mil pessoas, entre as quais governadores, congressistas, ministros, empresários e sindicalistas, a ministra citou dezenas de números do PAC, trocou alguns deles, atacou a oposição, foi aplaudida seguidas vezes e, no minuto final do discurso, ficou com a voz embargada ao falar do programa e da gestão Lula.
Todos no evento receberam um exemplar de um caderno com as principais diretrizes da nova versão do PAC, com previsão de investimentos em infraestrutura entre 2011 e 2014.
Assim como fizera diante dos militantes petistas, Dilma também afirmou que o governo petista deixará uma "herança bendita" ao seu sucessor.
A fala de Lula encerrou o evento. Ele enalteceu a atuação da ministra no programa e se referiu à pré-candidata como "mãe eterna do PAC" e "avó do PAC". O presidente também respaldou Erenice Guerra como uma das executoras do PAC. Ela assumirá amanhã a Casa Civil."
FONTE: publicado hoje (30/03) na Folha de São Paulo.
RECORDE DE POPULARIDADE
"Novo recorde
Lula atinge novo recorde de popularidade que a grande imprensa, integrada na campanha eleitoral do governador José Serra, não pode negar, limitando-se a dizer que JK era também popular e não elegeu o marechal Lott, seu sucessor. É engraçado.
Nunca houve presidente da República com o prestígio de que Lula desfruta. Principalmente no segundo mandato. Até um dia desses, os institutos de pesquisa de opinião pública eram forçados a registrar que a popularidade de sua candidata Dilma Rousseff estava crescendo contra a estagnação de José Serra.
As comparações falseiam a verdade histórica. Juscelino Kubitschek foi eleito presidente com 33% do eleitorado. Lula, com metade mais um, por força do segundo turno. Que interesse podia ter Juscelino em fazer do integérrimo Lott seu sucessor? Quais os partidos que estavam mesmo empenhados em sua vitória?
Agora, o quadro é outro. A situação econômica do País invejável, depois que Lula venceu a crise, com coragem, otimismo e bom senso. Nunca foi melhor o quadro social. Quem pode garantir a vitória de Serra, a não ser os dinheiros fartos do Tesouro paulista? O resto é torcida."
FONTE: comentários do jornalista Lustosa da Costa em sua coluna de hoje (30/03) do Diário do Nordeste.
Lula atinge novo recorde de popularidade que a grande imprensa, integrada na campanha eleitoral do governador José Serra, não pode negar, limitando-se a dizer que JK era também popular e não elegeu o marechal Lott, seu sucessor. É engraçado.
Nunca houve presidente da República com o prestígio de que Lula desfruta. Principalmente no segundo mandato. Até um dia desses, os institutos de pesquisa de opinião pública eram forçados a registrar que a popularidade de sua candidata Dilma Rousseff estava crescendo contra a estagnação de José Serra.
As comparações falseiam a verdade histórica. Juscelino Kubitschek foi eleito presidente com 33% do eleitorado. Lula, com metade mais um, por força do segundo turno. Que interesse podia ter Juscelino em fazer do integérrimo Lott seu sucessor? Quais os partidos que estavam mesmo empenhados em sua vitória?
Agora, o quadro é outro. A situação econômica do País invejável, depois que Lula venceu a crise, com coragem, otimismo e bom senso. Nunca foi melhor o quadro social. Quem pode garantir a vitória de Serra, a não ser os dinheiros fartos do Tesouro paulista? O resto é torcida."
FONTE: comentários do jornalista Lustosa da Costa em sua coluna de hoje (30/03) do Diário do Nordeste.
LULA FALA SOBRE ROYALTIES DO PETRÓLEO, COTAS EM UNIVERSIDADES E APOIO A IDOSOS
O PRESIDENTE RESPONDE
Vanda Cáceres Gonçalves, 64 anos, aposentada de Campo Grande (MS) - Gostaria de sugerir que o sr. não vetasse a distribuição da renda do petróleo entre os estados e municípios. V. Exª deveria mandar verificar no que gastam os governos estaduais e os prefeitos.
Presidente Lula - Vanda, nos projetos que enviamos ao Congresso, procuramos definir o marco regulatório da exploração da camada do pré-sal, garantindo o regime de partilha e a formação de um fundo social, cujos rendimentos serão aplicados em educação, ciência e tecnologia, saúde, meio ambiente e cultura. Decidimos deixar a fórmula da divisão dos royalties para mais tarde. Mas esta questão foi a primeira a ser debatida no Congresso. Começaram a disputar o pirão antes mesmo da pescaria. Diante das divergências cada vez mais agudas, o governo federal aceitou perder recursos para favorecer um acordo, fechado com líderes partidários, governadores dos estados produtores e outros governadores. Mas, na hora H, prevaleceu o enfrentamento. Volto a dizer: o momento não é apropriado para essa discussão. Nós não podemos deixar que as paixões momentâneas influenciem decisões que devem valer por décadas. Eu espero que o Congresso, passadas as eleições, saiba encontrar uma solução que contemple todos os estados. Sobre os recursos dos royalties, acho que estados e municípios não devem gastar com custeio. A prioridade deve ser a educação.
Saliel Lopes Pereira, 29 anos, vigilante de Aracruz (ES) - Por que as vagas em universidades federais não são destinadas só a pessoas de famílias com renda de até três salários mínimos? É injusto um filho de juiz ou médico, que estudou em escola particular, disputar uma vaga com quem estudou em escola pública.
Presidente Lula - O conceito de educação pública não faz separação por nível de renda. Nosso trabalho tem sido o de construir as condições para que os mais pobres tenham mais acesso ao ensino público. Estamos criando, em 8 anos, 14 novas universidades e 105 novas extensões universitárias. Dobramos o número de vagas de ingresso nas universidades, que passaram de 113 mil, em 2003, para 227 mil, em 2009. Criamos o Prouni, que concede bolsas para 596 mil jovens de famílias carentes cursarem faculdades particulares. Além do mais, o Enem praticamente eliminou o vestibular convencional, cheio de armadilhas para quem não tinha condições de frequentar cursinhos. E nós nos preocupamos também em melhorar a qualidade do ensino. Sabemos que somente a educação tem o poder de promover um salto de qualidade na vida do cidadão e de todo o povo. Eu vim de uma família pobre, não tive condições de cursar uma faculdade e por isso mesmo conheço muito bem a importância e o valor da educação.
Firmino Luciano Píton, 43 anos, repórter fotográfico de Ribeirão Preto (SP) - Por que o sr. não conseguiu implantar a lei para os idosos poderem viajar de graça? Seria uma forma de aquecer o turismo e de reconhecimento por aqueles que trabalharam a vida toda.
Presidente Lula - Firmino, esse direito está plenamente garantido pelo Estatuto do Idoso. Todas as empresas de transporte rodoviário interestadual de passageiros são obrigadas a reservar aos idosos dois assentos gratuitos em cada ônibus. É preciso comprovar idade mínima de 60 anos e renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Quando esses dois assentos já estiverem preenchidos, a empresa tem que conceder desconto de 50% na passagem para a ocupação de mais assentos. Quando a empresa se negar a respeitar a lei, o idoso deve fazer sua reclamação nos postos da Agência Nacional de Transportes Terrestres nos terminais rodoviários ou pelo telefone 0800-610300.
Além disso, o governo federal criou, há três anos, em parceria com operadoras de turismo, o programa Viaja Mais Melhor Idade, que oferece pacotes com descontos de 50% em 2 mil hotéis nos períodos de baixa temporada. Só no ano passado, foram vendidos 180 mil pacotes. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-7707202."
FONTE: publicado no Diário do Nordeste de hoje (30/03).
Vanda Cáceres Gonçalves, 64 anos, aposentada de Campo Grande (MS) - Gostaria de sugerir que o sr. não vetasse a distribuição da renda do petróleo entre os estados e municípios. V. Exª deveria mandar verificar no que gastam os governos estaduais e os prefeitos.
Presidente Lula - Vanda, nos projetos que enviamos ao Congresso, procuramos definir o marco regulatório da exploração da camada do pré-sal, garantindo o regime de partilha e a formação de um fundo social, cujos rendimentos serão aplicados em educação, ciência e tecnologia, saúde, meio ambiente e cultura. Decidimos deixar a fórmula da divisão dos royalties para mais tarde. Mas esta questão foi a primeira a ser debatida no Congresso. Começaram a disputar o pirão antes mesmo da pescaria. Diante das divergências cada vez mais agudas, o governo federal aceitou perder recursos para favorecer um acordo, fechado com líderes partidários, governadores dos estados produtores e outros governadores. Mas, na hora H, prevaleceu o enfrentamento. Volto a dizer: o momento não é apropriado para essa discussão. Nós não podemos deixar que as paixões momentâneas influenciem decisões que devem valer por décadas. Eu espero que o Congresso, passadas as eleições, saiba encontrar uma solução que contemple todos os estados. Sobre os recursos dos royalties, acho que estados e municípios não devem gastar com custeio. A prioridade deve ser a educação.
Saliel Lopes Pereira, 29 anos, vigilante de Aracruz (ES) - Por que as vagas em universidades federais não são destinadas só a pessoas de famílias com renda de até três salários mínimos? É injusto um filho de juiz ou médico, que estudou em escola particular, disputar uma vaga com quem estudou em escola pública.
Presidente Lula - O conceito de educação pública não faz separação por nível de renda. Nosso trabalho tem sido o de construir as condições para que os mais pobres tenham mais acesso ao ensino público. Estamos criando, em 8 anos, 14 novas universidades e 105 novas extensões universitárias. Dobramos o número de vagas de ingresso nas universidades, que passaram de 113 mil, em 2003, para 227 mil, em 2009. Criamos o Prouni, que concede bolsas para 596 mil jovens de famílias carentes cursarem faculdades particulares. Além do mais, o Enem praticamente eliminou o vestibular convencional, cheio de armadilhas para quem não tinha condições de frequentar cursinhos. E nós nos preocupamos também em melhorar a qualidade do ensino. Sabemos que somente a educação tem o poder de promover um salto de qualidade na vida do cidadão e de todo o povo. Eu vim de uma família pobre, não tive condições de cursar uma faculdade e por isso mesmo conheço muito bem a importância e o valor da educação.
Firmino Luciano Píton, 43 anos, repórter fotográfico de Ribeirão Preto (SP) - Por que o sr. não conseguiu implantar a lei para os idosos poderem viajar de graça? Seria uma forma de aquecer o turismo e de reconhecimento por aqueles que trabalharam a vida toda.
Presidente Lula - Firmino, esse direito está plenamente garantido pelo Estatuto do Idoso. Todas as empresas de transporte rodoviário interestadual de passageiros são obrigadas a reservar aos idosos dois assentos gratuitos em cada ônibus. É preciso comprovar idade mínima de 60 anos e renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Quando esses dois assentos já estiverem preenchidos, a empresa tem que conceder desconto de 50% na passagem para a ocupação de mais assentos. Quando a empresa se negar a respeitar a lei, o idoso deve fazer sua reclamação nos postos da Agência Nacional de Transportes Terrestres nos terminais rodoviários ou pelo telefone 0800-610300.
Além disso, o governo federal criou, há três anos, em parceria com operadoras de turismo, o programa Viaja Mais Melhor Idade, que oferece pacotes com descontos de 50% em 2 mil hotéis nos períodos de baixa temporada. Só no ano passado, foram vendidos 180 mil pacotes. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-7707202."
FONTE: publicado no Diário do Nordeste de hoje (30/03).
segunda-feira, 29 de março de 2010
O PROGRAMA TUCANO DE PRIVATIZAÇÃO DO PRÉ-SAL
"Petroleiros denunciam programa privatista do pré-sal dos tucanos
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alerta que “caso vença as eleições presidenciais de outubro, o PSDB, deve rever a legislação que tramita no Congresso referente ao pré-sal. Os tucanos pretendem retomar as regras do marco regulatório do petróleo elaboradas no governo Fernando Henrique Cardoso em 1997, que estabeleceu o sistema de concessão”.
A denúncia dos petroleiros é baseada nas declarações do deputado Luis Paulo Vellozo (PSDB-ES), cotado para coordenar o programa de governo de José Serra para a presidência da República, publicadas pelo jornal Valor Econômico da edição do dia 22 de março.
“Falando em nome do candidato tucano, Vellozo foi categórico ao declarar que o PSDB restabelecerá os leilões de concessão para as áreas do pré-sal, caso Serra seja eleito presidente”, destaca a FUP.
O deputado tucano ressaltou ainda que o PSDB é terminantemente contra o fortalecimento da Petrobrás e que Serra, se eleito, irá impedir a emissão de Títulos do Tesouro para a operação de capitalização da empresa.
DNA privatista
Os petroleiros destacam ainda que “José Serra já provou que seu DNA, assim como o de FHC, é privatista. Vide a entrega da CESP, maior companhia de energia elétrica do país, o desmonte do banco Nossa Caixa (que foi adquirido pelo Banco do Brasil) e a tentativa de privatização da SABESP (companhia estadual de saneamento básico)”, citando os exemplos ocorridos em São Paulo, sob a administração tucana nos últimos 15 anos.
“O patrimônio público foi dilapidado durante os oito anos do governo FHC, quando tucanos e demos promoveram a maior privataria da história do Brasil. Nosso petróleo foi entregue às multinacionais, a Petrobrás foi sucateada e só não foi privatizada porque os trabalhadores e a sociedade reagiram”, lembra a direção da FUP.
Para os petroleiros, uma possível eleição de Serra representa a entrega das reservas bilionárias do pré-sal às multinacionais. “Basta acompanhar a disputa pelo petróleo que está em curso no Congresso Nacional e ver de que lado estão os tucanos e demos”, alertam.
Eles também citaram dados publicados na coluna “Mercado Aberto” do jornal O Globo, no dia 13 de fevereiro, dando conta de que a multinacional Shell foi uma das que mais lucrou com os leilões de petróleo no Brasil e já é operadora de cinco blocos nas bacias de Campos, Espírito Santo e Santos, onde detém 100% do BM-S-54.
“Graças ao entreguismo do PSDB/DEM, a Shell tem também participação de até 40% em cinco blocos operados pela Petrobrás, além de ser operadora única em outros cinco blocos de campos de produção terrestre, na Bacia de São Francisco. Tudo isso, graças à privataria dos tucanos e demos, também conhecida como Lei 9478/97, que criou o regime de concessão do petróleo e gás brasileiros. Esse é o modelo defendido por Serra para dar continuidade à entrega dos nossos recursos às empresas privadas”, finalizam."
FONTE: publicado hoje (29/03) no portal "Vermelho", com informações da FUP.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alerta que “caso vença as eleições presidenciais de outubro, o PSDB, deve rever a legislação que tramita no Congresso referente ao pré-sal. Os tucanos pretendem retomar as regras do marco regulatório do petróleo elaboradas no governo Fernando Henrique Cardoso em 1997, que estabeleceu o sistema de concessão”.
A denúncia dos petroleiros é baseada nas declarações do deputado Luis Paulo Vellozo (PSDB-ES), cotado para coordenar o programa de governo de José Serra para a presidência da República, publicadas pelo jornal Valor Econômico da edição do dia 22 de março.
“Falando em nome do candidato tucano, Vellozo foi categórico ao declarar que o PSDB restabelecerá os leilões de concessão para as áreas do pré-sal, caso Serra seja eleito presidente”, destaca a FUP.
O deputado tucano ressaltou ainda que o PSDB é terminantemente contra o fortalecimento da Petrobrás e que Serra, se eleito, irá impedir a emissão de Títulos do Tesouro para a operação de capitalização da empresa.
DNA privatista
Os petroleiros destacam ainda que “José Serra já provou que seu DNA, assim como o de FHC, é privatista. Vide a entrega da CESP, maior companhia de energia elétrica do país, o desmonte do banco Nossa Caixa (que foi adquirido pelo Banco do Brasil) e a tentativa de privatização da SABESP (companhia estadual de saneamento básico)”, citando os exemplos ocorridos em São Paulo, sob a administração tucana nos últimos 15 anos.
“O patrimônio público foi dilapidado durante os oito anos do governo FHC, quando tucanos e demos promoveram a maior privataria da história do Brasil. Nosso petróleo foi entregue às multinacionais, a Petrobrás foi sucateada e só não foi privatizada porque os trabalhadores e a sociedade reagiram”, lembra a direção da FUP.
Para os petroleiros, uma possível eleição de Serra representa a entrega das reservas bilionárias do pré-sal às multinacionais. “Basta acompanhar a disputa pelo petróleo que está em curso no Congresso Nacional e ver de que lado estão os tucanos e demos”, alertam.
Eles também citaram dados publicados na coluna “Mercado Aberto” do jornal O Globo, no dia 13 de fevereiro, dando conta de que a multinacional Shell foi uma das que mais lucrou com os leilões de petróleo no Brasil e já é operadora de cinco blocos nas bacias de Campos, Espírito Santo e Santos, onde detém 100% do BM-S-54.
“Graças ao entreguismo do PSDB/DEM, a Shell tem também participação de até 40% em cinco blocos operados pela Petrobrás, além de ser operadora única em outros cinco blocos de campos de produção terrestre, na Bacia de São Francisco. Tudo isso, graças à privataria dos tucanos e demos, também conhecida como Lei 9478/97, que criou o regime de concessão do petróleo e gás brasileiros. Esse é o modelo defendido por Serra para dar continuidade à entrega dos nossos recursos às empresas privadas”, finalizam."
FONTE: publicado hoje (29/03) no portal "Vermelho", com informações da FUP.
LULA FALA DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE, DE FERROVIAS E MELHORIA DA SAÚDE
"Café com o presidente: desenvolvimento do Nordeste, Ferrovias, e Saúde
Apresentador: Presidente, na semana passada, o senhor foi à Bahia, onde inaugurou o gasoduto da integração Sudeste e Nordeste (Gasene). O que significa para o país e, principalmente, para a região nordeste uma obra desse porte?
Presidente: Significa, Luciano, um pouco mais de independência para o desenvolvimento da região nordeste brasileira, porque nós fizemos a integração entre o sudeste e o nordeste fazendo com que o nordeste possa ter as mesmas condições de receber gás que tem o sudeste brasileiro. É um gasoduto de 1.387 quilômetros. É um gasoduto que tem uma grandeza porque é o maior gasoduto construído pelo Brasil nos últimos dez anos, e o mais importante é que ele vai transportar 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia, ou seja, isso é praticamente mais do que dobrar aquilo que era a capacidade do nordeste brasileiro. Portanto, vai ter como industrializar melhor o nordeste, vai ter como modernizar a produção do nordeste, vai ter como ter energia mais limpa no nordeste. E esse gasoduto foi uma coisa importante porque foi a primeira parceria que nós fizemos com os chineses, um investimento muito grande, um investimento praticamente de R$ 7,2 bilhões. E esse gasoduto, durante a sua construção, ele gerou 47 mil postos de trabalho. Quer dizer que é uma obra extraordinária e eu acho que isso vai dando ao Brasil uma cara mais igualitária, uma cara de transformar o Brasil num país das regiões tratadas em igualdade de condições, ou seja, levando benefício para todo o território nacional.
Apresentador: E falando em desenvolvimento das regiões mais pobres do país, presidente, o senhor também aproveitou para lançar o edital de licitação da Ferrovia Oeste-Leste, outra obra que trará desenvolvimento ao nordeste, não é?
Presidente: Olha, Luciano, a Ferrovia Oeste-Leste é uma ferrovia muito grande, é uma ferrovia de 1.527 quilômetros de distância. Se a gente for analisar todo o tamanho dela, ou seja, saindo de Ilhéus, passando por Caetité e Barreiras, na Bahia, a gente vai chegar em Figueirópolis, em Tocantins, interligando a Oeste-Leste com a ferrovia Norte-Sul, permitindo que o Brasil tenha um sistema de transporte altamente moderno e praticamente integrado, porque tudo isso vai terminar se ligando ao Porto de Itaqui. Depois que nós terminarmos a ferrovia Norte-Sul, em Anápolis, nós vamos levá-la até Estrela D'Oeste, em São Paulo. Então você vai ter uma ligação direta, sabe, de todo o norte e o nordeste com o sistema ferroviário se ligando ao sul e ao sudeste do país numa demonstração de um sistema ferroviário vigoroso para garantir mais capacidade de escoamento das coisas produzidas no Brasil. E tudo isso vai ser importante porque nós vamos ter um sistema ferroviário muito forte, ou seja, construindo a Norte-Sul, que vai do Porto de Itaqui, no Maranhão até o Porto de Santos, ou seja, quando a gente chegar em Estrela D'Oeste, este ano nós vamos terminar a primeira fase até Anápolis, que dá um total de mais de 1.500 quilômetros feitos só no nosso governo. Já está no PAC 2 a continuidade até a Estrela D'Oeste. Com a construção de mais 1.527 quilômetros da ferrovia Oeste-Leste na Bahia e, depois, com a conclusão, em 2012, da ferrovia Transnordestina, nós vamos ter um sistema ferroviário muito vigoroso para ajudar o Brasil a se transformar numa economia muito forte.
Apresentador: Presidente, outro evento que mereceu destaque, na semana passada, foi a entrega de ambulâncias, em São Paulo. Ações desse tipo vêm reforçar a preocupação do governo com a melhoria da saúde do povo brasileiro, não é?
Presidente: Nós temos um compromisso, Luciano, de entregarmos este ano 3.800 novas ambulâncias, ou seja, essas 650 fazem parte de um processo de aumento. Hoje nós atingimos 1.234 municípios, atendemos, mais ou menos, 130 milhões de pessoas. Com todas as ambulâncias funcionando, nós vamos atender praticamente quatro mil municípios, chegando a quase 165 milhões de pessoas. E estamos fazendo isso porque nós entendemos que é preciso cada vez mais a gente melhorar a qualidade de saúde do povo brasileiro. Só para você ter uma idéia, essas novas ambulâncias, algumas vão estar tão bem equipadas que se um cidadão passar mal, o primeiro exame, por exemplo, cardíaco, será feito na ambulância, será passado diretamente para um hospital especialista para dar um diagnóstico imediatamente. E isso vai salvar muitas vidas no Brasil. Eu acho que é um projeto muito, muito importante, e se você juntar as 3.800 ambulâncias que vão estar circulando no Brasil com as 500 UPAS, é a Unidade de Pronto Atendimento que nós vamos fazer pelo Brasil inteiro, e essas UPAS, elas vão funcionar vinte e quatro horas por dia, ou seja, é um tratamento de emergência, ou seja, qualquer problema a qualquer hora da noite que a pessoa tiver, ou seja, a pessoa vai na UPA, é atendida, se tiver que ir para o hospital, a ambulância do SAMU vai levar para o hospital e as pessoas não vão ficar vagando dentro de uma ambulância procurando um leito hospitalar, não. Já vai sair da UPA com o leito hospitalar garantido, e isso tem facilitado a vida das pessoas. Nós vamos aperfeiçoar, e muito, o sistema de atendimento ao povo brasileiro."
FONTE: publicado hoje (29/03) no blog "Os amigos do Presidente Lula".
Apresentador: Presidente, na semana passada, o senhor foi à Bahia, onde inaugurou o gasoduto da integração Sudeste e Nordeste (Gasene). O que significa para o país e, principalmente, para a região nordeste uma obra desse porte?
Presidente: Significa, Luciano, um pouco mais de independência para o desenvolvimento da região nordeste brasileira, porque nós fizemos a integração entre o sudeste e o nordeste fazendo com que o nordeste possa ter as mesmas condições de receber gás que tem o sudeste brasileiro. É um gasoduto de 1.387 quilômetros. É um gasoduto que tem uma grandeza porque é o maior gasoduto construído pelo Brasil nos últimos dez anos, e o mais importante é que ele vai transportar 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia, ou seja, isso é praticamente mais do que dobrar aquilo que era a capacidade do nordeste brasileiro. Portanto, vai ter como industrializar melhor o nordeste, vai ter como modernizar a produção do nordeste, vai ter como ter energia mais limpa no nordeste. E esse gasoduto foi uma coisa importante porque foi a primeira parceria que nós fizemos com os chineses, um investimento muito grande, um investimento praticamente de R$ 7,2 bilhões. E esse gasoduto, durante a sua construção, ele gerou 47 mil postos de trabalho. Quer dizer que é uma obra extraordinária e eu acho que isso vai dando ao Brasil uma cara mais igualitária, uma cara de transformar o Brasil num país das regiões tratadas em igualdade de condições, ou seja, levando benefício para todo o território nacional.
Apresentador: E falando em desenvolvimento das regiões mais pobres do país, presidente, o senhor também aproveitou para lançar o edital de licitação da Ferrovia Oeste-Leste, outra obra que trará desenvolvimento ao nordeste, não é?
Presidente: Olha, Luciano, a Ferrovia Oeste-Leste é uma ferrovia muito grande, é uma ferrovia de 1.527 quilômetros de distância. Se a gente for analisar todo o tamanho dela, ou seja, saindo de Ilhéus, passando por Caetité e Barreiras, na Bahia, a gente vai chegar em Figueirópolis, em Tocantins, interligando a Oeste-Leste com a ferrovia Norte-Sul, permitindo que o Brasil tenha um sistema de transporte altamente moderno e praticamente integrado, porque tudo isso vai terminar se ligando ao Porto de Itaqui. Depois que nós terminarmos a ferrovia Norte-Sul, em Anápolis, nós vamos levá-la até Estrela D'Oeste, em São Paulo. Então você vai ter uma ligação direta, sabe, de todo o norte e o nordeste com o sistema ferroviário se ligando ao sul e ao sudeste do país numa demonstração de um sistema ferroviário vigoroso para garantir mais capacidade de escoamento das coisas produzidas no Brasil. E tudo isso vai ser importante porque nós vamos ter um sistema ferroviário muito forte, ou seja, construindo a Norte-Sul, que vai do Porto de Itaqui, no Maranhão até o Porto de Santos, ou seja, quando a gente chegar em Estrela D'Oeste, este ano nós vamos terminar a primeira fase até Anápolis, que dá um total de mais de 1.500 quilômetros feitos só no nosso governo. Já está no PAC 2 a continuidade até a Estrela D'Oeste. Com a construção de mais 1.527 quilômetros da ferrovia Oeste-Leste na Bahia e, depois, com a conclusão, em 2012, da ferrovia Transnordestina, nós vamos ter um sistema ferroviário muito vigoroso para ajudar o Brasil a se transformar numa economia muito forte.
Apresentador: Presidente, outro evento que mereceu destaque, na semana passada, foi a entrega de ambulâncias, em São Paulo. Ações desse tipo vêm reforçar a preocupação do governo com a melhoria da saúde do povo brasileiro, não é?
Presidente: Nós temos um compromisso, Luciano, de entregarmos este ano 3.800 novas ambulâncias, ou seja, essas 650 fazem parte de um processo de aumento. Hoje nós atingimos 1.234 municípios, atendemos, mais ou menos, 130 milhões de pessoas. Com todas as ambulâncias funcionando, nós vamos atender praticamente quatro mil municípios, chegando a quase 165 milhões de pessoas. E estamos fazendo isso porque nós entendemos que é preciso cada vez mais a gente melhorar a qualidade de saúde do povo brasileiro. Só para você ter uma idéia, essas novas ambulâncias, algumas vão estar tão bem equipadas que se um cidadão passar mal, o primeiro exame, por exemplo, cardíaco, será feito na ambulância, será passado diretamente para um hospital especialista para dar um diagnóstico imediatamente. E isso vai salvar muitas vidas no Brasil. Eu acho que é um projeto muito, muito importante, e se você juntar as 3.800 ambulâncias que vão estar circulando no Brasil com as 500 UPAS, é a Unidade de Pronto Atendimento que nós vamos fazer pelo Brasil inteiro, e essas UPAS, elas vão funcionar vinte e quatro horas por dia, ou seja, é um tratamento de emergência, ou seja, qualquer problema a qualquer hora da noite que a pessoa tiver, ou seja, a pessoa vai na UPA, é atendida, se tiver que ir para o hospital, a ambulância do SAMU vai levar para o hospital e as pessoas não vão ficar vagando dentro de uma ambulância procurando um leito hospitalar, não. Já vai sair da UPA com o leito hospitalar garantido, e isso tem facilitado a vida das pessoas. Nós vamos aperfeiçoar, e muito, o sistema de atendimento ao povo brasileiro."
FONTE: publicado hoje (29/03) no blog "Os amigos do Presidente Lula".
IRÃ PEDE O INADMISSÍVEL
AS POTÊNCIAS OCIDENTAIS QUEREM DURAS SANÇÕES CONTRA O IRÃ PELA CONJECTURA DE, EVENTUALMENTE, NO FUTURO, OS IRANIANOS QUEREREM DESENVOLVER ARMAS NUCLEARES
CONTUDO, CONSIDERAM INADMISSÍVEL QUALQUER MENÇÃO, INSPEÇÃO OU RECRIMINAÇÃO À ATUAL PRODUÇÃO DE ARMAS ATÔMICAS POR ISRAEL e GRANDES POTÊNCIAS. O IRÃ, AO PEDIR ISSO, AFRONTA ISRAEL E OS EUA (e a nossa 'grande mídia').
"Irã pede desarmamento nuclear de Israel e do resto do mundo
Bangcoc, 29 mar (EFE).- O Irã exigiu hoje o desmantelamento do arsenal nuclear de Israel e do resto do mundo e defendeu o direito ao enriquecimento de urânio para usar a energia atômica com fins civis e pacíficos.
"O Irã reivindica o desarmamento nuclear no mundo, em particular no Oriente Médio, e a eliminação do arsenal nuclear de Israel", declarou o parlamentar iraniano Mohamed Hassan Aboutorabifard na Assembleia da União Interparlamentar realizada em Bangcoc.
"A República Islâmica do Irã continuará com suas atividades nucleares pacíficas", ressaltou o deputado. Segundo ele, o país cumpre com as cláusulas do Tratado de Não-Proliferação.
Tanto Europa quanto Estados Unidos defendem mais sanções internacionais contra Teerã pela recusa do regime iraniano em aceitar as propostas de enriquecimento de urânio no exterior para em seguida devolvê-lo ao Irã.
As novas sanções contempladas por Washington e seus aliados incluiriam uma proibição total de certas transações comerciais com o Irã."
FONTE: divulgado hoje (29/03) pela agência espanhola de notícias EFE e postado no portal UOL [título e primeiros dois parágrafos adicionados por este blog].
CONTUDO, CONSIDERAM INADMISSÍVEL QUALQUER MENÇÃO, INSPEÇÃO OU RECRIMINAÇÃO À ATUAL PRODUÇÃO DE ARMAS ATÔMICAS POR ISRAEL e GRANDES POTÊNCIAS. O IRÃ, AO PEDIR ISSO, AFRONTA ISRAEL E OS EUA (e a nossa 'grande mídia').
"Irã pede desarmamento nuclear de Israel e do resto do mundo
Bangcoc, 29 mar (EFE).- O Irã exigiu hoje o desmantelamento do arsenal nuclear de Israel e do resto do mundo e defendeu o direito ao enriquecimento de urânio para usar a energia atômica com fins civis e pacíficos.
"O Irã reivindica o desarmamento nuclear no mundo, em particular no Oriente Médio, e a eliminação do arsenal nuclear de Israel", declarou o parlamentar iraniano Mohamed Hassan Aboutorabifard na Assembleia da União Interparlamentar realizada em Bangcoc.
"A República Islâmica do Irã continuará com suas atividades nucleares pacíficas", ressaltou o deputado. Segundo ele, o país cumpre com as cláusulas do Tratado de Não-Proliferação.
Tanto Europa quanto Estados Unidos defendem mais sanções internacionais contra Teerã pela recusa do regime iraniano em aceitar as propostas de enriquecimento de urânio no exterior para em seguida devolvê-lo ao Irã.
As novas sanções contempladas por Washington e seus aliados incluiriam uma proibição total de certas transações comerciais com o Irã."
FONTE: divulgado hoje (29/03) pela agência espanhola de notícias EFE e postado no portal UOL [título e primeiros dois parágrafos adicionados por este blog].
BBC: ÍNDICE DE OTIMISMO NO BRASIL É O MAIOR DO MUNDO
"Empresários do Brasil são os mais otimistas sobre economia global, diz pesquisa
Os empresários brasileiros são os mais otimistas quanto ao comportamento da economia global no próximo ano, indica uma pesquisa feita em 17 das principais economias do mundo pela consultoria internacional KPMG.
O levantamento, divulgado nesta segunda-feira, mostra um aumento generalizado do otimismo em relação à recuperação econômica global, principalmente nos Estados Unidos e nos países do grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
Esta é a segunda vez seguida que a pesquisa, realizada de quatro em quatro meses, apresenta um crescimento do otimismo em vários itens como atividade econômica, receitas e lucros.
Segundo a KPMG, os empresários brasileiros são os mais otimistas nos dois setores avaliados pelo levantamento - indústrias e serviços.
Perspectivas
A pesquisa ouviu cerca de 11 mil empresários de Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Espanha, Irlanda, Áustria, Holanda, Grécia, República Tcheca, Polônia, Brasil, Rússia, Índia e China sobre suas perspectivas para os 12 meses seguintes.
Para cada item pesquisado, é atribuída uma nota entre -100 e +100, obtida com a subtração da porcentagem de empresários que esperam uma deterioração nas condições para o próximo período da porcentagem daqueles que esperam uma melhoria.
No geral, a pesquisa mostrou um aumento no otimismo entre os 17 países pesquisados sobre a atividade econômica no setor industrial, com uma variação do índice de +42,9 para +50,9 entre o levantamento anterior, de outubro de 2009, e a pesquisa divulgada nesta segunda-feira.
No setor de serviços, com apenas 12 países pesquisados (Áustria, Holanda, Grécia, República Tcheca e Polônia ficaram de fora), o índice de otimismo registrou uma leve variação negativa no mesmo período - de +46,5 para +44,0.
Índices maiores
O índice de otimismo no Brasil ficou em +84,2 para o setor industrial e +78,3 para o setor de serviços. Quando considerados em conjunto os países do grupo BRIC, os índices de otimismo foram de +63,4 e +58,3 nos dois setores, respectivamente.
Os Estados Unidos, que tiveram índices de +65,7 e +60,3, apresentaram a segunda maior taxa de otimismo entre o empresariado, superior até mesmo à média dos países BRIC.
Na China, cuja economia continuou registrando altos índices de crescimento mesmo durante a crise econômica global, os índices de otimismo foram de +63,5 e +59,9.
A Grécia, país que enfrenta graves problemas econômicos e a ameaça de um calote de sua dívida, foi o único entre os 17 países pesquisados em que o pessimismo superou o otimismo, com um índice de -25,2 no setor industrial (o país não entrou na pesquisa para o setor de serviços).
Após a Grécia, a República Tcheca (+8,9 no setor industrial) e o Japão (+25,9 no setor industrial e +3,9 no setor de serviços) foram os países com o empresariado menos otimista em relação ao comportamento da economia no próximo ano.
Recuperação
Para Alan Buckle, diretor global de consultoria na KPMG, os resultados da pesquisa são mais uma indicação de que a crise global parece ter sido superada, mas mostram os países em três diferentes níveis em relação à recuperação.
"No primeiro nível estão os países BRIC - cheios de confiança e preocupados apenas com inflação ou questões externas sobre as quais eles não têm controle", diz.
No segundo nível, segundo ele, estão os Estados Unidos e as economias europeias mais fortes, que mostram um otimismo cauteloso, com dúvidas ainda sobre a sustentabilidade da recuperação depois que os pacotes de estímulo forem retirados.
"No terceiro nível estão países como a Grécia, nos quais a confiança empresarial inexiste por razões óbvias. Países nesse nível têm resultados nas pesquisas bem atrás dos demais, servindo como uma lição salutar para os outros de que nada pode ser considerado como garantido neste estágio mais delicado da recuperação", complementa Buckle.
Brasil
Os dados da pesquisa para o Brasil indicam ainda um otimismo em relação a lucros (+80,1 no setor industrial e +75,6 no setor de serviços), novos pedidos (+85,3 na indústria e +78,4 em serviços) e nível de empregos (+76,8 e +69,1).
O levantamento detalhado indica ainda uma preocupação um pouco maior do empresariado brasileiro com inflação, com índices abaixo da média para itens como preços de insumos, preços de venda e custos com serviços.
Para Oscar Caipo, chefe de consultoria da KPMG para a América Latina, "o Brasil parece estar cumprindo verdadeiramente a promessa de crescimento dos BRIC", com os maiores níveis de otimismo entre todos os países pesquisados.
"Esse otimismo pode ser atribuído à forte demanda, tanto interna quanto externa, pelos produtos e serviços brasileiros", afirma Caipo."
FONTE: divulgado hoje (29/03) pela agência britânica BBC e postado no portal UOL.
Os empresários brasileiros são os mais otimistas quanto ao comportamento da economia global no próximo ano, indica uma pesquisa feita em 17 das principais economias do mundo pela consultoria internacional KPMG.
O levantamento, divulgado nesta segunda-feira, mostra um aumento generalizado do otimismo em relação à recuperação econômica global, principalmente nos Estados Unidos e nos países do grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
Esta é a segunda vez seguida que a pesquisa, realizada de quatro em quatro meses, apresenta um crescimento do otimismo em vários itens como atividade econômica, receitas e lucros.
Segundo a KPMG, os empresários brasileiros são os mais otimistas nos dois setores avaliados pelo levantamento - indústrias e serviços.
Perspectivas
A pesquisa ouviu cerca de 11 mil empresários de Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Espanha, Irlanda, Áustria, Holanda, Grécia, República Tcheca, Polônia, Brasil, Rússia, Índia e China sobre suas perspectivas para os 12 meses seguintes.
Para cada item pesquisado, é atribuída uma nota entre -100 e +100, obtida com a subtração da porcentagem de empresários que esperam uma deterioração nas condições para o próximo período da porcentagem daqueles que esperam uma melhoria.
No geral, a pesquisa mostrou um aumento no otimismo entre os 17 países pesquisados sobre a atividade econômica no setor industrial, com uma variação do índice de +42,9 para +50,9 entre o levantamento anterior, de outubro de 2009, e a pesquisa divulgada nesta segunda-feira.
No setor de serviços, com apenas 12 países pesquisados (Áustria, Holanda, Grécia, República Tcheca e Polônia ficaram de fora), o índice de otimismo registrou uma leve variação negativa no mesmo período - de +46,5 para +44,0.
Índices maiores
O índice de otimismo no Brasil ficou em +84,2 para o setor industrial e +78,3 para o setor de serviços. Quando considerados em conjunto os países do grupo BRIC, os índices de otimismo foram de +63,4 e +58,3 nos dois setores, respectivamente.
Os Estados Unidos, que tiveram índices de +65,7 e +60,3, apresentaram a segunda maior taxa de otimismo entre o empresariado, superior até mesmo à média dos países BRIC.
Na China, cuja economia continuou registrando altos índices de crescimento mesmo durante a crise econômica global, os índices de otimismo foram de +63,5 e +59,9.
A Grécia, país que enfrenta graves problemas econômicos e a ameaça de um calote de sua dívida, foi o único entre os 17 países pesquisados em que o pessimismo superou o otimismo, com um índice de -25,2 no setor industrial (o país não entrou na pesquisa para o setor de serviços).
Após a Grécia, a República Tcheca (+8,9 no setor industrial) e o Japão (+25,9 no setor industrial e +3,9 no setor de serviços) foram os países com o empresariado menos otimista em relação ao comportamento da economia no próximo ano.
Recuperação
Para Alan Buckle, diretor global de consultoria na KPMG, os resultados da pesquisa são mais uma indicação de que a crise global parece ter sido superada, mas mostram os países em três diferentes níveis em relação à recuperação.
"No primeiro nível estão os países BRIC - cheios de confiança e preocupados apenas com inflação ou questões externas sobre as quais eles não têm controle", diz.
No segundo nível, segundo ele, estão os Estados Unidos e as economias europeias mais fortes, que mostram um otimismo cauteloso, com dúvidas ainda sobre a sustentabilidade da recuperação depois que os pacotes de estímulo forem retirados.
"No terceiro nível estão países como a Grécia, nos quais a confiança empresarial inexiste por razões óbvias. Países nesse nível têm resultados nas pesquisas bem atrás dos demais, servindo como uma lição salutar para os outros de que nada pode ser considerado como garantido neste estágio mais delicado da recuperação", complementa Buckle.
Brasil
Os dados da pesquisa para o Brasil indicam ainda um otimismo em relação a lucros (+80,1 no setor industrial e +75,6 no setor de serviços), novos pedidos (+85,3 na indústria e +78,4 em serviços) e nível de empregos (+76,8 e +69,1).
O levantamento detalhado indica ainda uma preocupação um pouco maior do empresariado brasileiro com inflação, com índices abaixo da média para itens como preços de insumos, preços de venda e custos com serviços.
Para Oscar Caipo, chefe de consultoria da KPMG para a América Latina, "o Brasil parece estar cumprindo verdadeiramente a promessa de crescimento dos BRIC", com os maiores níveis de otimismo entre todos os países pesquisados.
"Esse otimismo pode ser atribuído à forte demanda, tanto interna quanto externa, pelos produtos e serviços brasileiros", afirma Caipo."
FONTE: divulgado hoje (29/03) pela agência britânica BBC e postado no portal UOL.