LULA ATINGE POPULARIDADE RECORDE NA CIDADE DE SÃO PAULO, DIZ DATAFOLHA
O portal UOL postou sábado à tarde a seguinte notícia da Folha Online, que aponta forte popularidade do Presidente Lula na cidade de São Paulo:
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu índice de popularidade recorde na cidade de São Paulo --49%--, segundo pesquisa Datafolha. O resultado faz de Lula o mais importante cabo eleitoral para a candidata petista à Prefeitura, Marta Suplicy.
Neste sábado, Lula participou de uma carreata e de um comício de apoio à candidatura de Marta. Ele criticou a disputa por sua imagem nas eleições e disse que, em São Paulo, tem "lado": Marta Suplicy. "Eu sou presidente de todos os brasileiros, mas eu tenho lado, e em São Paulo estou do lado de Marta Suplicy para prefeita", disse.
Pesquisa Datafolha publicada na edição deste sábado da Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL ou do jornal) aponta que Marta lidera a disputa pela Prefeitura com 39% das intenções de voto contra 24% de Geraldo Alckmin (PSDB) e 16% do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), candidato à reeleição.”
domingo, 31 de agosto de 2008
BNDES: PAÍS VIVE CICLO DE INVESTIMENTOS AMPLO E ROBUSTO
Leonardo Goy e Fabio Graner, da Agência Estado, escreveram no Estadão que o BNDES estima que a taxa de investimento chegará a 21% do PIB em 2010.
“O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje que o Brasil vive um ciclo de investimentos amplo e robusto. Ele destacou que após um ano da crise internacional gerada pelos problemas com as hipotecas de segunda linha (subprime) nos Estados Unidos, as decisões de investimentos no Brasil "nem tremeram".
Segundo ele, os dados do BNDES mostram que desde a eclosão da crise, em agosto de 2007, os projetos de investimento em análise na instituição cresceram 30%. Em sua apresentação na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Coutinho destacou que a taxa de investimento no Brasil tem crescido duas vezes acima da expansão do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, esse ritmo indica que o nível de investimento do País chegará a 21% do PIB em 2010. Em 2008, ele calcula que esse indicador ficará em 18,5% do PIB.
INVESTIMENTOS
O presidente do BNDES apresentou um mapeamento que mostra que os investimentos no período de 2008 a 2011 devem chegar a R$ 1,5 trilhão, o que implica uma taxa de crescimento anual de 18%.
Apesar do discurso otimista, Coutinho ponderou que não há motivo para "subir no salto alto" e é preciso trabalhar para elevar a poupança interna e colocar o País no grupo dos países que têm autonomia para crescer. "Não quer dizer que está tudo resolvido. Há uma travessia pela frente, mas assim como atravessamos este último ano, podemos continuar essa travessia. O padrão de crescimento é virtuoso. Temos um mercado interno que é um ativo do Brasil com um potencial tremendo", afirmou. Coutinho disse também que os fundamentos da economia brasileira estão muito sólidos, dando previsibilidade aos empresários para que possam investir.
Coutinho apresentou também dados sobre uma série de projetos de investimentos em vários setores e ressaltou o papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na condução "do barco sólido e bem construído" do Brasil. "Temos no comando um timoneiro firme", comentou.
TREM-BALA RIO-SP-CAMPINAS
Coutinho disse também que o leilão de concessão para o projeto do trem-bala (trem de alta velocidade), que ligará Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, no interior paulista, deverá ocorrer em fevereiro de 2009. Segundo ele, a idéia é que a linha comece a operar em 2014 e o investimento na construção foi estimado em US$ 11 bilhões. O BNDES foi encarregado pelo governo de concluir os estudos técnicos de viabilidade econômica e financeira do projeto do trem-bala.
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, disse que esses estudos devem ser concluídos em outubro. Segundo ele, técnicos do ministério vão se reunir na próxima segunda-feira (dia 1º) com representantes do governo do Estado de São Paulo para discutir a parte paulista do projeto.”
“O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje que o Brasil vive um ciclo de investimentos amplo e robusto. Ele destacou que após um ano da crise internacional gerada pelos problemas com as hipotecas de segunda linha (subprime) nos Estados Unidos, as decisões de investimentos no Brasil "nem tremeram".
Segundo ele, os dados do BNDES mostram que desde a eclosão da crise, em agosto de 2007, os projetos de investimento em análise na instituição cresceram 30%. Em sua apresentação na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Coutinho destacou que a taxa de investimento no Brasil tem crescido duas vezes acima da expansão do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, esse ritmo indica que o nível de investimento do País chegará a 21% do PIB em 2010. Em 2008, ele calcula que esse indicador ficará em 18,5% do PIB.
INVESTIMENTOS
O presidente do BNDES apresentou um mapeamento que mostra que os investimentos no período de 2008 a 2011 devem chegar a R$ 1,5 trilhão, o que implica uma taxa de crescimento anual de 18%.
Apesar do discurso otimista, Coutinho ponderou que não há motivo para "subir no salto alto" e é preciso trabalhar para elevar a poupança interna e colocar o País no grupo dos países que têm autonomia para crescer. "Não quer dizer que está tudo resolvido. Há uma travessia pela frente, mas assim como atravessamos este último ano, podemos continuar essa travessia. O padrão de crescimento é virtuoso. Temos um mercado interno que é um ativo do Brasil com um potencial tremendo", afirmou. Coutinho disse também que os fundamentos da economia brasileira estão muito sólidos, dando previsibilidade aos empresários para que possam investir.
Coutinho apresentou também dados sobre uma série de projetos de investimentos em vários setores e ressaltou o papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na condução "do barco sólido e bem construído" do Brasil. "Temos no comando um timoneiro firme", comentou.
TREM-BALA RIO-SP-CAMPINAS
Coutinho disse também que o leilão de concessão para o projeto do trem-bala (trem de alta velocidade), que ligará Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, no interior paulista, deverá ocorrer em fevereiro de 2009. Segundo ele, a idéia é que a linha comece a operar em 2014 e o investimento na construção foi estimado em US$ 11 bilhões. O BNDES foi encarregado pelo governo de concluir os estudos técnicos de viabilidade econômica e financeira do projeto do trem-bala.
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, disse que esses estudos devem ser concluídos em outubro. Segundo ele, técnicos do ministério vão se reunir na próxima segunda-feira (dia 1º) com representantes do governo do Estado de São Paulo para discutir a parte paulista do projeto.”
CRESCIMENTO DO PIB ESTE ANO PODE SUPERAR 5%
O Estadão publicou esta semana, em texto de Renata Veríssimo da Agência Estado, que a expectativa do MPOG é de o PIB brasileiro crescer mais de 5% este ano.
“O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, afirmou hoje que o País tem grandes chances de registrar um crescimento econômico acima de 5% em 2008. Com um crescimento acima de 5% nos anos de 2007 e 2008, o governo acredita que a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) poderá chegar a 4,5% em 2009, apesar das projeções de mercado estarem abaixo de 4%.
"Este ano, temos grandes chances de ultrapassar a meta de 5%. E, para 2009, nós estamos apostando em 4,5%. É bom lembrar que tivemos um crescimento de 5,4% em 2007 e podemos ultrapassar perfeitamente os 5% este ano. Portanto,4,5% sobre essa base de dois anos de expansão acima de 5% é um crescimento muito importante. Por isso, estamos muito otimistas", declarou o ministro, ao chegar ao Ministério da Fazenda para participar da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Ao encaminhar ontem ao Congresso Nacional a proposta de Lei Orçamentária para 2009, o governo utilizou como um dos parâmetros econômicos a estimativa de crescimento do PIB de 4,5% em 2009. Bernardo comentou a previsão, também incluída no Orçamento, de uma inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dentro do centro da meta, que é de 4,5%. "Estamos convencidos de que a inflação tem todas as condições de convergir para a meta em 2009. O ministro Meirelles (o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles) tem dito, repetidas vezes, que nós queremos buscar a meta de 4,5% em 2009", afirmou o ministro do Planejamento.”
“O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, afirmou hoje que o País tem grandes chances de registrar um crescimento econômico acima de 5% em 2008. Com um crescimento acima de 5% nos anos de 2007 e 2008, o governo acredita que a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) poderá chegar a 4,5% em 2009, apesar das projeções de mercado estarem abaixo de 4%.
"Este ano, temos grandes chances de ultrapassar a meta de 5%. E, para 2009, nós estamos apostando em 4,5%. É bom lembrar que tivemos um crescimento de 5,4% em 2007 e podemos ultrapassar perfeitamente os 5% este ano. Portanto,4,5% sobre essa base de dois anos de expansão acima de 5% é um crescimento muito importante. Por isso, estamos muito otimistas", declarou o ministro, ao chegar ao Ministério da Fazenda para participar da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Ao encaminhar ontem ao Congresso Nacional a proposta de Lei Orçamentária para 2009, o governo utilizou como um dos parâmetros econômicos a estimativa de crescimento do PIB de 4,5% em 2009. Bernardo comentou a previsão, também incluída no Orçamento, de uma inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dentro do centro da meta, que é de 4,5%. "Estamos convencidos de que a inflação tem todas as condições de convergir para a meta em 2009. O ministro Meirelles (o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles) tem dito, repetidas vezes, que nós queremos buscar a meta de 4,5% em 2009", afirmou o ministro do Planejamento.”
GEÓRGIA: PRIMEIRO-MINISTRO RUSSO PUTIM COM OS EUA
Putin diz que EUA podem ter provocado conflito na Geórgia
Casa Branca diz que declarações de premiê russo 'não são racionais'.
Li esta semana essa matéria da agência inglesa de notícias BBC no jornal O Estado de São Paulo:
“O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse em uma entrevista divulgada nesta quinta-feira que suspeita que, por motivos políticos domésticos, os Estados Unidos tenham provocado o conflito na Geórgia.
O premiê afirmou que ouviu de seus oficiais de defesa que o objetivo da ação americana era beneficiar um dos candidatos à Casa Branca.
"A suspeita é de que alguém nos Estados Unidos criou esse conflito especialmente com o propósito de tornar a situação mais tensa e criar uma vantagem competitiva para um dos candidatos brigando pelo posto de presidente dos Estados Unidos", disse Putin, em entrevista à rede de TV americana CNN.
"Deve-se admitir que eles (os americanos) fariam isso somente se estivessem seguindo ordens diretas de seus líderes". "O fato é que cidadãos americanos realmente estavam na área durante o conflito (na Ossétia do Sul)", continuou. "O lado americano, na verdade, armou e treinou o Exército da Geórgia."
CASA BRANCA
A porta-voz da Casa Branca Dana Perino disse que as afirmações de Putin "não são racionais". "Sugerir que os Estados Unidos orquestraram isso em benefício de um candidato presidencial - não soa racional", afirmou Perino. "Essas alegações, em primeiro lugar e antes de mais nada, são claramente falsas, mas também parece que seus oficiais de defesa que disseram acreditar nisso estão prestando a ele um péssimo serviço", afirmou a porta-voz da Casa Branca.
O conflito na região do Cáucaso se acentuou no início deste mês, quando a Geórgia lançou uma operação militar para retomar a província separatista da Ossétia do Sul, que tem o apoio da Rússia. Forças georgianas, russas e da própria Ossétia do Sul estiveram envolvidas em combates que causaram mortes e destruição na província. Ocorreram ainda choques na Abecásia, outra província separatista georgiana, e ataques russos em outras partes da Geórgia.
O conflito foi encerrado mediante um acordo de cessar-fogo proposto pela União Européia, que previa a retirada das tropas da região. No entanto, a tensão se agravou nesta semana, depois de a Rússia anunciar que reconheceu formalmente a independência das duas províncias rebeldes.
AMEAÇA DE SANÇÕES
Nos últimos dias, diversos países condenaram a decisão do Kremlin.
Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, disse que os líderes da União Européia consideram a possibilidade de impor sanções à Rússia.
Kouchner disse que a França não apresentou nenhuma proposta de sanção mas, como ocupa a presidência rotativa do bloco, buscaria consenso entre os 27 países membros caso a imposição de sanções fosse considerada.
O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, desdenhou as declarações de Kouchner e afirmou que a ameaça de sanções é uma resposta emocional aos problemas na Geórgia.
Também nesta quinta-feira, em uma reunião de cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), a Rússia não conseguiu apoio de seus aliados asiáticos no reconhecimento da independência das duas províncias da Geórgia.
Os delegados da SCO - que reúne Rússia, China e países da Ásia Central - expressaram preocupação com os eventos relacionados à Ossétia do Sul e destacaram a importância de manter a unidade e a integridade territorial de um Estado.
Em meio à crescente tensão, a Rússia anunciou nesta quinta-feira que testou com sucesso um de seus novos mísseis balísticos intercontinentais Topol, lançado de uma base no extremo leste do país.”
Casa Branca diz que declarações de premiê russo 'não são racionais'.
Li esta semana essa matéria da agência inglesa de notícias BBC no jornal O Estado de São Paulo:
“O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse em uma entrevista divulgada nesta quinta-feira que suspeita que, por motivos políticos domésticos, os Estados Unidos tenham provocado o conflito na Geórgia.
O premiê afirmou que ouviu de seus oficiais de defesa que o objetivo da ação americana era beneficiar um dos candidatos à Casa Branca.
"A suspeita é de que alguém nos Estados Unidos criou esse conflito especialmente com o propósito de tornar a situação mais tensa e criar uma vantagem competitiva para um dos candidatos brigando pelo posto de presidente dos Estados Unidos", disse Putin, em entrevista à rede de TV americana CNN.
"Deve-se admitir que eles (os americanos) fariam isso somente se estivessem seguindo ordens diretas de seus líderes". "O fato é que cidadãos americanos realmente estavam na área durante o conflito (na Ossétia do Sul)", continuou. "O lado americano, na verdade, armou e treinou o Exército da Geórgia."
CASA BRANCA
A porta-voz da Casa Branca Dana Perino disse que as afirmações de Putin "não são racionais". "Sugerir que os Estados Unidos orquestraram isso em benefício de um candidato presidencial - não soa racional", afirmou Perino. "Essas alegações, em primeiro lugar e antes de mais nada, são claramente falsas, mas também parece que seus oficiais de defesa que disseram acreditar nisso estão prestando a ele um péssimo serviço", afirmou a porta-voz da Casa Branca.
O conflito na região do Cáucaso se acentuou no início deste mês, quando a Geórgia lançou uma operação militar para retomar a província separatista da Ossétia do Sul, que tem o apoio da Rússia. Forças georgianas, russas e da própria Ossétia do Sul estiveram envolvidas em combates que causaram mortes e destruição na província. Ocorreram ainda choques na Abecásia, outra província separatista georgiana, e ataques russos em outras partes da Geórgia.
O conflito foi encerrado mediante um acordo de cessar-fogo proposto pela União Européia, que previa a retirada das tropas da região. No entanto, a tensão se agravou nesta semana, depois de a Rússia anunciar que reconheceu formalmente a independência das duas províncias rebeldes.
AMEAÇA DE SANÇÕES
Nos últimos dias, diversos países condenaram a decisão do Kremlin.
Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, disse que os líderes da União Européia consideram a possibilidade de impor sanções à Rússia.
Kouchner disse que a França não apresentou nenhuma proposta de sanção mas, como ocupa a presidência rotativa do bloco, buscaria consenso entre os 27 países membros caso a imposição de sanções fosse considerada.
O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, desdenhou as declarações de Kouchner e afirmou que a ameaça de sanções é uma resposta emocional aos problemas na Geórgia.
Também nesta quinta-feira, em uma reunião de cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), a Rússia não conseguiu apoio de seus aliados asiáticos no reconhecimento da independência das duas províncias da Geórgia.
Os delegados da SCO - que reúne Rússia, China e países da Ásia Central - expressaram preocupação com os eventos relacionados à Ossétia do Sul e destacaram a importância de manter a unidade e a integridade territorial de um Estado.
Em meio à crescente tensão, a Rússia anunciou nesta quinta-feira que testou com sucesso um de seus novos mísseis balísticos intercontinentais Topol, lançado de uma base no extremo leste do país.”
CIDADES DA IDADE MÉDIA NA AMAZÔNIA
CIENTISTAS ACHAM SINAIS DE CIDADES ANCESTRAIS NO XINGU
O jornal “O Estado de São Paulo” publicou esta semana matéria da agência inglesa BBC que noticia que foram encontrados sinais de comunidades urbanas complexas que teriam vivido na Amazônia há mais de seiscentos anos.
“Cientistas disseram ter encontrado evidências da existência de comunidades urbanas tão complexas quanto as da Europa Medieval ou as da Grécia Antiga na região do Alto Xingu, na Amazônia.
Em um artigo publicado na revista científica Nature, pesquisadores da Universidade da Flórida afirmaram ter encontrado sinais da existência de vilarejos e cidades cercadas por muralhas, conectadas por redes de estradas e organizadas ao redor de grandes praças centrais. Há também sinais de atividades agropecuárias extensivas, inclusive possíveis resquícios de criações de peixes.
Essas aglomerações urbanas datam de antes da chegada dos europeus, em 1492, e estão quase completamente cobertas pela floresta tropical, segundo os cientistas.
DESCENDENTES
Os pesquisadores disseram que, apesar de os indícios da existência dessas cidades estarem quase invisíveis, foram identificados por membros da tribo Kuikuro, que habita a região. Esses índios, segundo os cientistas, são descendentes diretos dos povos que habitaram essas cidades.
Os cientistas também usaram imagens de satélite e tecnologia de navegação por GPS para mapear essas comunidades antigas, em um trabalho realizado ao longo de uma década.
Os pesquisadores afirmaram que um aspecto importante dessa descoberta é a constatação de que uma região da Amazônia antes considerada intacta na verdade já foi cenário de extensiva atividade humana no passado.
Conforme os cientistas, essas descobertas poderão fornecer lições para estimular o desenvolvimento sustentável da região.”
O jornal “O Estado de São Paulo” publicou esta semana matéria da agência inglesa BBC que noticia que foram encontrados sinais de comunidades urbanas complexas que teriam vivido na Amazônia há mais de seiscentos anos.
“Cientistas disseram ter encontrado evidências da existência de comunidades urbanas tão complexas quanto as da Europa Medieval ou as da Grécia Antiga na região do Alto Xingu, na Amazônia.
Em um artigo publicado na revista científica Nature, pesquisadores da Universidade da Flórida afirmaram ter encontrado sinais da existência de vilarejos e cidades cercadas por muralhas, conectadas por redes de estradas e organizadas ao redor de grandes praças centrais. Há também sinais de atividades agropecuárias extensivas, inclusive possíveis resquícios de criações de peixes.
Essas aglomerações urbanas datam de antes da chegada dos europeus, em 1492, e estão quase completamente cobertas pela floresta tropical, segundo os cientistas.
DESCENDENTES
Os pesquisadores disseram que, apesar de os indícios da existência dessas cidades estarem quase invisíveis, foram identificados por membros da tribo Kuikuro, que habita a região. Esses índios, segundo os cientistas, são descendentes diretos dos povos que habitaram essas cidades.
Os cientistas também usaram imagens de satélite e tecnologia de navegação por GPS para mapear essas comunidades antigas, em um trabalho realizado ao longo de uma década.
Os pesquisadores afirmaram que um aspecto importante dessa descoberta é a constatação de que uma região da Amazônia antes considerada intacta na verdade já foi cenário de extensiva atividade humana no passado.
Conforme os cientistas, essas descobertas poderão fornecer lições para estimular o desenvolvimento sustentável da região.”
BRASIL BATE RECORDE MUNDIAL NA INTERNET
O jornal Folha de São Paulo publicou esta semana que, em julho, o Brasil teve ainda maior tempo de navegação na internet.
Li essa notícia na Folha Online e há dois dias.
“Influenciado pelas férias escolares, o período de julho rendeu dois recordes à internet brasileira. O país registrou no mês passado o maior volume de internautas residenciais (23,7 milhões de pessoas) e o maior tempo médio de navegação (24 horas e 54 minutos por pessoa). Os dados foram divulgados ontem pelo Ibope/NetRatings.
Em julho de 2007, o país possuía 18,5 milhões de internautas residenciais -ou seja, houve um crescimento de 28% em um ano. O número também é 3,5% maior se comparado a junho deste ano. Nesta categoria, o Ibope considera apenas internautas que acessaram a rede ao menos uma vez de casa.
O internauta residencial brasileiro também ficou uma hora e 42 minutos a mais on-line do que em junho, em média. É o maior patamar alcançado desde o início da pesquisa, em setembro de 2000.
Os dados mostram também que, de férias, os internautas mirins se destacaram na rede. Cerca de 2,5 milhões de crianças de dois a 11 anos navegaram de casa no período -10,6% do total de pessoas que acessaram a rede no país.
MAIS TEMPO NA REDE
Segundo a metodologia do Ibope, o Brasil possui o internauta residencial que mais tempo permanece na rede.
Os países que mais se aproximaram do tempo brasileiro são Alemanha (21 horas e seis minutos), Estados Unidos (20 horas e 50 minutos), França (20 horas e 17 minutos) e Japão (19 horas e 21 minutos).
Dados relativos ao primeiro trimestre deste ano apontam que 41,5 milhões de pessoas com 16 anos ou mais dizem ter acesso à internet de qualquer ambiente -casa, trabalho, escola, lan houses etc.
A internet também foi o meio de comunicação que mais cresceu, percentualmente, em investimento publicitário no Brasil no primeiro semestre deste ano.
A rede faturou R$ 321 milhões no período, uma alta de 45% em relação ao ano passado. As informações divulgadas são do projeto Inter-Meios, que mede o faturamento de empresas de mídia.
O avanço da web, tanto em audiência quanto em publicidade, afeta o desempenho da TV, maior meio de comunicação do país, segundo o Ibope. Na última sexta-feira, Fernando Bittencourt, diretor de engenharia da Rede Globo, afirmou que os radiodifusores têm saudades do tempo em que não havia ameaça das novas mídias ao seu modelo de negócios.”
Li essa notícia na Folha Online e há dois dias.
“Influenciado pelas férias escolares, o período de julho rendeu dois recordes à internet brasileira. O país registrou no mês passado o maior volume de internautas residenciais (23,7 milhões de pessoas) e o maior tempo médio de navegação (24 horas e 54 minutos por pessoa). Os dados foram divulgados ontem pelo Ibope/NetRatings.
Em julho de 2007, o país possuía 18,5 milhões de internautas residenciais -ou seja, houve um crescimento de 28% em um ano. O número também é 3,5% maior se comparado a junho deste ano. Nesta categoria, o Ibope considera apenas internautas que acessaram a rede ao menos uma vez de casa.
O internauta residencial brasileiro também ficou uma hora e 42 minutos a mais on-line do que em junho, em média. É o maior patamar alcançado desde o início da pesquisa, em setembro de 2000.
Os dados mostram também que, de férias, os internautas mirins se destacaram na rede. Cerca de 2,5 milhões de crianças de dois a 11 anos navegaram de casa no período -10,6% do total de pessoas que acessaram a rede no país.
MAIS TEMPO NA REDE
Segundo a metodologia do Ibope, o Brasil possui o internauta residencial que mais tempo permanece na rede.
Os países que mais se aproximaram do tempo brasileiro são Alemanha (21 horas e seis minutos), Estados Unidos (20 horas e 50 minutos), França (20 horas e 17 minutos) e Japão (19 horas e 21 minutos).
Dados relativos ao primeiro trimestre deste ano apontam que 41,5 milhões de pessoas com 16 anos ou mais dizem ter acesso à internet de qualquer ambiente -casa, trabalho, escola, lan houses etc.
A internet também foi o meio de comunicação que mais cresceu, percentualmente, em investimento publicitário no Brasil no primeiro semestre deste ano.
A rede faturou R$ 321 milhões no período, uma alta de 45% em relação ao ano passado. As informações divulgadas são do projeto Inter-Meios, que mede o faturamento de empresas de mídia.
O avanço da web, tanto em audiência quanto em publicidade, afeta o desempenho da TV, maior meio de comunicação do país, segundo o Ibope. Na última sexta-feira, Fernando Bittencourt, diretor de engenharia da Rede Globo, afirmou que os radiodifusores têm saudades do tempo em que não havia ameaça das novas mídias ao seu modelo de negócios.”
PROGRAMA ESPACIAL, O SONHO POSSÍVEL
O jornal Folha de São Paulo de 28/08, em sua coluna “Tendências/Debates”, publicou um artigo de Carlos Ganem, economista, advogado e administrador de empresas, atual presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Transcrevo:
“Chegar ao espaço é uma meta que será cumprida em um futuro próximo. Mas o Programa Espacial Brasileiro vai muito além disso.”
“Um programa espacial é muito mais do que fazer e lançar foguetes, satélites e veículos espaciais. É mais do que uma área física, onde se instalam radares, equipamentos de telemetria, meteorologia e torres de lançamento. É um objetivo que congrega os sonhos de conhecimento e domínio do espaço que está presente desde os primórdios da humanidade na sua atitude diante do universo.
Essa meta não é fácil de alcançar. A atividade espacial é complexa, exige planejamento, longo prazo de maturação e, ainda assim, é de alto risco. Grandes conquistas foram alcançadas por meio da atividade espacial. Atualmente, diminuímos as distâncias por meio das telecomunicações, que levam informação, saúde e educação a lugares de difícil acesso. Mapeamos com precisão o planeta, fazemos previsões meteorológicas cada vez mais acuradas...
Mas esse desenvolvimento cobra um preço. Não é por acaso que, com pouquíssimas exceções, praticamente todos os programas espaciais do mundo exibem um longo histórico de tristes ocorrências. E, no Brasil, esse desenvolvimento não foi diferente.
A última sexta-feira foi um dia triste para o Programa Espacial Brasileiro, em que lembramos dos 21 técnicos que há cinco anos perderam suas vidas no acidente ocorrido em Alcântara (MA), acreditando no sonho de garantir ao Brasil o acesso ao espaço. Em respeito à memória dos que se foram e sem desistir de proporcionar ao país a soberania e os benefícios advindos da tecnologia espacial é que precisamos continuar esse projeto.
Chegar ao espaço é uma meta que será cumprida em um futuro próximo. Em 2010, deverá ser lançado o primeiro protótipo de uma nova série de foguetes que está sendo desenvolvida no Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), a do Veículo Lançador de Satélites (VLS). Nesse mesmo ano, deverá ser lançado pela Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa binacional Brasil-Ucrânia, o primeiro foguete, Cyclone-4, a partir de Alcântara, abrindo-nos as portas para a exploração comercial das atividades espaciais.
Mas o Programa Espacial Brasileiro vai muito além disso. As atividades espaciais que serão desenvolvidas em Alcântara serão a base da criação de um pólo de desenvolvimento socioambiental, cultural, turístico, econômico e tecnológico que constituirá o Complexo Espacial de Alcântara (CEA). Isso permitirá a inclusão cidadã da vila de Alcântara e de toda a comunidade quilombola que vive em torno do projeto.
A plataforma multimissão, que está sendo desenvolvida pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela indústria nacional, será a base de diversos satélites que muito contribuirão para o conhecimento e o monitoramento do nosso território.
O satélite CBERS, desenvolvido em parceria com a China, já produziu 500 mil imagens de sensoriamento remoto que foram distribuídas gratuitamente via internet.
Atualmente, fabricamos foguetes de sondagem que estão entre os melhores existentes e permitem a realização de pesquisas e experimentos em ambientes de microgravidade por instituições de pesquisa brasileiras.
O AEB Escola, programa desenvolvido pela Agência Espacial Brasileira há dez anos, leva a milhares de estudantes o conhecimento e o estímulo para as atividades espaciais por meio de oficinas e formação continuada de professores. Do mesmo modo, realiza, anualmente, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, que tem como objetivo despertar o interesse dos alunos do ensino médio e fundamental para a temática espacial, em parceria com a Sociedade Astronômica Brasileira.
É a maior garantia de que, no futuro, teremos essa ação de responsabilidade social, gerando mão-de-obra técnica e científica aplicada ao segmento espacial.
Ter um satélite geoestacionário brasileiro usado para fins meteorológicos, de comunicação e de defesa é um projeto que nos libertará de parte da dependência externa. Hoje, todos esses serviços são fornecidos por satélites estrangeiros.
O Programa Espacial Brasileiro está vivo, operante e com ações que o suportam e o estruturam. Sua afirmação estratégica para o Estado brasileiro é reconhecida como prioritária pelo presidente Lula.”
Transcrevo:
“Chegar ao espaço é uma meta que será cumprida em um futuro próximo. Mas o Programa Espacial Brasileiro vai muito além disso.”
“Um programa espacial é muito mais do que fazer e lançar foguetes, satélites e veículos espaciais. É mais do que uma área física, onde se instalam radares, equipamentos de telemetria, meteorologia e torres de lançamento. É um objetivo que congrega os sonhos de conhecimento e domínio do espaço que está presente desde os primórdios da humanidade na sua atitude diante do universo.
Essa meta não é fácil de alcançar. A atividade espacial é complexa, exige planejamento, longo prazo de maturação e, ainda assim, é de alto risco. Grandes conquistas foram alcançadas por meio da atividade espacial. Atualmente, diminuímos as distâncias por meio das telecomunicações, que levam informação, saúde e educação a lugares de difícil acesso. Mapeamos com precisão o planeta, fazemos previsões meteorológicas cada vez mais acuradas...
Mas esse desenvolvimento cobra um preço. Não é por acaso que, com pouquíssimas exceções, praticamente todos os programas espaciais do mundo exibem um longo histórico de tristes ocorrências. E, no Brasil, esse desenvolvimento não foi diferente.
A última sexta-feira foi um dia triste para o Programa Espacial Brasileiro, em que lembramos dos 21 técnicos que há cinco anos perderam suas vidas no acidente ocorrido em Alcântara (MA), acreditando no sonho de garantir ao Brasil o acesso ao espaço. Em respeito à memória dos que se foram e sem desistir de proporcionar ao país a soberania e os benefícios advindos da tecnologia espacial é que precisamos continuar esse projeto.
Chegar ao espaço é uma meta que será cumprida em um futuro próximo. Em 2010, deverá ser lançado o primeiro protótipo de uma nova série de foguetes que está sendo desenvolvida no Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), a do Veículo Lançador de Satélites (VLS). Nesse mesmo ano, deverá ser lançado pela Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa binacional Brasil-Ucrânia, o primeiro foguete, Cyclone-4, a partir de Alcântara, abrindo-nos as portas para a exploração comercial das atividades espaciais.
Mas o Programa Espacial Brasileiro vai muito além disso. As atividades espaciais que serão desenvolvidas em Alcântara serão a base da criação de um pólo de desenvolvimento socioambiental, cultural, turístico, econômico e tecnológico que constituirá o Complexo Espacial de Alcântara (CEA). Isso permitirá a inclusão cidadã da vila de Alcântara e de toda a comunidade quilombola que vive em torno do projeto.
A plataforma multimissão, que está sendo desenvolvida pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela indústria nacional, será a base de diversos satélites que muito contribuirão para o conhecimento e o monitoramento do nosso território.
O satélite CBERS, desenvolvido em parceria com a China, já produziu 500 mil imagens de sensoriamento remoto que foram distribuídas gratuitamente via internet.
Atualmente, fabricamos foguetes de sondagem que estão entre os melhores existentes e permitem a realização de pesquisas e experimentos em ambientes de microgravidade por instituições de pesquisa brasileiras.
O AEB Escola, programa desenvolvido pela Agência Espacial Brasileira há dez anos, leva a milhares de estudantes o conhecimento e o estímulo para as atividades espaciais por meio de oficinas e formação continuada de professores. Do mesmo modo, realiza, anualmente, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, que tem como objetivo despertar o interesse dos alunos do ensino médio e fundamental para a temática espacial, em parceria com a Sociedade Astronômica Brasileira.
É a maior garantia de que, no futuro, teremos essa ação de responsabilidade social, gerando mão-de-obra técnica e científica aplicada ao segmento espacial.
Ter um satélite geoestacionário brasileiro usado para fins meteorológicos, de comunicação e de defesa é um projeto que nos libertará de parte da dependência externa. Hoje, todos esses serviços são fornecidos por satélites estrangeiros.
O Programa Espacial Brasileiro está vivo, operante e com ações que o suportam e o estruturam. Sua afirmação estratégica para o Estado brasileiro é reconhecida como prioritária pelo presidente Lula.”
O PRÉ-SAL É ELEITOREIRO?
O jornal Folha de São Paulo publicou esta semana texto de Valdo Cruz que demonstra justamente o contrário. Se fosse eleitoreiro, Lula manteria as regras do jogo implantadas pelo governo tucano de FHC.
Vejamos o artigo da Folha:
TENTAÇÕES
“A oposição tem acusado o presidente Lula de usar o debate do pré-sal com fins eleitoreiros, para turbinar a campanha de 2010 e garantir a eleição de seu sucessor. Mais precisamente, a ministra Dilma Rousseff.
Tudo bem. Esse realmente será um tema da eleição, e Lula vai, sim, tentar tirar proveito dele na campanha. Sua equipe, contudo, diz que o discurso da oposição está totalmente desfocado.
Paulo Bernardo, por exemplo, afirma que, se o chefe realmente tivesse a intenção de faturar alto com o pré-sal, o melhor caminho seria o oposto do adotado. Seria manter tudo como é hoje. Daí, bastaria mandar leiloar as áreas do pré-sal imediatamente, dentro das regras atuais. Diante do potencial dessas reservas e da qualidade do óleo, choveriam propostas de compra, a excelentes preços. Resultado: muito dinheiro -muito mesmo- começaria a entrar nos cofres do Tesouro agora, e o presidente teria muita grana em caixa para investir e, aí sim, ninguém iria segurar o seu candidato.
Esse, na opinião do ministro do Planejamento, seria o caminho fácil, mas descompromissado com o futuro do país.
Não por outro motivo é o modelo norueguês aquele que mais atrai o governo brasileiro, baseado na criação de um fundo com a riqueza do petróleo para as futuras gerações. Se realmente for esse o roteiro a ser seguido, não há como não concordar com os argumentos do ministro. A dúvida é se ele realmente será cumprido, já que, até aqui, o governo gerou mais confusão do que clareza sobre o futuro da exploração do pré-sal brasileiro.
Afinal, tentações não faltam. Não é que recentemente circulou dentro do governo a idéia de antecipar uma parte da receita dessas reservas com o lançamento de títulos no exterior. Dizem, ainda bem, que a idéia não prosperou. Se vingasse -vai que volta, nunca se sabe-, seria gastar hoje a grana do amanhã. Brincadeira.”
Vejamos o artigo da Folha:
TENTAÇÕES
“A oposição tem acusado o presidente Lula de usar o debate do pré-sal com fins eleitoreiros, para turbinar a campanha de 2010 e garantir a eleição de seu sucessor. Mais precisamente, a ministra Dilma Rousseff.
Tudo bem. Esse realmente será um tema da eleição, e Lula vai, sim, tentar tirar proveito dele na campanha. Sua equipe, contudo, diz que o discurso da oposição está totalmente desfocado.
Paulo Bernardo, por exemplo, afirma que, se o chefe realmente tivesse a intenção de faturar alto com o pré-sal, o melhor caminho seria o oposto do adotado. Seria manter tudo como é hoje. Daí, bastaria mandar leiloar as áreas do pré-sal imediatamente, dentro das regras atuais. Diante do potencial dessas reservas e da qualidade do óleo, choveriam propostas de compra, a excelentes preços. Resultado: muito dinheiro -muito mesmo- começaria a entrar nos cofres do Tesouro agora, e o presidente teria muita grana em caixa para investir e, aí sim, ninguém iria segurar o seu candidato.
Esse, na opinião do ministro do Planejamento, seria o caminho fácil, mas descompromissado com o futuro do país.
Não por outro motivo é o modelo norueguês aquele que mais atrai o governo brasileiro, baseado na criação de um fundo com a riqueza do petróleo para as futuras gerações. Se realmente for esse o roteiro a ser seguido, não há como não concordar com os argumentos do ministro. A dúvida é se ele realmente será cumprido, já que, até aqui, o governo gerou mais confusão do que clareza sobre o futuro da exploração do pré-sal brasileiro.
Afinal, tentações não faltam. Não é que recentemente circulou dentro do governo a idéia de antecipar uma parte da receita dessas reservas com o lançamento de títulos no exterior. Dizem, ainda bem, que a idéia não prosperou. Se vingasse -vai que volta, nunca se sabe-, seria gastar hoje a grana do amanhã. Brincadeira.”
sábado, 30 de agosto de 2008
FGV: CONFIANÇA DA INDÚSTRIA É A 2ª MAIOR DA SÉRIE
Esta semana, o portal UOL publicou reportagem de Alessandra Saraiva, da Agência Estado
“O Índice de Confiança da Indústria (ICI), indicador-síntese da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, subiu 1,1% em agosto ante julho, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na passagem de julho para agosto, o indicador subiu de 121,5 pontos para 122,8 pontos. Esse patamar é o segundo maior da série histórica do índice, iniciada em abril de 1995, perdendo apenas para o nível de outubro de 2007, quando ficou em 123,4 pontos.
O ICI é um indicador que utiliza para cálculo uma escala que vai de 0 a 200 pontos, sendo que o resultado do índice é de queda ou de elevação, se a pontuação total das respostas fica abaixo ou acima de 100 pontos, respectivamente.
A FGV também revisou o ICI referente ao mês passado. Em julho, a FGV anunciou queda de 0,7% para o índice - mas no comunicado anunciado hoje, a instituição informou que houve queda menor, de 0,2%, para o desempenho do mês passado.
Na comparação com agosto do ano passado, o ICI registrou alta de 0,7%, em igual mês este ano – resultado superior à taxa negativa de 0,2% em julho, na mesma base de comparação. Essa queda de 0,2% também foi atualizada pela fundação, que no mês passado informou taxa negativa de 0,7% para o ICI nessa base de comparação.
O ICI é composto por dois indicadores. O primeiro é o Índice da Situação Atual (ISA), que ficou estável em agosto, ante alta de 0,3% em julho. O segundo componente do ICI é o Índice de Expectativas, que apresentou aumento de 2,3% em agosto, ante queda de 1,8% em julho. Na comparação com agosto do ano passado, houve alta de 0,3% para o índice de Situação Atual e aumento de 1,2% para o indicador de Expectativas.
O levantamento para cálculo do índice foi entre os dias 1 e 26 desse mês, em uma amostra de 1.012 empresas informantes.
NUCI
O Nível de Utilização de Capacidade Instalada (Nuci) da indústria, sem ajuste sazonal, alcançou patamar 86,5% em agosto, segundo a FGV. No mês passado, o nível, sem ajuste, registrou resultado de 86,1%.
Na série mensal elaborada pela FGV para o índice, sem ajuste sazonal, o Nuci registrado em agosto foi o maior do ano - sendo o mais elevado desde dezembro do ano passado, quando teve patamar de 86,7%.”
“O Índice de Confiança da Indústria (ICI), indicador-síntese da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, subiu 1,1% em agosto ante julho, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na passagem de julho para agosto, o indicador subiu de 121,5 pontos para 122,8 pontos. Esse patamar é o segundo maior da série histórica do índice, iniciada em abril de 1995, perdendo apenas para o nível de outubro de 2007, quando ficou em 123,4 pontos.
O ICI é um indicador que utiliza para cálculo uma escala que vai de 0 a 200 pontos, sendo que o resultado do índice é de queda ou de elevação, se a pontuação total das respostas fica abaixo ou acima de 100 pontos, respectivamente.
A FGV também revisou o ICI referente ao mês passado. Em julho, a FGV anunciou queda de 0,7% para o índice - mas no comunicado anunciado hoje, a instituição informou que houve queda menor, de 0,2%, para o desempenho do mês passado.
Na comparação com agosto do ano passado, o ICI registrou alta de 0,7%, em igual mês este ano – resultado superior à taxa negativa de 0,2% em julho, na mesma base de comparação. Essa queda de 0,2% também foi atualizada pela fundação, que no mês passado informou taxa negativa de 0,7% para o ICI nessa base de comparação.
O ICI é composto por dois indicadores. O primeiro é o Índice da Situação Atual (ISA), que ficou estável em agosto, ante alta de 0,3% em julho. O segundo componente do ICI é o Índice de Expectativas, que apresentou aumento de 2,3% em agosto, ante queda de 1,8% em julho. Na comparação com agosto do ano passado, houve alta de 0,3% para o índice de Situação Atual e aumento de 1,2% para o indicador de Expectativas.
O levantamento para cálculo do índice foi entre os dias 1 e 26 desse mês, em uma amostra de 1.012 empresas informantes.
NUCI
O Nível de Utilização de Capacidade Instalada (Nuci) da indústria, sem ajuste sazonal, alcançou patamar 86,5% em agosto, segundo a FGV. No mês passado, o nível, sem ajuste, registrou resultado de 86,1%.
Na série mensal elaborada pela FGV para o índice, sem ajuste sazonal, o Nuci registrado em agosto foi o maior do ano - sendo o mais elevado desde dezembro do ano passado, quando teve patamar de 86,7%.”
DIMINUI MUITO O DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA
INPE CONFIRMA REDUÇÃO DE 60% NO DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA LEGAL EM JULHO
O portal UOL publicou ontem essa notícia de Roberta Lopes, da Agência Brasil.
“O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou hoje (29) avaliação da área desmatada na Amazônia Legal - que inclui os Estados do Acre, Amapá, Pará, Amazonas, de Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão - o que representa 5.217.423 quilômetros quadrados.
De acordo com os dados do Inpe, foram desmatados 323 quilômetros quadrados da área da Amazônia Legal, o que representa uma redução de cerca de 60% em relação ao mês de junho, quando 827 quilômetros quadrados foram devastados.
O Estado onde houve o maior índice de desmatamento foi o Pará com 235,6 quilômetros quadrados, seguido do Amazonas com 23,9 quilômetros quadrados. Amapá e Roraima não puderam ser monitorados adequadamente por terem alto índice de nuvens, o que dificultou a avaliação do satélite.”
O portal UOL publicou ontem essa notícia de Roberta Lopes, da Agência Brasil.
“O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou hoje (29) avaliação da área desmatada na Amazônia Legal - que inclui os Estados do Acre, Amapá, Pará, Amazonas, de Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão - o que representa 5.217.423 quilômetros quadrados.
De acordo com os dados do Inpe, foram desmatados 323 quilômetros quadrados da área da Amazônia Legal, o que representa uma redução de cerca de 60% em relação ao mês de junho, quando 827 quilômetros quadrados foram devastados.
O Estado onde houve o maior índice de desmatamento foi o Pará com 235,6 quilômetros quadrados, seguido do Amazonas com 23,9 quilômetros quadrados. Amapá e Roraima não puderam ser monitorados adequadamente por terem alto índice de nuvens, o que dificultou a avaliação do satélite.”
BRASIL TEM 189,6 MILHÕES DE HABITANTES, ESTIMA IBGE
O portal UOL postou 6ª feira essa notícia do Valor Online.
“O Brasil possui 189,6 milhões de habitantes. A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se refere à população residente em 5,565 mil municípios do país em 1º de julho deste ano.
São Paulo é o município mais populoso, com 10,990 milhões de habitantes. Em seguida, aparecem o Rio de Janeiro, com 6,161 milhões de pessoas, e Salvador, com 2,948 milhões de habitantes. Oito anos antes, em 2000, essas cidades abrigavam 10,434 milhões, 5,857 milhões e 2,443 milhões de pessoas, respectivamente.
A população no Distrito Federal soma 2,557 milhões de habitantes e chega a 2,473 milhões em Fortaleza, passando os 2,051 milhões e 2,141 milhões de habitantes registrados nessas localidades em 2000.
"Borá (SP) continua sendo o município com a menor população do país, estimada em 834 habitantes, 39 a mais que em 2000. Do seleto grupo dos cinco municípios brasileiros com menos de mil habitantes em 2000, somente Borá e Serra da Saudade (com 889 habitantes) continuam nessa posição em 2008", salientou o IBGE em nota.
O estudo inclui o novo município de Nazária, no Piauí.”
“O Brasil possui 189,6 milhões de habitantes. A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se refere à população residente em 5,565 mil municípios do país em 1º de julho deste ano.
São Paulo é o município mais populoso, com 10,990 milhões de habitantes. Em seguida, aparecem o Rio de Janeiro, com 6,161 milhões de pessoas, e Salvador, com 2,948 milhões de habitantes. Oito anos antes, em 2000, essas cidades abrigavam 10,434 milhões, 5,857 milhões e 2,443 milhões de pessoas, respectivamente.
A população no Distrito Federal soma 2,557 milhões de habitantes e chega a 2,473 milhões em Fortaleza, passando os 2,051 milhões e 2,141 milhões de habitantes registrados nessas localidades em 2000.
"Borá (SP) continua sendo o município com a menor população do país, estimada em 834 habitantes, 39 a mais que em 2000. Do seleto grupo dos cinco municípios brasileiros com menos de mil habitantes em 2000, somente Borá e Serra da Saudade (com 889 habitantes) continuam nessa posição em 2008", salientou o IBGE em nota.
O estudo inclui o novo município de Nazária, no Piauí.”
AMÉRICA DO SUL RESISTE À CRISE
A AMÉRICA DO SUL CONSEGUE RESISTIR À CRISE INTERNACIONAL
O portal UOL, trouxe-nos interessante texto de Paulo A. Paranaguá, do jornal francês Le Monde, traduzido por Jean-Yves de Neufville:
“A América Latina conseguirá manter sua trajetória econômica favorável, apesar da crise internacional. Esta avaliação é de autoria de um organismo das Nações Unidas que, ao longo dos últimos sessenta anos tornou-se uma referência em matéria de conjuntura regional. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) considera que a região deverá concluir o ano de 2008 com um crescimento global de 4,7% do produto interno bruto (PIB), contra 5,7% em 2007.
Este estudo, que foi divulgado na quarta-feira (27), em Santiago do Chile, prevê para 2009 um crescimento de 4%. Esta previsão baseia-se essencialmente no bom desempenho das economias sul-americanas (+ 4,5%), enquanto a América Central e o México alcançaram um resultado relativamente inferior, registrando um crescimento do PIB de apenas 2,8%.
Os números regionais apontam para situações bastante disparatadas. Assim, o Peru registra a maior taxa de crescimento entre todas, com 8,3%, enquanto o México acabou ocupando a última posição nesse pelotão, com apenas 2,5%. Por sua vez, o Brasil, o Chile, a Colômbia e a Venezuela se mantêm próximos da média.
O prognóstico da Cepal para 2009 permite prever que a região conhecerá seu sétimo ano consecutivo de crescimento, com uma taxa média superior a 3% do PIB por habitante, ou seja, uma situação que a América Latina nunca havia conhecido ao longo dos últimos quarenta anos. Esta melhora sensível deve-se em grande parte aos aumentos dos preços das matérias-primas, principalmente das cotações dos hidrocarbonetos e dos minérios.
SOBRESSALTOS
Entretanto, as "remessas", ou seja, as quantias que têm sido enviadas regularmente para as suas famílias pelos imigrantes latinos instalados na América do Norte e na Europa, contribuíram igualmente para esse bom desempenho. Em certos países da América Central e do Caribe, essas remessas constituem uma parte substancial do PIB.
O desaquecimento que a economia internacional vem registrando atualmente poderia traduzir-se por uma redução das importações e das remessas. No passado, em conseqüência das crises internacionais e da recessão que atingiram os países industrializados, os quais são compradores tradicionais das exportações latino-americanas, a região acabou sofrendo prejuízos importantes.
Atualmente, para enfrentarem uma conjuntura que se tornou desfavorável, as economias da América Latina estão mais fortes, pois elas estão nitidamente menos endividadas (33% do PIB em 2007 contra 36% no ano anterior) e, em certos casos, mais diversificadas. Enquanto isso, os equilíbrios financeiros passaram a ser mais respeitados, o que permitiu a manutenção de reservas de câmbio mais conseqüentes (46% do PIB no caso da Bolívia). No então, o México e a América Central permanecem mais dependentes dos sobressaltos econômicos nos Estados Unidos.
A melhora registrada na América Latina foi repercutida no plano social, com uma redução do desemprego (7,5% da população) e com a criação de empregos de melhor qualidade, o que contribuiu para a redução da pobreza.
Contudo, um latino-americano em cada três permanece "pobre", conforme lembra a Cepal, o que abrange uma população de 190 milhões de pessoas.
Além disso, os sucessivos aumentos dos gêneros alimentícios são suscetíveis de inverter essa tendência. No médio prazo, um eventual aumento de 15% dos preços dos alimentos acabaria arrastando novamente para a pobreza 15 milhões de latino-americanos, segundo aponta o relatório da comissão.
Somando-se à disparada das cotações do petróleo, os aumentos dos preços dos gêneros alimentícios de base maximizam o principal risco que paira sobre a região, apontado com ênfase pela Cepal: o da inflação, que deveria situar-se num patamar médio de 6,5% até o final de 2008. A Venezuela está na frente entre os países que mais vêm sofrendo da deriva inflacionária, com 32%, seguida pelo Nicarágua (23%) e a Bolívia (17%).”
O portal UOL, trouxe-nos interessante texto de Paulo A. Paranaguá, do jornal francês Le Monde, traduzido por Jean-Yves de Neufville:
“A América Latina conseguirá manter sua trajetória econômica favorável, apesar da crise internacional. Esta avaliação é de autoria de um organismo das Nações Unidas que, ao longo dos últimos sessenta anos tornou-se uma referência em matéria de conjuntura regional. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) considera que a região deverá concluir o ano de 2008 com um crescimento global de 4,7% do produto interno bruto (PIB), contra 5,7% em 2007.
Este estudo, que foi divulgado na quarta-feira (27), em Santiago do Chile, prevê para 2009 um crescimento de 4%. Esta previsão baseia-se essencialmente no bom desempenho das economias sul-americanas (+ 4,5%), enquanto a América Central e o México alcançaram um resultado relativamente inferior, registrando um crescimento do PIB de apenas 2,8%.
Os números regionais apontam para situações bastante disparatadas. Assim, o Peru registra a maior taxa de crescimento entre todas, com 8,3%, enquanto o México acabou ocupando a última posição nesse pelotão, com apenas 2,5%. Por sua vez, o Brasil, o Chile, a Colômbia e a Venezuela se mantêm próximos da média.
O prognóstico da Cepal para 2009 permite prever que a região conhecerá seu sétimo ano consecutivo de crescimento, com uma taxa média superior a 3% do PIB por habitante, ou seja, uma situação que a América Latina nunca havia conhecido ao longo dos últimos quarenta anos. Esta melhora sensível deve-se em grande parte aos aumentos dos preços das matérias-primas, principalmente das cotações dos hidrocarbonetos e dos minérios.
SOBRESSALTOS
Entretanto, as "remessas", ou seja, as quantias que têm sido enviadas regularmente para as suas famílias pelos imigrantes latinos instalados na América do Norte e na Europa, contribuíram igualmente para esse bom desempenho. Em certos países da América Central e do Caribe, essas remessas constituem uma parte substancial do PIB.
O desaquecimento que a economia internacional vem registrando atualmente poderia traduzir-se por uma redução das importações e das remessas. No passado, em conseqüência das crises internacionais e da recessão que atingiram os países industrializados, os quais são compradores tradicionais das exportações latino-americanas, a região acabou sofrendo prejuízos importantes.
Atualmente, para enfrentarem uma conjuntura que se tornou desfavorável, as economias da América Latina estão mais fortes, pois elas estão nitidamente menos endividadas (33% do PIB em 2007 contra 36% no ano anterior) e, em certos casos, mais diversificadas. Enquanto isso, os equilíbrios financeiros passaram a ser mais respeitados, o que permitiu a manutenção de reservas de câmbio mais conseqüentes (46% do PIB no caso da Bolívia). No então, o México e a América Central permanecem mais dependentes dos sobressaltos econômicos nos Estados Unidos.
A melhora registrada na América Latina foi repercutida no plano social, com uma redução do desemprego (7,5% da população) e com a criação de empregos de melhor qualidade, o que contribuiu para a redução da pobreza.
Contudo, um latino-americano em cada três permanece "pobre", conforme lembra a Cepal, o que abrange uma população de 190 milhões de pessoas.
Além disso, os sucessivos aumentos dos gêneros alimentícios são suscetíveis de inverter essa tendência. No médio prazo, um eventual aumento de 15% dos preços dos alimentos acabaria arrastando novamente para a pobreza 15 milhões de latino-americanos, segundo aponta o relatório da comissão.
Somando-se à disparada das cotações do petróleo, os aumentos dos preços dos gêneros alimentícios de base maximizam o principal risco que paira sobre a região, apontado com ênfase pela Cepal: o da inflação, que deveria situar-se num patamar médio de 6,5% até o final de 2008. A Venezuela está na frente entre os países que mais vêm sofrendo da deriva inflacionária, com 32%, seguida pelo Nicarágua (23%) e a Bolívia (17%).”
ONU ESTIMULA CRIAÇÃO DE NAÇÃO INDÍGENA AUTÔNOMA DENTRO DO BRASIL
“MINISTRO DEVE CITAR ONU CONTRA DEMARCAÇÃO”
"Carlos Alberto Direito, do STF, contesta declaração sobre direitos dos índios, que teria artigos "incompatíveis" com a Constituição. Direito pode dizer que, em reserva contínua, índios têm respaldo para criar nação autônoma. Itamaraty diz que é só "carta de intenções".
Li essas oportunas reportagens de Sérgio Lima, da Folha Imagem, e de Felipe Seligman da sucursal de Brasília da Folha de São Paulo:
"Índios pró-demarcação contínua da Raposa/Serra do Sol (RR) preparam-se para sair da Vila Surumu e voltar às suas comunidades.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Alberto Direito deverá citar documento da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre direitos dos índios para contestar, em seu voto, a forma de demarcação contínua da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, defendida pelo relator do tema, ministro Carlos Ayres Britto.
A Declaração das Nações Unidas Sobre os Direitos dos Povos Indígenas, aprovada em setembro de 2007, tem o Brasil como um dos 143 signatários. Apesar de não ter força de lei, o documento possui termos e artigos que, segundo ministros da corte, seriam "incompatíveis" com a Constituição brasileira.
Direito poderá argumentar que os índios, em reserva contínua, ganham poderes com respaldo internacional que permitiria, inclusive, a criação de nação autônoma dentro do Brasil e que poderia sujeitar o país, em caso de atuação militar no interior da região, por exemplo, a ser acusado de cometer "infrações penais" por descumprir documento das Nações Unidas.
Exatamente por isso, EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia decidiram não o assinaram.
No final do julgamento de anteontem, Direito falou com dois ministros. Eles se mostraram "preocupados" sobre os efeitos da declaração da ONU à questão indígena brasileira.
Ayres Britto também criticou em seu voto a declaração, mas não apontou os riscos que poderão ser apresentados por Direito e outros ministros ouvidos pela Folha.
O texto da declaração tem questões que seriam inadequadas ao texto constitucional brasileiro. A primeira é denominar índios como "povos indígenas", enquanto a Constituição afirmaria que só existe o "povo brasileiro". Em segundo, o uso da expressão "livre determinação", cuja tradução é contestada pelos ministros. O texto em inglês usa "self-determination", que deveria ser traduzida como "autodeterminação".
Também seria inconstitucional o fato de a ONU garantir a "povos indígenas" o direito de posse de suas "terras ou territórios". O Brasil só concede direito ao "usufruto exclusivo".
Para o Itamaraty, a declaração é uma "carta de intenções". E que o texto tem ressalvas no final, como não poder ser contrário à "integridade territorial de Estados soberanos".
"Carlos Alberto Direito, do STF, contesta declaração sobre direitos dos índios, que teria artigos "incompatíveis" com a Constituição. Direito pode dizer que, em reserva contínua, índios têm respaldo para criar nação autônoma. Itamaraty diz que é só "carta de intenções".
Li essas oportunas reportagens de Sérgio Lima, da Folha Imagem, e de Felipe Seligman da sucursal de Brasília da Folha de São Paulo:
"Índios pró-demarcação contínua da Raposa/Serra do Sol (RR) preparam-se para sair da Vila Surumu e voltar às suas comunidades.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Alberto Direito deverá citar documento da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre direitos dos índios para contestar, em seu voto, a forma de demarcação contínua da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, defendida pelo relator do tema, ministro Carlos Ayres Britto.
A Declaração das Nações Unidas Sobre os Direitos dos Povos Indígenas, aprovada em setembro de 2007, tem o Brasil como um dos 143 signatários. Apesar de não ter força de lei, o documento possui termos e artigos que, segundo ministros da corte, seriam "incompatíveis" com a Constituição brasileira.
Direito poderá argumentar que os índios, em reserva contínua, ganham poderes com respaldo internacional que permitiria, inclusive, a criação de nação autônoma dentro do Brasil e que poderia sujeitar o país, em caso de atuação militar no interior da região, por exemplo, a ser acusado de cometer "infrações penais" por descumprir documento das Nações Unidas.
Exatamente por isso, EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia decidiram não o assinaram.
No final do julgamento de anteontem, Direito falou com dois ministros. Eles se mostraram "preocupados" sobre os efeitos da declaração da ONU à questão indígena brasileira.
Ayres Britto também criticou em seu voto a declaração, mas não apontou os riscos que poderão ser apresentados por Direito e outros ministros ouvidos pela Folha.
O texto da declaração tem questões que seriam inadequadas ao texto constitucional brasileiro. A primeira é denominar índios como "povos indígenas", enquanto a Constituição afirmaria que só existe o "povo brasileiro". Em segundo, o uso da expressão "livre determinação", cuja tradução é contestada pelos ministros. O texto em inglês usa "self-determination", que deveria ser traduzida como "autodeterminação".
Também seria inconstitucional o fato de a ONU garantir a "povos indígenas" o direito de posse de suas "terras ou territórios". O Brasil só concede direito ao "usufruto exclusivo".
Para o Itamaraty, a declaração é uma "carta de intenções". E que o texto tem ressalvas no final, como não poder ser contrário à "integridade territorial de Estados soberanos".
RESERVA INTERNACIONAL DEVE DUPLICAR COM PRÉ-SAL
RESERVA INTERNACIONAL DEVE DUPLICAR COM PRÉ-SAL, DIZ MANTEGA
Ministro da Fazenda afirma que venda do petróleo será a base para equilibrar as contas externas do País
Vejamos o seguinte texto de Tatiana Fávaro, elaborado para a Agência Estado:
“O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira, em Campinas (SP), que a venda do petróleo da camada do pré-sal, localizada abaixo do leito marinho, será a base para o aumento das reservas internacionais de US$ 200 bilhões para US$ 400 bilhões. "Não haverá mais problemas de contas externas no Brasil e, além disso, poderemos usar parte desse recurso para estimular setores da economia", afirmou.
Segundo Mantega, "o petróleo é uma grande vantagem que o Brasil terá para o futuro". "Com a perspectiva de o Brasil tornar-se um grande produtor e exportador de petróleo significa que a economia vai melhorar. Com a entrada do petróleo do pré-sal, que se dará não imediatamente, mas a partir de 2010, 2011, o Brasil terá um robustecimento das contas externas, porque teremos mais reservas do que temos hoje", afirmou.
"O presidente Lula já disse que quer direcionar uma parcela desse aumento de arrecadação, porque o petróleo é da União, o petróleo encontrado é de todos os brasileiros e uma parcela poderá ser investida, inclusive, na educação", salientou o ministro, que fez palestra sobre Globalização Financeira e Padrão Monetário Internacional no ciclo de seminários do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).”
Ministro da Fazenda afirma que venda do petróleo será a base para equilibrar as contas externas do País
Vejamos o seguinte texto de Tatiana Fávaro, elaborado para a Agência Estado:
“O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira, em Campinas (SP), que a venda do petróleo da camada do pré-sal, localizada abaixo do leito marinho, será a base para o aumento das reservas internacionais de US$ 200 bilhões para US$ 400 bilhões. "Não haverá mais problemas de contas externas no Brasil e, além disso, poderemos usar parte desse recurso para estimular setores da economia", afirmou.
Segundo Mantega, "o petróleo é uma grande vantagem que o Brasil terá para o futuro". "Com a perspectiva de o Brasil tornar-se um grande produtor e exportador de petróleo significa que a economia vai melhorar. Com a entrada do petróleo do pré-sal, que se dará não imediatamente, mas a partir de 2010, 2011, o Brasil terá um robustecimento das contas externas, porque teremos mais reservas do que temos hoje", afirmou.
"O presidente Lula já disse que quer direcionar uma parcela desse aumento de arrecadação, porque o petróleo é da União, o petróleo encontrado é de todos os brasileiros e uma parcela poderá ser investida, inclusive, na educação", salientou o ministro, que fez palestra sobre Globalização Financeira e Padrão Monetário Internacional no ciclo de seminários do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).”
COM O PRÉ-SAL, BRASIL CRESCE MAIS DE 6% AO ANO
“PRÉ-SAL DEVE ELEVAR CRESCIMENTO DO PAÍS A 6% AO ANO, DIZ EX-BC
Além da cadeia de petróleo, Langoni diz que exploração estimulará investimentos em equipamentos e serviços.
Esse texto de Rodrigo Viga Gaier, da agência Reuters, foi postado no site do “O Estado de São Paulo”. Traz boas notícias para os brasileiros.
“Os investimentos necessários para viabilizar a exploração do petróleo na camada pré-sal podem elevar o padrão de crescimento da economia do Brasil dos atuais 4% para 6% ao ano, avaliou o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni, em um seminário no Rio de Janeiro nesta sexta-feira. Segundo o economista, o pré-sal pode elevar a taxa de investimento do País dos atuais 16% para 25% a 26% do Produto Interno Bruto (PIB), no período de uma década, colocando o Brasil definitivamente em uma rota de crescimento sustentado.
"O Brasil passa por um período de transição econômica. Estamos na ante-sala do crescimento econômico que pode chegar a 6% ao ano com distribuição de renda e geração de riqueza", disse Langoni, na abertura do seminário Desafios do Pré-sal, na Firjan. O pré-sal é uma faixa em águas ultra profundas da costa brasileira, do Espírito Santo a Santa Catarina, que pode conter bilhões de barris de petróleo, colocando o Brasil entre os maiores produtores mundiais da commodity.
O ex-presidente do BC ressaltou que o pré-sal movimentará a cadeia de petróleo, mas também estimulará investimentos indiretos no segmento de fornecedores de equipamentos e geração de serviços. "Com isso o pré-sal se constituiu em mais um elemento de redução da vulnerabilidade e mais um elemento para potencializar o crescimento brasileiro", acrescentou ele.
Para Langoni, a descoberta do pré-sal veio na hora certa e é fruto do modelo regulatório brasileiro, que a partir de 1998 abriu o mercado a empresas estrangeiras e permitiu que a Petrobras pudesse realizar novos investimentos. "Deus de fato é brasileiro. Ele nos deu essa riqueza no momento certo. A economia brasileira é sólida, diversificada e dinâmica. Em outros países o petróleo surgiu em uma fase inicial de crescimento", lembrou.
"O pré-sal é uma possibilidade concreta e histórica de consolidar o padrão de crescimento do país", acrescentou. O ex-presidente do BC defendeu a adaptação do atual marco regulatório ao pré-sal, com o aumento de taxas como royalties e participação especial.
Há quem defenda no governo a mudança no modelo de exploração, do atual regime de concessão para o de partilha. A posição de Langoni foi apoiada pelo presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos de Luca, e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio, Julio Bueno.
"Alimentar ondas de incertezas pode postergar ou paralisar investimentos e gerar prejuízo a milhares de acionistas, entre eles milhares de trabalhadores brasileiros (que usaram o FGTS para comprar ações da Petrobras)", disse Langoni.
"O governo tem soberania de fazer os ajustes. Defendemos a adaptação do modelo existente com a Petrobras com um papel preponderante", afirmou o presidente do IBP.”
Além da cadeia de petróleo, Langoni diz que exploração estimulará investimentos em equipamentos e serviços.
Esse texto de Rodrigo Viga Gaier, da agência Reuters, foi postado no site do “O Estado de São Paulo”. Traz boas notícias para os brasileiros.
“Os investimentos necessários para viabilizar a exploração do petróleo na camada pré-sal podem elevar o padrão de crescimento da economia do Brasil dos atuais 4% para 6% ao ano, avaliou o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni, em um seminário no Rio de Janeiro nesta sexta-feira. Segundo o economista, o pré-sal pode elevar a taxa de investimento do País dos atuais 16% para 25% a 26% do Produto Interno Bruto (PIB), no período de uma década, colocando o Brasil definitivamente em uma rota de crescimento sustentado.
"O Brasil passa por um período de transição econômica. Estamos na ante-sala do crescimento econômico que pode chegar a 6% ao ano com distribuição de renda e geração de riqueza", disse Langoni, na abertura do seminário Desafios do Pré-sal, na Firjan. O pré-sal é uma faixa em águas ultra profundas da costa brasileira, do Espírito Santo a Santa Catarina, que pode conter bilhões de barris de petróleo, colocando o Brasil entre os maiores produtores mundiais da commodity.
O ex-presidente do BC ressaltou que o pré-sal movimentará a cadeia de petróleo, mas também estimulará investimentos indiretos no segmento de fornecedores de equipamentos e geração de serviços. "Com isso o pré-sal se constituiu em mais um elemento de redução da vulnerabilidade e mais um elemento para potencializar o crescimento brasileiro", acrescentou ele.
Para Langoni, a descoberta do pré-sal veio na hora certa e é fruto do modelo regulatório brasileiro, que a partir de 1998 abriu o mercado a empresas estrangeiras e permitiu que a Petrobras pudesse realizar novos investimentos. "Deus de fato é brasileiro. Ele nos deu essa riqueza no momento certo. A economia brasileira é sólida, diversificada e dinâmica. Em outros países o petróleo surgiu em uma fase inicial de crescimento", lembrou.
"O pré-sal é uma possibilidade concreta e histórica de consolidar o padrão de crescimento do país", acrescentou. O ex-presidente do BC defendeu a adaptação do atual marco regulatório ao pré-sal, com o aumento de taxas como royalties e participação especial.
Há quem defenda no governo a mudança no modelo de exploração, do atual regime de concessão para o de partilha. A posição de Langoni foi apoiada pelo presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos de Luca, e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio, Julio Bueno.
"Alimentar ondas de incertezas pode postergar ou paralisar investimentos e gerar prejuízo a milhares de acionistas, entre eles milhares de trabalhadores brasileiros (que usaram o FGTS para comprar ações da Petrobras)", disse Langoni.
"O governo tem soberania de fazer os ajustes. Defendemos a adaptação do modelo existente com a Petrobras com um papel preponderante", afirmou o presidente do IBP.”
BC: MÃO-DE-OBRA É O GARGALO PARA O DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO
“DESAFIO É PROVER MÃO-DE-OBRA PARA CRESCIMENTO, DIZ MEIRELLES"
Presidente do Banco Central diz que expansão sustentada da economia depende de profissionais qualificados.
Li esse texto de Célia Froufe, da Agência Estado, no UOL. Ele toca em um problema crucial para a continuação do desenvolvimento brasileiro:
“Um dos maiores desafios do País hoje é prover mão-de-obra para promover o crescimento sustentado, afirmou nesta sexta-feira o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, durante aula magna realizada para alunos de engenharia da Universidade do Mackenzie. "Existe hoje grande demanda por profissionais qualificados", disse ele.
Após explicar o funcionamento do regime de metas de inflação, o presidente do BC afirmou que, no mundo, a experiência mostra que inflação baixa e sob controle é condição básica para o crescimento: "Não há trade-off de curto prazo entre desemprego e inflação." Ele citou que o BC mira o centro da meta de inflação, de 4,5%, mas ponderou que choques externos em algum momento podem desviar essa taxa para cima ou para baixo.
Durante seu discurso, Meirelles lembrou a hiperinflação do passado, quando algumas pessoas tinham, inclusive, licença do trabalho para realizar compras no dia do pagamento do salário. "Resumindo: inflação alta é um desastre."
Ainda sobre a questão da mão-de-obra qualificada, Meirelles mencionou que o momento é muito favorável aos engenheiros que estão se formando, porque a demanda por esses profissionais hoje é muito grande. "Aliás, faltam engenheiros no mercado", disse ele, lembrando que, quando se formou, o País também vivia um momento de crescimento, mas não havia por parte dos estudantes consciência de quanto a macroeconomia influenciava a vida de cada um. Ele recordou também que houve uma época em que arquitetos formados acabavam atuando em outras áreas, mas que hoje, com a melhora da economia, muitos estão voltando às suas profissões originais.”
Presidente do Banco Central diz que expansão sustentada da economia depende de profissionais qualificados.
Li esse texto de Célia Froufe, da Agência Estado, no UOL. Ele toca em um problema crucial para a continuação do desenvolvimento brasileiro:
“Um dos maiores desafios do País hoje é prover mão-de-obra para promover o crescimento sustentado, afirmou nesta sexta-feira o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, durante aula magna realizada para alunos de engenharia da Universidade do Mackenzie. "Existe hoje grande demanda por profissionais qualificados", disse ele.
Após explicar o funcionamento do regime de metas de inflação, o presidente do BC afirmou que, no mundo, a experiência mostra que inflação baixa e sob controle é condição básica para o crescimento: "Não há trade-off de curto prazo entre desemprego e inflação." Ele citou que o BC mira o centro da meta de inflação, de 4,5%, mas ponderou que choques externos em algum momento podem desviar essa taxa para cima ou para baixo.
Durante seu discurso, Meirelles lembrou a hiperinflação do passado, quando algumas pessoas tinham, inclusive, licença do trabalho para realizar compras no dia do pagamento do salário. "Resumindo: inflação alta é um desastre."
Ainda sobre a questão da mão-de-obra qualificada, Meirelles mencionou que o momento é muito favorável aos engenheiros que estão se formando, porque a demanda por esses profissionais hoje é muito grande. "Aliás, faltam engenheiros no mercado", disse ele, lembrando que, quando se formou, o País também vivia um momento de crescimento, mas não havia por parte dos estudantes consciência de quanto a macroeconomia influenciava a vida de cada um. Ele recordou também que houve uma época em que arquitetos formados acabavam atuando em outras áreas, mas que hoje, com a melhora da economia, muitos estão voltando às suas profissões originais.”
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO
IRRESPONSABILIDADE DE TECNOBUROCRATAS ATRASA PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO
O Correio Braziliense ontem publicou um muito bom artigo de Roberto Amaral, Diretor-Geral no Brasil da Alcântara Cyclone Space e ex-ministro da Ciência e Tecnologia.
“Quando, em 2003, chegou-nos a temida notícia do acidente de Alcântara envolvendo o terceiro modelo do VLS-1 e sua plataforma de lançamento, construídos nos governos anteriores, assumi a responsabilidade, como ministro de Ciência e Tecnologia, de denunciar sua causa fundamental: a ausência de recursos. Sobre mim desabou, então, a fúria dos desinformados, as críticas dos mal-intencionados e o mau humor das viúvas do governo passado. Lembro-me das agressões que me foram lançadas por um fogoso senador amazonense. As declarações dadas à imprensa, repeti-as na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, ao lado do brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, então comandante da Aeronáutica.
Ali denunciamos a sistemática queda dos recursos destinados ao Programa Espacial Brasileiro. Queda absoluta e relativa, se comparados nossos investimentos com os dos outros países que lograram avanços na pesquisa aeroespacial e que continuam nos superando na corrida espacial. Este artigo tem um só objetivo: repetir a denúncia, como homenagem aos 21 heróis que sucumbiram graças à política de ciência e tecnologia do tucanato.
E, agora, não estamos sós na denúncia, pois o relatório da Comissão de Peritos que investigou o acidente indica, como uma de suas causas, a miséria orçamentária. Foi a ausência de recursos que determinou a evasão de cérebros, atrasou o programa e impediu a atualização científica e a acumulação de experiência pelos técnicos. E é uma pena que esse relatório não tenha merecido debate, do qual se ausentam autoridades, cientistas, empresários, Congresso e imprensa, a quem parecem não comover as questões profundas da nacionalidade.
Com a lógica irrefutável dos números, demonstraremos como os tecnoburocratas subtraíram de nosso povo o sonho do foguete nacional: negando recursos ao projeto do VLS. Assim: nossos investimentos caíram de US$ 18,3 milhões, em 1995, para US$ 1 milhão, em 1999 e, pasmem, despencaram para US$ 0,9 milhão em 2002, momento crítico do lançamento, marcado para o ano seguinte. Ou seja, nós, que já pouco investíamos, passamos a investir ainda menos.
Como sobreviver um programa espacial que, em 25 anos, se limita a três lançamentos de qualificação sem êxito? O VLS teve seu desenvolvimento iniciado em 1978 e a última tentativa de levá-lo ao espaço se deu em agosto de 2003. De lá para cá, revisões do projeto e lançamento de sondas.
De onde deriva nosso fracasso? Da incompetência de nossos técnicos? Da desídia do CTA? Não. Da irresponsabilidade de nossos tecnoburocratas que impõem aos programas estratégicos do país dietas orçamentárias que matam o paciente, pois eles não têm compromissos com a nação, nem respondem pelos fracassos e prejuízos que acarretam ao desenvolvimento do país.
Enquanto o Brasil investia US$ 1 milhão em seu Programa Espacial, em 1999, os Estados Unidos gastavam US$ 29,12 bilhões; a União Européia, US$ 5,6 bilhões; o Japão, US$ 2,01 bilhões; e a Rússia, em plena crise decorrente do fim da União Soviética, US$ 0,67 bilhão. Em 2006, graças à nova política implantada pelo governo, investimos US$ 100 milhões. Mas a Índia investe US$ 813 milhões; a Coréia do Sul, US$ 209 milhões.
Em 2002, o Dnit realizou concorrência, julgou-a e apurou o vencedor para a construção do atracadouro de Alcântara (MA), fundamental para o futuro Centro de Lançamento, e as operações da Alcântara Cyclone Space. Mas simplesmente se esqueceu de, no Orçamento da União, prever os recursos necessários. Conseqüência: a Agência Espacial Brasileira recomeçou do zero, em agosto de 2008.
O edital de licitação do Centro Espacial de Alcântara (CEA) ficou sob apreciação dos técnicos do Tribunal de Contas da União durante dois anos, ao cabo dos quais seus ministros, numa decisão patriótica e considerando a relevância do projeto, decidiram aprová-lo, mas condicionando tal aprovação à revisão de 1.862 itens. A Agência Espacial Brasileira achou mais prudente esquecer esse edital e começar tudo de novo. Quando teremos o CEA, sem o qual não teremos programa espacial, nem os burocratas sabem.
É por isso que nós, que já estivemos à frente da Índia, da Coréia do Sul e da China nos anos 1980, hoje estamos tão distanciados desses países. Por isso, por força do jejum de recursos e pela ação da burocracia, nosso satélite de sensoriamento remoto (Cbers 1, 2 e 2B) resulta de parceria tecnológica com a China (cabendo ao Brasil 30% de seu desenvolvimento) e é lançado da base chinesa de Tiyuan, por foguete chinês.”
O Correio Braziliense ontem publicou um muito bom artigo de Roberto Amaral, Diretor-Geral no Brasil da Alcântara Cyclone Space e ex-ministro da Ciência e Tecnologia.
“Quando, em 2003, chegou-nos a temida notícia do acidente de Alcântara envolvendo o terceiro modelo do VLS-1 e sua plataforma de lançamento, construídos nos governos anteriores, assumi a responsabilidade, como ministro de Ciência e Tecnologia, de denunciar sua causa fundamental: a ausência de recursos. Sobre mim desabou, então, a fúria dos desinformados, as críticas dos mal-intencionados e o mau humor das viúvas do governo passado. Lembro-me das agressões que me foram lançadas por um fogoso senador amazonense. As declarações dadas à imprensa, repeti-as na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, ao lado do brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, então comandante da Aeronáutica.
Ali denunciamos a sistemática queda dos recursos destinados ao Programa Espacial Brasileiro. Queda absoluta e relativa, se comparados nossos investimentos com os dos outros países que lograram avanços na pesquisa aeroespacial e que continuam nos superando na corrida espacial. Este artigo tem um só objetivo: repetir a denúncia, como homenagem aos 21 heróis que sucumbiram graças à política de ciência e tecnologia do tucanato.
E, agora, não estamos sós na denúncia, pois o relatório da Comissão de Peritos que investigou o acidente indica, como uma de suas causas, a miséria orçamentária. Foi a ausência de recursos que determinou a evasão de cérebros, atrasou o programa e impediu a atualização científica e a acumulação de experiência pelos técnicos. E é uma pena que esse relatório não tenha merecido debate, do qual se ausentam autoridades, cientistas, empresários, Congresso e imprensa, a quem parecem não comover as questões profundas da nacionalidade.
Com a lógica irrefutável dos números, demonstraremos como os tecnoburocratas subtraíram de nosso povo o sonho do foguete nacional: negando recursos ao projeto do VLS. Assim: nossos investimentos caíram de US$ 18,3 milhões, em 1995, para US$ 1 milhão, em 1999 e, pasmem, despencaram para US$ 0,9 milhão em 2002, momento crítico do lançamento, marcado para o ano seguinte. Ou seja, nós, que já pouco investíamos, passamos a investir ainda menos.
Como sobreviver um programa espacial que, em 25 anos, se limita a três lançamentos de qualificação sem êxito? O VLS teve seu desenvolvimento iniciado em 1978 e a última tentativa de levá-lo ao espaço se deu em agosto de 2003. De lá para cá, revisões do projeto e lançamento de sondas.
De onde deriva nosso fracasso? Da incompetência de nossos técnicos? Da desídia do CTA? Não. Da irresponsabilidade de nossos tecnoburocratas que impõem aos programas estratégicos do país dietas orçamentárias que matam o paciente, pois eles não têm compromissos com a nação, nem respondem pelos fracassos e prejuízos que acarretam ao desenvolvimento do país.
Enquanto o Brasil investia US$ 1 milhão em seu Programa Espacial, em 1999, os Estados Unidos gastavam US$ 29,12 bilhões; a União Européia, US$ 5,6 bilhões; o Japão, US$ 2,01 bilhões; e a Rússia, em plena crise decorrente do fim da União Soviética, US$ 0,67 bilhão. Em 2006, graças à nova política implantada pelo governo, investimos US$ 100 milhões. Mas a Índia investe US$ 813 milhões; a Coréia do Sul, US$ 209 milhões.
Em 2002, o Dnit realizou concorrência, julgou-a e apurou o vencedor para a construção do atracadouro de Alcântara (MA), fundamental para o futuro Centro de Lançamento, e as operações da Alcântara Cyclone Space. Mas simplesmente se esqueceu de, no Orçamento da União, prever os recursos necessários. Conseqüência: a Agência Espacial Brasileira recomeçou do zero, em agosto de 2008.
O edital de licitação do Centro Espacial de Alcântara (CEA) ficou sob apreciação dos técnicos do Tribunal de Contas da União durante dois anos, ao cabo dos quais seus ministros, numa decisão patriótica e considerando a relevância do projeto, decidiram aprová-lo, mas condicionando tal aprovação à revisão de 1.862 itens. A Agência Espacial Brasileira achou mais prudente esquecer esse edital e começar tudo de novo. Quando teremos o CEA, sem o qual não teremos programa espacial, nem os burocratas sabem.
É por isso que nós, que já estivemos à frente da Índia, da Coréia do Sul e da China nos anos 1980, hoje estamos tão distanciados desses países. Por isso, por força do jejum de recursos e pela ação da burocracia, nosso satélite de sensoriamento remoto (Cbers 1, 2 e 2B) resulta de parceria tecnológica com a China (cabendo ao Brasil 30% de seu desenvolvimento) e é lançado da base chinesa de Tiyuan, por foguete chinês.”
LULA E O PRÉ-SAL
LULA DIZ QUE NÃO PODE GASTAR RECURSOS DO PRÉ-SAL SEM DEFINIR EXPLORAÇÃO
O Correio Braziliense publicou ontem:
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (28/08) que o governo não pode dar início aos gastos dos recursos do pré-sal sem definir como será sua exploração.
"Se os recursos do pré-sal forem aquilo que imaginamos, o Brasil dentro de alguns anos se transformará em um grande produtor de petróleo. Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar essa imensa riqueza. Não é porque tiramos bilhete premiado que vamos sair por aí gastando dinheiro que ainda não temos. O pré-sal é o passaporte para o futuro", afirmou, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Lula disse que vai receber, em setembro, sugestões elaboradas pela comissão do governo que analisa o pré-sal com diferentes modelos para sua exploração. "O Brasil não quer ser um mero exportador de óleo cru. Ao contrário, queremos construir no país uma indústria produtiva que agregue valor aqui dentro e exporte os derivados", disse.
O presidente reiterou que a prioridade dos gastos do governo com os recursos extraídos do pré-sal serão a educação e o combate à pobreza. "Nossa Constituição diz que as reservas de petróleo são da União. Não podemos perder isso de vista. Seu fruto deve beneficiar, em primeiro lugar, o povo brasileiro. Sua prioridade deve ser a educação e a miséria ainda existente nesse país. Trata-se de debate muito importante que interessa de perto todos os brasileiros", defendeu.
INFLAÇÃO E APAGÕES
Ao fazer um balanço do cenário econômico nacional, Lula assegurou que o governo não vai permitir o retorno da inflação ou mesmo os "apagões" no setor de energia. "O governo lançou no início do ano passado o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Nessa área, temos muito o que comemorar. A oferta de energia elétrica está garantida. A turma do contra que me desculpe, mas não haverá apagão no Brasil."
No que diz respeito à inflação, Lula disse que "em hipótese alguma" o governo vai permitir a irresponsabilidade fiscal no país. "Também conquistamos a estabilidade monetária. Em hipótese alguma permitiremos a volta a inflação e a irresponsabilidade fiscal nesse país. E continuaremos nos esforçando para melhorar ainda mais o ambiente econômico", afirmou.
POBREZA E DESIGUALDADES
Lula também comemorou o desenvolvimento econômico aliado ao social, além de ressaltar que o governo mantém como sua meta o combate à pobreza e redução das desigualdades. "Crescimento econômico com inclusão social, redução das desigualdades regionais, com base no amplo mercado de massa. Essa é outra conquista que veio para ficar", disse.
No discurso aos integrantes do CDES, o presidente afirmou que o crescimento brasileiro "não é um vôo de galinha", mas uma "águia que descobriu que pode voar mais alto do que ela estava acostumada a voar".”
O Correio Braziliense publicou ontem:
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (28/08) que o governo não pode dar início aos gastos dos recursos do pré-sal sem definir como será sua exploração.
"Se os recursos do pré-sal forem aquilo que imaginamos, o Brasil dentro de alguns anos se transformará em um grande produtor de petróleo. Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar essa imensa riqueza. Não é porque tiramos bilhete premiado que vamos sair por aí gastando dinheiro que ainda não temos. O pré-sal é o passaporte para o futuro", afirmou, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Lula disse que vai receber, em setembro, sugestões elaboradas pela comissão do governo que analisa o pré-sal com diferentes modelos para sua exploração. "O Brasil não quer ser um mero exportador de óleo cru. Ao contrário, queremos construir no país uma indústria produtiva que agregue valor aqui dentro e exporte os derivados", disse.
O presidente reiterou que a prioridade dos gastos do governo com os recursos extraídos do pré-sal serão a educação e o combate à pobreza. "Nossa Constituição diz que as reservas de petróleo são da União. Não podemos perder isso de vista. Seu fruto deve beneficiar, em primeiro lugar, o povo brasileiro. Sua prioridade deve ser a educação e a miséria ainda existente nesse país. Trata-se de debate muito importante que interessa de perto todos os brasileiros", defendeu.
INFLAÇÃO E APAGÕES
Ao fazer um balanço do cenário econômico nacional, Lula assegurou que o governo não vai permitir o retorno da inflação ou mesmo os "apagões" no setor de energia. "O governo lançou no início do ano passado o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Nessa área, temos muito o que comemorar. A oferta de energia elétrica está garantida. A turma do contra que me desculpe, mas não haverá apagão no Brasil."
No que diz respeito à inflação, Lula disse que "em hipótese alguma" o governo vai permitir a irresponsabilidade fiscal no país. "Também conquistamos a estabilidade monetária. Em hipótese alguma permitiremos a volta a inflação e a irresponsabilidade fiscal nesse país. E continuaremos nos esforçando para melhorar ainda mais o ambiente econômico", afirmou.
POBREZA E DESIGUALDADES
Lula também comemorou o desenvolvimento econômico aliado ao social, além de ressaltar que o governo mantém como sua meta o combate à pobreza e redução das desigualdades. "Crescimento econômico com inclusão social, redução das desigualdades regionais, com base no amplo mercado de massa. Essa é outra conquista que veio para ficar", disse.
No discurso aos integrantes do CDES, o presidente afirmou que o crescimento brasileiro "não é um vôo de galinha", mas uma "águia que descobriu que pode voar mais alto do que ela estava acostumada a voar".”
INDÚSTRIA DE SÃO PAULO CRESCE MAIS QUE MÉDIA NACIONAL, DIZ FIESP
A Folha de São Paulo, com texto de Fernando Antunes em colaboração para a Folha Online, ontem publicou:
“O crescimento da produção da indústria de transformação de São Paulo nos últimos 12 meses é maior do que a média verificado no restante do Brasil, apontou a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). De acordo com a instituição, o INA (Indicador de Nível de Atividade) registrou avanço de 8,4% em julho na comparação com igual período de 2007, sem ajuste sazonal.
Por sua vez, a média de crescimento da indústria no país, verificado pelo PIM (Pesquisa Industrial Mensal), que é apurado pelo IBGE (InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística), registrada até junho deste ano é de 6,7% superior ao mesmo mês de 2007. Mas se tirar os números referente a São Paulo do cálculo o percentual cai para 5,3%.
Segundo o PIM, a indústria de transformação de São Paulo cresceu 8,9% em junho deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado. Esse resultado é superior ao próprio dado da Fiesp para o mês, que foi de 8,2%.
"O Estado de São Paulo está se destacando com relação ao resto do país. A nossa indústria está se movendo quatro pontos percentuais a mais que os outros Estados", afirmou o diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Paulo Francini.
De acordo com a Fiesp, a indústria de transformação de São Paulo responde por 42,7% do setor no país.
ANO
No acumulado do ano até o mês passado, o INA mostrou alta de 8,9% sobre o mesmo período em 2007. Segundo a Fiesp, esse é o melhor resultado desde 2003, quando o índice no período registrava crescimento de 3,3%. Segundo Francini, a vantagem de São Paulo é explicada pelo bom momento vivido por alguns setores da indústria que tem maior concentração no Estado.
SENSOR
O Sensor Fiesp, indicador de previsões dos industriais paulistas, referente a agosto ficou em 54,9 pontos, contra 55,3 pontos em julho e 2,5 pontos acima do registrado no mesmo mês de 2007. Uma pontuação acima de 50 indica otimismo, enquanto que abaixo aponta deterioração das previsões dos entrevistados.
Na divisão por questões, o Sensor para Mercado, Vendas, Estoques e Emprego recuaram em agosto na comparação com julho, enquanto investimento aumentou.”
“O crescimento da produção da indústria de transformação de São Paulo nos últimos 12 meses é maior do que a média verificado no restante do Brasil, apontou a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). De acordo com a instituição, o INA (Indicador de Nível de Atividade) registrou avanço de 8,4% em julho na comparação com igual período de 2007, sem ajuste sazonal.
Por sua vez, a média de crescimento da indústria no país, verificado pelo PIM (Pesquisa Industrial Mensal), que é apurado pelo IBGE (InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística), registrada até junho deste ano é de 6,7% superior ao mesmo mês de 2007. Mas se tirar os números referente a São Paulo do cálculo o percentual cai para 5,3%.
Segundo o PIM, a indústria de transformação de São Paulo cresceu 8,9% em junho deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado. Esse resultado é superior ao próprio dado da Fiesp para o mês, que foi de 8,2%.
"O Estado de São Paulo está se destacando com relação ao resto do país. A nossa indústria está se movendo quatro pontos percentuais a mais que os outros Estados", afirmou o diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Paulo Francini.
De acordo com a Fiesp, a indústria de transformação de São Paulo responde por 42,7% do setor no país.
ANO
No acumulado do ano até o mês passado, o INA mostrou alta de 8,9% sobre o mesmo período em 2007. Segundo a Fiesp, esse é o melhor resultado desde 2003, quando o índice no período registrava crescimento de 3,3%. Segundo Francini, a vantagem de São Paulo é explicada pelo bom momento vivido por alguns setores da indústria que tem maior concentração no Estado.
SENSOR
O Sensor Fiesp, indicador de previsões dos industriais paulistas, referente a agosto ficou em 54,9 pontos, contra 55,3 pontos em julho e 2,5 pontos acima do registrado no mesmo mês de 2007. Uma pontuação acima de 50 indica otimismo, enquanto que abaixo aponta deterioração das previsões dos entrevistados.
Na divisão por questões, o Sensor para Mercado, Vendas, Estoques e Emprego recuaram em agosto na comparação com julho, enquanto investimento aumentou.”
TORTURA EM GUANTÁNAMO – ILHA DE CUBA
George W. Bush volta e meia critica a pobreza em Cuba e o sofrimento dos cubanos. Ele “sabe das coisas”. Fala de cátedra. Ele conhece as torturas que ocorrem naquela ilha. Vejamos a reportagem de Andrea Aguilar, em Nova York, para o jornal espanhol El País:
ATRAÇÃO EM FEIRA NOS EUA SIMULA TORTURAS DE GUANTÁNAMO
"A polêmica nos EUA devido a uma atração em uma feira em Coney Island, Nova York, que imita as torturas infligidas na base militar americana em Cuba.
“Quarenta minutos de metrô separam Manhattan (o centro de Nova York) do histórico parque de atrações de Coney Island. Neste verão, além dos cachorros-quentes ou uma das montanhas-russas de madeira mais antigas do país, por US$ 1 os visitantes poderão ver durante 15 segundos uma simulação das torturas de Guantánamo. Grandes letras azuis anunciam no exterior a polêmica atuação projetada pelo artista Steve Powers. Uma escada permite que o espectador entre em uma cela. Através de uma grade se vê um robô vestido com um dos macacões laranja dos prisioneiros da base americana. Ele está inclinado e amarrado a uma tábua. O outro, com um capuz preto, segura uma jarra de metal com água. Quando o dinheiro entra na ranhura, a água cai sobre o rosto do preso que se agita e geme. O artista arrecadou US$ 140 no primeiro dia.
É a nova atração de uma feira pela qual passaram a menor mulher do mundo, famosos forçudos e "freaks" [horrores] de todo tipo. Em 1911, Samuel H. Gumpertz compreendeu como era lucrativo o negócio de mostrar raridades e deformações. Coney Island se transformou em um hit da cultura popular americana que não deixou de inspirar artistas e escritores.
O Grande Gatsby, do escritor Scott Fitzgerald, convida Nick a visitar a feira depois de seu encontro com a bela e caprichosa Baker. Woody Allen, em seu papel de namorado de Annie Hall, lembra sua infância sob a histórica montanha-russa e a fotógrafa Diane Arbus durante anos documentou a estranha fauna que habitava as cabines. Quase um século depois de Gumpertz implementar seu negócio de raridades, Coney Island resiste a duras penas diante da ânsia especulativa dos promotores imobiliários.
Junto ao Guantánamo de Powers, a Mulher Vulcão, coberta de tatuagens, explica que é capaz de tomar uma xícara de gasolina como se fosse chá. Nem ela nem sua companheira que toda tarde engole espadas se aproximaram ainda da atração vizinha. A nova cela faz parte do projeto Democracia para a América, uma iniciativa da organização Creative Arts. Mesas-redondas, representações de discursos históricos da nova esquerda e uma apresentação em que cerca de 40 bissexuais lêem uma carta de amor aos candidatos à presidência são algumas das atividades realizadas por esse grupo.
"A arte tem uma longa tradição no campo da polêmica, como elemento gerador de debate", explica Nato Thompson, curador do projeto. A organização para a qual trabalha começou nos anos 1970, década dourada da arte política e do protesto. Entre as ruidosas bancas de tiro e os carros de trombada, a nova montagem de Guantánamo não passa despercebida. John, ativista americano pró-direitos humanos da ONG O Mundo Não Pode Esperar, distribui informação sobre sua organização aos que se aproximam. "A tortura é um crime contra a humanidade. Um governo que tortura é criminoso. Pinochet no Chile ou Ríos na Guatemala negavam as torturas. O governo Bush as reconhece." Na parede da cela de Powers um letreiro vermelho tranqüiliza o espectador: "Calma, é só um sonho". Ou um pesadelo?
Franklin Soults, jornalista musical que visita pela primeira vez o parque, capta a ironia. "O artista quer demonstrar que isso é tortura mesmo que o governo o negue, e o faz de uma maneira um tanto simples", diz, "porque as pessoas não prestam atenção nisto, o que mais as preocupa é o preço da gasolina e o desemprego."
As técnicas de asfixia simulada representadas em Coney Island e condenadas pela Convenção de Genebra foram defendidas pelo governo Bush. Nos julgamentos que se realizam atualmente em Guantánamo, a comissão militar admite como provas os depoimentos dos presos obtidos com essas técnicas nos interrogatórios. No carnaval decadente de Coney Island não falta quem considere que a nova atração deveria ser mais realista. Steve, um estudante de administração de 22 anos, gostaria de ver atores de verdade. "Se o negócio é surpreender e dar medo, seria mais eficaz se mostrasse exatamente como ocorre", afirma.
Powers, um grupo de advogados pró-direitos humanos e Mike Hirtz, interrogador profissional contrário ao emprego desse tipo de técnica, fizeram uma representação real do show em 15 de agosto diante de 40 pessoas.
O radicalismo da ação e o discurso de protesto foram adaptados aos requisitos do sistema de saúde. "Não os amarraram por problemas com o seguro médico", explica Thompson. Sem passar para a crua realidade, os bonecos de plástico também podem assustar e perturbar. É o que pensa Jenny, uma adolescente nova-iorquina, depois de ver a atração. "Isto é sério demais para Coney Island. Sei que é um show de 'freaks', mas é um pouco perturbador."
Junto aos desenhos da fachada Powers colocou um manual de instruções em inglês, árabe e francês, ilustrado com desenhos, para explicar a técnica de asfixia simulada em seis passos. O primeiro é encher uma jarra com água. Depois cobrir o rosto e amarrar a vítima, colocar um pano molhado sobre o capuz e derramar água. Interrogar e repetir quantas vezes for necessário. E se isso não os convencer subam à roda.”
ATRAÇÃO EM FEIRA NOS EUA SIMULA TORTURAS DE GUANTÁNAMO
"A polêmica nos EUA devido a uma atração em uma feira em Coney Island, Nova York, que imita as torturas infligidas na base militar americana em Cuba.
“Quarenta minutos de metrô separam Manhattan (o centro de Nova York) do histórico parque de atrações de Coney Island. Neste verão, além dos cachorros-quentes ou uma das montanhas-russas de madeira mais antigas do país, por US$ 1 os visitantes poderão ver durante 15 segundos uma simulação das torturas de Guantánamo. Grandes letras azuis anunciam no exterior a polêmica atuação projetada pelo artista Steve Powers. Uma escada permite que o espectador entre em uma cela. Através de uma grade se vê um robô vestido com um dos macacões laranja dos prisioneiros da base americana. Ele está inclinado e amarrado a uma tábua. O outro, com um capuz preto, segura uma jarra de metal com água. Quando o dinheiro entra na ranhura, a água cai sobre o rosto do preso que se agita e geme. O artista arrecadou US$ 140 no primeiro dia.
É a nova atração de uma feira pela qual passaram a menor mulher do mundo, famosos forçudos e "freaks" [horrores] de todo tipo. Em 1911, Samuel H. Gumpertz compreendeu como era lucrativo o negócio de mostrar raridades e deformações. Coney Island se transformou em um hit da cultura popular americana que não deixou de inspirar artistas e escritores.
O Grande Gatsby, do escritor Scott Fitzgerald, convida Nick a visitar a feira depois de seu encontro com a bela e caprichosa Baker. Woody Allen, em seu papel de namorado de Annie Hall, lembra sua infância sob a histórica montanha-russa e a fotógrafa Diane Arbus durante anos documentou a estranha fauna que habitava as cabines. Quase um século depois de Gumpertz implementar seu negócio de raridades, Coney Island resiste a duras penas diante da ânsia especulativa dos promotores imobiliários.
Junto ao Guantánamo de Powers, a Mulher Vulcão, coberta de tatuagens, explica que é capaz de tomar uma xícara de gasolina como se fosse chá. Nem ela nem sua companheira que toda tarde engole espadas se aproximaram ainda da atração vizinha. A nova cela faz parte do projeto Democracia para a América, uma iniciativa da organização Creative Arts. Mesas-redondas, representações de discursos históricos da nova esquerda e uma apresentação em que cerca de 40 bissexuais lêem uma carta de amor aos candidatos à presidência são algumas das atividades realizadas por esse grupo.
"A arte tem uma longa tradição no campo da polêmica, como elemento gerador de debate", explica Nato Thompson, curador do projeto. A organização para a qual trabalha começou nos anos 1970, década dourada da arte política e do protesto. Entre as ruidosas bancas de tiro e os carros de trombada, a nova montagem de Guantánamo não passa despercebida. John, ativista americano pró-direitos humanos da ONG O Mundo Não Pode Esperar, distribui informação sobre sua organização aos que se aproximam. "A tortura é um crime contra a humanidade. Um governo que tortura é criminoso. Pinochet no Chile ou Ríos na Guatemala negavam as torturas. O governo Bush as reconhece." Na parede da cela de Powers um letreiro vermelho tranqüiliza o espectador: "Calma, é só um sonho". Ou um pesadelo?
Franklin Soults, jornalista musical que visita pela primeira vez o parque, capta a ironia. "O artista quer demonstrar que isso é tortura mesmo que o governo o negue, e o faz de uma maneira um tanto simples", diz, "porque as pessoas não prestam atenção nisto, o que mais as preocupa é o preço da gasolina e o desemprego."
As técnicas de asfixia simulada representadas em Coney Island e condenadas pela Convenção de Genebra foram defendidas pelo governo Bush. Nos julgamentos que se realizam atualmente em Guantánamo, a comissão militar admite como provas os depoimentos dos presos obtidos com essas técnicas nos interrogatórios. No carnaval decadente de Coney Island não falta quem considere que a nova atração deveria ser mais realista. Steve, um estudante de administração de 22 anos, gostaria de ver atores de verdade. "Se o negócio é surpreender e dar medo, seria mais eficaz se mostrasse exatamente como ocorre", afirma.
Powers, um grupo de advogados pró-direitos humanos e Mike Hirtz, interrogador profissional contrário ao emprego desse tipo de técnica, fizeram uma representação real do show em 15 de agosto diante de 40 pessoas.
O radicalismo da ação e o discurso de protesto foram adaptados aos requisitos do sistema de saúde. "Não os amarraram por problemas com o seguro médico", explica Thompson. Sem passar para a crua realidade, os bonecos de plástico também podem assustar e perturbar. É o que pensa Jenny, uma adolescente nova-iorquina, depois de ver a atração. "Isto é sério demais para Coney Island. Sei que é um show de 'freaks', mas é um pouco perturbador."
Junto aos desenhos da fachada Powers colocou um manual de instruções em inglês, árabe e francês, ilustrado com desenhos, para explicar a técnica de asfixia simulada em seis passos. O primeiro é encher uma jarra com água. Depois cobrir o rosto e amarrar a vítima, colocar um pano molhado sobre o capuz e derramar água. Interrogar e repetir quantas vezes for necessário. E se isso não os convencer subam à roda.”
PARA FILÓSOFO, RESERVA É ESTADO DENTRO DE ESTADO
O portal UOL publicou ontem a seguinte reportagem de Carolina Glycerio, da agência de notícias BBC Brasil:
“Ao demarcar a terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, a Funai (Fundação Nacional do Índio) criou "um Estado dentro de um Estado" e violou o chamado pacto federativo, cláusula pétrea da Constituição brasileira, afirmou o filósofo Denis Rosenfield em entrevista à BBC Brasil.
É a essa questão que, segundo o filósofo, os ministros do Supremo Tribunal Federal deverão ficar atentos ao julgarem a constitucionalidade da demarcação de uma área contínua de 1,7 milhão de hectares para a reserva indígena.
"A Funai está assumindo a posição do Senado brasileiro. Está criando Estados, nações. Ela está criando o Estado dentro de um Estado, não compete à Funai criar um Estado dentro de um Estado", disse Rosenfield, professor de filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista de Rosenfield à BBC Brasil:
BBC BRASIL - A Constituição de 1988 assegura, no artigo 231, "os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las". O caso da Raposa Serra do Sol não é exatamente este?
DENIS ROSENFIELD - O objetivo de ter terra demarcada não significa que a Funai pode vir e recortar todo o território de um Estado porque a Constituição diz que só o Senado pode fazer isso. Além disso, a Constituição estabelece que a terra tem de ser efetivamente ocupada.
A Funai pode demarcar terras indígenas, isso é legal, mas ela está utilizando uma legislação infralegal, que são portarias, instruções normativas e resoluções, que depois se traduzem em um decreto presidencial que se sobrepõe a artigos constitucionais.
Por exemplo, você não pode criar um território equivalente a um Estado (em área) nem pode amputar um Estado, que é o caso da Serra do Sol. E é o que a Funai quer fazer no Mato Grosso do Sul agora, com um terço do território. Como pode um órgão estatal, por portaria, alterar entidades federativas, que é uma cláusula pétrea da Constituição? Você não pode alterar a constituição territorial de um Estado.
BBC BRASIL - Mas são terras da União.
ROSENFIELD - Isso é uma anomalia do Estado de Roraima, mas daí não se segue que a União pode tratar o Estado como um território. Rondônia, Acre tiveram as terras transferidas. Roraima, não. O governo federal está se utilizando de uma situação anômala para dizer "as terras são minhas, o Estado não existe". Então é melhor dizer logo que é território.
BBC BRASIL - Além do pacto federativo, há algum outro artigo constitucional que o senhor considere violado pela demarcação contínua?
ROSENFIELD - O direito à propriedade também, embora o pacto federativo tenha até anterioridade, do ponto de vista constitucional. Os dois são cláusulas pétreas. Não adianta dizer que uma portaria da Funai pode se sobrepor a um artigo constitucional. Poderia no caso de uma aldeia determinada, ampliar, isso seria uma demarcação que corresponderia ao espírito da Constituição. Agora você vai recortar o naco de um Estado?
A Funai está assumindo a posição do Senado brasileiro. Está criando Estados, nações. Ela está criando o Estado dentro de um Estado, não compete à Funai criar um estado dentro de um Estado.
BBC BRASIL - Mas se nenhum Estado quiser criar terras indígenas, os índios não ficam sem terra?
ROSENFIELD - É diferente demarcar uma área indígena e demarcá-la numa área contínua, em uma área de fronteira, e no caso de Roraima, que já tem praticamente 50% de terra indígena. Uma coisa é demarcar uma aldeia, não significa demarcar um Estado. (O problema) é a extensão da área.
BBC BRASIL - Mas há algumas terras indígenas até maiores, como a dos Yanomami.
ROSENFIELD - A dos Yanomami não está em discussão, ali são os silvícolas que recusam a cultura, o estado civilizatório, não é o caso da Raposa Serra do Sol, onde alguns falam perfeitamente português.
O problema é quando você começa uma área depois da outra. Isso que está acontecendo no norte do Brasil, que está suscitando todo um problema de área de fronteira, que é outro problema de soberania nacional. De toda a extensão norte do Brasil, você tem apenas hoje 400, 500 km que não são áreas indígenas.
E hoje com os tratados internacionais, com a declaração dos povos indígenas, assinada pelo Brasil, é uma questão perigosa. Esses territórios são considerados nações e aí está escrito claramente (na declaração): dotadas de auto-governo, o Exército não pode entrar, e (há) controle também do subsolo - tudo que contraria a Constituição.
BBC BRASIL - O jurista Dalmo Dallari, que é a favor da demarcação, critica o processo de formação dos municípios, que, segundo ele, teriam se instalado lá de forma irregular.
ROSENFIELD - Então que ele faça uma ação de inconstitucionalidade em relação à União porque esses municípios têm vereadores, prefeito, orçamento próprio, transferência de verbas da União. Como é falso? Então o governo está fazendo malversação de dinheiro público, transferindo para municípios inexistentes?
BBC BRASIL - O senhor mencionou a questão da soberania nacional. O Exército não é livre para atuar nessas áreas?
ROSENFIELD - O governo diz agora que vai estabelecer pelotões de fronteira, reafirmando a soberania nacional. Esse mesmo governo assina um tratado internacional que é a declaração dos povos indígenas que diz que o Exército, salvo em situações especialíssimas, não pode entrar em terras indígenas. Então existe aí uma contradição manifesta, entre o que é dito e o que é feito.
O grande problema que está se colocando do ponto de vista geopolítico é porque você tem as mesmas tribos dos dois lados da fronteira. E você tem ONGs internacionais que atuam nessas regiões.
BBC BRASIL - Qual é então, na sua opinião, o modelo correto para os índios brasileiros?
ROSENFIELD - Os índios têm que ter atendimento médico, educação, investir socialmente neles. O problema não é de demarcação de território equivalente a um Estado. (Eles devem ser tratados como) grupo social que merece um atendimento maior.
Tem que dar oportunidade a eles e também tem que perguntar para eles o que eles querem. Porque o que nós ouvimos é o que a Funai diz, o que o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) diz. Será que não podemos ouvir o que eles têm a dizer. Se eles querem viver na oca ou na cidade? Se querem celular ou ficar gritando na selva? Alguém pergunta? No Brasil, nem censo demográfico indígena, tem.
BBC BRASIL - Qual é o destino dos povos indígenas nesse contexto?
ROSENFIELD - Sobrevivência cultural num processo de aculturação. Em que lugar no mundo em que o contato de uma civilização de nível menos desenvolvido resistiu à uma de nível mais desenvolvido? Pode ter terras? Sim, acho até que eles têm que gerir o seu patrimônio, que deveriam ter a propriedade da terra.
BBC BRASIL - Que terra, se o senhor não reconhece que eles tenham direito?
ROSENFIELD - Você está deturpando o que eu disse. Disse que sou contra se (as reservas) violam o pacto federativo, não que não possam ampliar uma aldeia ou fazer um reconhecimento específico. Sou contra portarias genéricas que simplesmente peguem um terço do território de um Estado. Agora, os índios devem ter terra? Estou de acordo. O que eu não estou de acordo é que 0,25% da população ocupe 12,5% do território nacional.
BBC BRASIL - Então o senhor defende que o que já foi demarcado seja revisto?
ROSENFIELD - Não. O que está demarcado está demarcado. Não apenas devem permanecer, como usufruir desses territórios. Por exemplo, se há minas, deveriam ter direito de concessão e explorar comercialmente. Que plantem, façam garimpo, comércio. Que se regularize isso.
BBC BRASIL - O relator especial da ONU para os Direitos e Liberdade dos Povos Indígenas, James Anaya, disse que o Brasil é paternalista com os índios brasileiros?
ROSENFIELD - Os índios não são menores de idade. Um índio pode estuprar uma mulher e não ser julgado? Por que é menor? Pode matar uma criança porque é 'culturalmente diferente'? Eu acho que, sim, existem valores universais. Não matar crianças, não estuprar mulheres, são valores universais.”
“Ao demarcar a terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, a Funai (Fundação Nacional do Índio) criou "um Estado dentro de um Estado" e violou o chamado pacto federativo, cláusula pétrea da Constituição brasileira, afirmou o filósofo Denis Rosenfield em entrevista à BBC Brasil.
É a essa questão que, segundo o filósofo, os ministros do Supremo Tribunal Federal deverão ficar atentos ao julgarem a constitucionalidade da demarcação de uma área contínua de 1,7 milhão de hectares para a reserva indígena.
"A Funai está assumindo a posição do Senado brasileiro. Está criando Estados, nações. Ela está criando o Estado dentro de um Estado, não compete à Funai criar um Estado dentro de um Estado", disse Rosenfield, professor de filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista de Rosenfield à BBC Brasil:
BBC BRASIL - A Constituição de 1988 assegura, no artigo 231, "os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las". O caso da Raposa Serra do Sol não é exatamente este?
DENIS ROSENFIELD - O objetivo de ter terra demarcada não significa que a Funai pode vir e recortar todo o território de um Estado porque a Constituição diz que só o Senado pode fazer isso. Além disso, a Constituição estabelece que a terra tem de ser efetivamente ocupada.
A Funai pode demarcar terras indígenas, isso é legal, mas ela está utilizando uma legislação infralegal, que são portarias, instruções normativas e resoluções, que depois se traduzem em um decreto presidencial que se sobrepõe a artigos constitucionais.
Por exemplo, você não pode criar um território equivalente a um Estado (em área) nem pode amputar um Estado, que é o caso da Serra do Sol. E é o que a Funai quer fazer no Mato Grosso do Sul agora, com um terço do território. Como pode um órgão estatal, por portaria, alterar entidades federativas, que é uma cláusula pétrea da Constituição? Você não pode alterar a constituição territorial de um Estado.
BBC BRASIL - Mas são terras da União.
ROSENFIELD - Isso é uma anomalia do Estado de Roraima, mas daí não se segue que a União pode tratar o Estado como um território. Rondônia, Acre tiveram as terras transferidas. Roraima, não. O governo federal está se utilizando de uma situação anômala para dizer "as terras são minhas, o Estado não existe". Então é melhor dizer logo que é território.
BBC BRASIL - Além do pacto federativo, há algum outro artigo constitucional que o senhor considere violado pela demarcação contínua?
ROSENFIELD - O direito à propriedade também, embora o pacto federativo tenha até anterioridade, do ponto de vista constitucional. Os dois são cláusulas pétreas. Não adianta dizer que uma portaria da Funai pode se sobrepor a um artigo constitucional. Poderia no caso de uma aldeia determinada, ampliar, isso seria uma demarcação que corresponderia ao espírito da Constituição. Agora você vai recortar o naco de um Estado?
A Funai está assumindo a posição do Senado brasileiro. Está criando Estados, nações. Ela está criando o Estado dentro de um Estado, não compete à Funai criar um estado dentro de um Estado.
BBC BRASIL - Mas se nenhum Estado quiser criar terras indígenas, os índios não ficam sem terra?
ROSENFIELD - É diferente demarcar uma área indígena e demarcá-la numa área contínua, em uma área de fronteira, e no caso de Roraima, que já tem praticamente 50% de terra indígena. Uma coisa é demarcar uma aldeia, não significa demarcar um Estado. (O problema) é a extensão da área.
BBC BRASIL - Mas há algumas terras indígenas até maiores, como a dos Yanomami.
ROSENFIELD - A dos Yanomami não está em discussão, ali são os silvícolas que recusam a cultura, o estado civilizatório, não é o caso da Raposa Serra do Sol, onde alguns falam perfeitamente português.
O problema é quando você começa uma área depois da outra. Isso que está acontecendo no norte do Brasil, que está suscitando todo um problema de área de fronteira, que é outro problema de soberania nacional. De toda a extensão norte do Brasil, você tem apenas hoje 400, 500 km que não são áreas indígenas.
E hoje com os tratados internacionais, com a declaração dos povos indígenas, assinada pelo Brasil, é uma questão perigosa. Esses territórios são considerados nações e aí está escrito claramente (na declaração): dotadas de auto-governo, o Exército não pode entrar, e (há) controle também do subsolo - tudo que contraria a Constituição.
BBC BRASIL - O jurista Dalmo Dallari, que é a favor da demarcação, critica o processo de formação dos municípios, que, segundo ele, teriam se instalado lá de forma irregular.
ROSENFIELD - Então que ele faça uma ação de inconstitucionalidade em relação à União porque esses municípios têm vereadores, prefeito, orçamento próprio, transferência de verbas da União. Como é falso? Então o governo está fazendo malversação de dinheiro público, transferindo para municípios inexistentes?
BBC BRASIL - O senhor mencionou a questão da soberania nacional. O Exército não é livre para atuar nessas áreas?
ROSENFIELD - O governo diz agora que vai estabelecer pelotões de fronteira, reafirmando a soberania nacional. Esse mesmo governo assina um tratado internacional que é a declaração dos povos indígenas que diz que o Exército, salvo em situações especialíssimas, não pode entrar em terras indígenas. Então existe aí uma contradição manifesta, entre o que é dito e o que é feito.
O grande problema que está se colocando do ponto de vista geopolítico é porque você tem as mesmas tribos dos dois lados da fronteira. E você tem ONGs internacionais que atuam nessas regiões.
BBC BRASIL - Qual é então, na sua opinião, o modelo correto para os índios brasileiros?
ROSENFIELD - Os índios têm que ter atendimento médico, educação, investir socialmente neles. O problema não é de demarcação de território equivalente a um Estado. (Eles devem ser tratados como) grupo social que merece um atendimento maior.
Tem que dar oportunidade a eles e também tem que perguntar para eles o que eles querem. Porque o que nós ouvimos é o que a Funai diz, o que o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) diz. Será que não podemos ouvir o que eles têm a dizer. Se eles querem viver na oca ou na cidade? Se querem celular ou ficar gritando na selva? Alguém pergunta? No Brasil, nem censo demográfico indígena, tem.
BBC BRASIL - Qual é o destino dos povos indígenas nesse contexto?
ROSENFIELD - Sobrevivência cultural num processo de aculturação. Em que lugar no mundo em que o contato de uma civilização de nível menos desenvolvido resistiu à uma de nível mais desenvolvido? Pode ter terras? Sim, acho até que eles têm que gerir o seu patrimônio, que deveriam ter a propriedade da terra.
BBC BRASIL - Que terra, se o senhor não reconhece que eles tenham direito?
ROSENFIELD - Você está deturpando o que eu disse. Disse que sou contra se (as reservas) violam o pacto federativo, não que não possam ampliar uma aldeia ou fazer um reconhecimento específico. Sou contra portarias genéricas que simplesmente peguem um terço do território de um Estado. Agora, os índios devem ter terra? Estou de acordo. O que eu não estou de acordo é que 0,25% da população ocupe 12,5% do território nacional.
BBC BRASIL - Então o senhor defende que o que já foi demarcado seja revisto?
ROSENFIELD - Não. O que está demarcado está demarcado. Não apenas devem permanecer, como usufruir desses territórios. Por exemplo, se há minas, deveriam ter direito de concessão e explorar comercialmente. Que plantem, façam garimpo, comércio. Que se regularize isso.
BBC BRASIL - O relator especial da ONU para os Direitos e Liberdade dos Povos Indígenas, James Anaya, disse que o Brasil é paternalista com os índios brasileiros?
ROSENFIELD - Os índios não são menores de idade. Um índio pode estuprar uma mulher e não ser julgado? Por que é menor? Pode matar uma criança porque é 'culturalmente diferente'? Eu acho que, sim, existem valores universais. Não matar crianças, não estuprar mulheres, são valores universais.”
QUERO SER ASTRONAUTA
A revista ISTO É de 27/08/2008 publicou a seguinte reportagem de Renata Cabral::
CANDIDATOS DE 17 PAÍSES DISPUTAM VAGA NA AGÊNCIA ESPACIAL EUROPÉIA
“Uma nova safra de Yuris Gagarin e Neils Armstrong está prestes a chegar ao mercado, ou melhor, ao espaço. A Agência Espacial Européia (ESA, em inglês) realiza desde maio deste ano um concurso público para recrutar, entre os 17 países que a compõem, oito astronautas para as próximas missões da instituição. São oito vagas e 8,4 mil candidatos.
Os contemplados, além de poder ver a Terra de seu ângulo mais espetacular, também têm chances de ser escalados para projetos de exploração do sistema solar. Não há brasileiros na disputa, mas o País se prepara para ampliar seu programa espacial e, conseqüentemente, o número de profissionais envolvidos nessa empreitada. Segundo Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), em 2008 a agência vai destinar R$ 400 milhões ao projeto, que prevê o lançamento do foguete ucraniano Cyclone-4 da Base de Alcântara, em 2010, além da retomada de antigas idéias, como o veículo lançador nacional VLS.
"Além do investimento, é importante manter o setor espacial ativo, com encomendas constantes e realização de parcerias público-privadas. É preciso, também, que o programa seja tratado como questão de Estado, não somente de governo", frisa Ganem. Mas um programa de formação de astronautas, como propõe a Europa com seu terceiro concurso público, ainda é uma realidade muito distante para o Brasil.
Até hoje, o único representante do país a participar de uma missão espacial com tripulação é Marcos Pontes, que embarcou na nave russa Soyuz TMA-8, em 2006, e se tornou celebridade nacional. Ainda na agência brasileira e atuando também como diretor de espaço do Instituto Nacional para o Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico (Idea), Pontes acredita que o avanço europeu pode ter bons reflexos por aqui. "Como temos uma grande parcela de projetos com cooperação internacional, inclusive com a Europa, o bom momento econômico que eles vivem pode acarretar o crescimento, também, de nosso programa", acredita.
Para o astronauta, o País ainda precisa investir em cursos com ênfase espacial para aprimorar e formar jovens talentos. Mesmo assim, os brasileiros têm feito bonito lá fora. "O custo de um profissional desta área é altíssimo. E não agrada a nenhum presidente tê-los trabalhando para concorrentes. Mas ainda temos de construir bases para retê-los aqui", esclarece Ganem. Da seleção da ESA, apenas cidadãos europeus puderam participar. Além de falar inglês e ter experiência em vôo, os candidatos deveriam apresentar título universitário em ciências naturais, engenharia ou medicina e um exame médico complexo, realizado numa base militar. "O programa espacial brasileiro é grande se comparado ao de outros países. Mas temos de estruturar nossos projetos antes de dar passos mais largos", ensina Pontes.”
CANDIDATOS DE 17 PAÍSES DISPUTAM VAGA NA AGÊNCIA ESPACIAL EUROPÉIA
“Uma nova safra de Yuris Gagarin e Neils Armstrong está prestes a chegar ao mercado, ou melhor, ao espaço. A Agência Espacial Européia (ESA, em inglês) realiza desde maio deste ano um concurso público para recrutar, entre os 17 países que a compõem, oito astronautas para as próximas missões da instituição. São oito vagas e 8,4 mil candidatos.
Os contemplados, além de poder ver a Terra de seu ângulo mais espetacular, também têm chances de ser escalados para projetos de exploração do sistema solar. Não há brasileiros na disputa, mas o País se prepara para ampliar seu programa espacial e, conseqüentemente, o número de profissionais envolvidos nessa empreitada. Segundo Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), em 2008 a agência vai destinar R$ 400 milhões ao projeto, que prevê o lançamento do foguete ucraniano Cyclone-4 da Base de Alcântara, em 2010, além da retomada de antigas idéias, como o veículo lançador nacional VLS.
"Além do investimento, é importante manter o setor espacial ativo, com encomendas constantes e realização de parcerias público-privadas. É preciso, também, que o programa seja tratado como questão de Estado, não somente de governo", frisa Ganem. Mas um programa de formação de astronautas, como propõe a Europa com seu terceiro concurso público, ainda é uma realidade muito distante para o Brasil.
Até hoje, o único representante do país a participar de uma missão espacial com tripulação é Marcos Pontes, que embarcou na nave russa Soyuz TMA-8, em 2006, e se tornou celebridade nacional. Ainda na agência brasileira e atuando também como diretor de espaço do Instituto Nacional para o Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico (Idea), Pontes acredita que o avanço europeu pode ter bons reflexos por aqui. "Como temos uma grande parcela de projetos com cooperação internacional, inclusive com a Europa, o bom momento econômico que eles vivem pode acarretar o crescimento, também, de nosso programa", acredita.
Para o astronauta, o País ainda precisa investir em cursos com ênfase espacial para aprimorar e formar jovens talentos. Mesmo assim, os brasileiros têm feito bonito lá fora. "O custo de um profissional desta área é altíssimo. E não agrada a nenhum presidente tê-los trabalhando para concorrentes. Mas ainda temos de construir bases para retê-los aqui", esclarece Ganem. Da seleção da ESA, apenas cidadãos europeus puderam participar. Além de falar inglês e ter experiência em vôo, os candidatos deveriam apresentar título universitário em ciências naturais, engenharia ou medicina e um exame médico complexo, realizado numa base militar. "O programa espacial brasileiro é grande se comparado ao de outros países. Mas temos de estruturar nossos projetos antes de dar passos mais largos", ensina Pontes.”
AS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS
O site DEFESA@NET publicou a seguinte reportagem da revista Isto É de 21 agosto 2008:
AS FORÇAS ARMADAS SEGUNDO JOBIM
"Plano de Defesa Nacional prevê França como parceira estratégica e tecnológica na Marinha, Aeronáutica e Exército.
No dia 7 de setembro, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, entregará ao presidente Lula o Plano Estratégico de Defesa Nacional. O projeto vai além da compra de equipamentos bilionários para a Marinha, o Exército e a Aeronáutica. O objetivo é mudar a concepção de defesa nacional e redirecionar as prioridades das três Forças.
Como principal parceiro no plano militar para as próximas décadas foi escolhida a França de Nicolas Sarkozy. É de lá que virão equipamentos como submarinos convencionais, helicópteros e, quase certo, também os caças supersônicos. Sarkozy ganhou a disputa ao garantir ao presidente Lula que a França não criará nenhum obstáculo à transferência de tecnologia para o Brasil.
"Temos acordos com os franceses no que diz respeito à Marinha, ao Exército e à Aeronáutica. Em 23 de dezembro, o termo de aliança estratégica com a França será assinado pelos presidentes Lula e Sarkozy", antecipou o ministro Jobim em entrevista exclusiva à ISTOÉ. "Isso nos dá a possibilidade de sair ao largo da hegemonia americana no setor. O que faz parte da linha de ação do Conselho de Defesa Sul-Americano." A forte contribuição da França começa pelo mar.
Caberá à Marinha os maiores investimentos no plano de Jobim. O Brasil construirá submarinos em parceria com a francesa DCN (Direction des Constructions Navales). Inicialmente, serão fabricados três submarinos convencionais Scorpène, de propulsão a diesel. Depois, o Brasil vai incorporar a tecnologia da DCN para produzir seu primeiro submarino de propulsão nuclear. "O Scorpène nos dará condições de produzir a parte não nuclear do submarino de propulsão nuclear, que é a tecnologia de rigidez do casco", diz Jobim. "O submarino nuclear é uma decisão já tomada." O acerto entre os dois países na área marítima foi negociado entre Lula e Sarkozy durante reunião em Caiena, em fevereiro. Para os acertos finais do acordo, o chefe do Estado- Maior da Presidência da França, Edouard Guillaud, assessor militar do presidente, esteve duas vezes em Brasília, a última no dia 23 de julho. O projeto completo dos submarinos chega a US$ 7 bilhões, cifra que pode mudar. "Talvez, mais", diz Jobim. O País, no momento, negocia na ONU a extensão das águas jurisdicionais das atuais 200 milhas para 350 milhas, o que aumentará a área de 3,5 milhões para 4,5 milhões de quilômetros quadrados, compreendendo todo o mega-campo de petróleo Tupi.
Para o Exército, uma das novidades é a construção de postos em todas as áreas indígenas de fronteira. Hoje, o Exército tem 17 mil soldados na região. Os soldados índios receberão fuzis novos, binóculos de visão noturna e chips nos equipamentos, para rastreamento. É o que o ministro chama de "soldado do futuro". "Um soldado índio com chip", explica Jobim. "É outro ponto em que contamos com a colaboração dos franceses." O ministro afirma que o Brasil já tem os guerreiros de selva mais competentes do planeta, mas destaca que os novos equipamentos irão inserir o Exército na modernidade. "Os marines americanos foram lá fazer treinamento e quase morreram, foram embora doentes, de maca, cheios de mosquito, não se agüentam.
" O Exército possui 184 mil homens. Juntas, as Forças Armadas têm 308 mil homens, mas a maioria do aquartelamento está no leste do País.
O governo pretende criar na Amazônia a figura do "exército móvel". São brigadas com grande capacidade de mobilidade e logística. Para atender os batalhões móveis, o governo vai investir pesado na construção de blindados sobre rodas em Sete Lagoas, Minas, um projeto da Fiat-Iveco, e nos aviões C-390 da Embraer, semelhantes aos Hércules americanos. O plano prevê a integração ainda maior do Exército com a FAB, que vai dar suporte aéreo principalmente na Amazônia. Outra ferramenta importante do exército móvel serão os 50 helicópteros fabricados em Itajubá, pela Helibrás, consórcio com a também francesa Eurocopter. A fábrica atenderá as três Forças. O modelo Cougar 725 não é ataque: destinase ao transporte de materiais e tropa. Esse acordo já foi assinado.
A tarefa da Aeronáutica é assegurar a supremacia do espaço aéreo. De novo, devem vencer os franceses. O governo deve mesmo fechar a parceria para trazer para o País a tecnologia da construção de caças Rafale, da empresa Dassault. É prevista grande participação de uma empresa brasileira no projeto. "A tendência é atrair a Embraer, que já tem uma estrutura", diz Jobim. Outros países interessados no projeto do caça supersônico serão descartados. Entre as empresas que prometeram transferir tecnologia para o Brasil estão as americanas Boeing, com seu F-18, e Lockheed, com o F-16, a sueca Gripen, com o caça do mesmo nome, a Rosoboronexport, que vende o russo Sukhoi, e o consórcio europeu que fabrica o Eurofighter. Mas os contatos com os governos onde estão estas empresas foram infrutíferos.
Nelson Jobim manteve reuniões com autoridades americanas, inclusive com a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, e o secretário de Defesa, Robert Gates, e ouviu que os EUA estavam dispostos a transferir tecnologia para o Brasil. "Por que, então, os senhores anunciaram que não permitiriam a venda dos Super Tucanos para a Venezuela, alegando que havia um ingrediente militar?", retrucou Jobim nas reuniões. A conversa não avançou.
Quanto aos russos, o ministro demonstra mais simpatia, mas prefere brincar: "O russo não é fácil não, eles não falam em outra língua." O Brasil deve, então, importar 12 caças franceses Rafale para legitimar o início da fabricação nacional. Além dos caças, o monitoramento do território nacional também será feito pelo espaço. O plano prevê a construção de satélites geoestacionários no Brasil, que devem ser lançados na base de Kourou, na Guiana Francesa.
As premissas do Plano de Defesa estão lançadas. Seu conteúdo integral, no entanto, só será conhecido após o desfile de 7 de Setembro. E em dezembro, o presidente Sarkozy desembarcará em Brasília com sua esposa, a cantora Carla Bruni, para renovar a santa aliança militar com os franceses, que, por sinal, está na origem da formação das Forças Armadas brasileiras.”
AS FORÇAS ARMADAS SEGUNDO JOBIM
"Plano de Defesa Nacional prevê França como parceira estratégica e tecnológica na Marinha, Aeronáutica e Exército.
No dia 7 de setembro, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, entregará ao presidente Lula o Plano Estratégico de Defesa Nacional. O projeto vai além da compra de equipamentos bilionários para a Marinha, o Exército e a Aeronáutica. O objetivo é mudar a concepção de defesa nacional e redirecionar as prioridades das três Forças.
Como principal parceiro no plano militar para as próximas décadas foi escolhida a França de Nicolas Sarkozy. É de lá que virão equipamentos como submarinos convencionais, helicópteros e, quase certo, também os caças supersônicos. Sarkozy ganhou a disputa ao garantir ao presidente Lula que a França não criará nenhum obstáculo à transferência de tecnologia para o Brasil.
"Temos acordos com os franceses no que diz respeito à Marinha, ao Exército e à Aeronáutica. Em 23 de dezembro, o termo de aliança estratégica com a França será assinado pelos presidentes Lula e Sarkozy", antecipou o ministro Jobim em entrevista exclusiva à ISTOÉ. "Isso nos dá a possibilidade de sair ao largo da hegemonia americana no setor. O que faz parte da linha de ação do Conselho de Defesa Sul-Americano." A forte contribuição da França começa pelo mar.
Caberá à Marinha os maiores investimentos no plano de Jobim. O Brasil construirá submarinos em parceria com a francesa DCN (Direction des Constructions Navales). Inicialmente, serão fabricados três submarinos convencionais Scorpène, de propulsão a diesel. Depois, o Brasil vai incorporar a tecnologia da DCN para produzir seu primeiro submarino de propulsão nuclear. "O Scorpène nos dará condições de produzir a parte não nuclear do submarino de propulsão nuclear, que é a tecnologia de rigidez do casco", diz Jobim. "O submarino nuclear é uma decisão já tomada." O acerto entre os dois países na área marítima foi negociado entre Lula e Sarkozy durante reunião em Caiena, em fevereiro. Para os acertos finais do acordo, o chefe do Estado- Maior da Presidência da França, Edouard Guillaud, assessor militar do presidente, esteve duas vezes em Brasília, a última no dia 23 de julho. O projeto completo dos submarinos chega a US$ 7 bilhões, cifra que pode mudar. "Talvez, mais", diz Jobim. O País, no momento, negocia na ONU a extensão das águas jurisdicionais das atuais 200 milhas para 350 milhas, o que aumentará a área de 3,5 milhões para 4,5 milhões de quilômetros quadrados, compreendendo todo o mega-campo de petróleo Tupi.
Para o Exército, uma das novidades é a construção de postos em todas as áreas indígenas de fronteira. Hoje, o Exército tem 17 mil soldados na região. Os soldados índios receberão fuzis novos, binóculos de visão noturna e chips nos equipamentos, para rastreamento. É o que o ministro chama de "soldado do futuro". "Um soldado índio com chip", explica Jobim. "É outro ponto em que contamos com a colaboração dos franceses." O ministro afirma que o Brasil já tem os guerreiros de selva mais competentes do planeta, mas destaca que os novos equipamentos irão inserir o Exército na modernidade. "Os marines americanos foram lá fazer treinamento e quase morreram, foram embora doentes, de maca, cheios de mosquito, não se agüentam.
" O Exército possui 184 mil homens. Juntas, as Forças Armadas têm 308 mil homens, mas a maioria do aquartelamento está no leste do País.
O governo pretende criar na Amazônia a figura do "exército móvel". São brigadas com grande capacidade de mobilidade e logística. Para atender os batalhões móveis, o governo vai investir pesado na construção de blindados sobre rodas em Sete Lagoas, Minas, um projeto da Fiat-Iveco, e nos aviões C-390 da Embraer, semelhantes aos Hércules americanos. O plano prevê a integração ainda maior do Exército com a FAB, que vai dar suporte aéreo principalmente na Amazônia. Outra ferramenta importante do exército móvel serão os 50 helicópteros fabricados em Itajubá, pela Helibrás, consórcio com a também francesa Eurocopter. A fábrica atenderá as três Forças. O modelo Cougar 725 não é ataque: destinase ao transporte de materiais e tropa. Esse acordo já foi assinado.
A tarefa da Aeronáutica é assegurar a supremacia do espaço aéreo. De novo, devem vencer os franceses. O governo deve mesmo fechar a parceria para trazer para o País a tecnologia da construção de caças Rafale, da empresa Dassault. É prevista grande participação de uma empresa brasileira no projeto. "A tendência é atrair a Embraer, que já tem uma estrutura", diz Jobim. Outros países interessados no projeto do caça supersônico serão descartados. Entre as empresas que prometeram transferir tecnologia para o Brasil estão as americanas Boeing, com seu F-18, e Lockheed, com o F-16, a sueca Gripen, com o caça do mesmo nome, a Rosoboronexport, que vende o russo Sukhoi, e o consórcio europeu que fabrica o Eurofighter. Mas os contatos com os governos onde estão estas empresas foram infrutíferos.
Nelson Jobim manteve reuniões com autoridades americanas, inclusive com a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, e o secretário de Defesa, Robert Gates, e ouviu que os EUA estavam dispostos a transferir tecnologia para o Brasil. "Por que, então, os senhores anunciaram que não permitiriam a venda dos Super Tucanos para a Venezuela, alegando que havia um ingrediente militar?", retrucou Jobim nas reuniões. A conversa não avançou.
Quanto aos russos, o ministro demonstra mais simpatia, mas prefere brincar: "O russo não é fácil não, eles não falam em outra língua." O Brasil deve, então, importar 12 caças franceses Rafale para legitimar o início da fabricação nacional. Além dos caças, o monitoramento do território nacional também será feito pelo espaço. O plano prevê a construção de satélites geoestacionários no Brasil, que devem ser lançados na base de Kourou, na Guiana Francesa.
As premissas do Plano de Defesa estão lançadas. Seu conteúdo integral, no entanto, só será conhecido após o desfile de 7 de Setembro. E em dezembro, o presidente Sarkozy desembarcará em Brasília com sua esposa, a cantora Carla Bruni, para renovar a santa aliança militar com os franceses, que, por sinal, está na origem da formação das Forças Armadas brasileiras.”
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
BRASIL DEVE CRESCER MAIS QUE AMÉRICA LATINA EM 2008
Brasil deve crescer mais que América Latina em 2008, diz Cepal
Essa matéria da agência inglesa BBC Brasil foi publicada ontem pelo portal UOL:
“O Brasil deve ultrapassar a média da América Latina e crescer 4,8% em 2008, segundo o "Estudo Econômico da América Latina e Caribe 2007-2008", divulgado nesta quarta-feira pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
O relatório prevê crescimento médio de 4,7% para a América Latina. Quando considerados apenas os países da América do Sul, a projeção é de crescimento médio de 5,6% em 2008.
Nos últimos quatro anos, o Brasil vinha apresentando crescimento inferior ao da média da América Latina.
Segundo o diretor do escritório da Cepal no Brasil, Renato Baumann, as perspectivas de desempenho "podem ser consideradas razoáveis" mesmo para 2009, quando o Brasil e a América Latina deverão crescer 4%, conforme o estudo.
IMPACTOS
O relatório afirma, no entanto, que é possível que o Brasil enfrente alguns obstáculos neste ano.
Segundo o estudo, "mudanças no cenário externo podem afetar a evolução da balança de pagamentos, o marcado incremento da demanda interna e os preços internacionais dos produtos básicos, cujo aumento contribuiu para elevar a taxa de inflação e modificar a política econômica seguida pelas autoridades".
A PREVISÃO DA CEPAL É QUE A INFLAÇÃO ACUMULADA FIQUE ACIMA DE 5%.
O relatório destaca o aumento no emprego formal e nos salários. Segundo o estudo, os resultados "revelam um ritmo de atividade econômica que permitiu elevar o nível de consumo e estimular o investimento".
A Cepal também ressalta a conquista do grau de investimento, em abril deste ano, que "pode consolidar o acesso a maiores recursos externos".
"No entanto, a gestão da demanda interna exige uma maior coordenação das políticas fiscal e monetária a fim de compatibilizá-las com a oferta interna de bens e serviços e assegurar assim a sustentabilidade do financiamento das importações", diz o relatório."
Essa matéria da agência inglesa BBC Brasil foi publicada ontem pelo portal UOL:
“O Brasil deve ultrapassar a média da América Latina e crescer 4,8% em 2008, segundo o "Estudo Econômico da América Latina e Caribe 2007-2008", divulgado nesta quarta-feira pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
O relatório prevê crescimento médio de 4,7% para a América Latina. Quando considerados apenas os países da América do Sul, a projeção é de crescimento médio de 5,6% em 2008.
Nos últimos quatro anos, o Brasil vinha apresentando crescimento inferior ao da média da América Latina.
Segundo o diretor do escritório da Cepal no Brasil, Renato Baumann, as perspectivas de desempenho "podem ser consideradas razoáveis" mesmo para 2009, quando o Brasil e a América Latina deverão crescer 4%, conforme o estudo.
IMPACTOS
O relatório afirma, no entanto, que é possível que o Brasil enfrente alguns obstáculos neste ano.
Segundo o estudo, "mudanças no cenário externo podem afetar a evolução da balança de pagamentos, o marcado incremento da demanda interna e os preços internacionais dos produtos básicos, cujo aumento contribuiu para elevar a taxa de inflação e modificar a política econômica seguida pelas autoridades".
A PREVISÃO DA CEPAL É QUE A INFLAÇÃO ACUMULADA FIQUE ACIMA DE 5%.
O relatório destaca o aumento no emprego formal e nos salários. Segundo o estudo, os resultados "revelam um ritmo de atividade econômica que permitiu elevar o nível de consumo e estimular o investimento".
A Cepal também ressalta a conquista do grau de investimento, em abril deste ano, que "pode consolidar o acesso a maiores recursos externos".
"No entanto, a gestão da demanda interna exige uma maior coordenação das políticas fiscal e monetária a fim de compatibilizá-las com a oferta interna de bens e serviços e assegurar assim a sustentabilidade do financiamento das importações", diz o relatório."
TAM CRESCE
TAM REVISA PARA CIMA META DE CRESCIMENTO E AMPLIA FROTA
Li a seguinte notícia da Folha Online no portal UOL:
“A TAM Linhas Aéreas informou nesta quarta-feira que o crescimento no mercado internacional neste ano ficará acima da estimativa divulgada ao mercado no final de 2007.
Para atender as novas rotas, a empresa informou que está adicionando duas aeronaves Boeing 767-300 ao plano de frota. Com isso, terminará 2008 com 125 aeronaves.
Na América do Sul, além do vôo direto entre Brasília e Buenos Aires, já em operação, a TAM iniciará vôo entre São Paulo e Lima ainda este ano. Nas rotas de longo curso, já havia anunciado o início do vôo entre Rio de Janeiro e Miami, partindo de Belo Horizonte, a partir de 19 de setembro.
Ainda este ano a companhia deve iniciar outras duas freqüências que ainda dependem de aprovação junto à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil): os vôos diários entre Rio de Janeiro e Nova York e entre São Paulo e Orlando.
Das 125 aeronaves ao final deste ano, 101 serão Airbus de pequeno porte, 16 Airbus maiores, quatro Boeing 767 e quatro Boeing 777.
A TAM lidera o mercado doméstico (51,1% de market share) e o internacional (72,5%), segundo dados de julho.”
Li a seguinte notícia da Folha Online no portal UOL:
“A TAM Linhas Aéreas informou nesta quarta-feira que o crescimento no mercado internacional neste ano ficará acima da estimativa divulgada ao mercado no final de 2007.
Para atender as novas rotas, a empresa informou que está adicionando duas aeronaves Boeing 767-300 ao plano de frota. Com isso, terminará 2008 com 125 aeronaves.
Na América do Sul, além do vôo direto entre Brasília e Buenos Aires, já em operação, a TAM iniciará vôo entre São Paulo e Lima ainda este ano. Nas rotas de longo curso, já havia anunciado o início do vôo entre Rio de Janeiro e Miami, partindo de Belo Horizonte, a partir de 19 de setembro.
Ainda este ano a companhia deve iniciar outras duas freqüências que ainda dependem de aprovação junto à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil): os vôos diários entre Rio de Janeiro e Nova York e entre São Paulo e Orlando.
Das 125 aeronaves ao final deste ano, 101 serão Airbus de pequeno porte, 16 Airbus maiores, quatro Boeing 767 e quatro Boeing 777.
A TAM lidera o mercado doméstico (51,1% de market share) e o internacional (72,5%), segundo dados de julho.”
DESEMPREGO EM JULHO FOI O MENOR DOS ÚLTIMOS DEZ ANOS
O site Vermelho (www.vermelho.org.br) postou a seguinte notícia:
“A taxa de desemprego total em seis regiões metropolitanas do Brasil é a menor para o mês de julho desde 1998. Segundo a Fundação Seade e o DIEESE divulgaram nesta quarta-feira (27), o índice não variou de junho para julho deste ano e ficou em 14,6%.
O desempenho da taxa de desemprego total do conjunto das regiões resultou de comportamentos diferenciados: redução no Distrito Federal e Belo Horizonte; relativa estabilidade em Salvador, São Paulo e Porto Alegre; e aumento em Recife, de acordo com a pesquisa.
A Seade e o Dieese apontam também que o contingente de desempregados nas regiões analisadas foi estimado em 2.933 mil pessoas em julho, 34 mil a mais do que no mês anterior.
Os rendimentos médios reais de ocupados no conjunto de cidades em julho diminuiu 0,7%, enquanto os de assalariados decresceram 1,1%, atingindo R$ 1.154 e R$ 1.238, respectivamente.
Já a taxa de desemprego aberto nestas regiões passou de 9,9% para 9,8% e a de desemprego oculto de 4,7% para 4,8%.
O desemprego aberto abrange pessoas que procuraram trabalho de maneira efetiva nos 30 dias anteriores ao da entrevista e não exerceram nenhum trabalho em sete dias. Já o desemprego oculto abrange dois outros conceitos: por trabalho precário ou por desalento.
O desemprego oculto por trabalho precário toma como referência pessoas que possuem algum trabalho remunerado ocasional de auto-ocupação ou que realizam trabalho não-remunerado em ajuda a negócios de parentes e que procuraram mudar de trabalho nos 30 dias anteriores ao da entrevista ou que, não tendo procurado neste período, o fizeram sem êxito até 12 meses atrás.
Já o por desalento leva em consideração pessoas que não possuem trabalho e nem procuraram nos últimos 30 dias anteriores ao da entrevista, por desestímulos do mercado de trabalho ou por circunstâncias fortuitas, mas apresentaram procura efetiva de trabalho nos últimos 12 meses, segundo a definição do Dieese.
SÃO PAULO
Na Região Metropolitana de São Paulo, a taxa de desemprego total variou pouco, passando de 13,9% para 14,1%, entre junho e julho, período em que ocorrem reduções. Mesmo assim, é a menor taxa para o mês desde 1996.
Por outro lado, a taxa de desemprego oculto na região cresceu de 4,2% para 4,5% e a de desemprego aberto variou de 9,7% para 9,6%.
Já o contingente de desempregados aumentou 27 mil e foi estimado em 1.487 mil pessoas, resultado da criação insuficiente de vagas, 18 mil, para absorver 45 mil pessoas que entraram no mercado de trabalho da região.
Em julho, o nível de ocupação na região ficou relativamente estável (0,2%) e o contingente de ocupados foi estimado em 9.060 mil pessoas, apenas 18 mil a mais do que em junho.
O resultado, segundo as entidades de estatísticas, deveu-se a comportamentos distintos como o crescimento de 6,6% no grupo outros setores, puxado principalmente pelo desempenho da construção civil e dos serviços domésticos; além de relativa estabilidade no comércio (0,2%) e na indústria (-0,3%) e pequena redução nos serviços (-0,9%).
Entre maio e junho, os rendimentos médios reais de ocupados e assalariados reduziram-se em 2,3% e 2,4% na região metropolitana, respectivamente, passando a corresponder a R$ 1.205 e R$ 1.282. “
“A taxa de desemprego total em seis regiões metropolitanas do Brasil é a menor para o mês de julho desde 1998. Segundo a Fundação Seade e o DIEESE divulgaram nesta quarta-feira (27), o índice não variou de junho para julho deste ano e ficou em 14,6%.
O desempenho da taxa de desemprego total do conjunto das regiões resultou de comportamentos diferenciados: redução no Distrito Federal e Belo Horizonte; relativa estabilidade em Salvador, São Paulo e Porto Alegre; e aumento em Recife, de acordo com a pesquisa.
A Seade e o Dieese apontam também que o contingente de desempregados nas regiões analisadas foi estimado em 2.933 mil pessoas em julho, 34 mil a mais do que no mês anterior.
Os rendimentos médios reais de ocupados no conjunto de cidades em julho diminuiu 0,7%, enquanto os de assalariados decresceram 1,1%, atingindo R$ 1.154 e R$ 1.238, respectivamente.
Já a taxa de desemprego aberto nestas regiões passou de 9,9% para 9,8% e a de desemprego oculto de 4,7% para 4,8%.
O desemprego aberto abrange pessoas que procuraram trabalho de maneira efetiva nos 30 dias anteriores ao da entrevista e não exerceram nenhum trabalho em sete dias. Já o desemprego oculto abrange dois outros conceitos: por trabalho precário ou por desalento.
O desemprego oculto por trabalho precário toma como referência pessoas que possuem algum trabalho remunerado ocasional de auto-ocupação ou que realizam trabalho não-remunerado em ajuda a negócios de parentes e que procuraram mudar de trabalho nos 30 dias anteriores ao da entrevista ou que, não tendo procurado neste período, o fizeram sem êxito até 12 meses atrás.
Já o por desalento leva em consideração pessoas que não possuem trabalho e nem procuraram nos últimos 30 dias anteriores ao da entrevista, por desestímulos do mercado de trabalho ou por circunstâncias fortuitas, mas apresentaram procura efetiva de trabalho nos últimos 12 meses, segundo a definição do Dieese.
SÃO PAULO
Na Região Metropolitana de São Paulo, a taxa de desemprego total variou pouco, passando de 13,9% para 14,1%, entre junho e julho, período em que ocorrem reduções. Mesmo assim, é a menor taxa para o mês desde 1996.
Por outro lado, a taxa de desemprego oculto na região cresceu de 4,2% para 4,5% e a de desemprego aberto variou de 9,7% para 9,6%.
Já o contingente de desempregados aumentou 27 mil e foi estimado em 1.487 mil pessoas, resultado da criação insuficiente de vagas, 18 mil, para absorver 45 mil pessoas que entraram no mercado de trabalho da região.
Em julho, o nível de ocupação na região ficou relativamente estável (0,2%) e o contingente de ocupados foi estimado em 9.060 mil pessoas, apenas 18 mil a mais do que em junho.
O resultado, segundo as entidades de estatísticas, deveu-se a comportamentos distintos como o crescimento de 6,6% no grupo outros setores, puxado principalmente pelo desempenho da construção civil e dos serviços domésticos; além de relativa estabilidade no comércio (0,2%) e na indústria (-0,3%) e pequena redução nos serviços (-0,9%).
Entre maio e junho, os rendimentos médios reais de ocupados e assalariados reduziram-se em 2,3% e 2,4% na região metropolitana, respectivamente, passando a corresponder a R$ 1.205 e R$ 1.282. “
ESFACELAMENTO DO BRASIL
NAÇÔES ÉTNICAS PODEM SER PRETEXTO PARA ESFACELAR O BRASIL
O jornal “O Estado de São Paulo” de ontem publicou:
CORONEL VÊ RISCO DE SURGIR "NAÇÃO ÉTNICA" NA FRONTEIRA
Para Fregapani, homologação criaria um "Curdistão"
“Gélio Fregapani, 72, diz conhecer como poucos o Estado de Roraima, onde pisou pela primeira vez no início dos anos 1960. Coronel reformado do Exército, foi um dos fundadores do Cigs (Centro de Instrução de Guerra na Selva), trabalhou por dez anos na abin (Agência Brasileira de Inteligência). Diz que o Exército é "fervorosamente contra" a demarcação contínua da reserva.
FOLHA - Por que a Raposa/ Serra do Sol deve ser demarcada em ilhas?
GÉLIO FREGAPANI - A demarcação contínua de uma grande área indígena, com diferentes etnias e culturas, provoca a criação de algo parecido com o Curdistão, uma nova nação étnica separada dos países. Se for em ilhas, não tem problema nenhum.
FOLHA - Há pressão internacional para formar uma nova nação?
FREGAPANI - Sim. Essa história de índios nômades é falácia. Claro que existe possibilidade de migrações, mas os índios não são nômades. Não é necessária uma área do tamanho de Portugal para isso tudo. Na fronteira é o perigo.
FOLHA - O sr. defende que os índios não levem em conta sua cultura e se considerem apenas brasileiros?
FREGAPANI - Sim. Se nós [fizermos isso], damos [permissão] à criação de nações dentro do Brasil, estamos contribuindo para desagregar o país. Os EUA desejam isso, a Inglaterra, a Alemanha. Porque querem aquelas jazidas que têm lá e querem lidar com um governo mais dócil, não com o governo brasileiro. Se o Brasil ganhar a Raposa, haverá condições de contestarmos outras [terras].
FOLHA - O governo diz que pode entrar a qualquer tempo nas terras.
FREGAPANI - O governo está dividido. Há uma parcela de traidores no governo. Além do mais, o Exército é fervorosamente contra essa reserva, a ponto de poder haver motins se a demarcação for contínua.
FOLHA - Quem são os traidores?
FREGAPANI - Não vou citar. Há um esforço para dividir o Brasil. Chega um momento em que nem o Exército consegue entrar. Nenhuma fronteira é sagrada. Só ficam razoavelmente definidas quando habitadas. Fala-se da floresta, mas é para desviar o assunto. Querem é a serra que separa o Brasil da Venezuela e das Guianas, por causa do potencial mineral.
FOLHA - Os índios não têm direito?
FREGAPANI - Eles têm toda a terra de que precisam. Aquilo é grande. É terra demais e os índios não estão ligados a isso. Isso é coisa de estrangeiro.
FOLHA - A PF o acusa de ajudar os arrozeiros com táticas de guerrilha.
FREGAPANI - Se tivesse ensinado táticas de guerrilha não tinha um policial federal lá. E quem afirmou isso estaria morto. Esse pessoal não pode competir comigo. Agora, quando a região se declarar independente, aí sim vou fazer guerrilhas.
O jornal “O Estado de São Paulo” de ontem publicou:
CORONEL VÊ RISCO DE SURGIR "NAÇÃO ÉTNICA" NA FRONTEIRA
Para Fregapani, homologação criaria um "Curdistão"
“Gélio Fregapani, 72, diz conhecer como poucos o Estado de Roraima, onde pisou pela primeira vez no início dos anos 1960. Coronel reformado do Exército, foi um dos fundadores do Cigs (Centro de Instrução de Guerra na Selva), trabalhou por dez anos na abin (Agência Brasileira de Inteligência). Diz que o Exército é "fervorosamente contra" a demarcação contínua da reserva.
FOLHA - Por que a Raposa/ Serra do Sol deve ser demarcada em ilhas?
GÉLIO FREGAPANI - A demarcação contínua de uma grande área indígena, com diferentes etnias e culturas, provoca a criação de algo parecido com o Curdistão, uma nova nação étnica separada dos países. Se for em ilhas, não tem problema nenhum.
FOLHA - Há pressão internacional para formar uma nova nação?
FREGAPANI - Sim. Essa história de índios nômades é falácia. Claro que existe possibilidade de migrações, mas os índios não são nômades. Não é necessária uma área do tamanho de Portugal para isso tudo. Na fronteira é o perigo.
FOLHA - O sr. defende que os índios não levem em conta sua cultura e se considerem apenas brasileiros?
FREGAPANI - Sim. Se nós [fizermos isso], damos [permissão] à criação de nações dentro do Brasil, estamos contribuindo para desagregar o país. Os EUA desejam isso, a Inglaterra, a Alemanha. Porque querem aquelas jazidas que têm lá e querem lidar com um governo mais dócil, não com o governo brasileiro. Se o Brasil ganhar a Raposa, haverá condições de contestarmos outras [terras].
FOLHA - O governo diz que pode entrar a qualquer tempo nas terras.
FREGAPANI - O governo está dividido. Há uma parcela de traidores no governo. Além do mais, o Exército é fervorosamente contra essa reserva, a ponto de poder haver motins se a demarcação for contínua.
FOLHA - Quem são os traidores?
FREGAPANI - Não vou citar. Há um esforço para dividir o Brasil. Chega um momento em que nem o Exército consegue entrar. Nenhuma fronteira é sagrada. Só ficam razoavelmente definidas quando habitadas. Fala-se da floresta, mas é para desviar o assunto. Querem é a serra que separa o Brasil da Venezuela e das Guianas, por causa do potencial mineral.
FOLHA - Os índios não têm direito?
FREGAPANI - Eles têm toda a terra de que precisam. Aquilo é grande. É terra demais e os índios não estão ligados a isso. Isso é coisa de estrangeiro.
FOLHA - A PF o acusa de ajudar os arrozeiros com táticas de guerrilha.
FREGAPANI - Se tivesse ensinado táticas de guerrilha não tinha um policial federal lá. E quem afirmou isso estaria morto. Esse pessoal não pode competir comigo. Agora, quando a região se declarar independente, aí sim vou fazer guerrilhas.
TRÁFEGO AÉREO NO BRASIL
O site www.fabmil.br publicou ontem a Nota de Esclarecimento da empresa ATECH - Tecnologias Críticas sobre o gerenciamento do tráfego aéreo no Brasil.
INCONSISTÊNCIA TÉCNICA E IRRESPONSABILIDADE POLÍTICA
“Na semana que passou, o Tribunal de Contas da União divulgou relatório sobre auditoria relacionada ao gerenciamento do tráfego aéreo no Brasil. A conclusão unânime do Tribunal é inequívoca: o sistema é seguro e não compromete a segurança de vôo.
No entanto, reportagem publicada no jornal "O Estado de S. Paulo" do último sábado, 23 de agosto, traz citações técnicas isoladas do relatório e depoimento de sindicalista que – para alimentar sua velha disputa com a Aeronáutica – afirma, de forma irresponsável, que a Atech teria admitido falhas no sistema. Em razão disso, nos cabe esclarecer o seguinte:
1. O Sistema de Tratamento e Visualização de Dados que auxilia no gerenciamento do tráfego aéreo no Brasil ê seguro, moderno e alinhado com os existentes em centros de referência, como a Europa e os Estados Unidos;
2. O gerenciamento de Tráfego Aéreo requer sistemas complexos, e poucos países, entre os quais o Brasil, têm o domínio completo desse ciclo de conhecimento;
3. Para obter esse domínio, o Brasil, por meio da Força Aérea Brasileira, vem investindo há mais de vinte anos num processo histórico de capacitação e atualização tecnológica, o que faz do País o único do Hemisfério Sul com sistema próprio, reconhecido e premiado internacionalmente;
4. A falta de habilitação leva ao erro primário de se confundir as dificuldades inerentes a processos tecnológico dessa natureza e a continuada evolução de sistemas críticos complexos – decorrentes de avanços tecnológicos e do forte crescimento de demanda no tráfego aéreo – com admissão de fragilidade;
5. A suposta admissão de falhas em relação ao sistema nada mais é do que urna interpretação equivocada de leigos num assunto técnico de domínio de poucos em todo o mundo, e que é aproveitada de forma oportunista por sindicalista interessado em atender a objetivos pessoais e politizar o tema.
Feitos esses esclarecimentos e reiterando nosso respeito ao Tribunal de Contas de União, aos controladores de vôo de uma forma geral, à mídia e a sociedade, apelamos para que temas dessa relevância e complexidade sejam tratados com maior cuidado para não induzir a opinião pública a julgamentos equivocados sobre uma área de domínio tecnológico que, ao invés de causar preocupação, deveria ser motivo de orgulho nacional.”
INCONSISTÊNCIA TÉCNICA E IRRESPONSABILIDADE POLÍTICA
“Na semana que passou, o Tribunal de Contas da União divulgou relatório sobre auditoria relacionada ao gerenciamento do tráfego aéreo no Brasil. A conclusão unânime do Tribunal é inequívoca: o sistema é seguro e não compromete a segurança de vôo.
No entanto, reportagem publicada no jornal "O Estado de S. Paulo" do último sábado, 23 de agosto, traz citações técnicas isoladas do relatório e depoimento de sindicalista que – para alimentar sua velha disputa com a Aeronáutica – afirma, de forma irresponsável, que a Atech teria admitido falhas no sistema. Em razão disso, nos cabe esclarecer o seguinte:
1. O Sistema de Tratamento e Visualização de Dados que auxilia no gerenciamento do tráfego aéreo no Brasil ê seguro, moderno e alinhado com os existentes em centros de referência, como a Europa e os Estados Unidos;
2. O gerenciamento de Tráfego Aéreo requer sistemas complexos, e poucos países, entre os quais o Brasil, têm o domínio completo desse ciclo de conhecimento;
3. Para obter esse domínio, o Brasil, por meio da Força Aérea Brasileira, vem investindo há mais de vinte anos num processo histórico de capacitação e atualização tecnológica, o que faz do País o único do Hemisfério Sul com sistema próprio, reconhecido e premiado internacionalmente;
4. A falta de habilitação leva ao erro primário de se confundir as dificuldades inerentes a processos tecnológico dessa natureza e a continuada evolução de sistemas críticos complexos – decorrentes de avanços tecnológicos e do forte crescimento de demanda no tráfego aéreo – com admissão de fragilidade;
5. A suposta admissão de falhas em relação ao sistema nada mais é do que urna interpretação equivocada de leigos num assunto técnico de domínio de poucos em todo o mundo, e que é aproveitada de forma oportunista por sindicalista interessado em atender a objetivos pessoais e politizar o tema.
Feitos esses esclarecimentos e reiterando nosso respeito ao Tribunal de Contas de União, aos controladores de vôo de uma forma geral, à mídia e a sociedade, apelamos para que temas dessa relevância e complexidade sejam tratados com maior cuidado para não induzir a opinião pública a julgamentos equivocados sobre uma área de domínio tecnológico que, ao invés de causar preocupação, deveria ser motivo de orgulho nacional.”
NASCE A INDÚSTRIA PETROLÍFERA NACIONAL
O Blog do Noblat ontem postou a reportagem abaixo, de Eliane Oliveira, do jornal O Globo:
Governo dará desoneração a empresas do pré-sal e vai exigir equipamentos nacionais
EXPLORAÇÃO VERDE-AMARELA
A exploração dos campos de petróleo abaixo da camada de sal marinha terá, entre as regras, conteúdo nacional no maquinário utilizado, desonerações tributárias e linhas de financiamento em condições compatíveis às oferecidas no mercado internacional, segundo estudos aos quais O GLOBO teve acesso.
O governo estuda instituir a obrigatoriedade de comprar navios e plataformas no país e do uso de equipamentos — como sondas — fabricados com um mínimo de componentes brasileiros, além de incluir a sonda no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-estrutura (REIDI), que isenta de PIS e Cofins os investimentos em bens de capital nas áreas de energia e transportes.
A idéia é criar uma indústria petrolífera (naval, de máquinas e equipamentos) forte e competitiva em escala global. O grande mote é dar prioridade aos fornecedores brasileiros nas licitações não apenas da Petrobras, mas de outras petrolíferas que entrarem no negócio do pré-sal. A sonda é o exemplo mais citado por técnicos que estão trabalhando no assunto, e sua inclusão no REIDI já está sendo examinada pelo Ministério da Fazenda.
Essas fontes destacaram que a preferência a fabricantes nacionais só será possível se, a partir de 2012, a indústria brasileira estiver devidamente preparada. Por enquanto, o que está decidido é que a Petrobras encomendou 12 sondas (no valor de US$ 700 milhões a US$ 1 bilhão cada) para serem montadas em Cingapura e na China.
A parceria com esses países para projetos no Brasil está no cardápio do governo. A partir de 2012, a estatal brasileira licitará outras 28 sondas, com a condição de serem montadas no Brasil, princípio que se estenderá às demais empresas”
Governo dará desoneração a empresas do pré-sal e vai exigir equipamentos nacionais
EXPLORAÇÃO VERDE-AMARELA
A exploração dos campos de petróleo abaixo da camada de sal marinha terá, entre as regras, conteúdo nacional no maquinário utilizado, desonerações tributárias e linhas de financiamento em condições compatíveis às oferecidas no mercado internacional, segundo estudos aos quais O GLOBO teve acesso.
O governo estuda instituir a obrigatoriedade de comprar navios e plataformas no país e do uso de equipamentos — como sondas — fabricados com um mínimo de componentes brasileiros, além de incluir a sonda no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-estrutura (REIDI), que isenta de PIS e Cofins os investimentos em bens de capital nas áreas de energia e transportes.
A idéia é criar uma indústria petrolífera (naval, de máquinas e equipamentos) forte e competitiva em escala global. O grande mote é dar prioridade aos fornecedores brasileiros nas licitações não apenas da Petrobras, mas de outras petrolíferas que entrarem no negócio do pré-sal. A sonda é o exemplo mais citado por técnicos que estão trabalhando no assunto, e sua inclusão no REIDI já está sendo examinada pelo Ministério da Fazenda.
Essas fontes destacaram que a preferência a fabricantes nacionais só será possível se, a partir de 2012, a indústria brasileira estiver devidamente preparada. Por enquanto, o que está decidido é que a Petrobras encomendou 12 sondas (no valor de US$ 700 milhões a US$ 1 bilhão cada) para serem montadas em Cingapura e na China.
A parceria com esses países para projetos no Brasil está no cardápio do governo. A partir de 2012, a estatal brasileira licitará outras 28 sondas, com a condição de serem montadas no Brasil, princípio que se estenderá às demais empresas”
TCE-SP INDICA SERRA ENVOLVIDO COM A ALSTOM
O “Blog do Noblat” postou ontem a seguinte reportagem de Mário César Carvalho e José Ernesto Credencio, da Folha de São Paulo:
TCE VÊ IRREGULARIDADE EM CONTRATO METRÔ-ALSTOM
O conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Antonio Roque Citadini considerou irregular um contrato do Metrô para a compra de 16 trens da Alstom no valor de R$ 609,5 milhões. A companhia usou um contrato de 1992 para fazer a aquisição em 2007, no governo José Serra (PSDB).
A Alstom está sob investigação em três esferas (Ministério Público do Estado e federal e Polícia Federal) sob suspeita de ter pago propina a tucanos para obter contratos com o governo de São Paulo a partir de 1997.
Segundo Citadini, o Metrô deveria ter feito nova licitação porque o contrato de 1992 só permitia aquisições até 1997. O limite de cinco anos para contratos de compra de equipamentos é definido pela Lei de Licitações. Diz o despacho do conselheiro: "(...) nada justifica que, através de procedimento próprio e embasado em razões técnicas contemporâneas, não tenha sido providenciado outro certame licitatório".
TCE VÊ IRREGULARIDADE EM CONTRATO METRÔ-ALSTOM
O conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Antonio Roque Citadini considerou irregular um contrato do Metrô para a compra de 16 trens da Alstom no valor de R$ 609,5 milhões. A companhia usou um contrato de 1992 para fazer a aquisição em 2007, no governo José Serra (PSDB).
A Alstom está sob investigação em três esferas (Ministério Público do Estado e federal e Polícia Federal) sob suspeita de ter pago propina a tucanos para obter contratos com o governo de São Paulo a partir de 1997.
Segundo Citadini, o Metrô deveria ter feito nova licitação porque o contrato de 1992 só permitia aquisições até 1997. O limite de cinco anos para contratos de compra de equipamentos é definido pela Lei de Licitações. Diz o despacho do conselheiro: "(...) nada justifica que, através de procedimento próprio e embasado em razões técnicas contemporâneas, não tenha sido providenciado outro certame licitatório".
GETÚLIO VARGAS – 54 ANOS DE SUA MORTE
O veterano jornalista Lustosa da Costa, em sua coluna no jornal “Diário do Nordeste”, publicou ontem:
“GETÚLIO VARGAS
Há 54 anos, Getúlio Vargas, acossado pelas forças da reação, se matava no Palácio do Catete, com isto desmobilizando as forças de direita que já articulavam a ditadura de 1954. Nunca houve esta corrupção de que falava a imprensa, tanto assim que ninguém, ninguém de seu governo foi sequer processado por isso. Tudo era campanha da mídia porque ele aumentara o salário mínimo e defendia teses nacionalistas, inclusive a empresa estatal Petrobras.
NO CAMPO DE BATALHA
Em 28 de agosto de 1954, escrevia eu no “Correio da Semana” primeiro artigo assinado, o que me dá 54 anos de atividade profissional ininterrupta. Podem me acusar de apaixonado e de faccioso nunca de pusilânime nem carreirista. Sempre me expus, de peito aberto, na defesa do que considero justo, como, agora, no tocante ao governo Lula, alvo das mesmas infâmias que destruíram os governos Vargas e João Goulart. Posso até errar, nunca ficar em cima do muro, esperando me definir pelo lado vitorioso.
ONDA VERMELHA
Não será surpresa, para ninguém, que, apesar da má vontade da mídia, inventando escândalos para macular a agremiação, o PT saia vitorioso de ponta a ponta nas próximas eleições.
Vamos ver como os meios de comunicação vão encarar tal derrota. Que é deles. Principalmente deles.”
“GETÚLIO VARGAS
Há 54 anos, Getúlio Vargas, acossado pelas forças da reação, se matava no Palácio do Catete, com isto desmobilizando as forças de direita que já articulavam a ditadura de 1954. Nunca houve esta corrupção de que falava a imprensa, tanto assim que ninguém, ninguém de seu governo foi sequer processado por isso. Tudo era campanha da mídia porque ele aumentara o salário mínimo e defendia teses nacionalistas, inclusive a empresa estatal Petrobras.
NO CAMPO DE BATALHA
Em 28 de agosto de 1954, escrevia eu no “Correio da Semana” primeiro artigo assinado, o que me dá 54 anos de atividade profissional ininterrupta. Podem me acusar de apaixonado e de faccioso nunca de pusilânime nem carreirista. Sempre me expus, de peito aberto, na defesa do que considero justo, como, agora, no tocante ao governo Lula, alvo das mesmas infâmias que destruíram os governos Vargas e João Goulart. Posso até errar, nunca ficar em cima do muro, esperando me definir pelo lado vitorioso.
ONDA VERMELHA
Não será surpresa, para ninguém, que, apesar da má vontade da mídia, inventando escândalos para macular a agremiação, o PT saia vitorioso de ponta a ponta nas próximas eleições.
Vamos ver como os meios de comunicação vão encarar tal derrota. Que é deles. Principalmente deles.”
IGP-M TEM PRIMEIRA DEFLAÇÃO DESDE 2006
Li no portal UOL Últimas Notícias:
Preços recuam em agosto e IGP-M tem primeira deflação desde 2006, diz FGV
O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) teve deflação de 0,32% em agosto, queda acentuada em relação a julho, quando houve inflação de 1,76%. Foi o menor índice desde abril de 2006, quando houve deflação de 0,42%. No ano o índice acumula alta de 8,35% e nos 12 meses até agosto, a alta acumulada é de 13,63%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira.
A metodologia aplicada na apuração do IGP-M é a mesma do IGP-10 e do IGP-DI --usados no reajuste, por exemplo, de contratos de aluguel--, também apurados pela FGV, com a única diferença de ter um período de coleta diferente. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE OS PRINCIPAIS ÍNDICES DE INFLAÇÃO
O IPA (Índice de Preços por Atacado (IPA) teve deflação de 0,74%, contra inflação de 2,20% em julho. O índice relativo aos Bens Finais subiu 0,32% neste mês, contra 0,38% em julho, com a contribuição do subgrupo alimentos processados (de 1,23% para 0,39%). Excluídos os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, o índice desacelerou para alta de 0,26%, contra 0,50% um mês antes.
O índice referente ao grupo Bens Intermediários subiu 1,28%, menos que os 2,51% de julho, com a contribuição do subgrupo materiais e componentes para a manufatura (de 2,16% para 0,28%). Excluído o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, houve alta de 1,26%, contra 2,41% em julho.
O índice de Matérias-Primas Brutas teve deflação de 4,71%, contra alta de 3,78% um mês antes, com destaque para os itens soja em grão (9,38% para -13,32%), milho em grão (11,64% para -11,46%) e bovinos (7,59% para -0,68%). Já os itens arroz em casca (-4,17% para -0,11%), cana-de-açúcar (-1,01% para 1,39%) e laranja (-6,17% para 5,06%) tiveram alta.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,23% neste mês, contra 0,65% um mês antes, com destaque para a redução nos preços do grupo Alimentação (1,41% para -0,46%), com os itens carnes bovinas (6,29% para -0,30%), hortaliças e legumes (-0,97% para -6,51%) e arroz e feijão (5,11% para -1,65%).
Também desaceleraram os preços nos grupos Educação, Leitura e Recreação (0,34% para 0,03%), Transportes (0,23% para 0,18%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,56% para 0,54%), com destaque para cursos formais (0,31% para 0,00%), gás natural veicular (4,58% para 3,09%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (1,06% para 0,63%).
Já os grupos Habitação (0,39% para 0,82%), Despesas Diversas (0,25% para 0,84%) e Vestuário (-0,19% para -0,16%) tiveram alta com os itens tarifa de telefone fixo residencial (de estabilidade para 2,46%), mensalidade para TV por assinatura (0,20% para 1,45%) e calçados (-0,09% para 0,57%).
O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) subiu 1,27% em agosto, contra 1,42% em julho. Os grupos Serviços (1,09% para 0,50%) e Mão-de-obra (1,27% para 0,25%) apresentaram desaceleração; já o grupo Materiais apresentou aceleração, passando de 1,65% para 2,51%”.
Preços recuam em agosto e IGP-M tem primeira deflação desde 2006, diz FGV
O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) teve deflação de 0,32% em agosto, queda acentuada em relação a julho, quando houve inflação de 1,76%. Foi o menor índice desde abril de 2006, quando houve deflação de 0,42%. No ano o índice acumula alta de 8,35% e nos 12 meses até agosto, a alta acumulada é de 13,63%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira.
A metodologia aplicada na apuração do IGP-M é a mesma do IGP-10 e do IGP-DI --usados no reajuste, por exemplo, de contratos de aluguel--, também apurados pela FGV, com a única diferença de ter um período de coleta diferente. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE OS PRINCIPAIS ÍNDICES DE INFLAÇÃO
O IPA (Índice de Preços por Atacado (IPA) teve deflação de 0,74%, contra inflação de 2,20% em julho. O índice relativo aos Bens Finais subiu 0,32% neste mês, contra 0,38% em julho, com a contribuição do subgrupo alimentos processados (de 1,23% para 0,39%). Excluídos os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, o índice desacelerou para alta de 0,26%, contra 0,50% um mês antes.
O índice referente ao grupo Bens Intermediários subiu 1,28%, menos que os 2,51% de julho, com a contribuição do subgrupo materiais e componentes para a manufatura (de 2,16% para 0,28%). Excluído o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, houve alta de 1,26%, contra 2,41% em julho.
O índice de Matérias-Primas Brutas teve deflação de 4,71%, contra alta de 3,78% um mês antes, com destaque para os itens soja em grão (9,38% para -13,32%), milho em grão (11,64% para -11,46%) e bovinos (7,59% para -0,68%). Já os itens arroz em casca (-4,17% para -0,11%), cana-de-açúcar (-1,01% para 1,39%) e laranja (-6,17% para 5,06%) tiveram alta.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,23% neste mês, contra 0,65% um mês antes, com destaque para a redução nos preços do grupo Alimentação (1,41% para -0,46%), com os itens carnes bovinas (6,29% para -0,30%), hortaliças e legumes (-0,97% para -6,51%) e arroz e feijão (5,11% para -1,65%).
Também desaceleraram os preços nos grupos Educação, Leitura e Recreação (0,34% para 0,03%), Transportes (0,23% para 0,18%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,56% para 0,54%), com destaque para cursos formais (0,31% para 0,00%), gás natural veicular (4,58% para 3,09%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (1,06% para 0,63%).
Já os grupos Habitação (0,39% para 0,82%), Despesas Diversas (0,25% para 0,84%) e Vestuário (-0,19% para -0,16%) tiveram alta com os itens tarifa de telefone fixo residencial (de estabilidade para 2,46%), mensalidade para TV por assinatura (0,20% para 1,45%) e calçados (-0,09% para 0,57%).
O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) subiu 1,27% em agosto, contra 1,42% em julho. Os grupos Serviços (1,09% para 0,50%) e Mão-de-obra (1,27% para 0,25%) apresentaram desaceleração; já o grupo Materiais apresentou aceleração, passando de 1,65% para 2,51%”.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
O GLOBO: UM JORNAL CONTRA O BRASIL
ENCOMENDA, A SEGUNDA NATUREZA DO JORNALISMO?
“A manchete do jornal O Globo, de 24 de agosto, "denunciando" que "cada medalha custou R$ 53 milhões à União", é um primor em matéria de distorção e ocultamento da verdade. A reportagem mostra que o jornalismo de encomenda não poupa esforços quando o alvo é o governo federal.”
Li no blog “Grupo Beatrice” a pertinente análise de Gilson Caroni Filho sobre o comportamento dos grandes jornais brasileiros. O autor é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do “Observatório da Imprensa”.
“Que ganha bem um editor de primeira página de O Globo ninguém duvida. "O valor do sal" é calculado de acordo com a "esperteza" dos bem selecionados peixinhos do aquário. A manchete de domingo, 24 de agosto, "Cada medalha custou R$ 53 milhões à União", é um primor em matéria de distorção e ocultamento da verdade. A reportagem, alusiva aos investimentos públicos feitos, em quatro anos, através da lei Piva e de recursos de estatais a diversas modalidades olímpicas, mostra que o jornalismo de encomenda não poupa esforços quando o alvo é o governo federal.
Talvez a melhor análise já tenha sido feita pelo leitor Álvaro Marins em comentário a um artigo que versava sobre outro assunto. O que o jornal tentou ocultar foi "que as empresas brasileiras públicas estão fazendo um investimento médio de R$ 8.000,00 por mês, por atleta, para que ele tenha treinamento e equipamentos adequados para participar com brilho de competições internacionais (que a Globo não transmite), entre elas, os Jogos Olímpicos (cujas competições a Globo só transmite se elas não alterarem a sua grade de programação). Enfim, hoje o leitor de manchetes de O Globo ficou sabendo que o governo Lula investe no esporte (como todo governo responsável) e que as Organizações Globo ficam muito aborrecidas com isso". Na mosca, Marins, na mosca.”
“A manchete do jornal O Globo, de 24 de agosto, "denunciando" que "cada medalha custou R$ 53 milhões à União", é um primor em matéria de distorção e ocultamento da verdade. A reportagem mostra que o jornalismo de encomenda não poupa esforços quando o alvo é o governo federal.”
Li no blog “Grupo Beatrice” a pertinente análise de Gilson Caroni Filho sobre o comportamento dos grandes jornais brasileiros. O autor é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do “Observatório da Imprensa”.
“Que ganha bem um editor de primeira página de O Globo ninguém duvida. "O valor do sal" é calculado de acordo com a "esperteza" dos bem selecionados peixinhos do aquário. A manchete de domingo, 24 de agosto, "Cada medalha custou R$ 53 milhões à União", é um primor em matéria de distorção e ocultamento da verdade. A reportagem, alusiva aos investimentos públicos feitos, em quatro anos, através da lei Piva e de recursos de estatais a diversas modalidades olímpicas, mostra que o jornalismo de encomenda não poupa esforços quando o alvo é o governo federal.
Talvez a melhor análise já tenha sido feita pelo leitor Álvaro Marins em comentário a um artigo que versava sobre outro assunto. O que o jornal tentou ocultar foi "que as empresas brasileiras públicas estão fazendo um investimento médio de R$ 8.000,00 por mês, por atleta, para que ele tenha treinamento e equipamentos adequados para participar com brilho de competições internacionais (que a Globo não transmite), entre elas, os Jogos Olímpicos (cujas competições a Globo só transmite se elas não alterarem a sua grade de programação). Enfim, hoje o leitor de manchetes de O Globo ficou sabendo que o governo Lula investe no esporte (como todo governo responsável) e que as Organizações Globo ficam muito aborrecidas com isso". Na mosca, Marins, na mosca.”
KOSOVOS BRASILEIROS
Li no “Correio Braziliense” de ontem o seguinte artigo de Luiz Eduardo Rocha Paiva, General da reserva do Exército, sobre um tema que está em debate no mídia: índios e Amazônia.
“A história ensina que cenários semelhantes, mesmo em episódios distintos e distantes no tempo, podem ter desfechos análogos. O tempo estratégico não se conta ano a ano, portanto, erros de hoje produzem conseqüências décadas adiante.
A Bolívia vendeu o Acre, em 1903, por não tê-lo ocupado com seu povo após o Tratado de Ayacucho, de 1867, que lhe fora favorável. Quando quis fazê-lo, em 1898, o Acre estava ocupado por brasileiros desde 1877. Eram nordestinos liderados por seringalistas brasileiros que exerciam, de fato, o poder local no vazio deixado pelo governo boliviano. Os seringalistas tinham outros interesses e não eram comprometidos com a nação andina. O tempo estratégico passou de três décadas.
Na província sérvia do Kosovo, cerca de 90% da população é albanesa. Em 1974, o Kosovo recebera autonomia, que foi cassada em 1999, levando aquela população à revolta. Ante a violenta reação da Sérvia e não tendo seu aval para entrar com suas forças “de paz” na região, a Otan moveu uma campanha aérea arrasadora, que acabou por dobrar aquele país. A ofensiva poupou o alto custo em baixas de uma operação terrestre. O direito de soberania não foi suficiente para a Sérvia manter sua integridade territorial, pois o Kosovo se declarou independente em 2008.
Os exemplos evidenciam que num país onde determinada região rica seja um vazio de poder, sem população nacional, ocupada por população segregada e sob liderança alienígena, ligada a outros países, projeta-se um cenário de perda de soberania e integridade territorial a despeito do direito internacional. Esse é o cenário desenhado em Roraima, com potencial de expansão até o Amapá.
Desde 1991, o Brasil demarca extensas terras indígenas, inclusive na faixa de fronteiras, o que impede a vivificação dos limites nacionais. O país trocou a política de integração pela de segregação do índio. Os grupos indígenas passaram a ser chamados “povos” e, ao receberem territórios, a constituir “nações” para setores nacionais e internacionais que defendem sua autonomia.
A Amazônia é rica, não integrada e cobiçada — um vazio de poder. O Estado se deixa substituir por ONGs e outras organizações, muitas das quais defendem interesses e recebem recursos de governos estrangeiros. Em terras indígenas, não podem viver, nem circular sem permissão, brasileiros de outras etnias. Em algumas décadas, haverá grandes populações indígenas autônomas, segregadas da sociedade e em imensos territórios.
Em 2007, a declaração da ONU sobre direitos dos povos indígenas concedeu-lhes, entre outros, os direitos de autogoverno; livre determinação, inclusive de sua condição política; constituir instituições políticas e sistemas jurídicos próprios; pertencer a uma nação indígena vetar atividades militares em terras indígenas; e aceitar ou não medidas legislativas ou administrativas que os afetem.
O artigo 46 da declaração, que aparentemente preserva a integridade e unidade política dos Estados, é inócuo, pois os artigos 41 e 42 “justificariam” a intervenção internacional em conflitos entre governos e “povos indígenas”. Como ficará a governabilidade no Brasil, considerando a quantidade de terras indígenas com direito a uma autonomia superior à dos estados da Federação? Povo, território, nação e instituições políticas são as bases de um estado-nação.
A declaração, inexplicavelmente, teve voto favorável do Brasil. Um absurdo! Embora a segurança da Amazônia dependa mais de ações no campo político, a liderança nacional tem um discurso ilusório de que sua defesa será assegurada pelo aumento do efetivo militar na área. Se fosse uma questão de quantidade, o Kuweit talvez estivesse ocupado, desde 1991, pelo então numeroso Exército iraquiano. No futuro, não sendo suficiente, como tem sido, a pressão nos campos político e econômico, para impor seus interesses, uma coligação de potências ameaçará áreas sensíveis como, por exemplo, a Bacia de Campos e Itaipu. Se o governo não ceder, ela paralisa e apaga o país, para evitar um confronto terrestre.
Existe a ameaça, ela é muito grave e o tempo estratégico aproxima-se de duas décadas. A liderança nacional vem criando condições objetivas para a perda da soberania e integridade territorial na calha norte do Amazonas, sem que o oponente precise disparar um tiro. Na realidade, a ameaça não é o índio e sim a liderança nacional, inconseqüente e sem visão estratégica.”
“A história ensina que cenários semelhantes, mesmo em episódios distintos e distantes no tempo, podem ter desfechos análogos. O tempo estratégico não se conta ano a ano, portanto, erros de hoje produzem conseqüências décadas adiante.
A Bolívia vendeu o Acre, em 1903, por não tê-lo ocupado com seu povo após o Tratado de Ayacucho, de 1867, que lhe fora favorável. Quando quis fazê-lo, em 1898, o Acre estava ocupado por brasileiros desde 1877. Eram nordestinos liderados por seringalistas brasileiros que exerciam, de fato, o poder local no vazio deixado pelo governo boliviano. Os seringalistas tinham outros interesses e não eram comprometidos com a nação andina. O tempo estratégico passou de três décadas.
Na província sérvia do Kosovo, cerca de 90% da população é albanesa. Em 1974, o Kosovo recebera autonomia, que foi cassada em 1999, levando aquela população à revolta. Ante a violenta reação da Sérvia e não tendo seu aval para entrar com suas forças “de paz” na região, a Otan moveu uma campanha aérea arrasadora, que acabou por dobrar aquele país. A ofensiva poupou o alto custo em baixas de uma operação terrestre. O direito de soberania não foi suficiente para a Sérvia manter sua integridade territorial, pois o Kosovo se declarou independente em 2008.
Os exemplos evidenciam que num país onde determinada região rica seja um vazio de poder, sem população nacional, ocupada por população segregada e sob liderança alienígena, ligada a outros países, projeta-se um cenário de perda de soberania e integridade territorial a despeito do direito internacional. Esse é o cenário desenhado em Roraima, com potencial de expansão até o Amapá.
Desde 1991, o Brasil demarca extensas terras indígenas, inclusive na faixa de fronteiras, o que impede a vivificação dos limites nacionais. O país trocou a política de integração pela de segregação do índio. Os grupos indígenas passaram a ser chamados “povos” e, ao receberem territórios, a constituir “nações” para setores nacionais e internacionais que defendem sua autonomia.
A Amazônia é rica, não integrada e cobiçada — um vazio de poder. O Estado se deixa substituir por ONGs e outras organizações, muitas das quais defendem interesses e recebem recursos de governos estrangeiros. Em terras indígenas, não podem viver, nem circular sem permissão, brasileiros de outras etnias. Em algumas décadas, haverá grandes populações indígenas autônomas, segregadas da sociedade e em imensos territórios.
Em 2007, a declaração da ONU sobre direitos dos povos indígenas concedeu-lhes, entre outros, os direitos de autogoverno; livre determinação, inclusive de sua condição política; constituir instituições políticas e sistemas jurídicos próprios; pertencer a uma nação indígena vetar atividades militares em terras indígenas; e aceitar ou não medidas legislativas ou administrativas que os afetem.
O artigo 46 da declaração, que aparentemente preserva a integridade e unidade política dos Estados, é inócuo, pois os artigos 41 e 42 “justificariam” a intervenção internacional em conflitos entre governos e “povos indígenas”. Como ficará a governabilidade no Brasil, considerando a quantidade de terras indígenas com direito a uma autonomia superior à dos estados da Federação? Povo, território, nação e instituições políticas são as bases de um estado-nação.
A declaração, inexplicavelmente, teve voto favorável do Brasil. Um absurdo! Embora a segurança da Amazônia dependa mais de ações no campo político, a liderança nacional tem um discurso ilusório de que sua defesa será assegurada pelo aumento do efetivo militar na área. Se fosse uma questão de quantidade, o Kuweit talvez estivesse ocupado, desde 1991, pelo então numeroso Exército iraquiano. No futuro, não sendo suficiente, como tem sido, a pressão nos campos político e econômico, para impor seus interesses, uma coligação de potências ameaçará áreas sensíveis como, por exemplo, a Bacia de Campos e Itaipu. Se o governo não ceder, ela paralisa e apaga o país, para evitar um confronto terrestre.
Existe a ameaça, ela é muito grave e o tempo estratégico aproxima-se de duas décadas. A liderança nacional vem criando condições objetivas para a perda da soberania e integridade territorial na calha norte do Amazonas, sem que o oponente precise disparar um tiro. Na realidade, a ameaça não é o índio e sim a liderança nacional, inconseqüente e sem visão estratégica.”