O Jornal do Brasil de ontem poublicou o saeguinte texto de Vasconcelo Quadros:
Crise global: Mangabeira diz que há pobreza de idéias e defende uma nova aliança com Estados Unidos
“O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger pode ser criticado por gerar polêmica, mas não por deixar de formular idéias.
Exercendo o papel de pensador num governo marcado por contradições ideológicas e pragmáticas, o ministro já irritou o presidente Lula _ por escrever um artigo afirmando que este era um dos governos mais corruptos da história _, agradou militares ao forçar o debate sobre a necessidade de rediscutir o papel das Forças armadas com um dos organizadores do novo plano de defesa, provocou ambientalistas com o Plano Amazônia Sustentável (PAS) e, nos últimos dias, deixou o próprio governo numa saia justa ao propor a criação de um órgão de regularização fundiária que, no mínimo, usurparia funções que hoje pertencem ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O ministro de Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, a quem o Incra é subordinado, não gostou e disse que a posição de Mangabeira Unger é individual e atrapalha a regularização fundiária e o PAS. O ministro da SAE não está preocupado com as reações. Seu objetivo é formular, gerar contraponto e estimular o debate, como se fosse uma espécie de grilo falante de um segmento pouco habituado ao debate de idéias.
Sua mais nova polêmica é estimular a área econômica do governo a colocar o Brasil como vanguarda no cenário mundial. Ele acha que a crise internacional, a eleição de Barak Oabama e a busca de um projeto americano alternativo ao esgotamento da era Roosevelt, colocam o país em posição privilegiada no novo cenário e, dentro de algumas regras, o parceiro ideal dos Estados Unidos na busca por alternativas à crise.
– O Brasil deve desbravar novos caminhos e não trilhar os referendados por outros países – diz o ministro ao propor um plano à crise e uma parceria com os Estados Unidos. Ele diz que os dois países são parecidos em tamanho, têm a mesma matriz européia de povoamento, colonização fundamentada na mão de obra escrava africana e na maneira de acreditar que tudo é possível. Segundo ele, Brasil e Estados Unidos podem utilizar essa semelhança para construir, em conjunto, um projeto voltado para alternativas econômicas e educacionais.
– Somos iguais até nas desigualdades. Os Estados Unidos, dos países ricos, enquanto o Brasil, o mais desigual dos grandes em desenvolvimento – diz o ministro. Ele sugere uma parceria em pelo menos três questões básicas que afetam igualmente os dois países: as alternativas de energia renovável, transformando os agrocombustíveis em commodities e mobilizando o potencial da biomassa até que se desenvolvam técnicas de melhor aproveitamento da energia solar; o estímulo a empreendimentos emergentes onde o sistema financeiro seja canalizado para apoiar a produção, facilitando o acesso ao capital e investindo na qualificação tecnológica; e, a criação de um sistema educacional de padrão mínimo universal, com foco no ensino médio, técnico e baseado na análise geral e aritmética.
Mangabeira Unger acha que "a vantagem das desvantagens" em relação aos Estados Unidos, é que o Brasil não tem os problemas que originaram a crise mundial. Aqui, até onde é possível enxergar, não existem grandes problemas no mercado imobiliário e nem se utilizou de engenharia para alavancar outros produtos financeiros, como fizeram os americanos com as hipotecas subprimes.
– Nossa tradição é de andar a reboque dos acontecimentos e, sobretudo, dos debates.
O Brasil deve ocupar papel de liderança na construção das soluções para a crise mundial. Integra o G-20 e é reconhecido como um dos mais importantes, um dos menos afetados pela crise e é um país que não tem inimigos.
É visto universalmente com simpatia. Pode dar uma contribuição ao debate mundial – diz o ministro.
Otimista, diz que a crise gerou condições favoráveis. – Temos a imensa oportunidade de aproveitar essa crise para tornar a economia de mercado mais ampliadora de oportunidades e reorientar a globalização, construindo instituições mais hospitaleiras às alternativas, as divergências e ao experimento – afirma.”
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Um comentário:
Soberania (To be, or not to be: that is the question)
Tratados não podem afrontar a soberania, segurança e interesses de uma Nação, assim como leis que afrontam os valores morais da maioria do povo e que foram e são os alicerces da evolução das sociedades, sendo que ambos carecem de respeitabilidade.Se todos os paises, sem exceções, não abrem mão de seus arsenais, outros têm o direito de também os desenvolver.Num mundo globalizado não há lugar para um ou outro pais se auto nomear guardião seja do que for.Existem interesses entre Nações sendo que governantes competentes devem pelos mesmos nortear seus atos, para o bem de todos.Até o momento não entendi essa teoria de possuir tecnologia e somente quando precisar, fabricá-las, pois acredito que quando houverem necessidades das mesmas serem fabricadas para serem usadas talvez já não exista soberania a ser defendida.
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