quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

NAS MÃOS DE OBAMA - E DOS PACIFISTAS

O blog “Vi o mundo”, do jornalista Luiz Carlos Azenha, ontem publicou, com informações da Reuters:

“Tivemos o "fato extraordinário" -- e trágico -- de que eu havia falado em texto anterior: a morte de ao menos 40 refugiados em uma escola que servia de abrigo, na faixa de Gaza.

Os Estados Unidos agora correm atrás de um cessar-fogo a qualquer custo.

Foi o último crime de guerra cometido pelo governo de George W. Bush?

Hoje me dei conta, no site do Iraqi Body Count, de que ao menos 90 mil civis morreram no Iraque desde a desastrada ocupação dos Estados Unidos, presumivelmente autorizada em nome de "combater o terrorismo".

Foi esse também o principal argumento brandido por Israel, como força de ocupação violadora de leis internacionais, para atacar a faixa de Gaza.

O Hamas perdeu militarmente, mas venceu politicamente.

Israel subestimou a cobertura da mídia internacional. Nos últimos dias a rede CNN passou a cobrir o ataque a Gaza no mesmo formato da rede árabe Al Jazeera, que mostrou tudo. E, nesses tempos de internet, imagens, fotos e informações circularam pelo mundo como nunca haviam circulado antes.

Venceram também os fundamentalistas, que terão as imagens da carnificina em Gaza para usar como ferramentas de recrutamento -- assim como, no Iraque, a ocupação americana causou MAIS e não MENOS terrorismo no mundo.

Assistimos a um espetáculo de cinismo político como já vimos muitos outros, com a tentativa de Estados Unidos e das principais nações européias de "dar tempo" para que Israel dizimasse o Hamas. O governo Lula agiu acertadamente e ganha reforço a tese do presidente da República -- que é de muita gente -- de que as Nações Unidas mais uma vez não cumpriram o seu papel.

Ainda que o poder relativo dos Estados Unidos tenha diminuído, Washington permanece o único interlocutor capaz de dar uma solução para o problema que está na origem de grande parte dos conflitos no mundo: atender às demandas do povo palestino.

Barack Obama, que manteve um silêncio constrangedor ao longo dos últimos dias, tem a chance de ser o fiador de um acordo internacional que favoreça os moderados, tanto em Israel quanto no mundo árabe e muçulmano. Ou isso ou em algum tempo teremos mais um espetáculo dantesco como o dos últimos dias, em que quase 700 pessoas foram mortas criminosamente... por nada.”

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