Li hoje no site “Vi o mundo”, do jornalista Luiz Carlos Azenha:
“Os Estados Unidos precisam reconhecer o óbvio. O bloqueio econômico a Cuba, como ferramenta política, fracassou. Não estou propondo aqui um debate ideológico.
Falo em realidade política: o bloqueio a Cuba não provocou e não vai provocar a mudança política desejada pelos Estados Unidos em Cuba. Ao longo das últimas décadas, o regime cubano foi diplomaticamente competente para explorar as divisões entre Estados Unidos e Canadá, Estados Unidos e América Latina, Estados Unidos e Europa.
Os grandes investidores em Cuba, hoje, são os europeus e os canadenses. Dentro dos Estados Unidos é crescente o número de empresários que querem o reatamento de relações econômicas. Cuba já oferece aos investidores estrangeiros mais segurança jurídica que a de muitos países da região. Com a vantagem, para os capitalistas, de que os sindicatos não têm liberdade de organização.
O motivo para a nova onda de cobiça é simples: petróleo. Há indícios da existência de reservas nas águas profundas em torno da ilha de Fidel. É impossível pedir a um regime que cometa suicídio político no curso de negociações. Cabe, portanto, aos Estados Unidos, acenar com a possibilidade de por fim ao embargo se Washington espera de Cuba concessões no campo dos direitos humanos e da democracia. O bloqueio a Cuba é uma relíquia tão bisonha que nem parece que ingressamos no século 21. E é potencialmente desestabilizador para toda a região por incentivar o regime cubano a buscar apoio fora da América Latina, especialmente na China e na Rússia. Isso não interessa ao Brasil.”
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