sábado, 9 de abril de 2011
ATÉ A DIREITA BRITÂNICA CRITICA A DIREITA BRASILEIRA
Da BBC, via UOL/Folha:
TUCANOS PRECISAM DE MUDANÇA DE GERAÇÃO E DE DISCURSO PARA SOBREVIVER, DIZ A REVISTA BRITÂNICA DIREITISTA 'THE ECONOMIST'
“O PSDB precisa resolver suas disputas internas e descobrir um novo discurso que o diferencie mais do PT, se quiser se manter como a principal força de oposição e reconquistar, um dia, a Presidência do Brasil, afirma artigo publicado na edição desta semana da revista britânica "The Economist".
"(O PSDB) ainda é o maior partido de oposição do Brasil, mas nas últimas três eleições perdeu assentos de maneira constante em ambas as casas do Congresso", comenta o artigo.
A revista observa que a próxima eleição presidencial ocorre apenas em 2014, mas que "já há três grandes bicos brigando sobre quem deveria ser o candidato".
"Muitos acreditam que o partido se dividirá ao menos se [a não ser que] conseguir se unir suavemente atrás de um deles", afirma a revista, citando o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo José Serra, o atual governador paulista, Geraldo Alckmin, e o ex-governador de Minas Gerais e senador Aécio Neves.
A revista comenta que simpatizantes de Serra, candidato presidencial derrotado em 2002 e 2010, e de Alckmin, derrotado em 2006, observam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) só foi eleito em sua quarta tentativa. A publicação afirma que o PT "construiu uma organização poderosa enquanto estava na oposição, mas o PSDB, em contraste, está se enfraquecendo".
O artigo comenta que o PSDB sempre foi visto[por eles mesmos e pela propaganda na mídia] como partido de tecnocratas “brilhantes” [que assim se julgam e propalam ser, com o apoio de todos os grandes jornais e TVs, também direitistas], que “construíram sua carreira na oposição à ditadura militar entre 1964 e 1985”, mas que não vêm conseguindo apresentar rostos novos. [O histórico não é bem assim. A grande mídia estimulou e apoiou o golpe da direita em 1964 e sempre apoiou a direita demotucana].
A revista afirma ainda que, nas últimas eleições, jovens brasileiros votaram em peso na ex-ministra de Lula Marina Silva, do PV [a qual foi favorecida pela intensa exposição positiva na mídia dentro da estratégia de subtrair votos de Dilma Rousseff. Na prática, ela funcionou como uma ‘laranja’ da candidatura de Serra], e que o PSDB está sob ameaça também de perder o apoio dos eleitores da classe média, entre os quais a popularidade da presidente Dilma Rousseff parece ser ainda maior do que a de Lula.
PROGRAMA
Para a revista britânica, além da falta de uma liderança clara, os tucanos vêm sofrendo com falta de programa diferenciado.
"Quando Lula tomou posse, “adotou as políticas econômicas tucanas” [sic! *]. Agora, há pouca distância ideológica entre o PT, cujas bases estão no movimento trabalhista, e o PSDB", afirma o artigo.
[* Isso, de dizer que o governo Lula imitou FHC, é chavão propagandeado pela direita “neoliberal”. Os tucanos entregaram em 2002 o país com inflação de 12% e fortemente crescente, apontando para 20% ao final do ano, com taxa Selic acima de 20%, sem reservas externas, muito endividado interna e externamente, pagando mundo afora taxas de risco 15 vezes maiores que as atuais etc. Em resumo, com a tal enaltecida pela direita “política econômica” de FHC/PSDB/DEM, o país afundava rápido no precipício. Dizer que Lula adotou as políticas econômicas de FHC corresponde, analogamente, a afirmar que a seleção de futebol do Brasil imitou e adotou as mesmas regras de futebol utilizadas pelo Madureira (11 jogadores, dos quais um goleiro etc). É forçar demais na desinformação tendenciosa]
A revista [The Economist] observa que, durante o governo Lula, o PSDB tentava se vender como "o partido da boa administração", mas que esse discurso [não correspondia à realidade e] é mais difícil agora contra Dilma, cuja imagem é a de uma boa administradora.
Até mesmo na questão das “privatizações” [doações, grosso modo, para grupos estrangeiros], promovidas durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e criticadas pelos petistas, já não há tantas diferenças, observa a “Economist”, já que Dilma já afirmou que pretende abrir os aeroportos a investimentos privados [porém somente em parceria. A revista tenta vender semelhanças em coisas totalmente diferentes].
Para a revista, os tucanos têm agora de enfrentar o dilema de se manter no campo do centro-esquerda [ou sair da extrema-direita e se mandar para lá?] e esperar que a maré se volte contra o PT por conta de algum eventual escândalo [que a oposição e mídia, com certeza, insistentemente fabricarão], ou mudanças no panorama econômico, ou mover-se à direita para ocupar um campo político quase vazio atualmente na política brasileira.
O artigo sugere um possível caminho para o partido: adotar o discurso da redução da carga tributária [a experiência do governo FHC/PSDB, contudo, foi de muito elevar a carga tributária. Com os demotucanos, ela subiu de 25% (do PIB) para 37%].
Para a revista, apesar da crença de que os eleitores brasileiros preferem os gastos públicos em programas sociais, como o Bolsa Família, a cortes de impostos, pesquisas mostrariam que os brasileiros, incluindo os mais pobres, estariam começando a tomar consciência de que pagam muitos impostos [os empresários, comerciantes e profissionais liberais, diferentemente dos pobres e assalariados, já têm “mecanismos” para pagar menos impostos. É comum entre eles a sonegação, a não emissão de notas fiscais e outros artifícios de burla com o dinheiro que deveria ser público].”
FONTE: divulgado pela agência britânica de notícias BBC com base em reportagem da revista britânica direitista “The Economist”. Transcrito no portal tucano UOL/Folha (http://noticias.uol.com.br/bbc/2011/04/08/tucanos-precisam-de-mudanca-de-geracao-e-discurso-para-sobreviver-diz-economist.jhtm) [título, aspas, trechos entre colchetes e imagem do Google adicionados por este blog]
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