quarta-feira, 8 de abril de 2009

BRASIL PRECISA DE TECNOLOGIA PARA EMPREGAR EM SUA DEFESA

Li hoje no site “Vermelho” a seguinte reportagem de Márcia Xavier, com informações da agência Câmara:

“O Plano de Defesa Nacional, lançado no final do ano passado pelo governo, chegou à Câmara. A Comissão de Relações Exteriores da Câmara realizou, nesta terça-feira (7), seminário para discutir os novos desafios para o Brasil no campo do desenvolvimento tecnológico e industrial. Na abertura do evento, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que a falta de recursos para a defesa é o principal entrave para o desenvolvimento de uma indústria nacional para o setor.

MINISTRO DA DEFESA, NELSON JOBIM, COBROU RECURSOS PARA A DEFESA

Segundo ele, chegou o momento de o País decidir se quer e se pode financiar a defesa nacional. Segundo ele, não se trata de um tema ligado à guerra, mas a capacitação do sistema para o desenvolvimento de tecnologias para proteção do território. O ministro afirmou também que o governo tem enfrentado os embargos internacionais para permitir a transferência de tecnologia dos produtos que importa.

O Plano de Defesa Nacional prevê maior concentração de tropas na Amazônia e em áreas de fronteira, a reorganização das Forças Armadas - Exército, Marinha e Aeronáutica - e mudanças no regime de compras governamentais para o setor. Elaborado pelo Ministério da Defesa e pela Secretaria de Assuntos Estratégicos, o plano propõe a criação de um serviço civil obrigatório para os jovens que forem dispensados do serviço militar.

Durante todo o dia, deputados, ministros, militares e empresários do setor de defesa debateram as necessidades da defesa nacional, além do poder de compra do governo e o financiamento da indústria de defesa. Os deputados querem fazer o contraponto à proposta apresentada pelos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e dos Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, e rediscutir as prioridades estabelecidas no documento.

NÃO PODEMOS SER FRACOS

De acordo com o deputado Marcondes Gadelha (PSB-PB), membro da Comissão de Relações Exteriores, “o elemento crucial desse plano e que o difere de outros é justamente o fortalecimento da indústria de defesa do Brasil”. Ele explicou que os deputados pretendem discutir pontos específicos da Estratégia Nacional de Defesa e que as garantias de transferência de tecnologia são fundamentais.

Ele ressaltou a importância da criação do Conselho Sul-Americano de Defesa, que vai permitir que os países vizinhos sejam parceiros e também mercados para a indústria de defesa do Brasil. “O Brasil vai se colocar numa posição estratégica. Como mediador, por exemplo, não podemos ser mais fracos que os países envolvidos. O plano está à altura das ambições geopolíticas do Brasil. Não somos mais um país pobre e temos que reunir capacidade bélica compatível com esse status”, explicou.

Gadelha que esteve na França entre 17 e 20 de março para conhecer a estrutura de defesa daquele país, disse que os países vizinhos estão desenvolvendo programas de reaparelhamento das Forças Armadas e cita como exemplo, as compras militares realizadas pelos países vizinhos. Na avaliação do deputado, o Brasil está atrás de Venezuela, Chile e Peru.

USO CIVIL E MILITAR

Na avaliação do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que propôs a realização do seminário, chegou o momento de o Brasil acelerar o plano de defesa nacional - que prevê pesquisa e investimentos em área tecnológicas - e incentivar a indústria do setor. ''O avanço na área de defesa resulta também em ganhos para a sociedade civil, por intermédio das tecnologias de uso dual, civil e militar'', disse.

Um dos desafios é definir mecanismo que assegure o repasse de tecnologias para as empresas nacionais. É o caso, por exemplo, da construção de um submarino movido a energia nuclear, com tecnologia a ser repassada pela França. ''Esse caso ilustra a importância de se formatar meios que assegurem a transferência, de fato, da tecnologia''. O projeto, junto com o programa de reaparelhamento de caças da Força Aérea, ''qualifica a indústria nacional e ajuda substancialmente no desenvolvimento científico e tecnológico do País, beneficiando toda a população'', disse o parlamentar.”

Nenhum comentário: