quinta-feira, 30 de junho de 2011

A RAZÃO DOS "CAOS" DE LULA E DILMA ("AÉREO" e outros)


[Obs deste 'democracia&politica':

É óbvia a razão dos diversos "caos" que ocorrem no Brasil: 'caos aéreo', 'caos dos restaurantes', 'caos dos estacionamentos', 'caos do trânsito', 'caos dos hotéis', 'caos das filas nos cinemas e bancos', 'caos das filas nas caixas dos supermercados' e outros.

O rápido e gigantesco crescimento do universo de consumidores no Brasil é a causa. No governo Lula/PT, uma população equivalente a uma Espanha saiu das classes pobres e passou a disputar o mercado, concorrendo com as 'elites' [sic] que agora têm que entrar em apertos e filas para também consumir. É impossível a infraestrutura crescer em todos os setores na mesma velocidade. É impossível construir e implantar a operação de toda uma 'Espanha' no Brasil em apenas oito anos. A Espanha levou séculos para isso.

É risível ver as televisões, jornais e políticos demotucanos, todos direitistas, intensa e repetidamente criticando os governos Lula e Dilma por causa dessas multidões de ex-pobres que agora tiram o antigo conforto e mordomias das autoproclamadas 'elites'.

Essas observações me vêm agora, ao ler a seguinte notícia no jornal "Valor":


AVIAÇÃO BRASILEIRA CRESCE RÁPIDO PELO 24º MÊS


[O transporte aéreo de passageiros no país registrou crescimento de 28,67% em maio (em relação ao mesmo período do ano passado que já apresentava crescimento explosivo)! É o 24º mês consecutivo de forte expansão. Neste ano, a alta já é de 21,74%].

Empresas de pequeno e médio portes têm 20% da demanda

O transporte aéreo de passageiros no país registrou crescimento de 28,67% em maio, em relação ao mesmo período do ano passado. É o vigésimo quarto mês consecutivo de forte expansão.

De janeiro a maio, o fluxo de passageiros transportados em voos domésticos acumula aumento de 21,74%. Os dados, divulgados terça-feira (28) pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) também mostram que as empresas de médio e pequeno porte, com políticas agressivas de preços, continuam avançando sobre o duopólio TAM e Gol.

A participação conjunta das duas maiores empresas aéreas brasileiras no mercado doméstico era de 81,59% em maio de 2010. No mês passado, essa fatia recuou 1,77 ponto percentual, para 79,82%.

As empresas de médio e pequeno porte responderam por 20,18% do fluxo de passageiros transportados em maio, sendo que, no mesmo mês de 2010, a participação delas era de 18,42%.

A oferta de assentos teve aumento de 15,34% no mês passado, ante igual período de 2010. A taxa média de ocupação dos aviões ficou em 67,09%, crescimento de 6,96%. Segundo especialistas, o melhor aproveitamento dos aviões mostra que as empresas estão sendo mais eficientes no gerenciamento de sua frota, tarifas e receitas.

O fluxo de passageiros transportados para o exterior, entre as companhias aéreas brasileiras, registrou crescimento de 21,55% em maio, diante de igual mês de 2010. Foi o décimo segundo mês consecutivo de expansão.

A oferta de assentos nos voos internacionais teve aumento de 13,64% e a taxa média de ocupação dos aviões ficou em 79,25%, ante 74,09% de maio do ano passado. Nos cinco primeiros meses do ano, a demanda por voos ao exterior acumula expansão de 21,35%.

A TAM permaneceu na liderança do mercado doméstico, com 44,43% da demanda, um recuo de 3,38 pontos percentuais. A fatia da Gol foi de 35,39%, redução de 5,15 pontos percentuais ante maio de 2010.

A Azul foi a terceira maior empresa no país, com 8,07%, crescimento de 2,41 pontos percentuais. A Webjet veio logo atrás, com 5,16%, recuo de 1,03 ponto percentual. A Trip teve 3,05% da demanda, sendo que tinha 2,39% em maio de 2010. A Avianca teve 2,94% do mercado, ante 3,12%.

O mercado internacional, entre as companhias aéreas brasileiras, também foi liderado pela TAM, com participação de 89,62% em maio. No mesmo mês do ano passado, a fatia da TAM era de 90,38%, uma redução de 0,76 ponto percentual. A Gol, por sua vez, teve 9,2% da demanda por voos ao exterior, sendo que em maio de 2010 sua participação havia ficado em 9,58%.”

FONTE: reportagem de Alberto Komatsu publicada no jornal “Valor Econômico” e transcrita no site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/1676/Transporte-aereo-no-pais-cresce-28-7-porcento-em-maio) [imagem do Google, título e observação entre colchetes adicionados por este blog].

DILMA FEZ UM GOL NA BANDA LARGA

Em seis meses de governo, uma negociação com as teles resultou em levar a internet ao "andar de baixo"

Por Elio Gaspari, na 'Folha' [entre colchetes deste blog]:

"O governo desatou o nó da expansão do acesso à internet de banda larga em todos os municípios brasileiros. No anedotário de Brasília, essa iniciativa era conhecida como "Xodó 2.0" de Dilma Rousseff. É boa notícia para ninguém botar defeito. Depois de negociação com as operadoras, chegou-se a acordo pelo qual até 2014 todas as cidades brasileiras terão conexões rápidas. Cumprida a meta, será uma das joias da coroa do atual governo. O serviço, com 1 megabyte de velocidade, custará R$ 35 por mês, ou R$ 29, caso os governos estaduais abram mão da cobrança do ICMS.

A internet brasileira vive num estado de apagão geográfico, social e econômico. De cada quatro municípios, um não tem conexão de cabo. Ela só atende a 27% dos domicílios e, quando o faz, a ligação custa na média R$ 48 por mês, segundo o sindicato das operadoras. Há, pelo menos, seis anos o governo tentava expandir essa rede, mostrando que ela traça uma linha de exclusão, deixando de fora regiões, bairros e domicílios do andar de baixo.

Embrulhadas na [enganosa] bandeira da “infalibilidade do mercado”, as operadoras diziam que não havia como investir onde não há retorno. Para resolver esse problema, queriam avançar sobre uma parte dos R$ 9 bilhões entesourados pelo “Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações”.

Enquanto o governo aceitou passivamente as “leis da privataria” [de FHC/PSDB/DEM/PPS], o apagão persistiu. Repentinamente, mudou-se a conversa. Se a iniciativa privada não podia fazer o serviço, a Telebrás voltaria ao mercado, fazendo-o. Mais: havia empresas estrangeiras interessadas no negócio. Nesse cenário, as teles ficariam no pior dos mundos, carregando a urucubaca da ineficiência produzida pela ganância. Fez-se um acordo e todo mundo ganha, sobretudo o brasileiro que não tem acesso ao serviço.

Quando o governo faz seu serviço, as coisas acontecem. Em 1995, a Embratel estatal tinha o monopólio do acesso à internet. Havia [somente] 30 mil pessoas na fila, e os teletecas prometiam zerá-la já no ano seguinte. Era o tempo das estatais que faziam [quase sempre bem] o que bem entendiam [Petrobras, Embraer, Banco do Brasil, Vale, CEF etc] . O tucano Sérgio Motta jogou detergente no dilema, “liberou o mercado” e a rede aconteceu [não por causa dele, obviamente, mas pelo crescimento da internet no mundo]. [A "infabilidade do mercado" solto inexoravelmente causou seus estragos:] passaram-se 11 anos e a situação inverteu-se: as concessionárias privadas fazem o que bem entendem, mas, no caso da banda larga, a ação do Estado [agora] induziu-as a mudar seus costumes.

Ficam na fila os concessionários de energia elétrica [também vítima das 'leis da privataria'] e de transportes.

A conexão de R$ 35 não chegará de uma vez e pode-se temer que venha com velocidades inferiores ao megabyte prometido. (Quem quiser mais velocidade continuará pagando caro, mas esse limite dá para o gasto de um usuário médio). O que parece ser um problema será uma solução, pois a patuleia ganhará o direito de cobrar. Se a rede não chegar a um bairro ou a um município, o governo ficará na posição de ter feito propaganda enganosa. Se chegar, mas for lenta, a operadora terá que se explicar.

O mais importante está feito: pelas regras do jogo, o brasileiro terá acesso à banda larga, sem estar amaldiçoado por ter pouca renda ou por viver numa localidade pobre. Hoje, há 14 milhões de pontos de banda larga no país. Se eles chegarem a 20 milhões, o Brasil encostará nos números franceses de 2009.”

FONTE: escrito por Elio Gaspari e publicado na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2906201116.htm) [imagem do Google e entre colchetes adicionados por este blog].

EMPREGO CONTINUA SUBINDO


DESEMPREGO EM 7 MAIORES REGIÕES METROPOLITANAS CONTINUA EM QUEDA: 10,9% EM MAIO

“A taxa de desemprego nas sete maiores regiões metropolitanas do país teve ligeira queda de abril para maio. O percentual de trabalhadores desempregados passou de 11,1% para 10,9%. De um mês para o outro, foram gerados 40 mil postos de trabalho.

Os dados constam da última ‘Pesquisa de Emprego e Desemprego’ (PED) do ‘Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos’ (Dieese), divulgada ontem (29). O levantamento é feito mensalmente nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo.

Para o conjunto das sete regiões onde a pesquisa é realizada, o total de desempregados, em maio, foi estimado em 2,41 milhões, 40 mil a menos do que no mês anterior.

De acordo com a pesquisa, as regiões metropolitanas de Brasília e São Paulo foram as que apresentaram a maior queda do desemprego de abril para maio. Na capital federal, a taxa baixou de 13,6% para 13%.

Na região metropolitana de SP, passou de 11,2% para 10,7% – a menor taxa [há 21 anos], desde 1990.

Em Porto Alegre, entretanto, foi onde o desemprego mais cresceu. Em abril, a taxa era 7,4%. Já em maio, subiu para 7,7%. Em Fortaleza, ela subiu de 9,8% para 10%.

Nos últimos 12 meses, segundo a PED, a taxa de desemprego nas sete regiões metropolitanas, acumula queda de 2,3%. Em maio de 2010, o índice era 13,2%.”

FONTE: reportagem de Vinicius Konchinski publicada pela Agência Brasil (edição: Juliana Andrade) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-06-29/dieese-desemprego-em-sete-regioes-metropolitanas-tem-leve-queda-e-fica-em-109-em-maio) [imagem do Google adicionada por este blog].

BRASIL FECHARÁ 2011 COM 4% DE CRESCIMENTO E 5,8% DE INFLAÇÃO

“O Banco Central (BC) manteve a estimativa de crescimento da economia neste ano. A previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) —soma de todos os bens e serviços produzidos no país— permanece em 4%, segundo o ‘Relatório Trimestral de Inflação’, divulgado na quarta-feira (29).

Segundo o BC, o PIB está em um novo ciclo de expansão, após a recuperação da crise financeira internacional de 2008 e 2009. A economia se encontra “em ritmo de crescimento mais condizente com taxas sustentáveis no longo prazo, e que devem levar à diminuição do descompasso existente entre o crescimento da absorção doméstica [demanda por bens e serviços] e a capacidade de expansão da oferta”, aponta o relatório.

O BC também aumentou a projeção para a inflação oficial neste ano. A estimativa para o ‘Índice de Preços ao Consumidor Amplo’ (IPCA) subiu 0,2 ponto percentual, para 5,8%, segundo o Relatório Trimestral. A projeção para 2012 passou de 4,6%, no relatório anterior, para 4,8%, mais próxima do centro da meta de inflação para este e o próximo ano, 4,5%. Essa meta tem, ainda, margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Der acordo com o relatório, a estimativa de inflação menor no próximo ano reflete efeitos de medida adotada em dezembro de 2010 de aumento dos depósitos compulsórios dos bancos no BC, retirando, assim, recursos de circulação. Também influenciaram a projeção as elevações da taxa básica de juros, a SELIC, nas últimas reuniões do ‘Comitê de Política Monetária’ (COPOM) do BC. Nesse cenário, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta (6,5%) em 2011 é 22% e, em 2012, fica em torno de 14%.

FONTE: portal “Vermelho”, com informações da Agência Brasil (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=157472&id_secao=2) [imagem do Google adicionada por este blog].

ECONOMIA "SUBTERRÂNEA" REPRESENTA 18,3% DO PIB NACIONAL


“A economia subterrânea, que engloba a produção de bens e serviços não reportados ao governo, movimentou R$ 663 bilhões em 2010. O montante corresponde a 18,3% do PIB [PIB total calculado em R$ 3,62 trilhões, cerca de US 2,29 bilhões], aponta o ‘Índice de Economia Subterrânea’ divulgado ontem (29) pelo ‘Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial’ (ETCO) e calculado pelo IBRE/FGV. O percentual se manteve próximo ao apurado em 2009 e 2008 (18,5% e 18,7%).

Segundo o economista da FGV Fernando de Holanda Barbosa Filho, a expectativa em 2011 é de continuidade dessa queda gradual e consistente, embora pequena. Nos cálculos, a FGV levou em conta crescimento [em 2010] de 7,5% do PIB e inflação de 5%.

A economia subterrânea está crescendo menos que a economia formal. Mas a única forma de haver queda abrupta seria mudança nos fatores que estimulam essa economia, como a forte carga tributária e os altos custos trabalhistas no país”, diz Barbosa Filho.

Ele cita, ainda, o elevado nível de corrupção no país [corrupção, principalmente, de grandes e pequenos empresários privados e profissionais liberais, que criminosamente se apropriam do dinheiro público ao não pagarem devidamente seus impostos] e a queda na participação de itens manufaturados nas exportações, como fatores que impedem maior redução desse índice de economia subterrânea.

Por outro lado, Barbosa Filho destaca que a economia aquecida impulsiona a formalização, já que ela é exigência para o acesso ao crédito por empresas e pessoas físicas. O número final de 2010 superou a previsão divulgada em novembro passado, de R$ 656 bilhões. Em 2009, a economia subterrânea medida pelo ETCO e a FGV somava R$ 589 bilhões. O fato, destaca o ETCO, é que ainda são números muito altos.

Segundo o recém-empossado presidente executivo do ETCO, Roberto Abdenur, o ‘Índice de Economia Subterrânea’ ‘convoca a sociedade e os poderes públicos a uma reflexão sobre as razões dos atuais resultados, principalmente levando em consideração o processo de modernização do país, que, sem dúvida, não pode conviver com mais de R$ 663 bilhões gerados à margem da economia formal’.”

FONTE: Jornal O Globo on line (http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/06/28/economia-subterranea-representa-18-3-do-pib-nacional-924791974.asp#ixzz1QdlQwDdV) [imagem do Google e trecho entre colchetes adicionados por este blog].

INDÚSTRIA PAULISTA CRESCE 1% EM MAIO


“A atividade da indústria paulista cresceu 1% de abril para maio. A taxa de crescimento foi divulgada ontem (29) pela ‘Federação das Indústrias do Estado de São Paulo’ (FIESP) e já desconsidera os movimentos sazonais da produção.

De acordo com o ‘Indicador do Nível de Atividade’ (INA) da FIESP, sem os ajustes sazonais, a atividade da indústria paulista cresceu 8,8% de abril para maio. Já na comparação com maio do ano passado, o crescimento da atividade foi de 4,7%.

O ‘Nível de Utilização da Capacidade Instalada’ (NUCI) ficou em 82,7% em maio, com os ajustes sazonais. No mês de abril, assim como em maio do ano passado, ele havia registrado 82,8%.”

FONTE: reportagem de Vinicius Konchinski publicada pela Agência Brasil (edição: Lílian Beraldo) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-06-29/atividade-da-industria-paulista-cresce-1-em-maio-segundo-fiesp) [imagem do Google adicionada por este blog].

quarta-feira, 29 de junho de 2011

DEMOROU: UOL DESCOBRE QUE “CUSTO BRASIL” É O LUCRO DE MULTINACIONAIS


[OBS deste blog ‘democracia&politica’: o surpreendente é o portal UOL, do grupo ‘Folha’, pró-direita, pró-demotucanos, tradicional defensor dos interesses econômicos e políticos estrangeiros acima dos nacionais, agora revelar a ganância dessas multinacionais, que se aproveitam dos brasileiros. Acho que a notícia escapou, por falha, do crivo da 'Folha']

Por Brizola Neto

“No modelo City, a Honda tem aqui um lucro "extra" de mais de R$15 mil, quase um terço do valor de venda do veículo.

O jornalista Joel Silveira Leite prestou um imenso serviço ao jornalismo ontem, em sua coluna “Mundo em Movimento“, no UOL.

Escreveu o que centenas de jornalistas das editorias de economia não escrevem, às vezes nem por censura, mas pelo hábito de repetir, sem pensar, o que lhe dizem empresários, banqueiros e homens do “mercado”, como se fossem apenas transcrever ou propagandear o que estes falam.

Leite vai a um tema sobre o qual muita gente sabe e quase ninguém escreve.

Que o preço dos automóveis no Brasil é mais alto –e um dos mais altos do mundo– não por uma carga tributária elevada apenas, ou dos encargos trabalhistas –mas porque as margens de lucro das montadoras é muito maior aqui do que em outras partes do planeta.

Isto é, que o nome “custo Brasil” camufla, na verdade, outro: o “Lucro Brasil”.

Ele conta que as montadoras no Brasil têm uma margem de lucro muito maior do que em outros países, citando uma pesquisa feita pelo banco de investimento ‘Morgan Stanley’, da Inglaterra, e diz que elas respondem por boa parte do lucro mundial das suas matrizes.

As editorias de economia da grande imprensa, quando decidem usar a reconhecida capacidade de suas dezenas de profissionais, desempenham papel fundamental na informação da sociedade.

Exatamente o que tinha sido apontado [no "tijolaço"], recentemente, quando afirmamos que os lucros da Fiat aqui no Brasil (e na América Latina) haviam ajudado a empresa a pagar parte da dívida da Chrysler com os governos americano e canadense, pela injeção de dinheiro para que esta não falisse, na crise de 2008.

Joel Leite usa um exemplo de um modelo da Honda que, sem considerar os impostos, dá a montadora um “lucro extra” ('extra', porque sua margem de lucro “normal” já está embutida no preço de venda mexicano) de R$ 15.518,00 sobre os R$ 56.210,00 pelo qual é vendido no Brasil, embora a versão vendida no México tenha muito mais equipamentos de segurança e acessórios.

Será possível que a montadora tenha um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa “não fala sobre o assunto”.

Mas o analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa do ‘Morgan Stanley’ fala, e diz que “no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países”.

A reportagem de Joel Leite é a primeira de uma série que promete muita informação. Merecidamente, era a manchete de ontem de manhã no UOL”

FONTE: escrito por Brizola Neto e publicado em seu blog “Tijolaço”  (http://www.tijolaco.com/demorou-uol-descobre-que-custo-brasil-e-o-lucro/) [observação inicial entre colchetes adicionada por este blog 'democracia&politica'].

BRASIL É O PAÍS DOS BRICS QUE MAIS REDUZ DESIGUALDADE

“Retirantes”, de Portinari

[Estudo da Fundação Getulio Vargas aponta que, desde 2003, 48,7 milhões de brasileiros entraram nas classes A, B e C, população maior que a da Espanha]

Do ‘Estadão’:

“O Brasil é o país dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com os melhores indicadores de redução das desigualdades sociais. O levantamento apura que, no Brasil, a evolução dos indicadores das classes sociais tem mostrado desempenho superior ao dos dados macroeconômicos, enquanto nos demais membros dos BRICS a relação é a oposta.

Os números fazem parte do estudo “Os Emergentes dos Emergentes”, da Fundação Getúlio Vargas, apresentada na segunda-feira, 27, em São Paulo pelo professor e pesquisador Marcelo Neri, que é o economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da instituição.

A desigualdade está caindo muito mais no Brasil do que em outros emergentes”, afirma Neri. No Brasil, a renda familiar tem crescido em média 1,8 ponto porcentual acima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), anualmente, entre 2003 e 2010, a melhor relação entre os emergentes. Já na China, a relação é inversa: a renda familiar vem crescendo dois pontos porcentuais abaixo do PIB do período.

Aqui o microssocial está evoluindo melhor do que o macroeconômico”, aponta Néri. Na década de 2000, o Brasil também teve a segunda melhor taxa de crescimento anual da renda domiciliar per capita entre os 20% mais pobres, com alta de 6,3%, atrás apenas da China, que teve 8,5%. Em seguida vem a África do Sul (5,8%) e a Índia (1%).

Ao mesmo tempo, a taxa de crescimento anual da renda familiar dos 20% mais ricos foi mais intensa nos outros países: China (15,1%), África do Sul (7,6%), Índia (2,8%) e Brasil (1,7%). “O bolo da renda dos mais pobres cresce mais que o dos mais ricos no Brasil”, aponta Néri.

FUTURO

A pesquisa da FGV também cita dados da pesquisa realizada pelo ‘Instituto Gallup’ [empresa norte-americana de pesquisa de opinião], em 2009, em 146 países, sobre a perspectiva de satisfação da população com a vida para os cinco anos seguintes (até 2014). Nesse quesito, o Brasil é recordista em ‘felicidade futura’, com pontuação de 8,7 numa escala de zero a 10. O segundo no ranking global é a Jamaica, com 8,3 pontos. Já entre os BRICS, a África do Sul tem 7,2 pontos (46º), China 6,4 pontos (92º), Rússia 6 pontos (119º) e Índia, 5,7 pontos (128º).

NITERÓI, O MUNICÍPIO MAIS CLASSE A DO BRASIL

Ainda de acordo com o estudo [da FGV], o município brasileiro com mais pessoas na chamada Classe A, em termos de renda e consumo, é Niterói, no Rio. Ali, de cada cem habitantes, 30,7 estão no grupo A. Depois aparecem as cidades de Florianópolis (27.7%), Vitória (26,9%), São Caetano (26,5% e Porto Alegre (25,%). No outro extremo, o município com maior quantidade de pessoas na classe econômica de menor poder aquisitivo, a classe D, Pingo D’Água, em Minas Gerais. Lá, de cada 100 pessoas, 41,3 estão entre os mais pobres.”

FONTE: reportagem de Circe Bonatelli, da ‘Agência Estado’, e Roldão Arruda, de ‘O Estado de S.Paulo’  (http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2011/06/27/niteroi-o-municipio-brasileiro-mais-classe-a-do-brasil/) [imagem do Google adicionada por este blog].

GRAZIANO VENCEU 'GOLPES BAIXOS' DO CANDIDATO ESPANHOL, DIZ ITAMARATY


Na acirrada eleição pelo comando da FAO, o Ministério das Relações Exteriores acredita ter vencido 'golpes baixos' do rival espanhol, Miguel Ángel Moratinos, contra José Graziano da Silva. O adversário espalhou que o brasileiro era candidato de Lula, mas não de Dilma Rousseff. Usou 'prestígio' da realeza espanhola e tentou 'intimidar' países menores, segundo porta-voz do Itamaraty.

Em entrevista exclusiva à Carta Maior, Tovar da Silva Nunes revela detalhes da vitoriosa campanha de Graziano”.

Por André Barrocal

“José Graziano da Silva, o brasileiro agora eleito para dirigir a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) nos próximos três anos, havia sido nomeado assessor especial da presidenta Dilma Rousseff no dia 22 de março. Ocorrida em plena campanha pelo cargo que controla o maior orçamento de todas as agências da ONU, a nomeação foi um lance eleitoral. Buscava neutralizar um dos “golpes baixos” do candidato espanhol, Miguel Ángel Moratinos, que espalhara ser Graziano candidato do ex-presidente Lula, não do governo Dilma.

Nada mais falso, segundo o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Tovar da Silva Nunes. Recém-empossada, ainda em janeiro, Dilma fez algumas reuniões com o ministro Antonio Patriota para definir agendas internacionais e prioridades da política externa. “A eleição na FAO foi uma das prioridades desde o início, a presidenta Dilma não teve dúvidas”, conta Nunes.

Desde então, Patriota sempre “embutiu” o assunto nos contatos com chanceleres pelo mundo. Foi assim ao viajar aos Estados Unidos para preparar a visita do presidente Barack Obama ao Brasil. Ou quando acompanhou Dilma em viagem oficial à China. Ou quando decolou sozinho para encontros no Sri Lanka, Catar, Egito, Colômbia e Venezuela, por exemplo.

O ponto alto das peregrinações do chanceler, na visão do Itamaraty, foi a reunião de Cúpula da Comunidade do Caribe (CARICOM) realizada no fim de fevereiro, na ilha de Granada. Patriota voltava de um encontro do Conselho de Segurança da ONU, passou na CARICOM e conseguiu que os 14 países caribenhos assinassem resolução declarando apoio a Graziano publicamente. “Essa ação na CARICOM foi decisiva, fundamental para a eleição na FAO”, diz o porta-voz do ministro.

O próprio Graziano esteve em Granada fazendo campanha. Desde janeiro, o brasileiro rodou o mundo pedindo votos. Iniciou a campanha como observador do governo na XVI Cúpula da União Africana, na Etiópia, em janeiro. Passou por 24 países. Em alguns, por mais de uma vez, como a Itália, sede da FAO. Esteve em nações mais destacadas no cenário internacional, como EUA, Rússia e França, mas também em lugares menores, como Fiji e Nova Zelândia.

A seguir, em entrevista exclusiva concedida à ‘Carta Maior’, o porta-voz do Itamaraty conta detalhes sobre a vitoriosa campanha brasileira pelo comando da FAO.

-Como foi a campanha do Graziano?

Tovar da Silva Nunes:
Não foi fácil. Havia o reconhecimento de que o candidato brasileiro tinha as melhores credenciais, mas o candidato espanhol insistia em oferecer vantagens a países asiáticos e africanos que ainda não está muito claro quais eram. Ele usou o prestígio da realeza espanhola e tentou quebrar a unidade da América Latina. O México não votou no Brasil.

-Quais foram os maiores aliados do Brasil?

Nunes:
A África do Sul declarou abertamente o voto no Graziano, somos particularmente gratos a eles. A Argentina, quem diria isso em outros tempos, fez campanha para nós, arquitetou muito nos corredores da FAO. Portugal teve papel importante junto aos países de língua portuguesa. Eu também destacaria o apoio da Indonésia e seu candidato, no segundo turno.

-Essa aliança com a Indonésia foi negociada ali na hora?

Nunes:
Não, não houve tempo para negociações. Foi uma decisão deles. Os países em desenvolvimento perceberam que não podiam abrir mão dessa oportunidade de ter um representante dirigindo a FAO, a agência com o maior orçamento da ONU .

-Houve alguma decepção para o Brasil?

Nunes:
O México. Embora o voto seja secreto, temos certeza de que o México votou no Moratinos. Lá na FAO, fazíamos reuniões numa sala chamada justamente Sala México, e só quem não se reunia conosco eram eles [os mexicanos]. O México tem problemas parecidos com os brasileiros, tem necessidade de inclusão social como o Brasil, uma pena ter agido assim.

-E a China e os Estados Unidos, que foram procurados pelo ministro, como votaram?

Nunes:
Os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU não costumam manifestar apoio publicamente, não sabemos.

-Quando o governo sentiu que o Graziano ganharia?

Nunes:
Só na hora, mesmo. Percebemos que o espanhol tinha uma técnica de intimidação, presenciamos isso com um país da América Latina. Eles diziam: 'vocês não sabem o que estão fazendo votando no Brasil'. Foi uma atitude de força. O Moratinos também espalhou que o Graziano era o candidato do ex-presidente Lula, mas não do governo Dilma. Houve uma tentativa de denegrir a imagem do candidato brasileiro.”

FONTE: reportagem de André Barrocal publicada no site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17984)

A BASTILHA DA EXCLUSÃO


“Nos anos 90, a cada dez brasileiros, quatro eram miseráveis. Hoje, a proporção é de um para dez. O ganho é indiscutível. Mas o desafio ficou maior: erradicar a miséria pressupõe atingir a bastilha da exclusão que, no caso do Brasil, tem intensidade rural (25,5%) cinco vezes superior à urbana (5,4%).

Por José Graziano da Silva

Crises funcionam como uma espécie de tomografia na vida dos povos e das nações. Nos anos 80, por exemplo, o fim do ciclo de alta liquidez escancarou a fragilidade de um modelo de crescimento adotado por inúmeros países da América Latina e Caribe ancorado em endividamento externo. Nos anos 90, a adesão ao cânone dos mercados autorreguláveis expôs a economia a sucessivos episódios de volatilidade financeira que desmentiram a existência de contrapesos intrínsecos ao vale tudo do ‘laissez-faire’. O custo social foi avassalador.

A crise mundial de 2007-2008, por sua vez, evidenciou a eficácia de uma ferramenta rebaixada nos anos 90: as políticas de combate à fome e à pobreza, que se revelaram importante amortecedor regional para os solavancos dos mercados globalizados.

O PIB regional per capita recuou 3% em média em 2009 e o contingente de pobres e miseráveis cresceu em cerca de nove milhões de pessoas. No entanto, ao contrário do que ocorreu na década de 90, quando 31 milhões ingressaram na miséria, desta vez o patrimônio regional de avanços acumulados desde 2002 não se destroçou.

Abriu-se, assim, um espaço de legitimidade para a discussão de novas famílias de políticas sociais, desta vez voltadas à erradicação da pobreza extrema.

No Brasil, a intenção é aprimorar o foco das ações de transferência de renda, associadas à universalização de serviços essenciais e incentivos à emancipação produtiva. Espera-se, assim, alçar da exclusão 16,2 milhões de brasileiros (8,5% da população) que vivem com menos de R$ 70,00 por mês.

A morfologia da exclusão nos últimos anos indica que o êxito da empreitada brasileira -ou regional- pressupõe, entre outros requisitos, extrema habilidade para associar o combate à miséria ao aperfeiçoamento de políticas voltadas para o desenvolvimento da pequena produção agrícola. Vejamos.

A emancipação produtiva de parte dessa população requer habilidosa sofisticação das políticas públicas.

Apenas 15,6% da população brasileira vive no campo. É aí, em contrapartida, que se concentram 46% dos homens e mulheres enredados na pobreza extrema -7,5 milhões de pessoas, ou 25,5% do universo rural. As cidades que abrigam 84,4% dos brasileiros reúnem 53,3% dos miseráveis -8,6 milhões de pessoas, ou 5,4% do mundo urbano.

Portanto, de cada quatro moradores do campo um vive em condições de pobreza extrema e esse dado ainda envolve certa subestimação. As pequenas cidades que hoje abrigam algo como 11% da população brasileira constituem, na verdade, extensão inseparável do campo em torno do qual gravitam. Um exemplo dessa aderência são os 1.113 municípios do semiárido nordestino, listados como alvo prioritário da erradicação da miséria brasileira até 2014.

Nos anos 90, a cada dez brasileiros, quatro eram miseráveis. Hoje a proporção é de um para dez. O ganho é indiscutível. Mas o desafio ficou maior: erradicar a miséria pressupõe atingir a bastilha da exclusão que, no caso do Brasil, tem intensidade rural (25,5%) cinco vezes superior à urbana (5,4%).

O cenário da América Latina e Caribe inclui relevo semelhante com escarpas mais íngremes. Cerca de 71 milhões de latino-americanos e caribenhos são miseráveis que representam 12,9% da população regional, distribuídos de forma igual entre o urbano e o rural: cerca de 35 milhões em cada setor. A exemplo do que ocorre no Brasil, porém, a indigência relativa na área rural, de 29,5%, é mais que três vezes superior à sua intensidade urbana (8,3%), conforme os dados da CEPAL de 2008.

Estamos falando, portanto, de um núcleo duro que resistiu à ofensiva das políticas públicas acionada na última década. Desde 2002, 41 milhões de pessoas deixaram a pobreza e 26 milhões escaparam do torniquete da miséria na América Latina e Caribe. Essa conquista percorreu trajetórias desiguais: declínios maiores de pobreza e miséria correram na área urbana (menos 28% e menos 39%, respectivamente) em contraposição aos do campo (menos 16% e menos 22%).

Uma visão de grossas pinceladas poderia enxergar nesse movimento uma travessia da exclusão regional em que a pobreza instaura seu predomínio na margem urbana, enquanto a maior incidência da miséria se consolida no estuário rural e na órbita dos pequenos municípios ao seu redor.

A superação da miséria absoluta é possível com a extensão dos programas de transferência de renda aos contingentes mais vulneráveis. Mas a emancipação produtiva de parte desses protagonistas requer habilidosa sofisticação das políticas públicas. A boa notícia é que o núcleo duro rural inclui características encorajadoras: os excluídos têm um perfil produtivo, um ponto de partida a ser ativado. Os governos, por sua vez, têm experiências bem sucedidas a seguir. Entre elas, a brasileira, a exemplo do crédito do PRONAF, e das demandas cativas que incluem o suprimento de 30% da merenda escolar e as ‘Compras de Alimentos da Agricultura Familiar’, implantadas nos últimos anos. Não por acaso, a pobreza extrema no campo brasileiro caiu de 25% para 14% entre 2002 e 2010 e a renda do agricultor familiar cresceu 33%, três vezes mais que a média urbana nesse mesmo período.”

FONTE: escrito por José Graziano da Silva, licenciado do cargo de Representante Regional da FAO para a América Latina e Caribe. Artigo publicado originalmente no jornal “Valor”. Transcrito no site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5070) [imagem do Google adicionada por este blog].

GRAÇAS À FHC/PSDB, GRANDE PARTE DE NOVA DESCOBERTA NO PRÉ-SAL VAI PARA ESTRANGEIROS


[OBS deste blog democracia&politica:

Graças à Lei do Petróleo (9.478/97) implantada no Brasil por FHC (PSDB/DEM), na loucura neoliberal antinacional que contagiou o Brasil nos anos 90, as benesses das descobertas da Petrobras no pré-sal, com sua tecnologia ímpar no mundo em águas profundas, estão fluindo generosamente para empresas estrangeiras, em maioria estatais.

A nova e principal descoberta no pré-sal da Bacia de Campos, por exemplo, cuja notícia transcrevemos a seguir, será usufruída em 70% por petrolíferas estrangeiras, e somente 30% para a Petrobras
].

"PETROBRAS INFORMA NOVA E PRINCIPAL DESCOBERTA NO PRÉ-SAL DA BACIA DE CAMPOS

Um consórcio formado pela PETROBRAS e pelas empresas REPSOL SINOPEC [estatal espanhola comprada pelo banco Santander, associada à estatal chinesa Sinopec] e STATOIL [estatal norueguesa] anunciou ontem (28) a descoberta de novo reservatório em águas ultraprofundas na Bacia de Campos. Segundo nota divulgada pela estatal brasileira, essa é considerada a principal descoberta na camada pré-sal de Campos.

O poço exploratório conhecido como ‘Gávea’ está localizado a 190 quilômetros da costa do Rio de Janeiro e tem profundidade total de 6.851 metros. O óleo, que foi encontrado em dois níveis diferentes, é considerado de boa qualidade pela estatal.

A existência de indícios de petróleo na área foi informada às autoridades brasileiras entre março e abril deste ano. A REPSOL SINOPEC é a operadora do consórcio, com 35% de participação. A STATOIL tem 35% e a PETROBRAS, 30% do consórcio.”

FONTE: reportagem de Vitor Abdala publicada pela Agência Brasil (edição: Juliana Andrade) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-06-28/petrobras-informa-que-fez-principal-descoberta-no-pre-sal-da-bacia-de-campos) [imagem do Google, título e observação entre colchetes adicionados por este blog].

A INDÚSTRIA NACIONAL DE DEFESA E A PROTEÇÃO DAS FRONTEIRAS


O conceito do SISFRON como apresentado pelo Comando do Exército Brasileiro:

O governo brasileiro, alinhado com a 'Estratégia Nacional de Defesa', tem avançado no sentido de institucionalizar e operacionalizar políticas de proteção das áreas de fronteiras do País, especialmente na Amazônia.

O recém-lançado ‘Plano Estratégico de Fronteiras’, juntamente com o ‘Sistema deGerenciamento da Amazônia Azul’ (SisGAAz) e o ‘Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras’ (SISFRON), são iniciativas adotadas para monitorar e aumentar a presença do Estado brasileiro nessas regiões. O segredo para o sucesso de tais projetos será utilizar os recursos da Defesa para crescimento econômico e desenvolvimento social. Para tanto, dentre as muitas políticas que devem ser implementadas, será fundamental transformar as necessidades técnicas e operacionais desses projetos em oportunidades para a indústria e para o meio científico brasileiro.

O Brasil possui 16.886 quilômetros de fronteiras com dez países, ao longo de 11 estados e 588 municípios. Os diversos problemas constatados na região, como contrabando, tráfico de drogas e de armas, roubo de cargas e de veículos e crimes ambientais, adquirem maior importância diante da insuficiência de monitoramento e de proteção.

Projetos como o SISFRON visam a atender às necessidades de monitoramento e vigilância das fronteiras. Os benefícios decorrentes são diversos e vão desde os aspectos políticos e militares até aos aspectos sociais e econômicos.

No que se refere ao crescimento e desenvolvimento econômico, os investimentos previstos criam boas expectativas para a indústria nacional de defesa. Sabe-se que, para a operacionalização do SISFRON, o Exército necessitará, por exemplo, de radares sofisticados de curto e longo alcances, equipamentos de visão noturna, torres de observação e transmissão de sinais, câmeras óticas e termais, imageamento por satélites, sistemas de treinamento e simulação, veículos aéreos não-tripulados, blindados para proteção de fronteiras, veículos de apoio, embarcações especiais etc.

O País vivenciou situação semelhante com a implantação do ‘Sistema de Vigilância da Amazônia’ (SIVAM), infraestrutura técnica e operacional do ‘Sistema de Proteção da Amazônia’ (SIPAM), que exigiu investimentos da ordem de US$ 1,4 bilhões nos anos 90. A concepção e implantação do SIVAM/SIPAM, em operação a partir de 2002, foram cercadas de grande polêmica no meio científico brasileiro. Criticou-se, sobretudo, o fato de o governo [então 'neoliberal', antinacional] não ter recorrido à capacidade científica nacional ao optar pela aquisição de pacotes tecnológicos completos dos EUA (deve-se destacar que as condições de financiamento do Eximbank tiveram papel decisivo na escolha da empresa americana Raytheon Company).

Na ocasião, o País perdeu grande oportunidade de consolidar seu próprio desenvolvimento industrial, já que empresas nacionais, associadas a institutos e universidades nacionais, teriam condições de desenvolver, sem prejuízo técnico, sistema semelhante ao norte-americano. Além disso, quanto a sensoriamento remoto e monitoramento ambiental, a transferência de tecnologia se deu no sentido inverso, uma vez que o INPE e a EMBRAPA tinham experiência reconhecida nas áreas.

No caso do SISFRON, os US$ 6 bilhões de investimento inicialmente previstos também atraem empresas multinacionais amplamente amparadas por seus respectivos governos. As alemãs Rheimentall e Rohde & Schwarz, as norte-americanas Harris e Rockwell Collins, a francesa Thales, a israelense Elbit Tadiran, a italiana Selex e o consórcio europeu Cassidian já manifestaram interesse.

Não se trata, no entanto, de excluir a participação de empresas estrangeiras, mas sim de garantir que essa seja ancorada na transferência de tecnologia e no predomínio dos interesses nacionais.

Portanto, para que o SISFRON cumpra seus objetivos e possa alinhar Defesa e desenvolvimento socioeconômico, é fundamental valorizar as competências da indústria nacional, a capacidade de desenvolver tecnologias em nossos centros tecnológicos e universidades e contar com o conhecimento adquirido pela indústria de defesa brasileira.

Sua implantação e instalação estão previstas para os próximos dez anos. Uma vez identificados os sistemas e equipamentos necessários, é plenamente possível, com o estímulo e compreensão do governo, que a indústria nacional de defesa seja preparada para as demandas futuras.

SISFRON

O que é: Sistema de vigilância e monitoramento contínuo que visa a dotar a força terrestre de meios para uma efetiva presença em todo o território nacional, particularmente na faixa de fronteira e na Amazônia.

Estágio atual: Estima-se que 60% do projeto esteja pronto, devendo ser apresentado em setembro de 2011. A partir do projeto, o Ministério da Defesa definirá como implantá-lo (o prazo de implantação está calculado em 10 anos).

Investimento e Financiamento: O investimento estimado é de US$ 6 bilhões. Ao final do projeto, será traçado cronograma de desembolso a cargo do Ministério de Defesa. O SISFRON conta com operações de crédito externo, parcerias público-privadas, BNDES para seu financiamento.

Benefícios:

Políticos: Aumento das oportunidades de integração regional e da cooperação militar com as Forças Armadas vizinhas; aumento da presença do Estado e da integração entre órgãos do governo.

Econômicos: Criação de oportunidades de crescimento para a indústria nacional de defesa, com elevação da sua capacidade tecnológica.

Militares: Aumento da capacidade de vigilância e monitoramento; efetivação da Estratégia de Presença e melhoria da capacidade de apoio às operações de GLO e Ações Subsidiárias.

Socioambientais: Preservação ambiental, proteção da biodiversidade, proteção das populações indígenas; ampliação da presença do Estado junto a populações desassistidas e aumento da sensação de segurança.”

FONTE: site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/terrestre/noticia/1651/SISFRON---Protecao-das-Fronteiras-e-a--Industria-Nacional-de-Defesa---Informe-COMDEFESA) [entre colchetes adicionados por este blog].

OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS E AS NOVAS FORMAS DE GUERRA


Por Rubens Barbosa

Os conceitos tradicionais de guerra e da forma de combate, como entendidos até aqui, estão sendo dramaticamente modificados pelo rápido avanço tecnológico.

Peter W. Singer, no livro ‘Wired for War’ (Preparado para Guerra), trata da robótica militar e mostra como isso afetará as táticas e estratégias das forças armadas. Os ataques cibernéticos ocorridos nos últimos meses, por outro lado, fizeram acender a luz vermelha nas instituições de segurança de todos os países.

VANTs

Os 'veículos aéreos não tripulados' (VANTS), de tamanho cada vez mais reduzido, estão transformando a maneira como os EUA pensam sobre a guerra e como se engajam nela. Os EUA empregaram os VANTS no Afeganistão, no Paquistão para vigiar Bin Laden e agora na Líbia. Israel utiliza os VANTS na luta contra a Palestina [que não tem, nem pode ter Forças Armadas para se defender]. O Pentágono dispõe hoje de cerca de 7 mil VANTS e solicitou ao Congresso US$ 5 bilhões para o desenvolvimento de novos veículos não tripulados do tamanho de aves e insetos, como as ‘spy flies’ (moscas espiãs), equipadas com sensores e microcâmeras para detectar inimigos, armas nucleares ou vítimas de desastres naturais. Os VANTS são utilizados como arma de ataque, mas também como instrumento de vigilância antecipada contra eventuais ataques ou de proteção das fronteiras, sem nenhum risco para as forças aéreas ou terrestres.

O Brasil ainda engatinha nessa área e apenas recentemente adquiriu alguns VANTS para monitorar a porosa fronteira amazônica, tão vulnerável à ação do crime organizado do tráfico de drogas e de armas, e a Embraer começou a produzir esses veículos, com radares ultrassofisticados.

As invasões cibernéticas estão acarretando profundas transformações numa nova forma de guerra, a virtual.

ATAQUES CIBERNÉTICOS

Os EUA, segundo diretrizes do Pentágono que serão divulgadas proximamente, passarão a considerar 'ataques cibernéticos como atos de guerra, sujeitos, portanto, a retaliações'. Além de intensificar a segurança dos sistemas internos de defesa, as medidas incluirão desde sanções econômicas, passando por retaliações cibernéticas e até mesmo ofensivas militares. De acordo com porta-voz do Pentágono, todas as opções estão em aberto, o que denota a seriedade com que o assunto está sendo tratado.

A Casa Branca informou que "responderá a atos no espaço cibernético da mesma forma que responderia a qualquer outro tipo de ameaça ao país". O governo norte-americano afirmou que 'se reserva o direito de usar todos os meios diplomáticos, econômicos e militares para defender a nação, seus aliados e seus interesses'. O governo dos EUA tem por que se preocupar. Basta lembrar que, somente nos últimos meses, órgãos oficiais como o Departamento de Comércio, a CIA, o Senado, a rede de TV pública PBS e a empresa Lockheed Martins, que trabalha muito próxima do Pentágono no desenvolvimento de equipamentos militares sensíveis, foram afetados pela ação dos hackers.

Há proliferação de invasões em todo o mundo, não limitadas apenas aos governos ou organizações internacionais, como o FMI. Foram atingidos empresas que armazenam dados financeiros ou lidam com informações confidenciais de Estado, companhias como a RSA, unidade de segurança da EMC Corporation, dois bancos e uma administradora de cartões de crédito da Coreia do Sul. Um dos grupos de hackers começou a atacar organizações (Visa e Mastercard) e pessoas contrárias ao site e ao fundador do WikiLeaks. Ocorreram ataques com o objetivo de revelar [ou de não revelar, como no caso dos ataques ao Wikileaks] ao público informações sobre atos de corrupção e [revelar ou esconder, dependendo dos interesses que movem cada grupo de hakers] tentativas de limitar a liberdade na internet.

Há suspeitas de que também países -[principalmente os já notórios], como a China, os EUA e Israel- estejam realizando ataques de espionagem cibernética. O programa nuclear do Irã foi infectado por vírus, introduzido nos computadores oficiais por outro país. Consta que a Rússia e a Coreia do Norte possam [também] ter-se utilizado dos serviços de hackers.

Um relatório da OTAN concluiu não ser possível descartar a hipótese de que grupos de hackers passem a vender seus serviços a terroristas e ao crime organizado. Por outro lado, trabalho da OCDE minimiza a questão e observa que a possibilidade de conflito cibernético é reduzida. As motivações políticas poderiam, assim, evoluir para chantagem, ganhos financeiros ou terrorismo.

Nos últimos dias, o Brasil entrou na mira dos hackers. A Presidência da República, a Prefeitura de São Paulo, o Ministério do Esporte, o IBGE, a Secretaria da Receita Federal e outros órgãos foram atacados e, segundo foi noticiado, dados foram retirados desses sites. Pesquisa do Tribunal de Contas da União revela que 64% dos órgãos federais não dispõem de política de segurança da informação.

Suponho que o governo brasileiro esteja preocupado com vazamentos de documentos sigilosos e de detalhes técnicos, em especial os relativos ao Programa Nuclear Brasileiro, e ataques a usinas de geração de energia e redes de distribuição.

O governo brasileiro informou ter começado a pôr em prática medidas para proteger o País de ataques cibernéticos. Os ataques que visam ao roubo de informações estratégicas representam apenas 1% das ameaças, sendo registradas 2.100 tentativas de invasão por hora. A questão cibernética, ao lado da nuclear e da espacial, é prioridade incluída na ‘Estratégia Nacional de Defesa’. Em dezembro, o Gabinete de Segurança Institucional lançou o ‘Livro Verde’, que estabelece parâmetros de proteção das redes governamentais.

Dadas a magnitude do desafio e a vulnerabilidade do Brasil a essa nova forma de guerra, espera-se muito mais das autoridades, como medidas sofisticadas de defesa e punitivas para os responsáveis pelos ataques.

O tema é de alta prioridade e urgência, por afetar a segurança nacional.”

FONTE: escrito por Rubens Barbosa,
editor responsável da revista "Interesse Nacional”. Publicado no site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/cyberwar/noticia/1658/Os-avancos-tecnologicos-e-as-novas-formas-de-guerra) [trechos entre colchetes e subtítulos adicionados por este blog].

Dilma fala sobre: “POLÍTICA DE EMPREGO PARA JOVENS DO CAMPO, PREVENÇÃO A DESASTRES NATURAIS E DESCENTRALIZAÇÃO DAS UNIVERSIDADES”

A coluna ‘Conversa com a Presidenta’ de terça-feira (28/6), publicada em jornais no Brasil e no exterior, abordou a interiorização de universidades federais, a política de emprego para jovens da zona rural e as ações do governo federal para minimizar os danos das chuvas na região Nordeste.

-A primeira pergunta veio de Brumado (BA), feita pelo eletrotécnico Maurício Quichaba. À presidenta, ele questionou: “O que pode ser feito para descentralizar as universidades federais?”.

Dilma Rousseff informou que concorda com a descentralização das universidades, tanto que esse trabalho começou a ser feito no governo passado. Desde 2003 –continuou a presidenta– foram criadas 14 novas universidades, das quais 10 voltadas para a interiorização do ensino superior público. Foram ainda criados 126 novos campi de universidades públicas, que hoje estão implantados em 230 municípios das 27 unidades da Federação.

Com essas iniciativas, o número de vagas de ingresso nas universidades federais, que era de 109 mil em 2003, subirá para 243 mil em 2012. Na Bahia, que conta com três instituições –Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)– o número de campi pulou de dois para nove, e essa expansão foi toda em cidades do interior. Estamos oferecendo mais oportunidades aos nossos jovens, em suas próprias cidades, ou em cidades vizinhas, o que está contribuindo para a redução das nossas desigualdades sociais e regionais”, exemplificou.

-José Aílton Nunes de Alencastro, agricultor de Araguatins (TO), quis saber qual é a política de emprego para os jovens que moram no campo.

A presidenta informou que o governo federal tem diversas ações voltadas para a juventude rural, sendo uma delas o ‘PRONAF Jovem’, linha de crédito especial para o financiamento de projetos de agricultores familiares com até 29 anos de idade. O programa ajuda a desenvolver ações que geram renda, como projetos agropecuários, de turismo rural, artesanato e de pomares e hortas, explicou.

Ela disse, ainda, que no ‘Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012’, o limite de financiamento para esses projetos passará de R$ 10 mil para R$ 12 mil, com juros de 1% ao ano.

Outra ação informada pela presidenta é a linha de crédito ‘Nossa Primeira Terra’, do ‘Programa Nacional de Crédito Fundiário’, que financia a compra de terra por jovens da área rural com idades entre 18 e 28 anos.

Além disso, os jovens podem participar de outros programas, que são direcionados para todos os agricultores familiares, sem distinção de idade. É o caso do ‘Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar’ (PRONAF), que conta com R$ 16 bilhões para o financiamento da safra 2011-2012, com juros que variam de 0,5% a 4,5% anuais”, frisou.

-O último questionamento foi elaborado por Andressa Thomaz, fonoaudióloga de São Paulo (SP), que afirmou que “todo ano a cena se repete: basta chover forte no Nordeste e milhares de pessoas são atingidas”. Diante isso, Andressa quis saber o que o governo está fazendo para evitar a repetição anual “dessa tragédia”.

Andressa, nós estamos trabalhando em várias frentes com os governadores e prefeitos para evitar essas tragédias e, quando elas forem inevitáveis, para minorar o sofrimento da população”, respondeu a presidenta. Os governos federal e de Pernambuco, por exemplo, dividirão o custo de R$ 650 milhões para a construção de cinco barragens na bacia do Rio Una para controlar a vazão das chuvas na região. A presidenta afirmou que, no mês passado, foi assinado convênio para a construção das duas primeiras, que custarão R$ 65 milhões, sendo R$ 50 milhões do governo federal. Ainda de acordo com ela, o Ministério de Ciência e Tecnologia está desenvolvendo sistema de monitoramento e alerta em áreas de risco, para fornecer essas informações à Secretaria Nacional de Defesa Civil, que coordenará as ações.

Os programas habitacionais retirarão muitas famílias dos locais sujeitos a enchentes e deslizamentos de terra. A Secretaria Nacional de Defesa Civil (SEDEC), do Ministério da Integração, está desenvolvendo estudos para criar cinco escritórios regionais, modernizando o ‘Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres’ (CENAD) e treinando agentes dos estados e municípios. O objetivo é criar as condições para a evacuação, antecipadamente, das pessoas em áreas de risco (…). Como você pode ver, estamos criando instrumentos para reduzir drasticamente os prejuízos materiais, e principalmente humanos, resultantes de desastres naturais’, concluiu.”

FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/politica-de-emprego-para-jovens-do-campo-prevencao-a-desastres-naturais-e-descentralizacao-das-universidades/).

“CAFÉ COM A PRESIDENTA”: O "PLANO SAFRA"

Programa de rádio “Café com a Presidenta”, com a Presidenta da República, Dilma Rousseff. Rádio Nacional, 27 de junho de 2011

Luciano Seixas: Olá, eu sou Luciano Seixas, e estou aqui para mais um “Café com a Presidenta”, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, Presidenta.

Presidenta:
Bom dia, Luciano. Bom dia a todos que nos acompanham hoje.

Luciano Seixas: Presidenta, na próxima sexta-feira começa novo ano para os agricultores. A gente sabe que, todo ano, o governo coloca à disposição dos produtores dinheiro para financiar os negócios agrícolas. O que está previsto para esta safra 2011/2012?

Presidenta:
Em primeiro lugar, Luciano, é o maior valor já destinado a um ‘Plano Safra’ no país: teremos R$ 107 bilhões. Com esse dinheiro, os produtores vão poder investir, comprar sementes, preparar a terra, comprar novas máquinas e financiar a comercialização da produção do próximo ano. Para nós, é importante que os agricultores tenham condições de aumentar a produção e ter mais renda. Sabe por que, Luciano? Porque os benefícios voltam para o povo brasileiro em forma de alimento, de mais emprego e de lucro para o próprio país, com as exportações. E tem mais, quando produzimos mais alimentos, os preços para o consumidor tendem a cair, ou seja, todo mundo ganha.

Luciano Seixas: E o Brasil se mantém como um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

Presidenta:
Exatamente, Luciano. A safra que está se encerrando já é recorde, com produção de quase 162 milhões de toneladas. É muita coisa, Luciano. Com esse plano, esperamos alcançar novo recorde de produção no próximo ano. Em termos de alimentos, o Brasil se orgulha de ser grande potência produtora de alimentos. Somos os maiores produtores e exportadores do mundo de suco de laranja, de carne, de açúcar, de café. E vamos manter essa posição e avançar um pouco, mas o importante é colocar isso tudo à disposição das pessoas. Acima de tudo, Luciano, estamos garantindo alimentação de qualidade para os brasileiros e para quem compra nossos produtos no exterior.

Luciano Seixas: Mas como é que fica aquele produtor que está no meio, não é grande e nem pequeno. Tem incentivo para ele este ano?

Presidenta:
Olha, Luciano, tem, sim. Os produtores médios são uma parcela cada vez maior dos empreendedores agrícolas. E essa parcela, Luciano, precisa ser tratada de forma diferente. Por isso, nós estamos aprimorando as ações para o médio produtor, que vai ter mais crédito e melhores condições de financiamento pelo ‘Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor’. Vão ser mais de R$ 8 bilhões. E também ampliamos o limite da renda para que um agricultor possa participar. Assim, mais produtores vão poder pegar empréstimo com juros mais baixos.

Luciano Seixas: Uma novidade do ‘Plano Safra’ deste ano é a ampliação do crédito destinado aos criadores de gado, os pecuaristas. Por quê?

Presidenta:
Veja, Luciano, o Brasil é um grande produtor e exportador de carne. Esse setor cresceu nos últimos anos, mas poderia ter crescido muito mais e melhor. Por isso, vamos abrir linhas de crédito e dar financiamento de até R$ 750 mil para que o pecuarista compre vacas e touros para melhorar seu rebanho. Vai ter também crédito para a recuperação de pastagens. Com isso, vamos diminuir o desmatamento. Tem muita terra boa que pode ser recuperada e produzir mais carne para nós e para o mundo.

Luciano Seixas: Presidenta, outra novidade é a parte do ‘Plano Safra’ que vai para o ‘Programa Agricultura de Baixo Carbono’. A senhora pode explicar como funciona esse Programa?

Presidenta:
Claro, Luciano. Esse Programa foi criado para ajudar nossos produtores agrícolas a adotarem técnicas de produção que contribuam para diminuir os efeitos da mudança do clima. Vamos mostrar que o Brasil sabe combinar preservação ambiental com a produção sustentável de alimentos.

Luciano Seixas: E os pequenos agricultores, haverá para eles também um ‘Plano Safra’, Presidenta?

Presidenta:
Com certeza, Luciano. O Brasil tem importante agricultura familiar. Mais de 4,5 milhões de pequenos agricultores familiares estão espalhados por todo o território brasileiro. Nós vamos, na sexta-feira próxima, dia 1º de julho, lançar, em Francisco Beltrão, no Paraná, o ‘Plano Safra da Agricultura Familiar’.

Luciano Seixas: Para terminar a nossa conversa, Presidenta, domingo, o ex-ministro brasileiro José Graziano da Silva foi eleito diretor-geral da ‘Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura’, FAO na sigla em inglês. Essa eleição tem muita importância para o Brasil, não é?

Presidenta:
É, sim, Luciano. Significa o reconhecimento, por parte das Nações Unidas, da contribuição que o Brasil tem dado para as ações de combate à fome. É muito importante porque agora começam as discussões em torno da necessidade de produção de alimentos para as gerações futuras. O governo brasileiro demonstrou, nas suas políticas, que é preciso que o alimento chegue a todos. Demos nossa contribuição. O nosso querido amigo Graziano terá todo o apoio do governo brasileiro para levar essas soluções à FAO, mostrando que é possível compatibilizar o combate à fome, a melhoria de renda dos agricultores e uma produção de alimentos que cresce em quantidade e produtividade.

Luciano Seixas: E o nosso tempo hoje chegou ao fim. Obrigado, presidenta Dilma, e até a próxima semana.

Presidenta:
Obrigado a você, Luciano. Tchau!”

FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/brasil-se-orgulha-de-ser-uma-grande-potencia-produtora-de-alimentos/).

terça-feira, 28 de junho de 2011

O FILHO DE FHC: “TESTANDO HIPÓTESES”


PARTE I

Este blog democracia&política vai tentar aplicar o método jornalístico muito ensinado pela Globo, por Ali Kamel.

Imaginarei hipóteses sobre o fato, muito noticiado nestes últimos dias, de Fernando Henrique Cardoso ter reconhecido, após 18 anos de omissão, o filho que teve fora do casamento com a jornalista da Rede Globo Mirian Dutra Schmidt e, agora, dois anos depois do reconhecimento, novo exame de DNA teria “surpreendido” e “comprovado” que o filho não seria dele.

1ª hipótese: não é filho de FHC

Mirian Dutra, então grávida, em combinação ou enganando FHC, teria vazado o falso “segredo” de o pai do seu filho ser FHC.

Para não prejudicar o casamento dele com a Dra. Ruth Cardoso e a carreira política do então senador (que fora “eleito” sem um voto, como suplente do senador Franco Montoro que se afastara para ser governador de São Paulo; a Wikipedia registra: “a investida de Montoro no Palácio dos Bandeirantes permitiu a efetivação do sociólogo Fernando Henrique Cardoso em sua vaga na Câmara Alta do país”), e estando FHC e seu partido (PSDB) já fortemente comprometidos com os interesses das Organizações Globo, a solução seria a TV Globo esconder o fato, Miriam Dutra e seu filho, sustentando-a em atraente emprego no exterior.

A Globo caiu na armadilha e propiciou, já mais de vinte anos, dispendiosa missão na Europa, praticamente sem receber nenhum trabalho da jornalista. O segredo foi mantido. Tanto a Rede Globo, como toda a grande mídia, também de direita, demotucana, silenciaram sobre o assunto, alegando “autocensura por razões éticas, por ser um problema pessoal”.


Após a morte de Dra. Ruth, e depois de FHC já ter sido presidente duas vezes, acharam que ele faria boa figura para o eleitorado demotucano se realmente assumisse a paternidade. Assim ele fez em setembro de 2009. O rapaz já tinha 18 anos.

Se isso realmente aconteceu, o golpe foi bem dado. Funcionou. Contudo, a Globo ‘pagou o pato’ na trama. Caiu na cilada e, sendo ou não sendo filho de FHC, teve a despesa milionária de sustentar até hoje, em bom padrão, por vinte anos, uma família em boas cidades da Europa, sem qualquer trabalho conhecido em troca. A Globo possibilitou que, nem FHC, nem o verdadeiro pai (se não era ele), precisassem despender um tostão do próprio bolso. (Obs: não necessariamente ligado a esses fatos, veio a ocorrer grande fluxo de dinheiro público, em gigantescos e privilegiados contratos de publicidade do governo com as Organizações Globo, quando FHC exerceu a presidência).

FHC, Mirian Dutra e, graças à Globo, o tamanho das despesas de pai, para FHC

2ª hipótese: é filho de FHC

O filho é realmente de FHC, mas, para evitar futuros conflitos na partilha da multimilionária herança de FHC, agora ‘surgiu’ um novo exame de DNA ‘comprovando’ que FHC não é o pai. Por suprema ‘nobreza’ e ‘magnanimidade’, FHC, assim mesmo, o considera seu filho. A imprensa dá grande destaque a essa ‘sublime atitude’ do sociólogo.

Porém, independentemente do que diga FHC, a consequência é que, com base no resultado desse conveniente novo exame de DNA, os três filhos dele com Dra. Ruth poderão na Justiça evitar a participação do filho dele com Miriam Dutra na divisão do gordo espólio. Muitos pais que pagam pensão a filhos nascidos fora do casamento estão interessados no caso e em saber qual foi o laboratório.

Por falar em herança, a imprensa sempre protegeu FHC, dizendo que ele é riquíssimo porque já nasceu em ‘berço de ouro’, ‘um príncipe’, pois o pai era oficial do Exército que no final da carreira chegou a general. Depreendo que os generais ganhavam muito bem na época. Hoje, são apenas classe média-média.

Em ambas as hipóteses, a principal vítima de tudo isso foi a criança, que não teve, na infância e na adolescência, o sobrenome, a assistência e a educação do pai, irresponsavelmente omisso.

Bom, essas conjecturas são meros exercícios teóricos deste primário blog, tentando empregar ensinamentos de jornalismo da Globo, que muito aplicou esse método de “testar hipóteses” durante o governo Lula.

Apresento, a seguir, descrição mais pormenorizada desses acontecimentos, na postagem que transcrevo de Eduardo Guimarães em seu blog “Cidadania.com”.

Em resumo, um conceito está evidente. Esta postagem exemplifica o modo de atuar padrão da grande imprensa brasileira: maquiavélico, tendencioso, partidário da direita.

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PARTE II

Por Eduardo Guimarães

O ‘FILHO’ DE FHC E O ‘DIREITO DE SABER’

“Em 15 de setembro de 2009, o jornal 'Folha de São Paulo' rompeu uma autocensura da imprensa brasileira que durou 18 longos anos ao revelar uma história que os setores mais informados da sociedade já conheciam, apesar de nunca ter saído em nenhum grande jornal, revista, rádio ou mesmo na televisão. Abaixo, a matéria:

FOLHA DE SÃO PAULO, 15 de setembro de 2009

FHC DECIDE RECONHECER OFICIALMENTE FILHO QUE TEVE HÁ 18 ANOS COM JORNALISTA.”

Por Mônica Bergamo, colunista da ‘Folha’


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu oficializar o reconhecimento do filho que teve com a jornalista Mirian Dutra, da TV Globo.


Tomas Dutra Schmidt tem hoje 18 anos. O tucano já consultou advogados e viajou na semana passada a Madri, onde vive a jornalista, para cuidar da papelada.


A ‘Folha’ falou com FHC no hotel Palace, na Espanha, onde ele estava hospedado. O ex-presidente negou a informação e não quis se alongar sobre o assunto. Disse que estava na cidade para a reunião do Clube de Madri.


Mirian também foi procurada pela ‘Folha’, que a consultou a respeito do reconhecimento oficial de Tomas por FHC. “Quem deve falar sobre este assunto é ele e a família dele. Não sou uma pessoa pública”, afirmou a jornalista.


O ex-presidente e Mirian tiveram um relacionamento amoroso na década de 90, quando ele era senador em Brasília. Fruto desse namoro, Tomas nasceu em 1991. FHC e Mirian decidiram, em comum acordo, manter a história no âmbito privado, já que o ex-presidente era casado com Ruth Cardoso, com quem teve os filhos Luciana, Paulo Henrique e Beatriz.


No ano seguinte, a jornalista decidiu sair do Brasil e pediu à TV Globo, onde trabalhava havia sete anos, para ser transferida. Foi correspondente [sic] em Lisboa. Passou por Barcelona e Londres e hoje trabalha [sic] para a TV em Madri.


Quando FHC assumiu o ministério da Fazenda, em 1993, a informação de que ele e Mirian tinham um filho passou a circular entre políticos e jornalistas.


Procurados mais de uma vez, eles jamais se manifestaram publicamente.


Em 1994, quando FHC foi lançado candidato à Presidência, Mirian passou a ser assediada por boa parte da imprensa.


E radicalizou a decisão de não falar sobre o assunto para, conforme revelou a amigos, impedir que Tomas virasse personagem de matérias escandalosas ou que o assunto fosse usado politicamente para prejudicar FHC.


Naquele ano, esta colunista se encontrou com ela em Lisboa e a questionou várias vezes sobre FHC. “Nem o pai do meu filho pode dizer que é pai do meu filho”, disse Mirian.


Em 18 anos, o ex-presidente sempre reconheceu Tomas como filho, embora não oficialmente, e sempre ‘colaborou com seu sustento’ [sic]. Nos oito anos em que ocupou a Presidência, os dois se viam uma vez por ano. Tomas chegou a visitá-lo no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.


Depois que deixou o cargo, FHC passou a ver o filho, que na época vivia em Barcelona, com frequência. Mirian o levava para Madri, Lisboa e Paris quando o ex-presidente estava nessas cidades. No ano passado, FHC participou da formatura de Tomas no Imperial College, em Londres.


Neste ano, Tomas mudou para os EUA para estudar Relações Internacionais na George Washington University."

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[No último sábado] (25 de junho de 2011), veio a público notícia de que a autocensura que a grande imprensa se impôs por 18 anos foi vã, pois exame de DNA teria comprovado que o filho que FHC teria tido fora do casamento não seria dele.

Uma curiosidade: mulheres que geraram filhos de Lula e de FHC se chamam Mirian, mas uma de sobrenome Cordeiro e a outra, Dutra.

A ruptura dessa autocensura, porém, não se deu de graça. Uma semana depois de a ‘Folha’ ter dado [em set 2009] essa notícia ocultada do público por tanto tempo, o mesmo jornal divulgou um longo artigo de um desafeto do então presidente Lula acusando-o de ter tentado estuprar um adolescente na cadeia quando esteve preso durante a ditadura.

Mais uma curiosidade: leitora deste blog que também é uma amiga, a socióloga carioca Vera Pereira, previu que a publicação da história sobre o filho de FHC fora do casamento seria uma desculpa para aquele jornal fazer algum ataque à vida pessoal de Lula.

A questão central, porém, não é essa. O que se pretende, aqui, é provar, pela milionésima vez, como a autoproclamada “imprensa independente” trata os políticos de acordo com o partido a que pertencem. A questão é: por que a mídia demorou 18 anos para contar a história do filho ilegítimo de FHC?

Esses meios de comunicação argumentam que simplesmente preservaram assuntos que só interessariam ao próprio ex-presidente tucano, pois seriam pertinentes à sua vida pessoal, com o que este blog concorda em gênero, número e grau.

Por polêmico que seja meu ponto de vista, digo que não me interessa se FHC pulou ou não a cerca, conquanto que a sua aventura amorosa não produza efeitos sobre a administração pública.

Contudo, não parece ser esse o caso. A Globo, que era empregadora da mãe do filho que FHC teria tido fora do casamento quando ela o deu à luz, tratou de expatriar a moça para a Europa sustentando-a inclusive durante período em que não trabalhou.

Vale dizer que nunca se soube que tipo de trabalho ela passou a fazer para a emissora nos anos que se seguiriam.

De qualquer forma, o argumento usado por todo aquele tempo pela Globo para não levar o caso do filho ilegítimo de FHC ao conhecimento público mostra-se diametralmente diferente do que a mesma emissora usou quando Fernando Collor de Mello expôs a vida íntima do ex-presidente Lula durante a campanha eleitoral de 1989.

Aquele foi o ano em que o jornal O Globo publicou editorial em que defendeu que Collor tinha o direito de expor a intimidade de Lula porque a sociedade teria direito a saber desse tipo de detalhe sobre a vida pessoal dos políticos.

As informações que você lerá a seguir foram retiradas do site do jornalista Luiz Carlos Azenha:

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O GLOBO, 12 de dezembro de 1989

Editorial

O Direito de Saber.”

O povo brasileiro não está acostumado a ver desnudar-se a seus olhos a vida particular dos homens públicos. O povo brasileiro também não está acostumado à prática da Democracia. A prática da Democracia recomenda que o povo saiba tudo o que for possível saber sobre seus homens públicos, para poder julgar melhor na hora de elegê-los.


Nos Estados Unidos, por exemplo, com frequência homens públicos veem truncada a carreira pela revelação de fatos desabonadores do seu comportamento privado. Não raro, a simples divulgação de tais fatos os dissuade de continuarem a pleitear a preferência do eleitor.


Um nebuloso acidente de carro em que morreu uma secretária que o acompanhava barrou, provavelmente para sempre, a brilhante caminhada do senador Ted Kennedy para a Casa Branca –para lembrar apenas o mais escandaloso desses tropeços.


Coisa parecida aconteceu com o senador Gary Hart; por divulgar-se uma relação que comprometia o seu casamento, ele nem sequer pôde apresentar-se à Convenção do Partido Democrata, na última eleição americana.


Na presente campanha, ninguém negará que, em todo o seu desenrolar, houve uma obsessiva preocupação dos responsáveis pelo programa do horário eleitoral gratuito da Frente Brasil Popular de esquadrinhar o passado do candidato Fernando Collor de Mello. Não apenas a sua atividade anterior em cargos públicos, mas sua infância e adolescência, suas relações de família, seus casamentos, suas amizades. Presume-se que tenham divulgado tudo de que dispunham a respeito.


O adversário vinha agindo de modo diferente. A estratégia dos propagandistas de Collor não incluía a intromissão no passado de Luís Inácio Lula da Silva nem como líder sindical nem muito menos remontou aos seus tempos de operário-torneiro, tão insistentemente lembrados pelo candidato do PT.


Até que anteontem à noite surgiu nas telas, no horário do PRN, a figura da ex-mulher de Lula, Mirian Cordeiro, acusando o candidato de ter tentado induzi-la a abortar uma criança filha de ambos, para isso oferecendo-lhe dinheiro, e também de alimentar preconceitos contra a raça negra.


A primeira reação do público terá sido de choque, a segunda é a discussão do direito de trazer-se a público o que, quase por toda parte, se classificava imediatamente de ‘baixaria’.


É chocante mesmo, lamentável que o confronto desça a esse nível, mas nem por isso deve-se deixar de perguntar se é verdadeiro. E se for verdadeiro, cabe indagar se o eleitor deve ou não receber um testemunho que concorre para aprofundar o seu conhecimento sobre aquela personalidade que lhe pede o voto para eleger-se Presidente da República, o mais alto posto da Nação.


É de esperar que o debate desta noite não se macule por excessos no confronto democrático, e que se concentre na discussão dos problemas nacionais.


Mas a acusação está no ar. Houve distorção? Ou aconteceu tal como narra a personagem apresentada no vídeo? Não cabe submeter o caso a inquérito. A sensibilidade do eleitor poderá ajudá-lo a discernir onde está a verdade –e se ela deve influenciar-lhe o voto, domingo próximo, quando estiver consultando apenas a sua consciência."

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A denúncia da ex-namorada de Lula foi totalmente desmascarada. Um jornalista chamado Luís Maklouf publicou um livro intitulado “Eu Já Vi Esse Filme”, em que relata que Mirian Cordeiro teve que ser sustentada por Collor durante anos pelo serviço prestado. Quando perguntada sobre seu padrão de vida, declarou: “Só sei que estão pagando tudo”.

Jamais houve, porém, interesse da imprensa nesses fatos. Devassaram a vida de Lula em nome da “liberdade de imprensa” e do “interesse público”, mas não tiveram a dignidade de reparar a injustiça histórica que a própria filha do ex-presidente, Lurian, já dissera reiteradas vezes que fora cometida pela mãe.

Abaixo, o vídeo da “denúncia” contra Lula usada para derrotá-lo em 1989:



Por fim, para levar no bom humor as maldades da oposição e da mídia, adiciono charge do Bessinha obtida no "Conversa Afiada" (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/06/28/bomba-bessinha-sabe-quem-nao-e-o-pai-do-real/):



FONTE: PARTE I , imagens do Google e charge do Bessinha inseridas por este blog 'democracia&politica'; PARTE II obtida no blog “Cidadania.com”  (http://www.blogcidadania.com.br/2011/06/o-%e2%80%9cfilho%e2%80%9d-de-fhc-e-o-%e2%80%9cdireito-de-saber%e2%80%9d/) [].

“DILMA NÃO DEPENDE DE LULA”

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho

Do portal G1, da Globo:

ENTREVISTA COM GILBERTO CARVALHO, MINISTRO DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA

“Com seis meses de governo, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou considerar “natural” que a presidente Dilma Rousseff seja candidata à reeleição em 2014. Em entrevista concedida ao “G1”, ele disse que não há “nenhuma hipótese” de o ex-presidente Lula disputar a Presidência em 2014. “(Lula) não quer (disputar o cargo) em 2014. Em hipótese nenhuma ele gostaria. E 2018 está muito longe. A oposição precisa levar em conta isso. Lula permanece figura que nos ajuda, apoia. Como candidatura, (não há) nenhuma hipótese de ele ser candidato em 2014″, afirmou Carvalho.

Fiel escudeiro do ex-presidente, o ministro é a principal ponte entre o antecessor e a atual chefe do Executivo. Com experiência acumulada de quem trabalha há mais de oito anos no governo, ele testemunhou as principais crises que abalaram a administração de Lula, como o ‘Mensalão do PT’, em 2005, e a queda dos ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda).

Gilberto Carvalho lamentou a “crise prematura” que atingiu o governo no início da gestão de Dilma, mas afirmou que a presidente é independente em seus atos. “Dilma não depende de Lula para tomar atitudes. Tanto que Gleisi e Ideli não foram sugestões dele. Ele é um apoio efetivo”, disse.

Leia a entrevista:

-O Sr. é visto como o principal elo entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma. Com essa visão privilegiada, qual balanço faz destes seis primeiros meses do governo?

Eu acho que, de um lado, dá para dizer que é nitidamente um governo de continuidade, no sentido de que o projeto geral –com lema de crescimento com distribuição de renda– está mantido, no sentido geral de inversão das prioridades, no sentido de privilegiar os que mais precisam. O governo é para todos, mas, especialmente, para os mais pobres –com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ‘Minha casa, Minha vida’. Eu diria que, de maneira geral, eu faço avaliação muito positiva de que os nossos pontos mais sagrados, mais importantes, estão não só mantidos, como reenfatizados. O lançamento do ‘Programa Brasil sem Miséria’ é apenas a consolidação disso que eu estou dizendo. É inegável, também, que é um governo que sofreu uma crise prematura, não vamos esconder o sol com a peneira. Essa crise do Palocci não dá para subestimar, foi um golpe duro que aconteceu prematuramente, e o governo não estava preparado. Governo nenhum está preparado para crise alguma, mas, vamos convir, foi cedo demais. Uma figura chave, muito importante. Foram 23 dias de muito sofrimento dela e de todos nós aqui dentro.

O Sr. estava no governo nas piores crises, como a própria queda de Palocci do Ministério da Fazenda, no governo Lula. Pode-se dizer foi um erro colocá-lo no governo Dilma?

Não foi não, porque, pelo papel que ele tinha desempenhado no governo Lula, pelo papel fundamental na campanha e a contribuição que ele deu nos últimos seis meses, acho que não foi equivocado não. Deve-se levar em conta que a razão pela qual Palocci caiu não foi por uma razão pós-posse dele, foi anterior. Confesso que tenho muita dificuldade para fazer avaliação moral desta história, acho que não me compete isso –tanto que saí em defesa do Palocci. Do ponto de vista legal, ele fez o que muita gente não faz neste País: ele emitiu nota, registrou os bens dele na Receita, compareceu à Comissão de Ética. Aí, a pergunta: “É muito dinheiro? É pouco dinheiro?” Eu, como sou incompetente para ganhar dinheiro, não sei avaliar isso. Claro que eu sei que é estranho, vejo a reação dos meus amigos, dos familiares. Politicamente analisando, Palocci não precisava ter feito o que fez, e nós não precisaríamos tê-lo perdido. Aí sim, acho que teve erro político, de comprar uma casa com tanta ostentação como aquela (que custou R$ 6,6 milhões) e assim por diante. Mas insisto: é julgamento relativo. No essencial, ele não cometeu erro legal nem ético enquanto esteve no governo.

-A escolha das ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) o pegou de surpresa?

Difícil falar que pegou de surpresa porque acompanhei muito de perto a escolha. Fui chamado pela Dilma para emitir opinião.

-Com as escolhas, Dilma deu qual recado? Ela enfrentou os partidos?

Você sabe que a escolha ministerial já é uma tradição no País e com Lula era a mesma coisa. Quando ele escolheu a Dilma, ninguém também imaginava. Então, não acho que ela quis enfrentar ninguém. O único episódio que teve um pouco de conflito foi com a Ideli, que a bancada queria indicar alguém. Mas, aquela história: para ministro, não se faz campanha. É escolha pessoal.

-No começo do ano, o Sr. disse que o PMDB teria a chance de “melhorar sua imagem” no governo Dilma. Mas o PT tem dado tanto trabalho quanto o aliado, cobrando cargos do governo, fazendo pressões. Quem o Sr. diria que dá mais dor de cabeça para o governo Dilma: o PT ou o PMDB?

Eu acho que não pode ser visto desse jeito. Eu acho que não dá para falar em dor de cabeça. Você tem aliados –PT, PMDB, PSB, que cresce cada vez mais. Tem o fenômeno novo que é o PSD, que se estiver perto do PSB vai ser força grande. Então, as pedras se movimentam, e os problemas que elas geram e as ajudas que elas dão também são proporcionais ao tamanho delas. Não dá para dizer que o PMDB dá mais trabalho que o PT, depende do momento e do tema.

-Mas, e no momento?

O PT deu trabalho nesta dificuldade da bancada (de se chegar a um consenso sobre as indicações para os cargos), mas houve momento anterior em que houve problemas com o PMDB, pelas pressões por cargos. Eu prefiro olhar. Após oito anos nesta Casa, você aprende a ficar calejado, não se apavora. É um jogo da política, de pressões e contrapressões. Cada partido, dependendo do momento, vai apresentar suas demandas.

-Mas PT e PMDB se queixam o tempo todo de que não são atendidos por cargos e indicações.

É natural da política, o governo está montado, praticamente. Falta muita pouca coisa para nomear. Os ministérios, o essencial está trabalhando, falta pouca coisa para nomear. Cada um olha do seu lado. A Ideli trouxe para a Dilma esses dias um texto de jornal de 2008 (em) que, um ano depois, Lula ainda precisava pedir calma para o PT e PMDB por causa da montagem do governo. As coisas vão ficando (fora de controle). A pressão é infinita. Precisamos relativizar as coisas. (É) natural que os partidos façam suas demandas.

-Dilma cede menos em relação aos partidos que Lula?

Diria que sim, ela cede menos. Claro que ela pode fazer isso com a experiência que ela teve anteriormente (quando ocupou o cargo de ministra da Casa Civil após a queda de José Dirceu, no governo passado), que Lula não teve. Outra coisa: a base que ela tem na Câmara, Senado, é mais confortável do que (a que) Lula teve. Mas me agrada muito a clareza da Dilma, das posições dela. Eu fico muito triste de ver o nome dela vinculado a essa história de sigilo (dos gastos da Copa do Mundo de 2014, das Olimpíadas de 2016 e dos documentos oficiais do governo). Dilma é muito cuidadosa com a questão da transparência. Se tem alguém favorável à transparência é a Dilma.

-E os sigilos dos documentos oficiais?

(O senador Fernando) Collor fez um pedido a ela (para que mantivesse em segredo os documentos considerados ultrassecretos) e isso foi vazado como se fosse uma posição dela.

-Mas a notícia é a de que houve um recuo da posição da presidente. Até porque houve um desencontro de opiniões dos próprios componentes do governo, como a ministra Ideli e o líder do governo no Senado, Romero Jucá. Houve um recuo?

É verdade. Mas não houve um recuo. Eu estava ao lado dela no almoço do PTB quando Collor falou que achava perigoso a emenda colocada (no projeto) por Walter Pinheiro (atual senador pelo PT-BA) que abre tudo, as questões internacionais. Ela comentou internamente que precisava olhar com cuidado isso, mas nem ela sabia direito os detalhes da emenda que a Câmara tinha feito. A partir disso, foi vazado –não com palavras dela– que Dilma iria apoiar a medida que Collor tinha proposto. Depois, quando ela foi examinar a questão, percebeu que não era correto isso (manter o sigilo eterno das informações), que não tinha sentido aquela posição, porque o projeto da Câmara não era nenhum desastre. É apenas um exemplo de como a comunicação é importante. Senão, a gente apanha por versões que não correspondem aos fatos.

-Sobre o ex-presidente Lula, como o senhor avalia as intervenções dele em momentos de crise do governo Dilma?

A relação Lula e Dilma vai merecer muitos estudos no futuro, é muito especial. É muito impressionante a sintonia (entre eles), mas também o cuidado que ele tem para não fazer uma interferência inadequada. Acho natural que as pessoas interpretem os fatos como elas veem. Aquela bendita vinda dele aqui (no Palácio do Planalto) com a bancada do PT no Senado, depois (o encontro) com o pessoal na casa do Sarney, aquilo foi interpretado como “Dilma em crise e pediu socorro ao Lula.”

-E não foi?

Não teve nada disso. Ele tinha combinado um encontro com senadores, foi convidado pelo Sarney.

Eu concordo que o resultado não foi bom. O sinal externo não foi bom, pareceu que Lula chegou a Brasilia para salvar a Dilma. Mas, na prática, não houve nada disso. Como a cada 15 dias eles se encontram, era mais um desses encontros. O que quero dizer é: a Dilma não depende de Lula para tomar atitudes. Tanto que Gleisi e Ideli não foram sugestões dele. Ela não pediu licença dele. Dilma o consultou respeitosamente. Não tem essa de que ele é uma sombra dela. Ele é um apoio efetivo. Não há hipótese de ruptura entre os dois, pelo menos no horizonte que eu enxergo.

-O senhor ainda acha que Lula está na reserva para a eleição de 2014 ou Dilma é a candidata natural à reeleição do PT?

As duas coisas. Eu acho que ela é candidata. Mas não posso responder sem consultá-la. Não sei se ela está cansada com seis meses do governo. Mas eu acho que é natural que ela seja candidata. Agora, Lula é reserva para nós, claro que é. Tem (as eleições de) 2018. Quando digo que ele está no banco, é no sentido de que ele está ajudando, não necessariamente que será candidato no lugar da Dilma. Ele não quer voltar. Não vejo no Lula nenhuma manifestação dele de estar se preparando para voltar.

-Lula não quer voltar?

Não quer. Em 2014, em hipótese nenhuma ele gostaria. E 2018 está muito longe. A oposição precisa levar em conta isso. Nosso time, além de bom plantel, tem bom banco. Não pense que colocamos todas as fichas na mesa. E Lula permanece figura que nos ajuda, apoia. Como candidatura, (não há) nenhuma hipótese de ele ser candidato em 2014. Ele não aceitaria de jeito nenhum.”


FONTE: postado por Helena Sthephanowitz no blog “Os amigos do Brasil”  (http://osamigosdobrasil.com.br/2011/06/26/dilma-nao-depende-de-lula/) [imagens do Google adicionadas por este blog].