Li ontem no jornal Folha de São Paulo o seguinte texto de Eliane Cantanhêde:
“A senhora Izolda da Silva Lima era empregada doméstica do deputado licenciado Alberto Fraga (DEM), licenciado para ocupar a Secretaria de Transportes do DF. Mas a mesma sra. recebia salário como secretária parlamentar pelo deputado Osório Adriano, também do DEM.
Vamos tentar entender. A sra. Izolda cozinhava, lavava e passava para a família de um demo, mas era secretária de outro, e quem pagava o seu salário era... você!
Pelo jeito, a crise econômica mundial que atingiu os EUA, a Europa, a Ásia, a África e as Américas pegou de jeito os nobres parlamentares. Eles devem estar na maior pindaíba, a ponto de economizarem o salário da própria empregada e pedirem o seu, o meu, o nosso dinheirinho para poderem manter a casa em dia.
Descoberta a falcatrua por esses repórteres chatos da Folha, houve três momentos. No primeiro, o empurra-empurra de sempre e a gritaria contra a imprensa. No segundo, reuniões da cúpula da Câmara para tomar medidas moralizadoras. E, no terceiro, a demissão sumária da sra. Izolda da Silva Lima. Se fosse um mordomo, vá lá, porque mordomos existem para isso mesmo, para serem os culpados número um. A novidade é ser uma doméstica paga como secretária parlamentar, confirmando o Congresso como um manancial de novidades.
Em meio ao corre-corre para identificar culpas, culpados e bodes expiatórios, o deputado petista Marco Maia tentou ensinar: "Todos os assessores parlamentares são contratados para atividades do mandato parlamentar". Quer dizer: diretores dirigem, assessores assessoram, motoristas guiam, parlamentares parlamentam, legislativos legislam. Ou deveria ser assim. Aliás, convém não ficar de brincadeirinha neste caso: o deputado Fraga, o patrão que não paga a empregada, é o líder da bancada pró-armas.”
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