Li ontem no jornal Valor Econômico a seguinte reportagem de Virgínia Silveira:
"A Embraer fechou ontem, durante a LAAD (Latin America Aero and Defence), dois contratos com a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Marinha, no valor de US$ 1,44 bilhão. Os contratos, assinados na presença do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e dos comandantes militares, contemplam o desenvolvimento e a industrialização da aeronave de transporte militar KC-390, avaliado em US$ 1,3 bilhão para a FAB e a modernização de 12 caças de interceptação e ataque da marinha , no valor de US$ 140 milhões.
A aeronave KC-390, segundo o presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, será desenvolvida num prazo de sete anos e o dos jatos AF-1 e AF-1 A da Marinha em cinco anos. A modernização dos jatos da Marinha, de acordo com a Embraer, inclui toda a parte dos sistemas eletrônicos de voo (aviônica), estrutura, motores de geração de energia elétrica e radares. Em operação na Marinha desde 1980, os jatos, mais conhecidos pela denominação A-4, foram adquiridos nos Estados Unidos. Este contrato com a Embraer será o primeiro de grande porte com a Marinha.
A assinatura dos dois contratos com a Embraer, segundo o ministro Nelson Jobim, marca o início do cumprimento das decisões do presidente Lula no que diz respeito a capacitação da indústria nacional e o aparelhamento das Forças Armadas. O desenvolvimento do KC-390, por exemplo, segundo o vice-presidente da Embraer para o Mercado de Defesa, Orlando Ferreira Neto, abrirá para a empresa a possibilidade de competir em um mercado estimado em US$ 18 bilhões e 700 aeronaves, num prazo de dez anos.
O novo cargueiro será desenvolvido em regime de parcerias estratégicas e a Embraer, em conjunto com a FAB, já iniciou uma série de contatos com diversos países do mundo, identificados como potenciais parceiros do projeto. Em entrevista anterior, o vice-presidente Orlando Neto disse que o desenvolvimento do KC-390 deverá gerar uma necessidade de contratação futura de, pelo menos, 2 mil funcionários diretos.
A crise no mercado de aviação comercial aumentou a importância do setor de defesa para a Embraer, que em 2008 representou 8,8% da sua receita. Além do KC-390, a Embraer desenvolve para a FAB mais três programas: a produção da aeronave de treinamento ALX (Supertucano) e a modernização dos caças F-5 e AMX. No total, os três programas juntos estão avaliados em R$ 1,3 bilhão. Só a modernização de 53 AMX custará R$ 740,7 milhões.
A área de defesa da fabricante brasileira conta também com as vendas do Supertucano para o mercado externo. Só este ano foram fechados contratos com o Chile, a República Dominicana e o Equador. O governo da Colômbia comprou 25 aviões Supertucano em 2005 e as entregas já foram concluídas pela Embraer. A empresa também desenvolve três aviões de vigilância para a Índia e vendeu oito aeronaves de transporte de autoridades para vários governos. Destes, dois são do modelo 190 e serão usados para o transporte de autoridades do governo brasileiro. As entregas estão previstas para os próximos meses.
A Embraer entregou 40 aeronaves no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma queda de 11,11% em relação ao total de 45 jatos no mesmo período do ano passado. Dos aviões entregues de janeiro a março, 32 foram para o segmento de aviação comercial e oito para o de aviação executiva.
A fabricante de jatos terminou março com US$ 19,7 bilhões de pedidos firmes em carteira, abaixo dos US$ 20,9 bilhões do fim de dezembro e dos US$ 20,3 bilhões no encerramento do primeiro trimestre de 2008. As entregas no primeiro trimestre deste ano incluem seis unidades do jato executivo Phenon 100.”
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