Com o mundo ainda impactado com a morte de Mandela, observa-se o cinismo da grande mídia nacional e estrangeira. Até há poucos anos, Mandela era considerado “terrorista” pelos EUA e pela direita internacional (em consequência, também pela nossa grande imprensa e pela pseudoelite). Agora, todos estão “tristes”. Vertem lágrimas de crocodilo. Por oportuno, lembro o texto abaixo que li há tempo no blog “Bahia de Fato”: (http://bahiadefato.blogspot.com.br/2007/04/tv-band-desmascara-grupo-abril-e.html):
GRUPO RACISTA SUL-AFRICANO É PARCEIRO DA “ABRIL” (“VEJA”)
“A Editora ‘Abril’ foi acusada pela ‘TV Band’ de possuir sócio fantasma na negociação que fez (em 2006) com o grupo [racista, a favor do apartheid] sul-africano “Naspers” que, na época, adquiriu 30% do capital da editora brasileira, por mais de R$ 900 milhões.
Além disso, as reportagens, que foram exibidas no “Jornal da Band”, afirmaram que a empresa brasileira “MIH Brazil Participações”, responsável pela negociação, não existe. Ou melhor, só existe no papel.”
FONTE: este blog ‘democracia&política’.
COMPLEMENTAÇÃO
MANDELA E A HIPOCRISIA OCIDENTAL
Por Miguel do Rosário
“Este texto de Mario Magalhães [ver mais adiante neste post], biógrafo de Marighella, traz uma reflexão dura e triste sobre a hipocrisia ocidental. Grande parte das forças políticas, institucionais e midiáticas que hoje parece competir para mostrar quem fará a melhor homenagem a Mandela, há algumas décadas competia no sentido contrário.
É muito bom que as coisas tenham mudado, e que o mundo tenha se tornado mais consciente da importância de alguns valores essenciais, como a democracia e os direitos humanos. Justamente por causa disso, é importante não esquecer jamais o passado. Até porque a África atual continua oferecendo o mesmo espetáculo de miséria e desesperança, e talvez numa escala ainda mais grave do que na época da juventude de Mandela. Todas as tentativas de união política entre os países africanos, como a idealizada por Gamal Abdel Nasser, então presidente do Egito nos anos 60, foram sabotadas pelas lideranças ocidentais.
“ENFORQUEM NELSON MANDELA”
Por Mario Magalhães (Via blog do Andre Lux)
“Perdão pelo azedume, em meio aos festejos pelo grupo café-com-leite do Brasil na Copa, a preocupação com o possível oponente duro nas oitavas-de-final e o lamento por Nelson Mandela.
Não deveria, mas ainda me assombro com tanta hipocrisia, como agora, com a morte do velho líder negro sul-africano.
Muitas das bocas que hoje tecem loas à memória do velho combatente são herdeiras históricas daquelas que, com a CIA e numerosos governos alegadamente “democráticos”, no passado nem tão distante, avacalhavam Mandela como subversivo e terrorista.
Nessa época, Mandela era chamado de “terrorista”.
Margaret Thatcher e seus discípulos ainda são celebrados como “a luz que livrou o Reino Unido das trevas”. Se dependesse de alguns thatcheristas, Mandela não teria nem saído vivo da cadeia. É o que lembrei meses atrás, no comecinho do blog.
Em homenagem a Nelson Mandela, reproduzo abaixo o post, documentado com o cartaz. Nem todas as lágrimas na despedida são sinceras.
“ENFORQUEM NELSON MANDELA E TODOS OS TERRORISTAS DO CONGRESSO NACIONAL AFRICANO [ANC, nas iniciais em inglês]. ELES SÃO AÇOUGUEIROS.”
O CNA [ANC] era a organização política antiapartheid à qual Mandela pertencia.
O cartaz acima foi distribuído no Reino Unido no início da década de 1980, quando o líder negro sul-africano ainda amargava a prisão iniciada em 1962. A imprensa o atribuiu à “Federação dos Estudantes Conservadores”, vinculada ao “Partido Conservador” e, sobretudo, à primeira-ministra da época, Margaret Thatcher (1925-2013).
A senhora Thatcher também chamou Mandela de “terrorista”.
Mandela não foi enforcado e conquistou a liberdade em 1990. De 1994 a 99, presidiu a África do Sul, consagrando o fim do regime de segregação racial, a despeito da enorme desigualdade social que ainda persiste. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
No momento em que Mandela falece aos 94 anos, não custa lembrar que, se dependesse de alguns estudantes britânicos ditos civilizados, ele estaria morto há muito tempo.”
FONTE do texto complementar: blog “Tijolaço” (http://tijolaco.com.br/blog/?p=11022).
A senhora Thatcher também chamou Mandela de “terrorista”.
Mandela não foi enforcado e conquistou a liberdade em 1990. De 1994 a 99, presidiu a África do Sul, consagrando o fim do regime de segregação racial, a despeito da enorme desigualdade social que ainda persiste. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
No momento em que Mandela falece aos 94 anos, não custa lembrar que, se dependesse de alguns estudantes britânicos ditos civilizados, ele estaria morto há muito tempo.”
FONTE do texto complementar: blog “Tijolaço” (http://tijolaco.com.br/blog/?p=11022).
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