Li hoje no site defesa@net o seguinte texto de Nelson During, escrito com base em artigo de Michael Smith, do "The Times", Londres:
E O SEU 3G NO BRASIL PODE ESTAR SENDO MONITORADO PELA CHINA
“No Brasil todas as operadoras de celulares (Claro, Vivo, Tim e Oi) oferecem modens Huawei para os serviços de 3G. Também tem sido iniciados o fornecimento de celulares. Não temos informação de fornecimentos de equipamentos para redes de infra-estrutura, mas que pode estar ocorrendo visto aos baixos preços praticados.
Não há conhecimento de que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) consiga influenciar políticas do governo brasileiro ou de empresas brasileiras em termos de aquisição ou implementação de políticas que afetem relações com outros países.
Quando preparávamos esta matéria era anunciado uma rede de espionagem cibernética desde a China que afetou 103 países.
Os responsáveis pela área de Inteligência inglesa alertaram que a China pode ter adquirido a capacidade de “desligar” (shut down) os sistemas de telecomunicações e sistemas de infra-estrutura da Inglaterra.
Foram alertados os ministros dos receios que os equipamentos, que foram instalados pela Huawei, uma gigante chinesa da área de telecomunicações, em uma nova estrutura da British Telecom (BT), que podem ser usados para interromper serviços críticos tais como: energia, alimentação e fornecimento de água.
Os alertas coincidem com o crescente nível de ataques cibernéticos que a Inglaterra está sofrendo partindo de governos estrangeiros, particularmente da Rússia e da China.
Um documento confidencial que circula em Whitehall (Ministério da Defesa) afirma, que enquanto a BT tem iniciado procedimentos para reduzir o risco dos ataques de hackers ou do crime organizado, “nós acreditamos, que são negligentes, as medidas contra um ataque deliberado, proveniente da China”.
Sabe-se que Alex Allan, chefe Comitê Conjunto de Inteligência (Joint Intelligence Committee - JIC), alertou os membros do comitê ministerial de Segurança Nacional sobre as ameaças da China em uma reunião secreta em Janeiro.
Conforme fontes de Whitehall, a reunião liderada pela Sra Jacqui Smith, secretária do Interior (home secretary), informou que os ministros não tinham “prestado atenção suficiente às ameaças no passado”, embora os crescentes alertas dos serviços de inteligência. Estes alertas do “Government Communications Headquarters” (GCHQ), que expressavam preocupação pois vários departamentos do governo usam a nova estrutura da BT: incluindo os serviços de espionagem e os comandos militares. (Nota – o GCHQ é a entidade da Inglaterra responsável pela área de Inteligência de Comunicações – SIGINT. Na Segunda Guerra foi a responsável pela quebra dos códigos alemães Ultra)
Um relatório do Whitehall menciona que há uma preocupação, que embora no presente o risco de a China explorar esta capacidade seja baixo, “caso aconteça o impacto seria devastador”.
A Huawei tem comprovadamente recebido financiamento estatal chinês. Seu chefe é Ren Zhengfei, ex-diretor de pesquisas de telecomunicações do Exército Popular de Libertação (People Liberation Army - PLA).
A empresa está fornecendo elementos importantes da nova estrutura de comunicações da BT, um investimento de £10 bilhões de libras (30 bilhões de reais), o qual modernizará a rede de comunicações com o uso de tecnologia da internet. O informe menciona que a potencial ameaça da Huawei “tem sido demonstrada em outras partes do mundo”.
O contrato de multibilionário, assinado em 2005, tem levantado uma série de suspeitas dos serviços de inteligência e segurança com os seus membros lamentando que os ministros não os levaram à sério.
Entretanto a empresa inglesa Marconi, que não obteve o contrato devido aos baixos preços praticados pela Huawei, solicitou ajuda para proteger os empregos ingleses.
Segundo fontes, o comitê ministerial em segurança nacional foi informado na reunião de Janeiro que os componentes da Huawei que são partes chaves da nova estrutura da BT já podem estar com elementos, que só esperam serem ativados pela China em um momento específico.
Através da Huawei, a China já modificou ou incluiu modificações que coloquem os equipamentos da rede sob controle externo ou degradem a sua performance, porém que são muito difíceis de serem detectados e que depois acionados remotamente podem desabilitar toda a rede, informaram fontes de inteligência.
Enquanto as modificações técnicas sugeridas pela BT reduziram a ameaça de hackers e crime organizado e outros adversários hostis, eles são inócuos contra um ataque deliberado da China. A atuais relações cordiais entre a Inglaterra e a China significam que não há uma ameaça imediata de acontecer um ataque, mas há uma ameaça real de “covert functionality” nas quais componentes já estão ativos na captura de informações de inteligência.
Não foi informado se esta função de captura de informações de inteligência já está ativa, desde que há muito pouco conhecimento das capacidades de ataque de nossos adversários.
Uma tentativa de a Huawei fundir-se com a americana 3Com, que provê segurança de computadores para o Pentágono, foi bloqueada no ano passado após a inteligência americana ter alertado que não era do interesse nacional dos Estados Unidos. Em uma mensagem de ano novo, Sun Yafang, a CEO da Huawei, afirmou aos 85.000 empregados da empresa que a situação global da economia oferecia “tanto desafios como oportunidades”. Quatro semanas após ela estava dentro de Downing Street na recepção de Gordon Brown ao premiê chinês Wen Jiabao.
Ambos Wen e Sun foram importantes em promover a Huawei, a qual em menos de 20 anos cresceu como uma das mais poderosas companhias de equipamentos de telecomunicação, com vendas estimadas este ano de 60 bilhões de reais. No último ano as vendas pularam 46%.
SEUS TENTÁCULOS ALCANÇARAM AS MAIORES EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÃO.
Entre vários modelos da de modens oferecidos pelas operadoras de telefonia móvel do Brasil estão os da Huawei. Uma excelente fonte para obter informação de inteligência dos usuários.
Quatro dias antes de Brown encontrar Sun, chefes de inteligência tinham informado aos ministros dos receios das atividades da Huawei que permitiriam a empresa “shut down” a Inglaterra. Não foi o primeiro alerta. Membros do comitê ministerial em segurança nacional afirmam que os ministros não prestaram a devida atenção à ameaça gerada pela Huawei”.
John Tindle, professor de engenharia de comunicações na Universidade de Sunderland, afirma que tanto os software ou hardware poderiam estar “adormecidos” em uma rede, a espera de serem ativados. “Se uma pessoa não autorizada é capaz de ter acesso ao equipamento seu modo de operação pode ser alterado,” ale afirmou.
Huawei foi selecionada como fornecedora da BT em Abril de 2005 embora as alegações do envolvimento do governo chinês. A firma previamente alegou que as acusações eram oportunistas. A empresa americana Cisco, uma das principais rivais da Huawei, processou a empresa chinesa por roubo intelectual em 2003. O caso foi resolvido nos tribunais.
São as ligações da Huawei com o aparato militar da China que causam a maior preocupação. Ren fundou a empresa em 1988 após um decreto de Deng Xiaoping, o líder chinês de então, que a indústria de defesa chinesa tinha de ser rentável e as empresas capazes de adquirir tecnologias modernas.
Um relato do Pentágono na semana passada cita a Huawei como parte essencial da ameaça chinesa de um ataque cibernético, mencionando os estreitos laços com o Exército Popular de Libertação. A Huawei nega qualquer envolvimento com o PLA.
Uma porta-voz da companhia na Inglaterra menciona as alegações como rumores e especulações.
“Information technology companies, including Huawei, Datang, and Zhongxing, maintain close ties to the PLA and collaborate on R&D. Commercial off-the-shelf technologies, such as computer network switches and routers, increasingly provide the PLA with state-of-the-art telecommunications equipment.” Military Power of the People’s Republic of China – 2009 – página 35.
ALVOS DO ESPAÇO CIBERNÉTICO
Hackers chineses tem seguidamente atacado redes ocidentais
Os computadores do Foreign Office (Ministério das Relações Exteriores) e vários departamentos de Whitehall foram atacados pela China em 2007.no mesmo ano, Jonathan Evans, o diretor-geral do MI5, alertou a 300 empresários britânicos que eles estavam sendo espionado pela China.
O Exército Popular de Libertação realiza uma competição nacional anual para recrutar os melhores hackers
Dois anos atrás, um Cavalo de Tróia chinês foi localizado nos escritórios da Chanceler alemã Angela Merkel.”
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