Pés de barro
Por Fernando Brito
“Não são só as dores da coluna que
estão pesando nas costas do Dr. Joaquim Barbosa.
Sua semana de inferno astral, que
começou segunda-feira com a revelação de que viera ao Rio no final de semana em que
assistiu Brasil e Espanha, no camarote global de Luciano Huck, com passagens
pagas pelo Supremo Tribunal Federal e [ontem, domingo], ganhou um novo capítulo .
É a publicação, pela "Folha",
de que Sua Excelência recebeu “atrasados” de R$ 580 mil, referentes a "auxílio-moradia e licenças-prêmio não gozadas". E limpos, porque pela natureza
indenizatória de ambos não incide imposto de renda. [Quantos
funcionários públicos civis e militares não gozaram ao longo do tempo de serviço ativo essa licenças, para o bem do serviço, e nem por isso receberam indenizações assim milionárias?].
Não se acusa o Dr. Barbosa de ter
feito nada ilegal, porque a percepção de pecúnia em lugar das licenças-prêmio
não gozadas é reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, quando, em 2004,
julgou a ADIN
2887-1/SP, em
decisão apoiada pelo próprio Joaquim Barbosa e que tem servido de base para todas
as decisões sobre o tema.
Mesmo legal, porém, está lá o Dr.
Barbosa exposto – como se vem prevendo aqui – à condenação pública como um
ídolo de pés de barro.
Quem é o responsável por esta
situação?
Em primeiro lugar, ele próprio, que
não perde oportunidade em surgir como paladino da moralidade. Tem, portanto,
que redobrar os cuidados com seu próprio telhado aquele que vive a atirar
pedras nos dos vizinhos.
Mas que ninguém se engane. Não
faltam, lá e em outros pontos tucanos (in
pectore), togados prontos a tirar o Dr. Barbosa do páreo
presidencial.
E ao menos um deles tem, além das
razões políticas, tem também razões pessoais de ódio e rancor ao Dr.
Barbosa.
O Dr. Barbosa deveria refletir e
perceber que ele será incensado e aplaudido pela mídia apenas o quanto for
interessante para desgastar o Governo, mas não para, de fato, pretender ser
Governo.
Se tem dúvidas, ali pertinho ele
pode esclarecer com o Sr. Fernando Collor de Mello.
Quando quiserem, e quando ele tiver
se prestado ao papel que lhe querem dar, o demolem com um plin-plin.”
FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijola ço" (http://www.tijolaco.com.br/index.php/quem-assa-a-batata-do-dr-joaquim/). [Trechos entre colchetes adicionados por este blog `democracia&política`].
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