sábado, 6 de setembro de 2008

BRASIL VIRA PÓLO DE ATRAÇÃO DE SIDERÚRGICAS, DIZ 'WALL STREET JOURNAL'

“O Brasil está virando um importante pólo de atração de negócios no campo da siderurgia, em meio a mudanças na indústria mundial, segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário nova-iorquino "Wall Street Journal" ("WSJ").

Li essa notícia da agência britânica de notícias BBC no portal UOL.

De acordo com o jornal WSJ, a luta pela matéria-prima está fazendo com que mineradoras se tornem produtoras de aço, e fabricantes comecem a procurar suas próprias minas para suprir a demanda.

Com reservas a serem exploradas, o Brasil teria se tornado especialmente atraente, segundo a reportagem. O preço do minério de ferro subiu mais de 80%, apenas neste ano.

Segundo especialistas ouvidos pelo "Wall Street Journal", a diferença entre hoje e dez anos atrás é que hoje não há excesso de capacidade no mercado e as empresas têm que competir diretamente com as outras.

"A tendência a controlar a produção desde a matéria-prima até o produto final, conhecida como integração vertical, remonta o modo como a indústria operava há décadas, quando era comum que as siderúrgicas tivessem suas próprias minas", diz o jornal.

"A volta à integração vertical é mais evidente no Brasil, que tem vastas reservas de minério de ferro que permanecem intocadas ou disponíveis", diz o jornal.

Ouvido pelo "WSJ", Lakshmi Mittal, executivo-chefe da Arcellor-Mittal, a maior produtora mundial de aço em volume, sediada em Luxemburgo, diz que "o Brasil é um lugar estratégico para a indústria do aço. [...] Tem a matéria-prima. Tem o mercado. Tem o crescimento".

O jornal ainda ressalta que no mês passado foram anunciados grandes investimentos na "acelerada economia do Brasil", citando os planos da ArcelorMittal de comprar minério de ferro brasileiro e desenvolver um porto para facilitar seu transporte, e a briga de um consórcio japonês para comprar minas da Companhia Siderúrgica Nacional.

"Enquanto isso, a Vale, a maior mineradora do mundo em volume, disse no mês passado que pretende construir um complexo siderúrgico de US$ 5 bilhões. A usina, a ser completada até 2013, vai ter capacidade de cerca de 2,5 toneladas, com a maioria da produção voltada para o uso doméstico."

A reportagem ainda comenta que, cheia de dinheiro graças à alta histórica no preço do minério de ferro, a Vale está procurando diversificar suas operações, mas ressalta que a empresa fracassou na tentativa de comprar a mineradora suíça Xstrata.

"Além do complexo siderúrgico, a Vale anunciou que está construindo uma fábrica de alumínio no Brasil, a ser alimentada com bauxita de suas minas. Ela também está investindo em 'joint ventures' com fabricantes de aço, que comprariam a matéria-prima da própria Vale", diz o jornal.

O "WSJ" afirma que uma das razões para as siderúrgicas ficarem de olho no Brasil é o fato de as ricas reservas de minério de ferro da Austrália estarem nas mãos da BHP Billiton e Rio Tinto, "o que não daria nenhuma oportunidade para novas empresas entrarem no mercado local"

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