BRASIL PODERÁ MANTER CONTROLE PLENO DO PETRÓLEO EM ALTO-MAR, ESCREVE O FINANCIAL TIMES
Li no UOL:
“As reservas na camada pré-sal deverão elevar o Brasil ao patamar dos países exportadores de petróleo, escreve o jornal inglês Financial Times desta quinta-feira
na reportagem "O novo lucro de Lula: Brasil poderá manter controle pleno do petróleo em alto-mar".
O jornal destaca o simbolismo do ato de lula, ao mergulhar as mãos no primeiro óleo cru a fluir das reservas, no último dia 2 de setembro. "O gesto -uma repetição do realizado por Getúlio Vargas, o ex-presidente que nos anos 50 criou a Petrobras, a companhia estatal de petróleo do Brasil- era claro.
Mas Lula foi ainda mais longe: como para confirmar a importância política da recém-descoberta riqueza em petróleo em alto-mar de seu país, ele plantou um selo oleoso de aprovação no sobretudo vestido por Dilma Rousseff, a ministra da Casa Civil e amplamente considerada como sua provável sucessora", destaca o FT.
Para Tony Hayward, presidente-executivo da BP, a segunda maior companhia de petróleo da Europa, as novas descobertas são "tão significativas quanto as do Mar do Norte" -que nos anos 70 era uma das novas fronteiras que ajudaram a tirar o mundo do seu último grande choque do petróleo.
Além disso, segundo o FT, a descoberta também deverá colocar o país contra investidores estrangeiros e companhias de petróleo internacionais. "Muitos no governo de esquerda parecem determinados a evitar o compartilhamento dos futuros lucros. O futuro aspecto do setor poderá ser decidido por imperativos políticos de curto prazo, de olho na eleição presidencial de 2010", escreve o jornal.
A possibilidade da reserva da camada pré-sal ser até 10 vezes maior que o campo já medido com alguma precisão, que possui entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris, é apontada pelo jornal como "uma das maiores festas do setor há algum tempo" em que as companhias de petróleo, que não estão conseguindo repor as reservas já usadas, poderão ficar de fora.
"Provavelmente será oferecida à Petrobras e outras empresas a chance de participar por meio de contratos de serviço -nos quais as empresas são pagas para extrair o petróleo e o gás, mas não têm direitos comerciais sobre eles ou acordos de divisão de produção, nos quais recebem parte do petróleo que extraem para cobrir os custos e ter algum lucro, mas têm controle limitado sobre quanto petróleo e gás podem produzir e quando. O que parece quase certo é que o atual sistema de concessões, em vigor desde 1997, mudará', escreve o FT.
A possibilidade de alteração do sistema de concessões causou "uma tempestade política" no país. A insatisfação também é compartilhada pela Petrobras. "No momento em que anos de investimento e perícia acumulada estão prestes a se pagar de forma espetacular, o domínio da empresa no setor que ajudou a criar é colocado em risco", diz o jornal.”
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