O site Globo Online ontem postou a seguinte matéria da agência inglesa de notícias British Broadcasting Corporation-BBC:
“Um grupo de hackers conseguiu penetrar em computadores ligados ao acelerador de partículas Large Hedron Colider (Grande Colisor de Hádrons, LHC na sigla em inglês), o maior já construído, na quarta-feira da semana passada - dia em que a máquina foi colocada em funcionamento pela primeira vez.
Segundo James Gillies, porta-voz da Organização Européia para Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês, a entidade responsável por construir a máquina na fronteira franco-suíça), os hackers pertencem a um grupo que se autodenomina Equipe de Segurança Grega.
O alvo deles foi a rede de computadores do Compact Muon Solenoid Experiment (CMS), um imenso detector que analisa dados do acelerador de partículas.
Os hackers colocaram no sistema uma mensagem em grego que incluía a frase "Nós somos 2600 - não brinque conosco".
O número 2600 é usado com freqüência por hackers. Acredita-se que ele teria sua origem na década de 1960, quando foi descoberto que um tom de 2600 Hz transmitido em uma linha telefônica podia ser usado para acessar áreas restritas da rede telefônica nacional.
SEM PREJUÍZOS
Não houve dano ao acelerador, mas o incidente enfatizou a necessidade de maior segurança na rede de computadores do LHC, disse o porta-voz.
O acelerador é a maior e mais complexa máquina para realizar experimentos científicos já construída. Ele foi projetado para atirar partículas de prótons umas contra as outras quase à velocidade da luz.
Os cientistas esperam que a liberação maciça de energia causada pelo choque das partículas seja capaz de recriar as condições que existiam no universo imediatamente após o Big Bang - o evento que se acredita que deu origem ao universo que conhecemos.
Na semana passada, enquanto o mundo assistia ao acionamento do aparelho, engenheiros rastreavam o computador invadido pelos hackers para tentar identificar possíveis danos.
James Gillies disse à BBC que o computador invadido não estava conectado ao acelerador.
"O computador é usado para monitorar um dos experimentos do LHC, não tem nada a ver com o acelerador LHC em si ou com quaisquer dos sistemas de controle", disse Gillies.
"Parece não ter sido uma invasão mal-intencionada e foi rapidamente detectada e corrigida, mas esse tipo de coisa deixa você atento."
ACESSO RESTRITO
Gillies disse que o LHC tem uma rede geral de acesso e uma de acesso restrito que controla áreas mais estratégicas do sistema.
Ele disse que o experimento envolve dez mil cientistas de 500 universidades em 80 países e que controlar os sistemas de segurança em uma rede tão complexa "não é tarefa simples".
"Pelo que entendo, um usuário em algum lugar, que não era um hacker, enviou um arquivo para essa máquina e, inadvertidamente, criou uma brecha que possibilitou a entrada de outras pessoas", disse.
"Nossa equipe de suporte técnico está constantemente alertando os colaboradores nos experimentos sobre os problemas de segurança da rede e vão continuar a fazer isso", disse. "(O incidente) pode ter reforçado essa mensagem."
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