segunda-feira, 8 de setembro de 2008

PERNAMBUCO TEM O 2º MAIOR ESTALEIRO DO MUNDO

PETROBRAS ENCOMENDA 49 NAVIOS NO BRASIL

ESTALEIRO DO PORTO DE SUAPE COMEÇA A PRODUZIR 1º NAVIO

O jornal Folha de São Paulo publicou neste fim de semana:

“Com a visita do presidente Lula ontem, o estaleiro Atlântico Sul, anunciado como o maior da América Latina e segundo maior do mundo, instalado na área do porto de Suape, em Ipojuca (a 57 km de Recife), começou a produzir o primeiro navio encomendado pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, com recursos do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota).

Na primeira fase, serão investidos US$ 2,5 bilhões para a compra de 26 navios, não só da Atlântico Sul, mas também de outros estaleiros nacionais, para o transporte de petróleo e gás. Numa segunda fase, serão mais 23 navios.

Só o estaleiro pernambucano -investimento de R$ 1,4 bilhão- ficou responsável por dez dos 26 navios contratados na primeira fase, além do casco da plataforma P-55 da Petrobras. Foram feitas encomendas ainda a três estaleiros do Rio e a um de Santa Catarina.”

Sobre o mesmo assunto, o jornal O Estado de São Paulo publicou, em reportagem de Angela Lacerda:

LULA FESTEJA 'REVERSÃO' DO SETOR NAVAL

Programa para expansão da frota prevê 49 navios

“Estamos vivendo o começo da reversão”. A frase, entusiasmada, foi dita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem, no complexo portuário de Suape, em Ipojuca, na região metropolitana do Recife, logo depois de ter cortado a primeira chapa de aço do Estaleiro Atlântico Sul, que dará origem ao primeiro dos 49 navios previstos no Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), da Transpetro.

Vestido com o jaleco dos funcionários do estaleiro, Lula começou seu discurso animado - “Pensem num cabra feliz” - e lembrou que o Brasil ficou 22 anos sem construir um alto forno, 22 anos produzindo a mesma quantidade de aço e quase 18 anos sem produzir uma nova fábrica de cimento. Segundo ele, o País estava “atrofiado” e passou 20 anos discutindo inflação e dívida externa, sem que ninguém parasse para discutir o acúmulo de miseráveis que surgiam nas periferias.

“Um jovem preso por ter cometido um crime é menos criminoso do que os que foram responsáveis pela política econômica dos últimos 20 anos”, acusou. Ele fez um auto-elogio ao falar e foi exaltado por todos que discursaram como sendo um presidente “ousado” e de “coragem”, que está proporcionando a retomada da indústria naval brasileira, que já foi a segunda maior do mundo na década de 70 e depois foi à falência.

De acordo com a Transpetro, o Promef vai gerar 40 mil empregos diretos nas suas duas etapas. Na primeira, serão construídos 26 navios, entre petroleiros e gaseiros, com investimentos de US$ 2,5 bilhões e consumo de 440 mil toneladas de chapas grossas de aço. O Estaleiro Atlântico Sul, que começou a ser construído em 2005 é o maior da América Latina e é responsável pela construção de 10 navios Suezmax. Seu presidente, Paulo Haddad, garantiu que em abril de 2010 esse primeiro petroleiro, cuja primeira chapa foi cortada pelo presidente, estará no mar.

Lula enfatizou a necessidade de criação de empregos e de crescimento com inclusão social e distribuição de renda para que o País se desenvolva e repetiu que não é a polícia que vai resolver o problema da violência, mas a atuação dos governos federal, estadual e municipal.

Segundo ele, o Estaleiro Atlântico Sul já treinou e capacitou 1,5 mil funcionários. Mércia Severo do Nascimento, de 27 anos, faz parte desse grupo e falou para platéia composta, majoritariamente, por colegas de trabalho. “Hoje tenho uma profissão, carteira assinada, sou metalúrgica soldadora”, disse a ex-dona de casa, no seu primeiro emprego. “Me orgulho, presidente Lula, de saber que em cada navio grandioso desse vai ter um pedacinho de mim.”

Em seu discurso, o presidente da Petrobrás, Sergio Gabrielli, leu dois depoimentos de funcionários falando da conquista do emprego, da qualificação profissional, da auto-estima e da expectativa de um futuro também melhor.

Lula disse que, se fosse conversar com a Petrobrás apenas sob o ponto de vista do interesse da empresa, seria mais barato importar uma plataforma, por exemplo, da Coréia ou da Noruega. Foi a sua decisão de não importar navios ao assumir o primeiro governo, que levou à criação do Promef. “Esse estaleiro é um movimento de consciência do País.” Segundo ele, a Petrobrás compreende que deixou de ganhar milhões de dólares, mas está gerando salário e renda.

Lula fez um balanço de seu governo, colocando em foco a idéia de que o governo não tem o direito de jogar nenhuma oportunidade fora. “O Brasil vive seu mais extraordinário momento.” E, para os “setores da imprensa que têm ojeriza de falar coisas boas” para “não parecer chapa branca”, informou que até 2012 o Brasil tem investimentos contratados de R$ 1,4 trilhão. Sem especificar os investimentos, ele disse que são fruto de uma radiografia feita em reunião com empresários no Planalto. Ainda em setembro, ele afirmou que vai convocar todos os movimentos sociais para uma avaliação.

Ele falou rapidamente sobre as reservas de petróleo pré-sal, citando a descoberta como mais um ponto animador do seu governo, classificando-se de sortudo: “Se alguém um dia quiser um presidente azarado, não contem comigo.”

Acompanhavam o presidente os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, das Minas e Energia, Edison Lobão, das Relações Institucionais, José Múcio, e do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, além do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

NA SEGUNDA FASE, MAIS 23 NAVIOS

O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, anunciou que no dia 8 de outubro, a empresa - subsidiária da Petrobrás que faz o transporte de petróleo e derivados - começa a receber propostas para a segunda fase do Promef, que prevê a construção de 23 navios e consumo de 240 mil toneladas de aço.

A primeira etapa compreende os 10 petroleiros Suezmax pelo Estaleiro Atlântico Sul, 5 Aframax e 4 Panamax pelo Estaleiro Rio Naval (Rio), 4 navios de produtos pelo Estaleiro Mauá (Rio) e 3 navios gaseiros pelo estaleiro Itajaí (SC). Machado afirmou que os 10 navios Suezmax custam US$ 1,2 bilhão de dólares - 1% mais que o custo do mesmo produto importado.

A Transpetro, por meio do Promef, faz as encomendas aos estaleiros e o Fundo de Marinha Marítima financia as construções navais e dos estaleiros pelo BNDES. A Transpetro ainda negocia o aço a ser usado pelos estaleiros.

O Estaleiro Atlântico Sul, que tem sociedade com Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, a sul-coreana Samsung Heavy Industries (SHI) e a empresa de navegação PJMR, ainda não está pronto - 40% da obra está concluída -, mas já pode iniciar a construção dos Suezmax e deve participar da licitação para a segunda fase do Promef.”

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