quarta-feira, 4 de abril de 2012

A CACHOEIRA DO CARLINHOS


[Parte de postagem do portal “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim]

Por Theófilo Silva

“Corre um boato em Brasília que tem gente que “caiu na cachaça”, na cidade, que está tomando porres – de “Scotch Blue Label”, claro – fazendo festa, comemorando. O motivo seria a desgraça do “Catão de Goiás”, o implacável caçador de corruptos, senador Demóstenes Torres. Eles estariam eufóricos, porque o homem que os apontou, quando da “Operação Caixa de Pandora”, aquela que afastou todo o governo do Distrito Federal, está provando do mesmo remédio que lhes ministrou, e é agora vítima da “Operação Monte Carlo” da Polícia Federal.

Os exultantes farristas seriam, entre muitos outros, o ex-governador de Brasília José Roberto Arruda [DEM] e sua quadrilha [demotucana]. Desculpem, turma, aquela mesma que perdeu os cargos públicos e passou boas semanas no "Presídio da Papuda" – belo nome para um presídio. Dizem que tem corrupto chorando de emoção, abraçando a família, mandando rezar missas, pagando promessas, até soltando fogos, por se sentir vingado, vendo o colega [cínico corrupto] de partido, que não teve condescendência com eles, ser acusado de crimes mais graves do que o deles. “Nada como um dia atrás do outro”, estão dizendo os ex-deputados expulsos do DEM pela pronta ação de Demóstenes na executiva do Partido. Vemos que nem toda desgraça produz somente dor. A euforia das vítimas do Savonarola do Senado é uma prova de que a vingança é mesmo um prato servido frio! Em sua “cruzada ética” [!!!] pelo país, qualquer homem público acusado pela imprensa, polícia, promotoria, tinha em Demóstenes, o senador promotor, um rápido julgamento.

Vamos esquecer Demóstenes um pouco, e falar do seu querido amigo e professor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Shakespeare diz em uma de suas peças que: “O dinheiro é o melhor soldado, quando ele vai à frente todas as portas se abrem!”. Cachoeira seguia essa premissa, pois saiu derramando dinheiro ‘pra’ tudo quanto é lado.

Será que o apelido Cachoeira é porque ele faz o dinheiro jorrar facilmente para as mãos de seus amigos: Demóstenes, Valdomiro, Leréia e outros? O “Jornal Nacional” mostrou um vídeo em que Cachoeira comenta que despejou três milhões de reais nos baldes do senador. E é só o começo, a Polícia Federal calcula que o montante chega a cinquenta milhões de reais!

Cachoeira conseguiu derramar seu dinheiro na Secretaria de Segurança Pública de Goiás [do governo  Marconi Ferreira Perillo (PSDB)], onde teria mais de 250 pessoas nomeadas, e outros servidores públicos trabalhando para ele, dentro da polícia federal, ministério público, poder judiciário, e por aí vai. Vários deles estão presos. Como água, que entra em todo canto, Cachoeira espalhou-se por dentro do Estado, minando as instituições públicas. Para acumular esse dinheiro, e comprar essas autoridades todas, Cachoeira explorava os jogos caça-níqueis por todo o Estado de Goiás e entorno de Brasília. Para isso, contava com apoio do “senador mais respeitado” [!!!] da República, o procurador de justiça Demóstenes Torres.

O fato é que a Cachoeira do Carlinhos inundou o Estado, derramando dinheiro sobre todos aqueles que facilitavam seus crimes. Sem concorrentes, controlando um negócio ilícito, de lucro fácil, o contraventor podia comprar qualquer um. Um dos outros envolvidos por Cachoeira estaria o poderoso editor da revista “Veja”, Policarpo Júnior, que falou com Cachoeira mais de duzentas vezes por telefone. Se você compra a imprensa e as autoridades públicas, o que mais falta para ser o dono do Estado?

O grande problema do Cachoeira é que, numa Cachoeira, quanto mais água ela jorra, mais incontrolável ela fica, então, do mesmo jeito que ela pode banhar os seres que vivem em torno dela, também pode afogá-los. De certa forma, foi isso que aconteceu com essa turma toda. A Cachoeira que os engordou, acabou por afogá-los! Tem tanta gente afogada nessa história, que ainda não deu tempo de ver os corpos! Eles vão começar a aparecer agora! Demóstenes é o primeiro deles.”

FONTE: escrito por Theófilo Silva, articulista colaborador da “Rádio do Moreno”. Parte de postagem do portal “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim  (http://www.conversaafiada.com.br/pig/2012/04/01/globo-protege-a-veja-e-pede-desculpas/) [Imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

2 comentários:

Probus disse...

O CACHOEIRA É FIO D’ÁGUA

Laerte Braga

A corrupção no Brasil é consequência do sistema político e econômico. A expressão “desprivatizar o Estado” foi usada, pelo menos eu a ouvi pela primeira vez, na campanha de 1989. E da boca de Roberto Freire, hoje um dos principais aliados da privataria tucana. Foi em resposta a uma pergunta numa palestra sobre os propósitos anunciados por Collor de Mello, ambos eram candidatos a presidente, de privatizar setores essenciais da economia.

Collor chamava isso de “modernizar o Estado”. Como não deu certo chamaram FHC.

Quem?

Os principais acionistas do Estado brasileiro. Banqueiros, grandes corporações nacionais e internacionais e latifúndio.

Quando a REDE GLOBO através do FANTÁSTICO denunciou uma série de contratos fraudulentos de terceirização de serviços públicos e colocou-se como paladina da moral e dos bons costumes, estava, na prática, denunciando bagrinhos que despencavam nessas várias cachoeiras da corrupção.

Se quisesse mesmo denunciar corrupção de alto coturno teria pego empresas como a QUEIROZ GALVÃO, a NORBERTO ODEBRECHT, a ANDRADE GUTIERREZ, os grandes bancos que operam no País, as companhias que foram agraciadas com os serviços de telefonia e energia no governo de FHC e todo o entorno da PETROBRAS que FHC conseguiu colocar em mãos de companhias estrangeiras, descaracterizando a empresa brasileira.

Ou toda a malha de máfias que opera os serviços públicos privatizados ou terceirizados e ainda os que executam obras públicas sob contrato.

Não o fez e nem o fará, existe concorrência entre essas máfias e a GLOBO é parte delas.

O mesmo vale para VEJA, hoje caracterizada como revista de uma banda do crime organizado.

Carlinhos Cachoeira é uma queda de pequeno porte diante das grandes quadrilhas financeiras e empresariais e Demóstenes Torres um anão perto de FHC, José Serra, Pedro Malan, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Daniel Dantas, Nagi Nahas, etc. Um fio d’água nesse processo.

http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/04/o-cachoeira-e-fio-dagua.html

Unknown disse...

Probus,
Obrigada. Não havia lido. Muito bom artigo. Talvez o reproduza neste blog.
Maria Tereza