quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Dilma fala sobre: “CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS”, RESSOCIALIZAÇÃO DE PRESOS E AIDS

Coluna semanal da Presidenta Dilma Rousseff

Robson de Athayde Ribas, 31 anos, engenheiro civil de Florianópolis (SC) – Sempre ouço falar do “Ciência sem Fronteiras”, mas ouvi dizer que ele atende apenas algumas áreas. Como posso saber se a minha área está contemplada?

Presidenta Dilma – Robson, engenharia civil é uma das áreas contempladas pelo programa “Ciência sem Fronteiras”, que tem como foco as ciências exatas, biomédicas e tecnológicas. Como você já é graduado, pode concorrer a uma bolsa de pós-graduação no exterior para doutorado pleno ou para doutorado sanduíche. O primeiro passo é se inscrever na universidade ou instituição em que deseja estudar, em um dos 40 países que participam do programa. Após ser aceito pela universidade, você já pode se inscrever no site www.cienciasemfronteiras.gov.br, onde há também mais informações sobre o programa. Para doutorado, além dos requisitos acadêmicos, a seleção requer um projeto de pesquisa, a ser avaliado por um comitê de especialistas no Brasil e pela instituição de destino no exterior. Mais de 20 mil jovens brasileiros já receberam uma bolsa para estudar nas melhores universidades do mundo, dos quais mais de 35% são da área de engenharia. A bolsa garante o pagamento do curso, das passagens, do seguro-saúde, da alimentação e da hospedagem. As inscrições para as bolsas do ano que vem estão abertas.

Maria Pacheco, 52 anos, professora do Rio de Janeiro (RJ) – Presidenta, por que a senhora não transforma todos os presídios federais em educandários, dando tratamento digno e justo aos presos e ainda proporcionando a eles a recuperação e uma futura ressocialização? Seria o ponto de partida para que os Estados fizessem o mesmo.

Presidenta Dilma – Maria, estamos trabalhando na implementação de ações socioeducativas e de ressocialização, como as que você defende. Os ministérios da Justiça e da Educação, por exemplo, são parceiros no “Plano Estratégico de Educação no âmbito do Sistema Prisional”, que, além de educar, possibilita a remissão da pena pelo estudo, conforme prevê a Lei nº 12.433/2011. Em parceria com os estados, estamos implantando oficinas de panificação e confeitaria, corte e costura industrial e fabricação de artefatos de concreto e tijolos ecológicos. Em 2013, 1.820 presos serão capacitados pelo projeto. Além disso, já serão oferecidas no próximo ano 35 mil vagas, de um total de 90 mil, para qualificação profissional, pelo PRONATEC, de presos nos diversos regimes e para os egressos, que já cumpriram sua pena. Mais 27 mil vagas do “Programa de Educação de Jovens e Adultos” (EJA) e 10 mil do “Programa Brasil Alfabetizado” (PBA) serão disponibilizadas ao sistema prisional até 2014. Os detentos reduzem um dia da pena para cada três dias trabalhados e recebem salário de acordo com a produção.

Jorge Américo Hoffmeister, 54 anos, operador de máquina em Juazeiro (BA) – Nunca mais vi ninguém falar da AIDS. Essa doença ainda está aí e acho que as pessoas estão muito tranquilas e colocam a vida das outras em risco. O governo não deveria investir em campanhas para alertar a população, principalmente os jovens?

Presidenta Dilma – Jorge, concordo com você que as campanhas de prevenção da AIDS são de extrema importância, e temos investido fortemente nelas, entre outras ações. Nosso país é uma referência mundial no enfrentamento à AIDS. Todos os anos, o Ministério da Saúde promove duas campanhas publicitárias de massa: uma antes do Carnaval e a outra em dezembro, quando acontece o “Dia Mundial de Luta contra a AIDS”. Ao longo do ano são implementadas estratégias de comunicação para públicos específicos. Para os jovens, temos, desde 2003, o programa “Saúde e Prevenção nas Escolas” (SPE), com treinamento de professores para falar com seus alunos sobre sexualidade e prevenção das DST/AIDS. Com as gestantes, a testagem no pré-natal cresceu de 63% em 2004 para 84% entre 2010 e 2011. Além disso, o “Sistema Único de Saúde”, o SUS, garante a todos os brasileiros que necessitarem o acesso a todos os medicamentos utilizados para o tratamento da AIDS. Atualmente, mais de 200 mil pessoas recebem regularmente 21 medicamentos para tratar a doença, dos quais dez já são produzidos no Brasil. Continuamos investindo na principal mensagem de prevenção: a camisinha, que é distribuída gratuitamente nos postos de saúde, é a forma mais eficaz de prevenir as DST/AIDS.”

FONTE: Blog do Planalto (http://www2.planalto.gov.br/imprensa/conversa-com-a-presidenta/conversa-com-a-presidenta-71).

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