domingo, 7 de julho de 2013

BLÁBLÁRINA E JOAQUIM BARBOSA JÁ ERAM ?

”O calendário faz deles carta fora do baralho ?

O portal Conversa Afiada” republica a abertura da “Rosa dos Ventos”, seção imperdível da “Carta Capital”, sob a regência de Mauricio Dias:


“Joaquim barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, entrou em férias com um grilo na cuca. Alcançou 15% das intenções de voto para presidente da República. Sem gastar um só centavo, bastou, para ele, soltar o verbo. Foi ele o maior beneficiado com a queda das intenções de voto na presidenta Dilma Rousseff. Marina Silva herdou menos votos, embora se tenha mantido na segunda posição, em alternância com o tucano Aécio Neves. Dilma ainda mantém uma boa distância de Marina. Esta, engalfinhada na tarefa de construir um partido, beneficia-se da memória do eleitor. Em 2010, conseguiu quase 20 milhões de votos no primeiro turno.

Joaquim e Marina são as duas incógnitas da pesquisa do Datafolha, feita no calor da hora das manifestações de rua [em junho]. Um movimento cujo lema assim pode ser resumido: contra tudo e contra todos. É mais ou menos, também, a expressão substancial do discurso de Marina e Joaquim.

Pesquisa, como se sabe, retrata o momento em que é feita. E o retrato revelado pode ser fugaz. Isso ocorre, principalmente, quando, como agora, a velocidade das transformações e a inexistência de um fator determinante formam a moldura do cenário de um movimento surpreendente e, essencialmente, restrito aos centros urbanos, dominado em números por militantes da classe média. De certa forma, tornou-se uma anomalia no processo político-eleitoral. Os resultados da pesquisa sustentam isso.

Os votos saídos de Dilma se esparramaram. Aécio Neves herdou um pouco e mesmo o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) levou algum. Votos em branco, nulos ou em nenhum dos nomes apresentados cresceram. Enfim, os votos não migraram para um adversário mais definido em oposição a Dilma.

Joaquim Barbosa deixa o próprio nome circular, fingindo que não deixa. Mas, após o recesso do Judiciário, a partir de 2 de agosto, terá pouco tempo para decidir. Mesmo sem chances de ser bem-sucedido, ele prega a inclusão de candidatura avulsa no processo. O calendário eleitoral é rigoroso para ele e, muito mais, para Marina Silva.

A exiguidade temporal anda em desfavor da criação dos novos partidos”, alerta o advogado Erick Wilson Pereira, mestre em Direito Constitucional pela PUC-SP e especialista em legislação eleitoral. Em 2012, publicou “Manual das Eleições” (Ed. Baobá).

Sem falar nas etapas cartorárias, dificilmente haverá agilidade suficiente para o deferimento do registro de criação do partido pelo Tribunal Superior Eleitoral em 60 dias. E, se mesmo assim houver boa vontade e prioridade no julgamento desse processo que cria o partido capitaneado por Marina Silva, este terá de ocorrer até o dia 4 de outubro, sob pena de prejudicar a migração dos interessados sem perda do respectivo mandato eletivo”, ele afirma.

Marina Silva e Joaquim Barbosa parecem duas cartas fora do baralho.”

FONTE: escrito por Mauricio Dias na revista “CartaCapital” e transcrito no portal “Conversa Afiada” (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2013/07/06/dias-blablarina-e-joaquim-ja-eram/). 

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