Por Fernando Brito
“A revelação de que os Estados
Unidos violam, em escala gigante, o sigilo das telecomunicações no Brasil não
admite vacilações ao nosso país.
Não pode ser tratada com descaso,
usando argumentos pueris como “todo mundo sabe que os EUA têm capacidade
tecnológica para vigiarem o que quiserem”.
Poder para fazer não é a mesma coisa
que fazer, assim como é muito diferente ter a bomba atômica e explodir uma
delas.
Chegamos ao intolerável paradoxo de
vermos que o país que se diz "modelo da democracia" violar, em plano mundial, a
privacidade das comunicações telefônicas e cibernéticas dos cidadão de todo o
planeta – inclusive e especialmente os brasileiros – num inacreditável
volume de bilhões de ligações mensais.
Até agora, se sabia que faziam isso
com seus próprios cidadãos, com as pessoas que vivem sob seu controle militar
no Oriente Médio e, depois, com uma Europa ajoelhada moralmente, ao ponto de
querer ocultar sua covardia negando pouso ao avião presidencial da Bolívia,
talvez porque nada possa um índio, como aqueles que, no colonialismo, massacraram aos milhões.
A partir da tarde de sábado, porém, é
conosco.
Não somos melhores que ninguém, mas
temos de cuidar de nós mesmos, se nos pretendemos ser um país adulto e soberano.
Está acima de ideologias. Nem o mais
radical neoliberal diria que a regra do mundo deveria, ao lado do `laissez faire`, `laissez passer`, incluir
um `laissez écouter`.
É um atentado às nossas leis e- mais
grave – às mínimas regras de convivência entre as nações.
O Governo brasileiro jamais colocou, ou colocaria, obstáculos a qualquer investigação sobre ramificações terroristas
antiamericanas em nosso país.
Mas nem o mais americanófilo
brasileiro, civil ou militar, aceitaria que todas as comunicações feitas neste
país fossem monitoradas por uma agência de espionagem.
Muito menos que as empresas – ainda
que de origem estrangeira, operando sob as leis brasileiras – cedam
gentilmente, sabedoras ou não, o acesso a seus (e nossos) registros de
telefonemas, e-mail e todo o tipo de mensagem eletrônica, inclusive as redes
sociais, a um `Big Brother
Sam` na base de um `é
ir chegando e grampeando'.
Que o Governo Obama tenha perdido o
senso e os limites nessa questão, que queira transformar o homem que revelou
seu esquema global de espionagem em um fantasma perambulando pelos desvãos do
mundo, que tenha chegado ao ponto de usar seis vezes um `Espionage Act` de 1917
que, em 90 anos e uma Guerra Mundial no meio, só três vezes antes havia sido
invocado, problema dele.
Que espione nossas telecomunicações,
problema nosso.
A reação diplomática do Brasil deve
ser a mais dura e clara.
Teremos a solidariedade de
todo o mundo, enojado com essa monstruosidade e chocados de ver a reação
pusilânime de governos nacionais que, eleitos por seus povos, prestam a mais
rasteira vassalagem a quem viola a privacidade de seus cidadãos.
Não somos um `Rato que Ruge`,
como no conhecido filme de Peter Sellers, em que um pequeno país se
insurge contra os Estados Unidos.
Mas, certamente, não podemos nos
comportar como ratos diante do grande e gordo gato.”
FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijola ço" (http://www.tijolaco.com.br/index.php/somos-um-pais-ou-somos-ratos/).
COMPLEMENTAÇÃO 1
"SOMOS TODOS VIGIADOS", por Ignacio Ramonet
Do site ”Outras Palavras”
“Que é a mega-rede global de espionagem montada pelos EUA. Como os cidadãos são monitorados. Por que a denúncia de Edward Snowden é um fato histórico
Por Ignacio Ramonet, com tradução de Cauê Ameni
"Nós já temíamos (1). Tanto a literatura de (1984,
de George Orwell), como o cinema (Minority
Report, de Steven Spielberg) haviam avisado: com o progresso
da tecnologia da comunicação, todos acabaríamos sendo vigiados. Presumimos que
essa violação de nossa privacidade seria exercida por um Estado neototalitário.
Aí nos equivocamos. Porque as revelações inéditas do ex-agente Edward Snowden
sobre a vigilância orwelliana acusam diretamente os Estados Unidos, país
considerado como “pátria da liberdade”.
Aparentemente, desde a promulgação, em
2001, da lei Patriot Act (2), isso
ficou no passado. O próprio presidente Barack Obama acaba de admitir: “Não se
pode ter 100% de segurança e 100% de privacidade”. Bem-vindos, portanto a era
do “Grande Irmão”…
O que revelou Snowden? Este antigo
assistente técnico da CIA, de 29 anos, que trabalhava para uma empresa privada
– a Booz Allen Hamilton (3) –
subcontratada pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, sua sigla em
inglês), vazou para os jornais "The
Guardian" e "Washington
Post", a existência de programas secretos que tornam o governo dos
Estados Unidos capaz de vigiar a comunicação de milhões de cidadãos.
Um primeiro programa entrou em
operação em 2006. Consiste em espiar todas as chamadas telefônicas feitas pela
companhia "Verizon", dentro dos Estados Unidos, e as que se fazem de lá ao
exterior. Outro programa, chamado PRISM, foi posto em marcha em 2008. Coleta
todos os dados enviados, pela internet (e-mails, fotos, vídeos, chats, redes
sociais, cartões de crédito), por (a princípio…), "estrangeiros que moram fora
do território norte-americano". Ambos os programas foram aprovados em segredo
pelo Congresso norte-americano, que teria sido, segundo Barack Obama,
“constantemente informado” sobre seu desenvolvimento.
Sobre a dimensão da incrível
violação dos nossos direitos civis e nossas comunicações, a imprensa deu
detalhes escabrosos. Em 5 de junho, por exemplo, o “Guardian” publicou a ordem emitida
pelo "Tribunal de Supervisão de Inteligencia Externa", que exigia à companhia
telefônica "Verizon" entregar à NSA os registros de milhões de chamadas de seus
clientes. O mandato não autoriza, aparentemente, saber o conteúdo das
comunicações, nem os titulares dos números de telefone, mas permite o controle
da duração e destino dessas chamadas. No dia seguinte, o “Guardian” e o “Washington Post” revelaram
a realidade do programa secreto de vigilância PRISM, que autoriza a NSA e o FBI
a acessar os servidores das nove principais empresas da internet (com a notável
exceção do Twitter): Microsoft, Yahoo, Gogle, Facebook (4), PalTalk, AOL, Skype, YouTube e Apple.
Por meio dessa violação, o governo
estadunidense pode acessar arquivos, áudios, vídeos, e-mails e fotografias de
usuários dessas plataformas. O PRISM converteu-se, desse modo, na ferramenta
mais útil da NSA para fornecer relatórios diários aos presidente Obama. Em 7 de
junho, os mesmos jornais publicaram um diretiva da Casa Branca que ordenava, a
suas agencias (NSA, CIA, FBI), estabelecer uma lista de possíveis países
suscetíveis de serem “ciberatacados” por Washigton. E em 8 de junho, o "Guardian" revelou a
existência de outro programa, que permite à NSA classificar os dados recolhidos
na rede. Essa prática, orientada a ciberespionagem no exterior, permitiu
compilar – só em março – cerca de 3 bilhões de dados de computador nos
Estados Unidos…
Nas últimas semanas, ambos os
jornais conseguiram revelar, sempre graças a vazamentos de Edward Snowden,
novos programas de ciberespionagem e vigilância da comunicação em países no
resto do mundo. Edward Snowden explica “A NSA construiu uma infraestrutura que
lhe permite interceptar praticamente qualquer tipo de comunicação. Com esta
técnica, a maioria das comunicações humanas são armazenadas para servir em
algum momento a um objetivo determinado”.
A "Agência de Segurança Nacional" (NSA), cujo quartel-general fica em Fort Meade (Maryland), é a mais importante
e mais desconhecida agência de inteligência norte-americana. É tão secreta que
a maioria dos norte-americanos ignora sua existência. Controla a maior parte do
orçamento destinado aos serviços de inteligência, e produz mais de cinquenta
toneladas de material por dia… É ela – e não a CIA – a proprietária e operadora
da maior parte do sistema de coleta de dados da inteligência secreta dos EUA.
Desde uma rede mundial de satélites até as dezenas de postos de escuta,
milhares de computadores e as florestas de antenas localizadas nas colinas de
West Virginia. Uma de suas especialidades é espiar os espiões — ou seja, os
serviços secretos de inteligência de todas as potências, amigas e inimigas.
Durante a guerra das Malvinas (1982), por exemplo, a NSA decifrou o código
secreto dos serviços de inteligencia argentinos, o que lhe possibilitou
transmitir, aos britânicos, informações cruciais sobre as forças
argentinas.
O vasto sistema de interceptação da
NSA pode captar discretamente qualquer e-mail, qualquer consulta de internet ou
telefonema internacional. O conjunto total da comunicação interceptada e
decifrada pela NSA constitui a principal fonte de informação clandestina do
governo estadunidense.
A NSA colabora estreitamente com o
misterioso sistema "Echelon". Criado em segredo, depois da Segunda Guerra
Mundial, por cinco potências anglo-saxônicas — Estados Unidos, Reino Unido,
Canadá, Austrália e Nova Zelândia (os “cinco olhos”). o "Echelon" é um sistema
orwelliano de vigilância global, que se estende por todo o mundo, monitora os
satélites usados para transmitir a maioria dos telefonemas, comunicação na
internet, e-mails, redes sociais etc. O "Echelon" é capaz de capturar até dois
milhões de conversas por minuto. Sua missão clandestina é a espionagem de
governos, partidos políticos, organizações e empresas. Seis bases espalhadas
pelo mundo recolhem informações e interceptam de forma indiscriminada enormes
quantidades de comunicação. Em seguida, os supercomputadores da NSA
classificam esse material, por meio da introdução de palavras-chaves em vários
idiomas.
Em torno do "Echelon", os serviços de
inteligência dos EUA e do Reino Unido estabeleceram larga colaboração
secreta. E agora sabemos, graças às novas revelações de Edward Snowden, que a
espionagem britânica também grampeia clandestinamente cabos de fibra ótica, o
que lhe permitiu espionar as comunicações das delegações presentes na reunião
de cúpula do G-20, em Londres, em abril de 2009. Sem distinguir entre amigos e
inimigos (5).
Por meio do programa "Tempora", os
serviços britânicos não hesitam em armazenar enormes quantidades de informação
obtidas ilegalmente. Por exemplo, em 2012, manejaram cerca de 600 milhões de
“conexões telefônicas” por dia e grampearam, em perfeita ilegalidade, mais de
200 cabos… Cada cabo transporta 10 gigabites (6) por segundo. Em teoria, poderia processar 21 petabytes (7) por dia; equivalente a toda a
informação da Biblioteca Britânica, enviada 192 vezes ao dia.
O serviços de inteligência constatam
que a internet já tem mais de 2 bilhões de usuários no mundo e que quase 1
bilhão utiliza o Facebook de forma habitual. Por isso, fixaram como objetivo,
transgredindo leis e princípios éticos, controlar tudo que circula na internet.
E estão conseguindo: “Estamos começando a dominar a internet”, confessou um
espião inglês, “e nossa capacidade atual é bastante impressionante”. Para
melhorar ainda mais esse conhecimento sobre a internet, o Quartel-Geral de
Comunicações do Governo [Government
Communications Headquarters, ou GCHQ, a agência de espionagem
britânica] lançou, recentemente, novos programas: "Mastering The Internet" (MTI)
sobre como dominar a Internet, e "Programa de Modernização da Interceptação" [Interception Modernisation Programme]
para uma exploração orwelliana das telecomunicações globais. Segundo Edward
Snowden, Londres e Washington já acumulam, diariamente, uma quantidade
astronômica de dados, interceptados clandestinamente através das redes mundiais
de fibra ótica. Ambos os países dispõem de um total de 550 especialistas para
analisar essa titânica informação.
Com a ajuda da NSA, a GCHQ
aproveita-se de que grande parte dos cabos de fibra ótica por onde trafegam as
telecomunicações planetárias que passam pelo Reino Unido. Esse fluxo é interceptado
com programas sofisticados de informática. Em síntese, milhões de telefonemas,
mensagens eletrônicas e dados sobre visitas na internet são armazenados sem que
os cidadãos saibam, a pretexto de "reforçar a segurança e combater o terrorismo
e o crime organizado".
Washington e Londres colocaram em
marcha o plano orwelliano do “Grande Irmão”, com capacidade de saber tudo que
fazemos e dizemos em nossas comunicações. E quando o presidente Obama menciona
a suposta “legitimidade” de tais práticas de violação de privacidade, está
defendendo o injustificável. Além disso, há de se lembrar que, por
interceptarem informação sobre perigosos grupos terroristas com base na Flórida
– ou seja, uma missão que, segundo a lógica do presidente Obama seria
“perfeitamente legitima” — cinco cubanos foram detidos em 1998 e condenados (8) pela justiça dos EUA a largas
e imerecidas penas de prisão (9).
O presidente Barack Obama esta
abusando de seu poder e diminuindo a liberdade de todos os cidadãos do mundo.
“Eu não quero viver numa sociedade que permite esse tipo de ação”, protestou
Edward Snowden, quando decidiu fazer suas impactantes revelações. Divulgou os
fatos, e não por acaso, exatamente quando começou o julgamento do soldado
Bradley Manning, acusado de vazar segredos Wikileaks, organização internacional
que divulga informações secretas de fontes anônimas. Enquanto isso, o
ciberativista Julian Assange está refugiado há um ano na Embaixada do Equador
em Londres… Snowden, Manning e Assange, são defensores da liberdade de
expressão, lutam em favor da democracia e dos interesses de todos os cidadãos
do planeta. Hoje, são assediados e perseguidos pelo “Grande Irmão”
norte-americano (10).
Por que os três heróis de nosso
tempo assumiram correr semelhante riscos, que podem custar sua própria vida?
Edward Snowden, obrigado a pedir asilo político no Equador e em vinte países,
responde “Quando se dá conta de que o mundo que ajudou a criar será pior para
as próximas gerações, e que os poderes desta arquitetura de opressão se
estendem, você entende que é preciso aceitar qualquer risco. Sem se preocupar
com as consequências”.
(1) Ver, de Ignacio Ramonet, “Vigilancia absoluta”, na Biblioteca Diplô, agosto de 2003.
(2) Proposta pelo presidente George W.
Bush e adotada no contexto emocional que se seguiu aos ataques de 11 de
setembro de 2001, a lei “Patriot Act” autoriza controles que interferem com a
vida privada, suprimem o sigilo da correspondência e liberdade de informação.
Não requer a permissão para escutas telefônicas. E os investigadores podem
acessar informações pessoais dos cidadãos sem mandado.
(3) Em 2012, a empresa faturou 1,3
bilhão para “missões de assistência de inteligência.”
(4) Recentemente, soube-se que Max
Kelly, chefe de segurança no Facebook, encarregado de proteger as informações
pessoais dos usuários da rede social contra ataques externos, deixou a empresa
em 2010 e foi contratado… pela NSA.
(5) Espiar diplomatas estrangeiros é
legal no Reino Unido: protegido por uma lei aprovada pelos conservadores
britânicos, em 1994, que coloca o interesse econômico nacional acima da
diplomacia.
(6) O byte é uma unidade de
informação em computação. Um gigabyte é uma unidade de armazenamento cujo
símbolo é GB, igual ou a bilhão de bytes, o equivalentes a uma van repleta de
páginas de texto.
(7) Um petabyte (PT) é igual a um
quatrilhão de bytes — ou um milhão de gigabyte.
(8) A missão dos cinco Antonio
Guerrero, Fernando González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e René González,
era infiltrar-se e observar o processo de grupos de exilados cubanos para
evitar atos de terrorismo contra Cuba. Porém o juiz condenou eles à prisão
perpétua, disse a Anistia Internacional em um comunicado que “durante o
julgamento não mostrou qualquer prova de que os acusados tinham informações
classificadas realmente tratado ou transmitida.”
(9) Ler de Fernando Morais, Os últimos soldados da guerra fria,
Companhia das Letras
(10
) Edward Snowden
corre o risco de ser condenado a trinta anos de prisão após ter sido
formalmente acusado pelo governo dos EUA de “espionagem”, “roubo” e “uso ilegal
de propriedade do governo.”
FONTE: escrito por Ignacio Ramonet, e transcrito no Brasil no portal de Luis Nassif com tradução
de Cauê Ameni do site
”Outras Palavras” (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/somos-todos-vigiados-por-ignacio-ramonet).
COMPLEMENTAÇÃO 2
Governo do Brasil pede explicações aos EUA sobre espionagem
Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota
"O ministro Patriota disse que o Itamaraty recebeu com “grave preocupação” a notícia de que contatos eletrônicos e telefônicos de seus cidadãos estariam sendo monitorados.
O governo do Brasil pediu explicações aos Estados Unidos (EUA) sobre a espionagem das comunicações de cidadãos brasileiros pela "Agência Nacional de Segurança" daquele país (NSA, na sigla em inglês).
De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, os esclarecimentos foram solicitados por meio da Embaixada do Brasil em Washington e, ainda, ao embaixador dos EUA no Brasil.
O ministro disse que o Itamaraty recebeu com “grave preocupação” a notícia de que contatos eletrônicos e telefônicos de seus cidadãos estariam sendo monitorados. Patriota deu as declarações em Paraty, no Rio de Janeiro, onde está sendo realizada a 11ª Festa Literária Internacional (Flip).
Leia a seguir a íntegra do comunicado lido por Patriota:\
"O Governo brasileiro
recebeu com grave preocupação a notícia de que as comunicações eletrônicas e
telefônicas de cidadãos brasileiros estariam sendo objeto de espionagem por
órgãos de inteligência norte-americanos.
O Governo brasileiro solicitou esclarecimentos ao governo norte-americano por intermédio da Embaixada do Brasil em Washington, assim como ao Embaixador dos Estados Unidos no Brasil.
O governo brasileiro promoverá no âmbito da União Internacional de Telecomunicações (UIT) em Genebra, o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações. Além disso, o Brasil lançará nas Nações Unidas iniciativas com o objetivo de proibir abusos e impedir a invasão da privacidade dos usuários das redes virtuais de comunicação, estabelecendo normas claras de comportamento dos Estados na área de informação e telecomunicações para garantir segurança cibernética que proteja os direitos dos cidadãos e preserve a soberania de todos os países."
O Governo brasileiro solicitou esclarecimentos ao governo norte-americano por intermédio da Embaixada do Brasil em Washington, assim como ao Embaixador dos Estados Unidos no Brasil.
O governo brasileiro promoverá no âmbito da União Internacional de Telecomunicações (UIT) em Genebra, o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações. Além disso, o Brasil lançará nas Nações Unidas iniciativas com o objetivo de proibir abusos e impedir a invasão da privacidade dos usuários das redes virtuais de comunicação, estabelecendo normas claras de comportamento dos Estados na área de informação e telecomunicações para garantir segurança cibernética que proteja os direitos dos cidadãos e preserve a soberania de todos os países."
O escândalo sobre o
monitoramento das comunicações privadas de cidadãos e empresas de dentro e de
fora do país pelo governo dos EUA veio à tona após o ex-técnico em segurança
digital da CIA (agência de inteligência norte-americana), Edward Snowden,
revelar a prática. Os dados eram vigiados por meio do Prism, programa de
vigilância eletrônica altamente secreto mantido pela NSA. Uma reportagem do
jornal O Globo deste domingo revelou que as comunicações do Brasil estavam
entre os focos prioritários de monitoramento.
Depois das revelações, Snowden teve o passaporte cancelado pelo governo norte-americano. Ele pediu asilo político a 21 países. Até o momento, Bolívia, Venezuela e Nicarágua se ofereceram para receber o ex-agente.
Na última semana, países europeus proibiram a entrada do avião do presidente boliviano, Evo Morales, em seu espaço aéreo, por suspeitaram que Edward Snowden estava a bordo. Países latino-americanos, entre eles o Brasil, manifestaram-se a favor do chefe de Estado. O incidente será discutido terça-feira (9) na Organização dos Estados Americanos (OEA).”
FONTE: Agência Brasil (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?).id_noticia=217968&id_secao=1
Depois das revelações, Snowden teve o passaporte cancelado pelo governo norte-americano. Ele pediu asilo político a 21 países. Até o momento, Bolívia, Venezuela e Nicarágua se ofereceram para receber o ex-agente.
Na última semana, países europeus proibiram a entrada do avião do presidente boliviano, Evo Morales, em seu espaço aéreo, por suspeitaram que Edward Snowden estava a bordo. Países latino-americanos, entre eles o Brasil, manifestaram-se a favor do chefe de Estado. O incidente será discutido terça-feira (9) na Organização dos Estados Americanos (OEA).”
FONTE: Agência Brasil (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?).id_noticia=217968&id_secao=1
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